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JACÓ, O ENGANADOR

 

1 IRMÃOS E INIMIGOS

 

2 A ESCADA PARA O CÉU

 

3 O ENGANADOR ENGANADO

 

4 A BENÃOS DA FAMÍLIA

 

5 É NECESSÁRIO PARTIR

 

6 JACÓ, O ENGANADOR


 

1

IRMÃOS E INIMIGOS

 

TOPO

 

GÊNESIS 25:21-34

Compare as personalidades de Jacó e Esaú. Que qualidades de Jacó o predispuseram a ser digno da bênção de Isaque?

 

INTRODUÇÃO E CONTEXTO

 

O caráter imperfeito de seu filho Jacó se manifestaria na rivalidade entre os dois irmãos pela primogenitura (Gênesis 25:27-34) e, consequentemente, pelo direito de obter a bênção de Isaque (Gênesis 27). Como Jacó enganou seu pai e roubou a bênção de seu irmão mais velho, ele teve que fugir para salvar sua vida. Indo para o exílio, Deus o confrontou em Betel (Gênesis 28:10-22). A partir de então, Jacó, o enganador, também teria a experiência de ser enganado. Em vez de Raquel, a quem Jacó amava (Gênesis 29), Lia, a filha mais velha, lhe foi dada, e ele teve que trabalhar 14 anos para ganhar suas esposas. No entanto, Jacó também experimentou a bênção divina, pois no exílio teve seus 12 filhos, e Deus aumentou sua riqueza. Assim, tudo o que observamos nessa história indica como Deus cumpre Suas promessas da aliança, de uma ou de outra forma, independentemente de quantas vezes Seu povo falhe.

 

1 A HISTÓRIA CRISTÃ É FEITA DE PATRIARCAS E SEUS SUCESSORES

 

Jacó sucedeu a Isaque como o elo seguinte na cadeia genealógica que transmitia a semente messiânica. Enquanto seus predecessores, Abraão e Isaque, geraram dois ramos genealógicos, sendo que apenas um deles foi mantido na linhagem da aliança, Jacó foi o primeiro patriarca que gerou a linhagem singular da aliança, as 12 tribos do povo de Israel.

A vida de Jacó foi repleta de lutas e problemas. Seu temperamento e destino já estavam sinalizados no ventre de sua mãe, onde lutou com seu irmão pela supremacia. Jacó saiu de sua mãe com a mão no calcanhar de seu irmão. Mais tarde, ele enganaria Esaú com uma refeição de lentilhas para ganhar a preeminência e roubaria a bênção do direito de primogenitura.

Como consequência, Jacó teve que fugir para seu tio em Padã Arã, a fim de escapar da ira de seu irmão. No exílio, foi enganado por seu tio e, como resultado, foi obrigado a trabalhar para ele por mais tempo do que esperava. Por outro lado, Deus estava com ele e orquestrou os eventos em seu favor. O Senhor Se revelou em um sonho que tranquilizou o angustiado Jacó. Sua história termina com o nascimento de seus 12 filhos, os ancestrais do povo de Deus.

 

2 CARACTERÍSTICAS DE ESAÚ: DESPREZAVA A VIDA ESPIRITUAL!

 

Desde o ventre de sua mãe, percebemos que Jacó e Esaú eram diferentes e lutariam um contra o outro. Enquanto Esaú é descrito como perito caçador, homem do campo, Jacó é visto como alguém tranquilo, assentado à tenda e meditando. A palavra hebraica tam, traduzida como “pacato”, é a mesma aplicada a Jó e a Noé, traduzida como “íntegro” para Jó (Jó 8:20) e “justo” para Noé (Gênesis 6:9).

Essa diferença de caráter se tornaria evidente mais tarde (Gênesis 27– 28:5). Quando Esaú chegou em casa cansado e com fome, Jacó havia preparado lentilhas para si. Para Esaú, o prazer imediato visível e físico do alimento (Gênesis 25:32) foi mais importante do que a bênção futura associada ao seu direito de primogenitura (compare com Hebreus12:16, 17).

 

3 PARA JACÓ A ESPIRITUALIDADE DA VIDA ERA TUDO O QUE LHE INTERESSAVA

 

“As promessas feitas a Abraão e confirmadas ao seu filho eram consideradas por Isaque e Rebeca o grande objetivo de seus desejos e esperanças. Esaú e Jacó estavam familiarizados com essas promessas. Foram ensinados a considerar a primogenitura algo de grande importância, pois incluía não somente a herança das riquezas terrestres, mas também a liderança espiritual. Aquele que a recebia devia ser o sacerdote da família, e na linhagem de sua posteridade viria o Redentor do mundo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 143 [177]).

 

O CONTRASTE ENTRE OS GÊMEOS

O primeiro filho, Esaú, é descrito por sua aparência: ele era ruivo e peludo. O outro filho, Jacó, é descrito por sua atitude; ele agarrou o calcanhar de seu irmão (‘aqeb); daí o nome de Ya’aqob (Jacó), que antecipa seu futuro ato de enganar seu irmão (Gênesis 27:36). Mais tarde, quando Esaú percebeu que Jacó lhe havia roubado a bênção da primogenitura, fez um jogo de palavras com o nome Jacó (ya’aqob) para reclamar que aquela era a segunda vez que o irmão agarrava seu calcanhar (Gênesis 27:36). Atacar o calcanhar também sugere engano e agressão fatal (Gênesis 3:15; 49:17). Assim, os nomes dos irmãos continham profecias que revelavam seus respectivos destinos. A diferença entre os dois irmãos se verificava de imediato em seu comportamento e escolhas. Como Ismael (Gênesis 21:20), Esaú era um caçador habilidoso, um homem que amava estar ao ar livre, em campos abertos, enquanto Jacó era um homem manso que preferia estar em casa. Esaú era amado por seu pai, enquanto Jacó era amado por sua mãe (Gênesis 25:28). A natureza espiritual e sensível de Jacó contrastava com a natureza dura e física de Esaú. A palavra hebraica tam (traduzida como “pacato”), que qualifica Jacó, é a mesma palavra que caracteriza Jó (Jó 8:20) e Noé (Gênesis 6:9). De idêntica maneira, o verbo yashab (traduzido como “morar”), que significa “sentar”, sugere o temperamento quieto e meditativo de Jacó (compare com Salmo 84:4; 91:1). Essa informação sobre o caráter deles se apresenta antes do incidente da refeição, que determina suas respectivas prioridades (Gênesis 25:29-31). Jacó considerava o significado espiritual da primogenitura que ele desejava obter de modo tão apaixonado; Esaú, em contraste, não se preocupava com coisas além da vida presente e não estava interessado no que poderia acontecer após sua morte. Jacó, ao contrário de Esaú, que era voltado para o presente, mirava o futuro e era particularmente sensível aos valores espirituais. Porém, ele estava tão ansioso para garantir o direito de primogenitura naquele momento que usou meios materiais para esse propósito. Ironicamente, Jacó tinha fé suficiente para “enxergar” os valores espirituais e o benefício futuro de uma primogenitura, mas não possuía fé suficiente para confiar isso a Deus (compare Gênesis 27:41-45). Antes da instituição do sacerdócio, o direito de primogenitura “incluía não somente a herança das riquezas terrestres, mas a preeminência espiritual. Aquele que a recebia devia ser o sacerdote da família” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 177).

O pedido de Esaú (Gênesis 25:30) sugere que, para ele, a primogenitura não tinha significado espiritual; ele se preocupava apenas com sua satisfação imediata. Assim, desprezou seu direito de primogenitura (Gênesis 25:32, 34; compare com Hebreus 12:16, 17).

 

DUAS MENTALIDADES NA HISTÓRIA DA TERRA

O contraste entre Jacó e Esaú sugere duas mentalidades. Discuta com sua classe as duas psicologias e os dois modos de vida implícitos nessas duas figuras bíblicas. Por que o tipo de pessoa representada por Jacó é a que agrada a Deus? Todos os valores de Esaú (satisfação pela boa comida, esporte, força, amor por seu pai) são menos valiosos do que aqueles acalentados por Jacó (meditação interior, gentileza, amor por sua mãe)?

 

Corremos o risco de ter a atitude de Esaú para com seu direito de primogenitura? Como assegurar que sempre amaremos e apreciaremos a luz que Deus nos deu?

 

4 MAS OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. O MEIO PARA SE CUMPRIR A MISSÃO DE DEUS EM NOSSA VIDA É A FÉ, E NADA MAIS!

 

Para Jacó, em contraste com seu irmão, o significado espiritual da bênção era o que importava. No entanto, depois, instigado por sua mãe (Gênesis 27), Jacó enganou seu pai de maneira aberta e proposital, até mesmo usando o nome do “Senhor, seu Deus” (Gênesis 27:20) ao perpetrar o artifício. Ele cometeu esse engano terrível, ainda que por algo que sabia ser bom. Os resultados foram trágicos, acrescentando mais disfunções a uma família já disfuncional.

Deus escolheu Jacó, não porque este merecesse, mas por causa de Sua graça. No entanto, Jacó trabalhou arduamente para tentar merecer a graça, o que em si é uma contradição. Se a merecesse, então não seria graça; seriam obras (Romanos 4:1-5), o que é contrário ao evangelho. Só depois Jacó entendeu a graça divina e o que significava confiar em Deus, viver pela fé e ser dependente do Senhor. O exemplo de Jacó contém uma lição para o ambicioso: não se esforce para se promover às custas dos outros.

 

Jacó queria algo bom, algo de valor, e isso era admirável (especialmente em comparação com a atitude de seu irmão); porém enganou e mentiu para conseguir seu propósito. Como podemos evitar cair em armadilha semelhante?

 

APELO

Cumpra a MISSÃO de Cristo em sua vida pela fé e obediência a Ele, isto é, deixe Deus cumpri-la em você.

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 2001-112 - DIFERENÇAS OS MENINOS CRESCERAM

Esaú gostava de viver no campo e se tornou um bom caçador. Jacó, ao contrário, era um homem sossegado, que gostava de ficar em casa. Gênesis 25:27, BLH.

Enquanto alguns bichinhos vivem todo o tempo sugando a seiva das plantas ou mastigando folhas e frutos, outros preferem correr e lutar pelo alimento. São carnívoros e habilidosos caçadores.

Algumas aranhas aquáticas sobem numa pedra ou num pedaço de madeira e colocam uma perna dentro da água. Se um peixe desatento pensar que se trata de uma minhoca, a aranha salta sobre ele com uma velocidade que não lhe dá chance para fugir. As centopeias se escondem embaixo de pedras e troncos de árvores durante o dia e caçam à noite utilizando o faro e o tato. Suas presas venenosas são um terror para ratos e sapos.

Apanhar uma vítima em pleno ar: as libélulas fazem isso com relativa facilidade, pois desde a fase de larva caçam seu alimento. Com suas mandíbulas afiadas como navalhas, atacam girinos, alevinos (filhotes de peixe) e insetos. Por isto a libélula é conhecida como o tubarão dos insetos.

Esaú era um excelente caçador. Sabia espreitar a caça e agir rapidamente. Seu irmão Jacó, porém, preferia as atividades doméstica. Um era inquieto e vivia a correr pelos campos. O outro era amável e apreciava a tranquilidade e a segurança do lar. Esaú era peludo e Jacó tinha o corpo liso. Os dois nasceram no mesmo dia. Esaú saiu primeiro, mas Jacó agarrou o pé do irmão e saiu logo atrás. O caçador era apreciado pelo pai, talvez em função da caça que sempre lhe trazia.

As diferenças entre os dois rapazes provocaram uma enorme crise familiar. Esaú e Jacó, juntamente com seus pais, não souberam administrar a falta de semelhança que havia entre eles. Deus nos fez diferentes. Não preferimos todos as mesmas cores e sabores. Não temos o mesmo tamanho nem o mesmo peso. Um é mais falante e o outro é mais tímido. O importante é saber conviver com as diferenças, respeitar o outro e aceitá-la como é, sem exigir que faça tudo como nós fazemos. É só amar. O amor pode tudo.

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil


 


 

2

A ESCADA PARA O CÉU

 

TOPO

 

INTRODUÇÃO E CONTEXTO

 

Assim que Esaú descobriu que Jacó havia recebido a bênção de seu pai, percebeu que havia sido enganado pelo irmão (Gênesis 27:36) e quis matá-lo (Gênesis 27:42). Rebeca se preocupou e procurou evitar esse crime, que seria fatal para os dois filhos (Gênesis 27:45). Assim, com o apoio de Isaque (Gênesis 28:5), ela exortou Jacó a fugir para casa de parentes (Gênesis 27:43). No caminho para o exílio, Jacó encontrou Deus em um sonho num lugar a que ele chamou de Betel, “a casa de Deus”, e ali fez um voto. 2.

 

1 COMPARE GÊNESIS 28:10-22 COM GÊNESIS 11:1-9.

 

Em que Betel é diferente de Babel?

Da experiência de Jacó em Betel e do que ocorreu em Babel, que lição tiramos sobre nosso relacionamento com Deus?

 

2 O QUE SIGNIFICADA A ESCADA?

 

A escada estava relacionada à tentativa de Babel de alcançar o Céu. Como a torre de Babel, a escada chegava à “porta do Céu”. Mas enquanto a torre representava o esforço humano para subir e alcançar Deus, a escada de Betel enfatizava que o acesso a Deus só podia ser alcançado pela vinda de Deus a nós, e não o contrário.

 

 

Nesse sonho, Jacó viu uma escada extraordinária ligada a Deus. O mesmo verbo hebraico, natsav, é usado para se referir à escada que é “posta na Terra” (Gênesis 28:12) e ao Senhor que “estava perto” de Jacó (Gênesis 28:13), como se a escada e o Senhor fossem a mesma coisa.

 

BETEL E BABEL

A frase “porta dos céus”, que ocorre somente nessa passagem (Gênesis 28:17) em toda a Bíblia hebraica, é uma reminiscência do nome “Bab-El” (“porta de Deus”) e, portanto, do inútil empreendimento dos homens de Babel, que nunca alcançaram a “porta dos céus”.

A expressão “a porta dos céus” é paralela à expressão “a casa de Deus”, que se refere ao lugar que é “a pedra” (Gênesis 28:18, 19); esse lugar, por sua vez, é o local terrestre da “escada” (Gênesis 28:12) do sonho de Jacó. Portanto, como o equivalente celestial da “casa de Deus” terrestre, “a porta dos céus” aponta para a morada celestial ou santuário do templo. A lição de Betel é que existe uma conexão entre o Céu e a Terra, e que essa conexão é a escada de Jacó, que é o próprio Deus. Então, Jacó pegou a pedra que havia posto ao redor de (ou sob) sua cabeça, uma pedra que estava associada com seu sonho extraordinário, e a pôs em pé “como coluna”. A palavra hebraica para “coluna”, matseba, “em pé”, que se refere à pedra “em pé”, ecoa as palavras mutsab e nitsab, que designam, respectivamente, a escada “em pé” e o Deus “em pé”. Jacó ungiu a pedra para a consagrar como um monumento, transmitindo assim uma lição espiritual. Essa pedra lembra as lições da escada de Jacó, a conexão Céu-Terra. Em contraste com o nome Babel, que lembra a tentativa vã dos homens que nunca chegaram à porta de Deus, Betel afirma que estamos na “casa de Deus”. Os homens de Bab-El nutriram a ambição de alcançar e adentrar o lugar de Deus para tomar Seu lugar. A lição de Betel é que o acesso a Deus só pode ser alcançado por meio do dom divino, por meio de Sua graça e encarnação, por meio da escada que é Jesus Cristo (João 1:51).

 

Leia Gênesis 11:1-9 e Gênesis 28:10-22. Compare as duas maneiras de se aproximar de Deus. Qual é a diferença entre Betel, “casa de Deus”, que indica estar na casa de Deus, e Babel, “porta de Deus”, que indica estar à porta de Deus? Onde você situa nossa civilização e por quê?

 

3 O QUE SIGNIFICAVA A PEDRA QUE ELE USOU DE TRAVESSEIRO?

 

Quanto à “pedra” na qual Jacó colocou sua cabeça e teve o sonho, ela se tornou o símbolo de beth-El, “a casa de Deus” (Gênesis 28:17, 22), que apontava para o templo, o santuário, o centro da atuação salvífica de Deus em favor da humanidade.

 

4 COMO JACÓ RESPONDEU À GRAÇA DE DEUS REVELADA A ELE NO SONHOS?

 

Jacó não limitou ao espiritual e ao místico sua expressão de adoração e senso de admiração em relação ao que lhe havia acontecido. Ele queria responder em termos externos concretos. Assim, decidiu “dar o dízimo” a Deus, não para obter a bênção divina, mas como uma resposta de gratidão ao presente do Senhor, que já tinha sido dado a ele. Novamente vemos o conceito do dízimo muito antes do surgimento da nação de Israel. Leia outra vez Gênesis 28:11. O “dízimo” seria tirado “de tudo o que” Deus lhe concedesse (Gênesis 28:22). O que concluímos do que Jacó disse sobre o dízimo e o que ele representa?

 

5 DUAS PROMESSAS, MAS QUE DEUS IRIA CUMPRI-LAS PARA ELE!

 

É interessante observar que é nessa pedra, o lugar em que estava a escada, que Jacó encontrou sua religião. Ele identificou essa pedra como “a casa de Deus” (Gênesis 28:22). A pedra significava a certeza da conexão entre o Céu e a Terra (Gênesis 28:12). Jacó se comprometeu a construir um lugar de adoração, um santuário que iria testemunhar disso.

Seu voto foi uma resposta à proteção divina no caminho de volta à terra prometida. Jacó também se comprometeu a dar o dízimo em resposta à dádiva divina de pão e roupas. A religião de Jacó, sua adoração e fidelidade são, portanto, descritas como uma resposta aos atos da graça de Deus e não como um meio de obter os favores Dele. Jacó respondeu por meio da adoração, pois o Senhor era seu Deus pessoal e porque o Deus celestial desceu e Se conectou com a Terra. Porque o Criador cuidou das necessidades físicas de Jacó e se preocupou com elas, e porque é a fonte de tudo o que ele tinha (Gênesis 28:22), Jacó respondeu prometendo dar seu dízimo ao Senhor de tu4do o que obtivesse. O texto bíblico não indica que Jacó tivesse cu5mprido seus dois votos a respeito do santuário e do dízimo. Ape6nas a parte de Deus no trato está registrada no livro de Gênesis. Jacó7 reconheceu a parte de Deus quando se referiu à sua experiência da proteção divina (Gênesis 35:3; compare Gênesis 46:3, 4). Mais tarde, a construção do santuário por Israel, o sinal de adoração ao Deus do Céu, e a instituição do dízimo, o sinal de reconhecimento do Deus da Terra, sugerem que Jacó também tenha cumprido seus votos.

 

Qual é a sua motivação ao devolver o dízimo?

Por que você guarda os mandamentos?

Como relaciona sua obediência a Deus com seu relacionamento com Ele?

Suponha que você perca seu emprego por causa de sua fidelidade ao mandamento do sábado. Como ainda daria o dízimo?

 

APELO

“Poderíamos ter olhado e dito: Anseio pelo Céu, mas como posso alcançá-lo? Não vejo como. Foi isso que Jacó pensou, e assim Deus lhe mostrou a visão da escada, e essa escada liga a Terra ao Céu, a Jesus Cristo. A pessoa pode subir por ela, pois sua base repousa na Terra, e seu topo alcança o Céu” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1206).

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1983-129 - A PORTA ABERTA

"Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem." Salmo 118:8

Prédios adicionais eram necessários para o Colégio de Avondale, mas não havia dinheiro. O presidente da Missão Australiana, A. G. Daniels, se dirigiu aos madeireiros, aos serralheiros, aos construtores, e pediu-lhes que vendessem material e trabalhassem a crédito.

Prometeu-lhes efetuar o pagamento tão logo chegasse um dinheiro que estava aguardando da Associação Geral, provavelmente na primeira semana de maio.

Maio chegou, e chegou também à mala postal. Sim, havia uma carta, mas nenhum cheque! A igreja na América estava tendo problemas ela mesma e os irmãos sugeriam que os planos de construção fossem suspensos.

Era muito tarde para esta medida. Que devia fazer o Pastor Daniels? Ele se dirigiu ao bosque de eucaliptos e clamou a Deus pedindo ajuda. Permaneceu ali toda a noite, e na manhã do dia 3 de maio veio-lhe a certeza de que Deus proveria o dinheiro. Logo após a refeição matinal o Pastor Daniels saiu para a cidade, confiante de que encontraria o dinheiro.

Na manhã seguinte ele leu na hora do culto Dan. 6:16. As palavras "Que Ele te livre" pareciam estar ali em letras maiúsculas na página.

Isto lhe deu fé para crer que Deus proveria o dinheiro para livrar o colégio de uma situação embaraçosa. Na margem ele escreveu: "7:30 da manhã. 4/5/99." Nessa tarde às 4 horas ele e um amigo resolveram passar por determinado banco. Embora já houvesse passado da hora de fechar, a porta estava ainda ligeiramente aberta. Os dois entraram e o banqueiro disse desconcertado: "Como conseguiram entrar?" "A porta estava aberta e nós simplesmente entramos", os homens responderam.

O banqueiro sabia que havia fechado a porta a chave e passado a corrente com cadeado. No entanto ali estavam dois homens diante dele que haviam entrado por essa porta fechada! "Que desejam?" ele indagou.

Não levou muito tempo ao Pastor Daniels para explicar ao homem a situação. Às 5 horas ele tinha em suas mãos 300 libras australianas.

Nessa noite o Pastor Daniels de novo abriu sua Bíblia em Dan. 6:16 na hora do culto, e escreveu na margem: "Cumprido. 5:00 h da tarde. 4/5/99." Às vezes pessoas em quem depositamos confiança falham conosco. A igreja pode nos faltar como faltou ao Pastor Daniels. Nossos amigos podem não cumprir sempre suas promessas. Mas Jesus jamais falha. Suas promessas são certas. Você pode contar com Ele!

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil

 


 


 

3

O ENGANADOR ENGANADO

 

TOPO

 

GÊNESIS 29:1-30

 

1 COMO LABÃO ENGANOU JACÓ? POR QUE DEUS PERMITIU ISSO? QUE LIÇÕES JACÓ APRENDEU COM ESSA EXPERIÊNCIA?

 

2 USE AS OPORTUNIDADES. VEJA DEUS EM TUDO O QUE JÁ FOI REVELADO.

 

A primeira coisa que Jacó viu ao chegar ao seu destino foi uma pedra, talvez uma alusão à pedra de Betel, cujo significado era a presença divina (Gênesis 28:18, 19). Afinal, foi essa pedra que deu a Jacó a oportunidade de interagir com Raquel. Quando ouviu dos pastores que Raquel estava vindo com suas ovelhas para dar água ao rebanho, exortou que rolassem a pedra. Eles não o fizeram, o que deu a Jacó a oportunidade de fazer isso ele mesmo e de se apresentar a Raquel (Gênesis 29:11).

 

3 DIANTE DE PROBLEMAS E DÚVIDAS, CORRA PARA O LADO CERTO, PARA SUA FAMÍLIA!

 

A reação dela foi correr até sua família. Esse primeiro contato entre Jacó e Raquel foi produtivo: “Jacó amava Raquel” (Gênesis 29:18), tanto que os sete anos que trabalhou para Labão em troca dela foram como “poucos dias” (Gênesis 29:20).

 

4 MESMO SENDO FIEL, FAZENDO O CERTO, A VIDA PODE DAR ERRADO.

Contudo, após esses sete anos, Jacó foi enganado. Na noite do casamento, ele encontrou Lia em sua cama, a irmã mais velha, e não Raquel. Tirando vantagem da confusão da festa e da intensa emoção e vulnerabilidade de Jacó, Labão executou esse plano. Curiosamente, Jacó usou a mesma raiz da palavra “enganar” (Gênesis 29:25) que Isaque havia usado para caracterizar o comportamento de Jacó para com o próprio pai e para com seu irmão (Gênesis 27:35).

 

5 AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA.

 

O mesmo pensamento está implícito na lex talionis (“lei da retaliação”), “olho por olho, dente por dente” (Êxodo 21:24; Gênesis 9:6), que forçava o culpado a se identificar com sua vítima no sentido de que ele sofresse o que a vítima tivesse sofrido. Portanto, o que Jacó tinha feito a outra pessoa, fizeram a ele.

 

6 NÃO SE VIVE SEM MORALIDADE!

 

Jacó então entendeu o que era ser enganado. Ironicamente, Deus ensinou Jacó sobre seu próprio engano por meio do engano de Labão. Embora, como “enganador” (Gênesis 27:12, ARC), Jacó soubesse bem o que significava isso, ele se surpreendeu quando foi vítima. Assim, perguntou: “Por que [...] o senhor me enganou?” (Gênesis 29:25), o que mostra que ele sabia que enganar era errado.

 

Embora Jacó fosse enganador, ele mesmo foi enganado. Como confiar em Deus quando não vemos “justiça”, quando pessoas que praticam o mal se livram das consequências e quando os inocentes sofrem?

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1977-366 - ORQUÍDEAS QUE MATAM

Ao longo do caminho floresciam grandes orquídeas. Detendo-se para admirar 'especialmente uma das flores, o cientista Eduardo Ross notou que ela se mexia. Quando ele a tocou, a "orquídea" caminhou.

Este louva-a-deus da Malásia imita tão de perto aquela linda flor, que mesmo os detalhes de seu corpo se lhe assemelham.

Suas pernas são flanqueadas por grandes pétalas cor-de-rosa. Uma secção verde do tórax parece parte do pecíolo, e uns sinais mais escuros imitam as partes murchas. Quando sopra a brisa, o bichinho mesmo baloiça para cá e para lá, imitando a orquídea. Esse disfarce enganoso serve aos fins do inseto, pois se uma borboleta pousa ria flor, em busca do seu néctar, o inseto a agarra fulminante, prendendo-a cruelmente com as rosadas e serrilhadas perninhas dianteiras. E então, era uma vez a borboleta!

Temos observado casos de disfarce ao longo da praia. O paguro, ou bernardo-eremita, é um caranguejo que se intromete na concha de outros moluscos e assim disfarçada espreita sua caça na areia da praia. Outros caranguejos dependuram pedaços de algas em volta de si.

Nossa casa em Singapura, construída acima da terra, tem areia embaixo. Brincando ali, nosso filho nos chamou para ver um buraquinho cônico, no fundo do qual um inseto neuróptero (Myrmeleon) fica, com as mandíbulas salientes. O garoto observou que uma formiga, correndo por ali, deslizou pelo buraquinho e lutando freneticamente para subir, foi alvejada por um jato de areia que a derrubou para as fatais mandíbulas do neuróptero.

Satanás, o enganador-mestre, ensinou o homem a fazer parecer inocente mesmo aquilo que é mortal. Acontece um jovem, afastando-se de Deus, dar ouvidos ao enganador, que às vezes fala por-intermédio de amigos do jovem. Começa então a mudar de atitude, e empenha-se em enganar os outros, e acaba sendo enganado.

Seja verdadeiro, legítimo, genuíno. Fique na companhia de Jesus, e então homem algum conseguirá enganar a você.

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil

 


 

4

A BÊNÇÃO DA FAMÍLIA

 

TOPO

 

GÊNESIS 29:31–30:22

 

1 A ÉPOCA DE PROVAÇÕES É EM GERAL A MAIS FRUTÍFERA DE NOSSA VIDA!

 

Para Jacó, os últimos sete anos de exílio foram um fardo e, mesmo assim, os mais frutíferos. Jacó se tornou pai de 11 dos 12 filhos que se tornariam os ancestrais do povo de Deus.

 

2 FAMÍLIA: FRUTO DO MILAGRE DIVINO.

 

Essa seção constitui o centro da história de Jacó (Gênesis 25:19–35:26) e começa e termina com a frase-chave: Deus “fez com que ela fosse fecunda”, referindo-se a Lia (Gênesis 29:31) e a Raquel (Gênesis 30:22; compare com Gênesis 25:21). Cada vez que essa declaração é seguida por nascimentos, eles são o resultado de um milagre divino.

 

3 COMO ENXERGAMOS A VIDA E SEUS ACONTECIMENTOS INTERPRETA O QUE PASSAMOS NO CORRER DO TEMPO COM DEUS.

 

Deus abriu o ventre de Lia, e ela teve um filho, Rúben, cujo nome contém o verbo ra›ah, que significa “ver”. Porque Deus “viu” que ela não era amada por Jacó (Gênesis 29:31), essa criança foi uma compensação para ela em sua dor e seu sofrimento. Além disso, deu o nome de Simeão, que contém o verbo shama’, “ouvir”, ao seu segundo filho, porque Deus “ouviu” (shama’) a profundidade e a humilhação de sua dor e, portanto, teve pena dela assim como tinha ouvido a aflição de Agar (Gênesis 29:33). Simeão se conecta ao nome do filho de Agar, “Ismael”, que significa “o Senhor ouviu” (Gênesis 16:11). Quando Lia deu à luz seu último filho, o chamou de Judá, que significa “louvor”. Lia não se referiu mais à sua dor, nem mesmo à bênção. Ela se concentrou em Deus e O louvou por Sua graça.

 

4 TODOS TEMOS QUE ESPERAR PARA DEUS AGIR.

 

É curioso que, somente quando Lia não conseguiu dar à luz novamente, Deus Se lembrou de Raquel e abriu o ventre dela (Gênesis 30:22). A esposa amada esperou sete anos após seu casamento e 14 anos após seu noivado com Jacó para ter seu primeiro filho (Gênesis 29:18, 27; Gênesis 30:25). Ela deu-lhe o nome de “José” para significar que “Deus tirou [‘asaf]” dela o seu vexame e lhe daria “ainda outro filho” (Gênesis 30:23, 24).

 

5 DO NOSSO PIOR DEUS FAZ O MELHOR.

 

Por mais erradas que fossem algumas dessas atitudes, Deus foi capaz de usar essas ações, mesmo que não as tolerasse, a fim de criar uma nação da semente de Abraão. De que forma essa história revela que os propósitos divinos serão cumpridos no Céu e na Terra, apesar das fraquezas e dos erros humanos?

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 1983-251 - EM CADA TRAGÉDIA UMA BÊNÇÃO

Para o cristão, cada nuvem esconde um ponto luminoso e cada tragédia traz oculta em si uma bênção.

Tome-se por exemplo o grande incêndio de Londres que começou por volta da uma hora da madrugada no domingo de 2 de setembro de 1666. Em quatro dias, dois terços da cidade foram devastados. Duzentas mil pessoas ficaram sem lar e 87 igrejas foram destruídas. Poderia haver alguma razão para agradecer a Deus por tal tragédia? Seria possível que houvesse uma bênção em circunstâncias tão terríveis?

Sim, mesmo essa tragédia trouxe uma bênção. Ela varreu de Londres os seus esgotos abertos, suas casas de madeira que sempre ofereciam perigo, o mau cheiro da cidade e suas ruas sujas. Londres foi reconstruída com melhores edifícios e um sistema de esgoto muito melhor.

O fogo parecia ter exercido um efeito purificador. Ele matou milhares de ratos e eliminou os últimos germes da peste bubônica que havia colhido milhares de vidas no ano anterior. O que pareceu ser uma tragédia nessa ocasião, foi na verdade uma bênção disfarçada, salvando milhares de vidas e tornando Londres um lugar melhor para viver.

Outro exemplo é o que aconteceu a Corrie Ten Boom e sua irmã Betsie quando se encontravam num campo de concentração durante a 2° Guerra Mundial. Um dia, elas foram transferidas de alojamento e viram que suas camas estavam repletas de pulgas. Não entendiam como poderiam viver em lugar tão sujo, e muito menos como dar graças ao Senhor por isso. Um dia, Betsie leu o verso de nosso texto para hoje. "Está vendo?" ela disse à irmã, "devemos dar graças a Deus por tudo que temos neste lugar." "Agradecer a Deus também pelas pulgas?" Corrie perguntou.

"Sim, mesmo pelas pulgas", Betsie respondeu.

Vários dias mais tarde elas souberam que por causa das pulgas os guardas recusavam entrar em seu alojamento. Isso deu-lhes liberdade para lerem suas Bíblias e para dar um testemunho que de outro modo não teriam gozado.

Quando alguma coisa realmente ruim acontecer a você, procure louvar a Deus. Quando você se sentir desanimado e triste, procure louvar a Deus. Agradeça-Lhe por tudo, pelo bem e pelo que lhe pareça mal. Peça-Lhe que o ajude a encontrar o ponto luminoso por trás de cada nuvem escura.

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil

 

 


 

5

É NECESSÁRIO PARTIR

 

TOPO

 

1 SOMOS CHAMADOS PARA SERMOS BENÇÃOS AOS NOSSOS PATRÕES, E NUNCA FUNCIONÁRIOS EM REBELDIA OU INGRATIDÃO.

 

Quando Jacó propôs o acordo de que todas as ovelhas salpicadas e malhadas (Gênesis 30:32) fossem separadas e consideradas seu salário, Labão concordou de imediato (Gênesis 30:34). Para atingir seu objetivo, Jacó usou galhos verdes de álamo, aveleira e plátano (Gênesis 30:37). Esse sistema não foi acidental, uma vez que essas três árvores contêm substâncias químicas que trazem vários benefícios à saúde. Como os animais híbridos são naturalmente mais fortes do que as outras raças, ao escolher os mais fortes (Gênesis 30:41) de acordo com a visão divina, Jacó selecionou os cordeiros que já possuíam os genes recessivos. Usando esse método, ele foi capaz de produzir um grande rebanho composto de fortes ovelhas e cabras multicoloridas. O método de Jacó pode parecer magia supersticiosa, mas o texto bíblico nos informa que ele procedeu sob orientação divina (Gênesis 31:11, 12). Além disso, estudos científicos indicam que o método de Jacó pode estar em harmonia com a lei da genética moderna. No final, ele se tornou “mais e mais rico” (Gênesis 30:43). Essa expressão lembra a qualificação de Jacó quanto à riqueza de Labão (Gênesis 30:30). Esse eco entre essas duas avaliações da riqueza de Jacó e Labão sugere que ele se havia tornado mais rico do que seu tio, e que sua prosperidade havia sido adquirida da prosperidade de Labão, que foi o resultado da bênção de Deus por causa de Jacó (Gênesis 30:27).

 

2 MATURIDADE: SABER ESPERAR O SENHOR AGIR.

 

Jacó, que enganou seu pai e seu irmão para adquirir a primogenitura e roubou a bênção que Isaque planejava dar a seu filho mais velho, permaneceu passivo em relação a Labão e o serviu fielmente. Jacó sabia que tinha sido enganado pelo sogro e, mesmo assim, não fez nada. É difícil entender a passividade de Jacó considerando seu temperamento. Ele poderia ter se revoltado, ter resistido com Labão ou barganhado com ele. Mas não fez isso. Apenas fez o que Labão pediu, sem se importar com a injustiça.

 

3 A MISSÃO DE CRISTO DEVE NORTER A VIDA EM TODOS OS SENTIDOS, EM TODO TEMPO.

 

No nascimento do primeiro filho de Raquel, José, Jacó chegou ao décimo quarto ano de seu “serviço” a Labão (Gênesis 30:26) e desejou retornar à terra prometida. Porém, Jacó se preocupava em prover para sua “própria casa” (Gênesis 30:30).

 

4 A EXPERIÊNCIA COM DEUS NO PASSADO NOS ORIENTA E DÁ SEGURANÇA NO PRESENTE

 

Gênesis 30:25-32. O que aconteceu e que argumento Jacó usou? Qual foi a resposta de Labão?

Foi um longo desvio para Jacó, que havia saído de casa para encontrar uma esposa. Provavelmente não fosse sua intenção original ficar longe de seu país por tanto tempo, mas os acontecimentos o mantiveram afastado por anos. Era hora de voltar para casa, ele e a família que havia formado. Por que Jacó não deixou Labão antes? A conformidade não natural de Jacó sugere que talvez tivesse mudado e entendido a lição de fé. Ou seja, Jacó esperou o sinal de Deus para partir. Jacó decidiu agir somente quando Deus falou com ele. Deus Se revelou a Jacó como “o Deus de Betel” e ordenou que deixasse a casa de Labão e voltasse para “sua parentela” (Gênesis 31:13) com as mesmas palavras que havia usado para chamar Abrão (Gênesis 12:1).

 

5 SABER LER AS CIRCUNSTÂNCIAS E AS PESSOAS!

 

O que o ajudou a ver que era hora de ir também foi a atitude de Labão e de seus filhos (Gênesis 31:1, 2). “Jacó teria deixado seu astuto sogro muito tempo antes, não fosse o medo de se encontrar com Esaú. Agora via ele que estava em perigo por causa dos filhos de Labão, que, ao olhar para sua riqueza como se fosse deles, poderiam tomá-la pela violência” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 156 [193]). Portanto, ele pegou a família, seus bens e partiu, iniciando assim outra fase na grande saga do povo da aliança de Deus.

 

Nos relatos sobre Isaque, Rebeca, Jacó, Esaú, Labão, Raquel e Lia vemos mentiras e enganos. O que isso nos ensina sobre a natureza humana e a graça de Deus?

Ao ler a história de Jacó, que evidência encontramos de que ele amadureceu?

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Autor: Jacques B. Doukhan. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil

 


 


 

6

JACÓ, O ENGANADOR

Autor: Wilian S. Cardoso

TOPO

 

Depois de um curto relato sobre Isaque, o autor de Gênesis pula imediatamente para a história de Jacó. Na verdade, muito do que é dito sobre Isaque refere-se às suas ações dentro do relato de seu filho. Jacó foi o último dos patriarcas, pois é a partir dele e da geração de seus doze filhos que serão formadas as doze tribos que compõem o povo de Israel.

 

1 SOMOS FEITOS DE AMBIGUIDADES, FÉ E DESCREÇA!

 

Esse personagem, cheio de falhas, como seus antepassados e como qualquer ser humano, possui, simultaneamente, o mesmo coração disposto a obedecer como o coração daqueles que viveram antes dele. Um tanto diferente dos seus antepassados, Jacó é um inquieto e parece sempre estar em busca de alguma coisa. E é nessa busca incansável que Deus age para revelar ao patriarca que a paz que ele procura não vem de uma luta implacável, mas da confiança em um Deus que luta por ele.

 

2 NOMES E NOVOS NOMES – VOCÊ PODE ATÉ NASCER COM CERTAS CARACTERÍSTICAS, MAS DEUS PODE TRANSFORMÁ-LO.

 

Jacó entende isso de tal forma que a nação de Deus recebeu seu nome – Israel, e não o de Abraão, o patriarca por excelência a quem foi dada a promessa de um povo. Na verdade, assim como aconteceu com Abraão, essa mudança de nome tem um impacto profundo sobre ele e, para nós leitores, é significativo saber quem ele era, quem ele se tornou, e por que ele e não outro.

Jacó em hebraico é Yaakov, um nome que surgiu de um jogo de palavras pelo fato de que, no seu nascimento, ele saiu agarrando o calcanhar (akev) do seu irmão mais velho (Gênesis 25:26). Obviamente, nenhuma mãe nomearia seu filho com um nome que tivesse uma conotação negativa. Certamente, o bebê Jacó apresentava outras características, mas segurar o calcanhar de Esaú deve ter feito com que seus pais se lembrassem da profecia divina (25:23). Por isso, lhe deram um nome correspondente. O nome Yaakov é, na verdade, derivado de uma forma verbal futura, e esse verbo – akav – traz a ideia de algo ou alguém que “segue de perto”, ou que “põe o calcanhar sobre a pegada de outro”; daí, o sentido de “suplantar”. Com esses conceitos em mente, devemos entender o nome Jacó não de forma pejorativa, mas como “aquele que suplantará/perseguirá”, indicando alguém que é insistente ou que luta para alcançar seus ideais.

Por outro lado, a nomeação de Esaú está ligada à sua característica física, pois ele era peludo (25:25). Esaú – Esav em hebraico, deriva do verbo assah (“fazer”), indicando alguém “feito” ou que já está “pronto”. Além disso, na vida adulta, as atividades “vocacionais” dos irmãos são diametralmente opostas, enquanto ao mesmo tempo reveladoras da personalidade dos jovens.

Esaú era um caçador, atividade que aparentemente não era muito bem aceita em Israel, e aparece somente em outra ocorrência anterior conectada a Ninrode (Gênesis 10:9). Jacó, por sua vez, não era belicoso, mas “pacato” [tam, em hebraico]. Esse termo é usado para a descrição de apenas três homens na Bíblia: Jacó (Gênesis 25:27), Noé (Gênesis 6:9) e Jó (Jó 1:1). A expressão hebraica tam ancora conotações de “integridade” e “completude”, e geralmente está ligada aos animais sacrificais que deveriam ser apresentados “sem defeito”, isto é, completos, sem mancha nenhuma ou imperfeição (cf. Levítico 1:3, 10; 3:1, 6, 9; etc.). É quase como se o texto estivesse comparando esses dois homens a dois animais: um selvagem e brutal, semelhante a um urso, talvez, e o outro manso e doméstico, como uma ovelha. Essa dinâmica dos animais é claramente vista no texto, que apresenta Esaú como alguém independente e que age por instinto, visando à sua própria sobrevivência, e, por outro lado, Jacó é aquele que vive nas tendas como um animal doméstico, cuja vida é dependente da segurança e do cuidado externo fornecido por seu dono, o pastor (cf. Gênesis 4:20).

 

3 CULTURA OU REVELAÇÃO DIVINA?

 

Semelhante ao que ocorreu na história de Caim e Abel, o conflito se instalou ali porque um deles possuía as qualidades do escolhido que Deus procurava, ligadas ao caráter, enquanto o outro, por sua vez, possuía a prerrogativa tradicional-cultural de um escolhido – a primogenitura. Todas essas informações e detalhes introdutórios são explicações antecipatórias para que o leitor entenda a razão por trás dos eventos que estão prestes a suceder na história do conflito Esaú-Jacó.

O cabeçalho que começa essa seção: “são estas as gerações [toldot] de Isaque” (Gênesis 25:19), tem como objetivo falar sobre Jacó, aquele que se tornaria o detentor da promessa dada a Abraão. Repetindo o mesmo estilo de Gênesis 11:27, que inicia com as “gerações de Terá”, mas apresenta a história de Abraão, personagem-chave escolhido por Deus, logo, o descendente principal nessa linhagem.

Assim, o que ocupa a narrativa de Jacó é a transformação de um homem que foge constantemente e que, como seu avô e sua mãe, usa seus próprios meios para alcançar os planos de Deus sobre sua vida, em um homem humilde, piedoso e experiente.

 

4 AMOR AO DINHEIRO OU DESEJO PELAS BENÇÃOS DIVINAS?

 

Agora, é notável que o grande afã de Jacó foi, pelo menos incialmente, obter o direito de primogenitura. No antigo Oriente Médio, o filho homem mais velho adquiria privilégios que geralmente envolviam direitos sobre a herança familiar em relação aos demais filhos. Na cultura bíblica, porém, um bekhor (“primogênito”), fosse ele humano, animal ou mesmo das hortaliças, pertencia a Deus (cf. Gênesis 4:4; Êxodo 13:13, 15; Números 3:40, 41). Nahum Sarna, teólogo judeu, menciona que um primogênito era visto como tendo um status sagrado, por isso pertencia a Deus, o que lhe conferia uma posição cúltica e espiritual privilegiada. Por isso, posteriormente, esse status foi transferido do primogênito para todos os descendentes da tribo de Levi, sendo que os primogênitos deviam ser resgatados desse estado. (1)

Diante dessa perspectiva, entende-se que a busca de Jacó não estava concentrada nos privilégios da herança, mas na bênção patriarcal que lhe conferiria os direitos espirituais da linhagem escolhida (Gênesis 35:2-15; 48:3-21; 49:1-28), diferentemente de Esaú que, por outro lado, parecia nutrir mais interesse pelas posses advindas do privilégio de ter nascido primeiro.

Esse interesse é observado na raiva e no desejo de vingança nutrido por Esaú mesmo 20 anos depois, quando foi notificado de que seu irmão retornava a Canaã. Jacó, por sua vez, imbuído de medo e arrependimento pelo que ocorrera 20 anos antes, enviou a Esaú presentes contendo muitos bens e posses, com o objetivo também de tornar claro que ele não tinha interesse nenhum nas questões de herança (Gênesis 32:13-21); seu retorno era pela busca da paz e do perdão e não por demandas materiais de primogenitura. Além disso, no épico reencontro entre os irmãos é nítida a cosmovisão de vida de cada um. Enquanto Esaú disse a Jacó que possuía muitos bens (yesh li rav; Gênesis 33:9), Jacó respondeu que Deus havia sido gracioso para com ele, portanto, ele tinha tudo de que precisava (yesh li kol; Gênesis 33:11).

 

5 O QUE MARCA NOSSA TRAGETÓRIA E SUAS FASES SÃO OS ENCONTROS COM DEUS E SUAS REVELAÇÕES ESPECIAIS A NÓS.

 

Mas a história de Jacó como patriarca independente começa a partir do momento em que ele deixa Canaã para se exilar em Harã. Por toda a sua trajetória, e os desafios que ele precisaria enfrentar, seu caráter seria refinado pela experiência.

Ambos os episódios centrais de sua jornada, sua partida e seu retorno, são marcados por um encontro teofânico. A partir do primeiro momento, temos o fim dos episódios Esaú-Jacó para entrar em uma nova fase: a vida de Jacó. Sob a incerteza da desgraça que ele havia acabado de cometer, ele seguiu sem respostas, sem nada e sem ninguém.

 

6 IMPERFEITOS, MAS REMIDOS!

 

O texto de Gênesis 28:10, que marca sua partida (vayetse), é o mais sucinto possível. Não há necessidade de recontar nomes de parentes nem detalhes adicionais, como nos versos 1 a 5. O foco agora não estava em quem ele encontraria em Harã, mas em Quem iria encontrá-lo pelo caminho. A distância de Berseba a Harã é de quase mil quilômetros. Aparentemente sem camelo, cavalo ou qualquer outro meio de locomoção, Jacó deve ter levado um longo tempo para chegar até lá a pé. Mas a história narra apenas dois dias e um lugar em que ele parou e repousou. Durante esse repouso, em sonho, Deus falou com ele pela primeira vez.

A imagem da escada é semelhante às escadas dos zigurates que se destinavam a ligar a Terra com o Céu, onde os sacerdotes pagãos precisavam subir a fim de adorar e conhecer a vontade dos deuses. Na escada de Jacó, contudo, não são os homens, mas Deus e Seus servos celestiais que descem até a humanidade a fim de auxiliá-la. Na solidão de sua jornada, em meio às incertezas sobre o futuro que o aguardava, Jacó foi confortado pelo Deus que ele tanto tinha interesse em servir. Em nenhum momento Deus o repreendeu por seu comportamento prévio, mas confirmou Sua bênção sobre ele e lhe deu esperança para seguir em frente na certeza de que Ele não o abandonaria. E nesse momento, Jacó se uniu à aliança feita com Isaque e Abraão. Repetindo as mesmas palavras dadas a Abraão (Gênesis 12:1-3), a Jacó foi dado o entendimento de que, em lugar de buscar ou receber as bênçãos, ele precisava ser uma bênção (Gênesis 28:14).

Em resumo, Jacó foi mais um personagem cheio de imperfeições, mas que era perfeito (tam) aos olhos de Deus porque possuía um coração submisso. Por isso, ele foi escolhido para a realização de Seu plano de salvação. Deus poderia começar um novo mundo do zero, mas Ele escolheu trabalhar com criaturas falhas como nós para nos dar a oportunidade de também fazer parte desse projeto. Não importa quão indigno você se sinta, Deus conta com você e sabe que pode moldá-lo para que você seja o melhor que pode ser. Ele escolheu uma família na história humana através da qual Ele faria a entrada de Si mesmo na humanidade. No fim das contas, Deus acaba sendo, através de Jesus, o único ser humano plenamente fiel, o que Ele planejou que fôssemos, mas que não conseguimos ser. E é Nele, com Ele e por meio Dele que “somos mais que vencedores (Romanos 8:37).

Referências:

(1) SARNA, Nahum M. Genesis. The JPS Torah Commentary. Philadelphia, PA: Jewish Publication Society, 2001, p. 181.

 

 

FONTE

 

Lição da Escola Sabatina, 2° Trimestre de 2022. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, Brasil

 

INSPIRAÇÃO JUVENIL 2000-028 - FUGINDO DO URSO

Sara e Tim estavam acampando num fim de semana, numa região remota do Estado de Minnesota. Enquanto Sara preparava o almoço na barraca, Tim foi buscar lenha no bosque. De repente, um urso o atacou, ferindo gravemente seu braço. Ele conseguiu livrar-se do animal e começou a correr em direção ao lago, mas antes de chegar caiu desmaiado. Sara sabia que tinha que distrair o urso, então pegou a panela mais próxima e começou a bater nela com toda força. O urso parou para olhar para ela, e em seguida, para seu horror, começou a caminhar na direção dela.

Ela correu para dentro da floresta pensando que estaria mais segura numa árvore do que no lago frio. O urso a seguiu. Ela subiu pelos galhos da árvore mais próxima, e chegou ao topo da mesma. O urso a seguiu, mas para seu alívio, parou de escalar antes de alcançá-la. Sem querer arriscar-se, temendo que isto a colocasse em maior perigo, ela ficou parada até que o urso perdeu o interesse e desceu da árvore.

Àquela altura, Tim havia encontrado forças para chegar até a água. Perdendo o rastro de Tim e incapaz de alcançar Sara, o urso sumiu na floresta, dando ao casal tempo de levantar acampamento e cruzar o lago à procura de um lugar mais seguro. Às vezes achamos que a mentira pode ser uma opção segura para fugir dos problemas. Mentimos para "livrar nossa cara" ou para evitar uma punição, mas mentir não nos faz sentir seguros.

Às vezes podemos ser desonestos com as pessoas sem nos "dar mal", mas nunca podemos mentir para Deus. Ele conhece o nosso coração. "[As pessoas] olham para a aparência, mas Eu vejo o coração." 1 SamueI16:7.

Deus é a única Pessoa com quem você pode se abrir completamente. Você pode lhe dizer que está bravo com Ele, ou que não está arrependido por algo grosseiro que disse a alguém. Pode Lhe dizer o que vai no seu coração, e mesmo assim Ele o amará e aceitará, porque Ele o criou. E mais: tornando-se amigo de Deus, você viverá uma vida na qual não terá que mentir. Ao praticar dizer a verdade, a honestidade se tornará uma segunda natureza, e você respeitará a si mesmo. Tente!

 

Pr. Marcelo Augusto de Carvalho 2023 Artur Nogueira SP Brasil

 

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