www.4tons.com Pr. Marcelo Augusto
de Carvalho |
|
ATOS
22 1
Irmãos e pais, ouvi a minha defesa, que agora faço perante vós. 2 Ora, quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda
maior silêncio. E ele prosseguiu: 3
Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas
criado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel,
conforme a precisão da lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim
como o sois todos vós no dia de hoje. 4
E persegui este Caminho até a morte, algemando e metendo em prisões tanto a
homens como a mulheres, 5
do que também o sumo sacerdote me é testemunha, e assim todo o conselho dos
anciãos; e, tendo recebido destes cartas para os
irmãos, seguia para Damasco, com o fim de trazer algemados a Jerusalém
aqueles que ali estivessem, para que fossem castigados. 6 Aconteceu, porém, que, quando caminhava e ia chegando
perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente, do céu brilhou-me ao redor uma
grande luz. 7 Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? 8 Eu respondi: Quem és tu, Senhor? Disse-me: Eu sou Jesus, o nazareno, a
quem tu persegues. 9
E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, mas não entenderam a voz
daquele que falava comigo. 10 Então perguntei: Senhor que farei? E o Senhor me disse: Levanta-te, e vai a
Damasco, onde se te dirá tudo o que te é ordenado fazer. 11
Como eu nada visse por causa do esplendor daquela luz, guiado pela mão dos
que estavam comigo cheguei a Damasco. 12 Um certo Ananias, varão piedoso conforme a lei, que tinha bom testemunho
de todos os judeus que ali moravam, 13
vindo ter comigo, de pé ao meu lado, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista.
Naquela mesma hora, recobrando a vista, eu o vi. 14
Disse ele: O Deus de nossos pais de antemão te designou para conhecer a sua
vontade, ver o Justo, e ouvir a voz da sua boca. 15 Porque hás de ser sua testemunha para com todos os
homens do que tens visto e ouvido. 16 Agora por que te demoras? Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados,
invocando o seu nome. 17 Aconteceu que, tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto
orava no templo, achei-me em êxtase, 18
e vi aquele que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém; porque não
receberão o teu testemunho acerca de mim. 19 Disse eu: Senhor, eles bem sabem que eu encarcerava e açoitava pelas sinagogas
os que criam em ti. 20
E quando se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu também estava
presente, consentindo na sua morte e guardando as capas dos que o matavam. 21 Disse-me ele: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos
gentios. 22 Ora, escutavam-no até esta palavra, mas então levantaram a voz, dizendo:
Tira do mundo tal homem, porque não convém que viva. 23 Gritando eles e arrojando de si as capas e lançando pó
para o ar, 24
o comandante mandou que levassem Paulo para dentro da fortaleza, ordenando
que fosse interrogado debaixo de açoites, para saber por que causa assim
clamavam contra ele. 25 Quando o haviam atado com as correias, disse Paulo ao
centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um cidadão romano, sem ser ele
condenado? 26 Ouvindo isto, foi o centurião ter com o comandante e o
avisou, dizendo: Vê o que estás para fazer, pois este homem é romano. 27 Vindo o comandante, perguntou-lhe: Dize-me: és tu romano? Respondeu ele:
Sim sou. 28 Tornou o comandante: Eu por grande soma de dinheiro
adquiri este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento. 29 Imediatamente, pois se apartaram dele aqueles que o iam
interrogar; e até o comandante, tendo sabido que Paulo era romano,
atemorizou-se porque o havia ligado. 30 No dia seguinte, querendo saber ao certo a causa por que ele era acusado
pelos judeus, soltou-o das prisões, e mandou que se reunissem os principais
sacerdotes e todo o sinédrio; e, trazendo Paulo, apresentou-o diante deles. |