www.4tons.com Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho |
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DANIEL 2 1 Ora no segundo ano do reinado de
Nabucodonosor, teve este uns sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono. 2 Então o rei mandou chamar os
magos, os encantadores, os adivinhadores, e os caldeus, para que declarassem ao
rei os seus sonhos; eles vieram, pois, e se apresentaram diante do rei. 3 E o rei lhes disse: Tive um
sonho, e para saber o sonho está perturbado o meu espírito. 4 Os caldeus disseram ao rei em
aramaico: Ó rei, vive eternamente; dize o sonho a teus servos, e daremos a
interpretação 5 Respondeu o rei, e disse aos
caldeus: Esta minha palavra é irrevogável se não me fizerdes saber o sonho e
a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um
monturo; 6 mas se vós me declarardes o sonho
e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra.
Portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação. 7 Responderam pela segunda vez:
Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a interpretação. 8 Respondeu o rei, e disse: Bem sei
eu que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que a minha palavra é
irrevogável. 9 se não me fizerdes saber o sonho,
uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e
perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo.
portanto dizei-me o sonho, para que eu saiba que me podeis dar a sua
interpretação. 10 Responderam os caldeus na
presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa cumprir a
palavra do rei; pois nenhum rei, por grande e poderoso que fosse, tem exigido
coisa semelhante de algum mago ou encantador, ou caldeu. 11 A coisa que o rei requer é
difícil, e ninguém há que a possa declarar ao rei, senão os deuses, cuja
morada não é com a carne mortal. 12 Então o rei muito se irou e
enfureceu, e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13 saiu, pois, o decreto, segundo o
qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus
companheiros, para que fossem mortos. 14 Então Daniel falou avisada e
prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei,
que tinha saído para matar os sábios de Babilônia; 15 pois disse a Arioque,
capitão do rei: Por que é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a Daniel. 16 Ao que Daniel se apresentou ao
rei e pediu que lhe designasse o prazo, para que desse ao rei a
interpretação. 17 Então Daniel foi para casa, e
fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus
companheiros, 18 para que pedissem misericórdia
ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros
não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia. 19 Então foi revelado o mistério a
Daniel numa visão de noite; pelo que Daniel louvou o Deus do céu. 20 Disse Daniel: Seja bendito o
nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. 21 Ele muda os tempos e as
estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria
aos sábios e o entendimento aos entendidos. 22 Ele revela o profundo e o
escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. 23 Ó Deus de meus pais, a ti dou
graças e louvor porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o
que te pedimos; pois nos fizeste saber este assunto do rei. 24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os
sábios de Babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de
Babilônia; introduze-me na presença do rei, e lhe darei a interpretação. 25 Então Arioque
depressa introduziu Daniel à presença do rei, e disse-lhe assim: Achei dentre
os filhos dos cativos de Judá um homem que fará saber ao rei a interpretação. 26 Respondeu o rei e disse a
Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu
fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação? 27 Respondeu Daniel na presença do
rei e disse: O mistério que o rei exigiu, nem sábios, nem encantadores, nem
magos, nem adivinhadores lhe podem revelar; 28 mas há um Deus no céu, o qual
revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de suceder
nos últimos dias. O teu sonho e as visões que tiveste na tua cama são estas: 29 Estando tu, ó rei, na tua cama,
subiram os teus pensamentos sobre o que havia de suceder no futuro. Aquele,
pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser. 30 E a mim me foi revelado este
mistério, não por ter eu mais sabedoria que qualquer outro vivente, mas para
que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os
pensamentos do teu coração. 31 Tu, ó rei, na visão olhaste e
eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava
em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. 32 A cabeça dessa estátua era de
ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; 33 as pernas de ferro; e os pés em
parte de ferro e em parte de barro. 34 Estavas vendo isto, quando uma
pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de
ferro e de barro, e os esmiuçou. 35 Então foi juntamente esmiuçado o
ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a
pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum
vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande
montanha, e encheu toda a terra. 36 Este é o sonho; agora diremos ao
rei a sua interpretação. 37 Tu, ó rei, és rei de reis, a
quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória; 38 e em cuja mão ele entregou os
filhos dos homens, onde quer que habitem, os animais do campo e as aves do
céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. 39 Depois de ti se levantará outro
reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio
sobre toda a terra. 40 E haverá um quarto reino, forte
como ferro, porquanto o ferro esmiúça e quebra tudo; como o ferro quebra
todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará. 41 Quanto ao que viste dos pés e
dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um
reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois
que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42 E como os dedos dos pés eram em
parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e
por outra será frágil. 43 Quanto ao que viste do ferro misturado
com barro de lodo, misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao
outro, assim como o ferro não se mistura com o barro. 44 Mas, nos dias desses reis, o
Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a
soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses
reinos, e subsistirá para sempre. 45 Porquanto viste que do monte foi
cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o
barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder
no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação. 46 Então o rei Nabucodonosor caiu
com o rosto em terra, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma
oblação e perfumes suaves. 47 Respondeu o rei a Daniel, e disse:
Verdadeiramente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o
revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este mistério. 48 Então o rei engrandeceu a
Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por governador sobre toda
a província de Babilônia, como também o fez chefe principal de todos os
sábios de Babilônia. 49 A pedido de Daniel, o rei
constituiu superintendentes sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na corte do rei. |