www.4tons.com Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho |
|
DANIEL 4 1 Nabucodonosor rei, a todos os
povos, nações, e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja
multiplicada. 2 Pareceu-me bem fazer conhecidos
os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. 3 Quão grandes são os seus sinais, e
quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu
domínio de geração em geração. 4 Eu, Nabucodonosor, estava
sossegado em minha casa, e próspero no meu palácio. 5 Tive um sonho que me espantou; e
estando eu na minha cama, os pensamentos e as visões da minha cabeça me
perturbaram. 6 Portanto expedi um decreto, que
fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que
me fizessem saber a interpretação do sonho. 7 Então entraram os magos, os
encantadores, os caldeus, e os adivinhadores, e lhes contei o sonho; mas não
me fizeram saber a interpretação do mesmo. 8 Por fim entrou na minha presença
Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do
meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho,
dizendo: 9 Ó Beltessazar,
chefe dos magos, porquanto eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos,
e nenhum mistério te é difícil, dize-me as visões do meu sonho que tive e a
sua interpretação. 10 Eram assim as visões da minha
cabeça, estando eu na minha cama: eu olhava, e eis uma árvore no meio da
terra, e grande era a sua altura; 11 crescia a árvore, e se fazia
forte, de maneira que a sua altura chegava até o céu, e era vista até os
confins da terra. 12 A sua folhagem era formosa, e o
seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os
animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus
ramos, e dela se mantinha toda a carne. 13 Eu via isso nas visões da minha
cabeça, estando eu na minha cama, e eis que um vigia, um santo, descia do
céu. 14 Ele clamou em alta voz e disse
assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos,
sacudi as suas folhas e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de
debaixo dela, e as aves dos seus ramos. 15 Contudo deixai na terra o tronco
com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva
do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os
animais na erva da terra. 16 Seja mudada a sua mente, para
que não seja mais a de homem, e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre
ele sete tempos. 17 Esta sentença é por decreto dos
vigias, e por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até o
mais humilde dos homens constitui sobre eles. 18 Este sonho eu, rei
Nabucodonosor, o vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a
interpretação; porquanto todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me
saber a interpretação; mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos. 19 Então Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus
pensamentos o perturbaram. Falou, pois, o rei e disse: Beltessazar,
não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, e disse: Senhor meu, seja o sonho para os
que te odeiam, e a sua interpretação para os teus inimigos: 20 A árvore que viste, que cresceu,
e se fez forte, cuja altura chegava até o céu, e que era vista por toda a
terra; 21 cujas folhas eram formosas, e o
seu fruto abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os
animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos habitavam as aves do céu; 22 és ,tu,
ó rei, que cresceste, e te fizeste forte; pois a tua grandeza cresceu, e
chegou até o céu, e o teu domínio até a extremidade da terra. 23 E quanto ao que viu o rei, um
vigia, um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore, e
destruí-a; contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de
ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho
do céu, e seja a sua porção com os animais do campo, até que passem sobre ele
sete tempos; 24 esta é a interpretação, ó rei é
o decreto do Altíssimo, que é vindo sobre o rei, meu senhor: 25 serás expulso do meio dos
homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva
como os bois, e serás molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos
por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino
dos homens, e o dá a quem quer. 26 E quanto ao que foi dito, que
deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti,
depois que tiveres conhecido que o céu reina. 27 Portanto, ó rei, aceita o meu
conselho, e põe fim aos teus pecados, praticando a justiça, e às tuas iniqüidades, usando de misericórdia com os pobres, se,
porventura, se prolongar a tua tranqüilidade. 28 Tudo isso veio sobre o rei
Nabucodonosor. 29 Ao cabo de doze meses, quando
passeava sobre o palácio real de Babilônia, 30 falou o rei, e disse: Não é esta
a grande Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu
poder, e para a glória da minha majestade? 31 Ainda estava a palavra na boca
do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou
de ti o reino. 32 E serás expulso do meio dos
homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva
como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. 33 Na mesma hora a palavra se
cumpriu sobre Nabucodonosor, e foi expulso do meio dos homens, e comia erva
como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe
cresceu o cabelo como as penas da águia, e as suas unhas como as das aves: 34 Mas ao fim daqueles dias eu,
Nabucodonosor, levantei ao céu os meus olhos, e voltou a mim o meu
entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive
para sempre; porque o seu domínio é um domínio sempiterno, e o seu reino é de
geração em geração. 35 E todos os moradores da terra
são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e
entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe
dizer: Que fazes? 36 No mesmo tempo voltou a mim o
meu entendimento; e para a glória do meu reino voltou a mim a minha majestade
e o meu resplendor. Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; e fui
restabelecido no meu reino, e foi-me acrescentada excelente grandeza. 37 Agora, pois, eu, Nabucodonosor,
louvo, e exalço, e glorifico ao Rei do céu; porque todas as suas obras são
retas, e os seus caminhos justos, e ele pode humilhar aos que andam na
soberba. |