www.4tons.com Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho |
|
JEREMIAS 9 1 Oxalá a minha cabeça se tornasse
em águas, e os meus olhos numa fonte de lágrimas, para que eu chorasse de dia
e de noite os mortos da filha do meu povo! 2 Oxalá que eu tivesse no deserto uma
estalagem de viandantes, para poder deixar o meu povo, e me apartar dele!
porque todos eles são adúlteros, um bando de aleivosos. 3 E encurvam a língua, como se
fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a
verdade; porque avançam de malícia em malícia, e a mim me não conhecem, diz o
Senhor. 4 Guardai-vos cada um do seu
próximo, e de irmão nenhum vos fieis; porque todo irmão não faz mais do que
enganar, e todo próximo anda caluniando. 5 E engana cada um a seu próximo, e
nunca fala a verdade; ensinaram a sua língua a falar a mentira; andam-se
cansando em praticar a iniqüidade. 6 A tua habitação está no meio do
engano; pelo engano recusam-se a conhecer-me, diz o Senhor. 7 Portanto assim diz o Senhor dos
exércitos: Eis que eu os fundirei e os provarei; pois, de que outra maneira
poderia proceder com a filha do meu povo? 8 uma flecha mortífera é a língua
deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo, mas
no coração arma-lhe ciladas. 9 Não hei de castigá-los por estas
coisas? diz o Senhor; ou não me vingarei de uma nação tal como esta? 10 Pelos montes levantai choro e
pranto, e pelas pastagens do deserto lamentação; porque já estão queimadas,
de modo que ninguém passa por elas; nem se ouve mugido de gado; desde as aves
dos céus até os animais, fugiram e se foram. 11 E farei de Jerusalém montões de
pedras, morada de chacais, e das cidades de Judá farei uma desolação, de
sorte que fiquem sem habitantes. 12 Quem é o homem sábio, que
entenda isto? e a quem falou a boca do Senhor, para que o possa anunciar? Por
que razão pereceu a terra, e se queimou como um deserto, de sorte que ninguém
passa por ela? 13 E diz o Senhor: porque deixaram
a minha lei, que lhes pus diante, e não deram ouvidos à minha voz, nem
andaram nela, 14 antes andaram obstinadamente
segundo o seu próprio coração, e após baalins, como
lhes ensinaram os seus pais. 15 Portanto assim diz o Senhor dos
exércitos, Deus de Israel: Eis que darei de comer losna a este povo, e lhe
darei a beber água de fel. 16 Também os espalharei por entre
nações que nem eles nem seus pais conheceram; e mandarei a espada após eles,
até que venha a consumi-los. 17 Assim diz o Senhor dos
exércitos: Considerai, e chamai as carpideiras, para que venham; e mandai
procurar mulheres hábeis, para que venham também; 18 e se apressem, e levantem o seu
lamento sobre nós, para que se desfaçam em lágrimas os nossos olhos, e as
nossas pálpebras destilem águas. 19 Porque uma voz de pranto se
ouviu de Sião: Como estamos arruinados! Estamos mui envergonhados, por termos
deixado a terra, e por terem eles transtornado as nossas moradas. 20 Contudo ouvi, vós, mulheres, a
palavra do Senhor, e recebam os vossos ouvidos a palavra da sua boca; e
ensinai a vossas filhas o pranto, e cada uma à sua vizinha a lamentação. 21 Pois a morte subiu pelas nossas
janelas, e entrou em nossos palácios, para exterminar das ruas as crianças, e
das praças os mancebos. 22 Fala: Assim diz o Senhor: Até os
cadáveres dos homens cairão como esterco sobre a face do campo, e como gavela atrás do segador, e não há quem a recolha. 23 Assim diz o Senhor: Não se
glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se
glorie o rico nas suas riquezas; 24 mas o que se gloriar, glorie-se
nisto: em entender, e em me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço
benevolência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
Senhor. 25 Eis que vêm dias, diz o Senhor,
em que castigarei a todo circuncidado pela sua incircuncisão: 26 ao Egito, a Judá e a Edom, aos filhos de Amom e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos da sua cabeleira
e habitam no deserto; pois todas as nações são incircuncisas, e toda a casa
de Israel é incircuncisa de coração. |