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A VOZ DA PROFECIA – MONTANO DE BARROS

 

51-O SACRIFÍCIO DE JESUS

 

52-A RESSURREIÇÃO DE JESUS

 

53-A ASCENSÃO DE JESUS

 

54-JESUS COMO INTERCESSOR

 

55-O ESPÍRITO SANTO NO CORAÇÃO

 

56-FÉ ARREPENDIMENTO E CONFISSÃO

 

57-DONS ESPIRITUAIS

 

58-O EXEMPLO DE DANIEL

 

59-COMO MANTER UM CASAMENTO

 

60-PERGUNTA DOS OUVINTES

 

61-UM DEUS QUE SE REVELA

 

62-UMA CARTA ESCRITA POR DEUS

 

63-O PODER QUE TRANSFORMA

 

64-COMO ESTUDAR A BÍBLIA

 

65-OS ANJOS DE DEUS

 

66-CRISTO É O CAMINHO

 

67-A ESPERANÇA CONSOLADORA

 

68-AMANHÃ MARAVILHOSO

 

69-AGUARDANDO PREPARADOS


 


 

51

O SACRIFÍCIO DE JESUS

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Na carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 6:7, lemos: “de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.”

A lei da semeadura e da colheita é uma lei universal que tem atravessado e permanecido ao longo da história humana. Existe desde o começo do mundo. Se Adão e Eva tivessem semeado obediência, confiança e fidelidade à Palavra de Deus, colheriam vida eterna. Se semeassem a desobediência e desconfiança, colheriam a morte. Tristemente Adão e Erva desobedeceram a Deus e pecaram. E tendo pecado, estavam destinados a viver uma vida cheia de dores e sofrimentos e por fim a morte. Essa condição eles passariam para todos os seus descendentes, e foi assim que aconteceu. O mesmo seria verdade, caso tivessem obedecido. Seus descendentes estariam livres para sempre do pecado e do tentador.

Antes mesmo de criar a Terra, Deus sabia da possibilidade do homem se tornar pecador. A Trindade, reunida em conselho, fez o plano para a salvação dos seres humanos, caso viessem a pecar. O pecado traria, como conseqüência a morte. E Jesus, o Filho de Deus, se apresentou para morrer em lugar do homem pecador.

Vindo revestido de humanidade, Jesus pagou com Sua própria vida o preço terrível do pecado. Descrevendo o desprendimento de Cristo, o apóstolo Paulo assim se expressa: “Tenho em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus; pois Ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes a Si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a Si mesmo se humilhou, tornando-Se obediente até a morte e morte de cruz” (Filipenses 2:5-8).

Amigo ouvinte, Jesus se tornou o servo sofredor das profecias do Antigo Testamento. Sofreu as dores da humanidade. A morte na cruz do calvário estabeleceu para sempre a garantia de perdão e vida a todos aqueles que aceitam a Cristo como Salvador.

A morte de Jesus foi expiatória e vicária. Foi expiatória porque eliminou a culpa que o pecado de Adão e Eva impôs a humanidade. A vida santa, justa e sem pecado de Cristo, O habilitou a ser o sacrifício expiatório, para livrar a humanidade da culpa e da mancha do pecado. A morte de Jesus é vicária pelo fato de ser em substituição aos pecados dos que deveriam morrer. O sacrifício de Jesus substituiu a eliminação da humanidade pelo fato de Jesus suportar sobre Si os pecados de todos. O profeta Isaías, descrevendo o sofrimento do Messias, escreveu: “Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído por nossas iniqüidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós... porquanto derramou a Sua alma na morte e levou sobre Si o pecado de muitos”  (Isaías 53:5,6 e 12).

Esses versos de Isaías nos ajudam a compreender o efeito viário, ou seja, de substituição da morte de Cristo. Os pecados e as culpas que nos mancharam podem ser transferidos para Aquele que suportou os pecados da humanidade e nos torna puros e perdoados. Antes de Jesus vir a esta Terra, esse processo foi realizado nas cerimônias em que morria o inocente cordeirinho para quem eram transferidos os pecados do pecador arrependido.

Talvez você pergunte agora: “Mas, pastor, porque foi necessário que Jesus morresse?”  Ao criar Adão e Eva, Deus os dotou com uma para o bem e com a capacidade natural de obedecer. Ao caírem na armadilha de Satanás, a natureza humana se corrompeu e perdeu a capacidade natural de obedecer a Deus. Além disso, o homem não possuía poder em si mesmo para eliminar a culpa e as conseqüências que o pecado trouxe a toda a raça.

A justiça divina previa a morte como resultado natural do pecado. Este não é um ato de vingança da parte de Deus, mas um fato natural. Compreendendo que só existe vida na Fonte de vida, que é Deus, e que o pecado é separação de Deus, ao ter pecado, o homem perdeu também a vida.

Ilustrando este aspecto, é como desconectar da rede elétrica qualquer aparelho eletrodoméstico. A única condição para o seu funcionamento é estar ligado à rede, a fonte de energia.

Da mesma maneira, o homem só poderia conservar a vida que Deus lhe havia dado enquanto permanecesse ligado a Fonte de Vida que é o próprio Deus. O pecado desconectou o homem de Deus, e por isso, veio a morte e esta passou a todos os seres.

A única maneira de tornar ligar o homem a Deus era se Alguém viesse e pudesse vencer onde Adão e Eva haviam falhado. Quem conseguisse essa vitória, estaria em condições de pagar o preço pelo pecado de Adão e de toda a humanidade. Foi aí que Jesus se ofereceu para vir salvar o homem.

Ao viver uma vida santa, irrepreensível, sem pecado, Jesus mostrou como  Adão poderia ter obedecido às leis de Deus. Com Sua vida justa, Jesus satisfez a justiça divina que pede obediência às leis eternas. Uma etapa havia sido vencida. A outra etapa seria o pagamento do preço do pecado de Adão e Eva e de toda a humanidade. Este preço era a própria vida. Jesus então morreu, satisfazendo a justiça eterna que seria a morte como conseqüência do pecado.

A morte de Cristo satisfez  a justiça de Deus. O preço do pecado estava pago. Da mesma maneira como Adão e Eva haviam pecado e todos se tornaram pecadores, pela morte de Cristo, todos agora tem direito à vida.

Amigo ouvinte, o amor de Deus deve ser amplamente exaltado pois se Sua justiça pedia a morte do pecador, Seu amor faz todas as provisões necessárias para dar esperança de vida a todos quantos crêem no Seu Nome.

Desta maneira, era necessário que Alguém pagasse com a vida pelo pecado. O homem condenado a morrer, não poderia reverter esta situação. Portanto, era necessário que Cristo, pois foi Ele que se dispôs, morresse para que o homem pudesse viver para sempre na companhia de Deus novamente.

Esta ampla provisão de vida feita por Deus em Cristo está a sua disposição agora.


 


 

52

A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Desde o momento em que Jesus foi colocado no sepulcro de José, as horas se escoavam lentamente. No primeiro dia da semana, pouco antes do amanhecer, Cristo continuava prisioneiro em Seu estreito sepulcro. A grande pedra posta à entrada do túmulo estava em seu lugar, bem como o selo romano e a guarda sentinela.

Estavam também ali vigias invisíveis. Hostes de anjos maus se achavam reunidas em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, o príncipe das trevas teria mantido fechado para sempre o túmulo que guardava o Filho de Deus. Uma hoste celeste, porém, circundava o sepulcro. Anjos magníficos em poder O guardavam, esperando o momento de saudar o Príncipe da vida.

E o evangelista relata: “E eis que houve um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou. E o seu aspecto era como um relâmpago, e o seu vestido branco como a neve” (Mateus 28:2 e 3).

Vestido com a armadura de Deus este anjo deixou as cortes celestiais. Os brilhantes raios da glória divina o precediam, iluminando o caminho. Ao chegar ao sepulcro, os bravos soldados são agora como indefesos cativos aprisionados sem espada nem lança. O rosto que contemplam não é um guerreiro mortal; é a face do mais poderoso dos anjos das hostes do Senhor. É o mesmo que nas colinas de Belém proclamara o nascimento de Cristo.

A Terra treme à Sua aproximação. Os soldados o vêem removendo a pedra como se fosse um cascalho o ouvem-no proclamar: “Filho de Deus, ressurgi! Teu Pai te chama!” Vêem Jesus sair do sepulcro e ouvem-No proclamar sobre o túmulo aberto: “Eu Sou a ressurreição e a vida”.  Ao ressurgir Ele em majestade e glória, a hoste angelical se prostra perante o Redentor em adoração, saudando-O com hinos de louvor.

Um terremoto assinalara a hora em que Jesus depusera a vida. Mateus afirma que o “véu do templo se rasgou de alto a baixo, e tremeu a Terra, e fenderam-se as pedras. E abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados. E saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dEle, entraram na cidade Santa e apareceram a muitos” (Mateus 27:51 a 53).

Agora, ao ressurgir, outro terremoto indicou o movimento em que retomou Sua vida em triunfo. Aquele que venceu a morte e a sepultura, saiu do túmulo como vencedor por entre o cambalear da Terra.

Ao morrer Jesus, tinham os soldados visto a terra envolta em trevas ao meio-dia; ao ressurgir, porém, viram o resplendor dos anjos iluminando a noite. Que contraste espetacular! Cristo saiu do sepulcro glorificado, e a guarda romana O contemplou. Seus olhos fixaram-se no rosto dAquele a quem, há tão pouco, haviam ridicularizado e zombado. Neste Ser glorificado, viram o prisioneiro que tinham contemplado no tribunal, para quem haviam tecido uma coroa de espinhos. Era o mesmo que pouco antes, estivera sem resistência em presença de Pilatos e Herodes; Aquele que fora pregado na cruz e deposto no sepulcro de José. O decreto do céu, libera o cativo. Montanhas amontoadas sobre montanhas em cima de Seu túmulo não poderiam impedi-Lo de sair.

Quando foi ouvida no túmulo de Cristo a voz do poderoso anjo, dizendo: “Teu Pai te chama!”o Salvador saiu do sepulcro pela vida que havia em Si mesmo. Provou-se serem verdadeiras as Suas palavras: “Dou a Minha vida para tornar a tomá-la... Tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la” (João 10:17 e 18).

Sobre o arrebentado sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: “Eu Sou a ressurreição e a vida”.   Estas palavras só poderiam ser pronunciadas pela divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade de Deus. Do mais elevado anjo ao mais humilde ser humano, todos são providos da Fonte da vida. Unicamente Aquele que era Um com Deus podia quebrar as algemas da morte.

Cristo ressurgiu dos mortos como um símbolo dos que dormem. Sua ressurreição é o tipo e a garantia da ressurreição de todos os justos mortos. Foi por isso que Paulo, no finalzinho da primeira carta aos tessalonicenses, escreveu: “Porque se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele” (4:14).

O terremoto por ocasião da morte de Cristo, abriu o sepulcro de muitos mortos que haviam colaborado com Deus e à custa da própria vida tinham testemunhado da verdade. Agora eram testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos.

Durante Seu ministério, Jesus ressuscitara mortos. Fizera reviver o filho da viúva de Naim, a filha do líder Jairo, e também o amigo Lázaro. Estes, embora houvessem sido ressuscitados, estavam ainda sujeitos à morte.

Porém, estes que ressurgiram saíram da sepultura para a vida eterna com Cristo. Eles entraram na cidade e apareceram a muitos declarando: “Jesus ressurgiu dos mortos e nós ressurgimos com Ele.” Assim foi imortalizada a sagrada verdade da ressurreição.

Para os que crêem em Jesus, Ele é a ressurreição e a vida. Em nosso Salvador é restaurada a vida que se perdeu mediante o pecado. Ele possui vida em Si mesmo para vivificar a todos quantos O recebem. Cristo se acha revestido de poder para conceder a imortalidade. Ele veio para que tivéssemos vida em abundância (João 10:10).

A voz que bradou da cruz: “Está consumado”, foi ouvida entre os mortos. Ela penetrou as paredes dos sepulcros, ordenando aos que dormiam que despertasse. Assim será quando a voz de Cristo for ouvida no Céu. Ela penetrará as sepulturas e abrirá os túmulos, e os mortos em Cristo ressuscitarão.

Na morte e ressurreição do Salvador, apenas algumas sepulturas foram abertas. Mas, na Segunda vinda, todos os que Lhe forem fiéis ouvirão a Sua voz, saindo para uma vida gloriosa, imortal. O mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos, erguerá Seus filhos para uma vida sem pecado, sem dor, sem morte.


 


 

53

A ASCENSÃO DE JESUS

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Após a ressurreição de Jesus, os discípulos ficaram confusos, temerosos e um tanto desorientados. Se reuniram no Cenáculo, o mesmo aposento usado para a celebração da última páscoa. Ali, aguardavam as horas passarem para ver o que iria acontecer com eles.

O evangelho de João, no capítulo 19, versos 19 a 31, relata a interessante experiência que os discípulos vivenciaram no dia da ressurreição quando o Senhor se apresentou entre eles. Estando as portas do lugar totalmente fechadas, Jesus apareceu. Essa mesma cena se repetiu oito dias depois. Nesta segunda ocasião, Tomé estava entre seus companheiros e viu a Jesus ressurreto e creu.

Os outros evangelistas apresentam alguns lances mais desse período que, de acordo com o livro de Atos, capítulo 1:3, foi de 40 dias. Esse curto espaço de tempo Jesus usou especialmente para confirmar a fé dos discípulos mais chegados e lhes passar instruções especiais quanto ao que deveriam fazer após Sua partida.

E foi assim que Se achando a um passo de voltar ao Seu trono celestial, Jesus deu novamente aos discípulos a grande comissão evangélica, registrada por Mateus, no capítulo 16:15: “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” 

Esta comissão Jesus havia transmitido aos Seus discípulos quando juntos haviam estado no cenáculo. Um maior número de Seus seguidores deveria ouvir isso também. A reunião aconteceu na Galiléia. Paulo, em primeira aos Coríntios, capítulo 15:6 diz que desta vez Cristo foi visto por mais de 500 irmãos. Para essa reunião, o próprio Cristo, antes de Sua morte, designara o tempo e o lugar (Mateus 26:32). O anjo no sepulcro, relembrara os discípulos de Sua promessa de os encontrar na Galiléia (Marcos 16:7). Essa notícia se espalhara entre os seguidores do Mestre e com vivo interesse aguardavam esse encontro. Vindos de várias direções, dirigiram-se ao lugar da reunião.

Reunidos em pequenos grupos na encosta da montanha, buscavam saber tudo quanto era possível dos que tinham estado com Jesus após a ressurreição. Os onze discípulos testemunhavam do que haviam visto e ouvido. Tomé lhes contava a história de sua incredulidade e dizia como suas dúvidas haviam se dissipado.

 

Então achou-Se Jesus no meio deles. Em Suas mãos e pés divisaram os sinais da crucifixão. Seu semblante irradiava uma glória especial. Esta foi a única entrevista com muitos crentes, depois de Sua crucifixão.

As palavras de Cristo na encosta da montanha foram o anúncio de que Seu sacrifício em favor do homem era pleno, completo. As condições para expiação haviam sido cumpridas. Concluíra a obra para qual viera ao mundo. E agora se achava no caminho de volta ao trono celeste. E, então, revestido de ilimitada autoridade repetiu a todos a comissão dada aos 11 discípulos: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:19 e 20).

Atos 1:6 a 8 confirma que antes de deixar Seus discípulos Cristo declarou positivamente a natureza do Seu reino. Disse-lhes não ter sido Seu desígnio estabelecer no mundo um reino temporal, mas sim espiritual. Não haveria de governar como rei terrestre no trono de Davi. Cristo lhes mostrou que tudo quanto havia acontecido fora predito nas Escrituras através dos ensinos dos santos profetas.

Jesus ordenou, então, que os discípulos iniciassem a obra em Jerusalém. Mas não deveriam parar por aí. Deveriam espalhar as boas notícias de salvação em todos os lugares, até os confins da Terra. Prometeu que receberiam o poder do Espírito Santo para que pudessem fazer, em nome de Jesus, os mesmos sinais e maravilhas.

Depois dessa grande reunião, Jesus estava pronto para as despedidas. Os discípulos já não relacionavam mais a Jesus com a cruz e o sepulcro. Para eles, Cristo era agora um Salvador vivo.

Como local de Sua ascensão, Jesus escolheu o Monte das Oliveiras, tantas vezes consagrado por Sua presença. Com os discípulos, foi para lá. Com as mãos estendidas, em posição de bênção, subiu lentamente dentre eles.

Lucas narrou assim a ascensão de Jesus: “E quando dizia isto, vendo-O eles, foi elevado às alturas e uma nuvem O recebeu, ocultando-O, a seus olhos. E estando com os olhos fitos no Céu, enquanto Ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens de branco, os quais lhes disseram:  Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o Céu O vistes ir”  (Atos 1:9 a 11).

Cristo subiu aos Céus na forma humana. Os discípulos viram a nuvem ocultá-Lo. O mesmo Jesus que andara e falara e orara com eles. Aquele que partira com eles o pão e que há pouco havia subido ao Monte, esse mesmo Jesus fora agora partilhar do trono do Pai.

Os discípulos voltaram para Jerusalém e já não mais se lamentavam, antes sim, estavam cheios de louvor e gratidão a Deus. Com regozijo contavam a maravilhosa história da ressurreição de Cristo e de Sua ascensão ao Céu. Não tinham mais qualquer desconfiança do futuro. Sabiam que Jesus estava no céu e que continuariam a ser objetivo de Seu compassivo interesse.

Ao Jesus retornar ao Céu, Ele conservou Sua forma humana. Em Suas mãos e pés permanecem o sinal do Seu sofrimento. Este é um laço que jamais se partirá.  Foi por isso que disse: “... Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus” (João 20:17). A família no Céu e a família na Terra, são uma só. Para nosso bem subiu nosso Senhor, para nosso bem Ele vive! E, muito breve, voltará segunda vez!


 


 

54

JESUS COMO INTERCESSOR

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

 A Bíblia não deixa dúvidas de que Jesus voltou para o Céu, para junto do Pai, cerca de 40 dias depois da ressurreição. Na carta aos Hebreus, capítulo 4, versículos 14 a 16, encontramos uma descrição do trabalho de Jesus no reino celestial: “Visto que temos um grande Sumo Sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que como nós, em tudo foi tentado mas sem pecado, chegamos pois com confiança ao trono da graça para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

Jesus subiu ao Céu para cumprir um papel fundamental no plano divino para a salvação da humanidade. O sacrifício de nosso Senhor foi completo e suficiente. No entanto, é preciso que Jesus aplique os benefícios de Sua morte em favor do ser humano. O Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, assumiu o lugar de Cristo aqui na Terra junto aos homens. É o Espírito Santo que move o coração da humanidade para aceitar a salvação.

Tudo o que Jesus fez durante a Sua vida terrestre, Seu sofrimento, Sua morte e ressurreição, Sua ascensão gloriosa e Seu ministério em favor da humanidade junto ao trono do Pai, não terá validade se o indivíduo não O aceitar como Salvador.

A cada ser humano compete a solene decisão de escolher seu caminho. Não basta conhecer a Jesus no sentido de saber que Ele existe. Não adianta declarar-se cristão e leva-Lo em uma gravura ou imagem. É necessário, isto sim, que O aceitemos, e recebamos em nossa vida os méritos de Seu sacrifício e de Sua intercessão.

Esta decisão é individual. O marido não pode escolher pela esposa. Os pais, não podem obrigar seus filhos a seguirem uma direção. Uma pessoa não pode forçar seu melhor amigo. Podemos falar e contar de nossa experiência; podemos motivar os outros; mas a escolhe cabe a cada um.

Amigo ouvinte, Jesus neste momento está intercedendo por você e por mim. Jamais Ele cessa de apresentar diante do trono de Deus cada caso que Lhe é entregue. Em Hebreus 7:25 nós lemos que Jesus “pode salvar perfeitamente os que por Ele se achegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”  Esta é a certeza que o Senhor nos oferece. Não há caso que Ele não possa resolver.

Muitas pessoas pensam que não há mais solução para sua vida. Envolveram-se em tantos problemas, que parece impossível uma saída, uma resposta. Mas, não há pecado que não possa ser perdoado, exceto o pecado de não se desejar o perdão. Jesus nos afirma que está continuamente, em qualquer lugar, sob quaisquer circunstâncias, Ele sempre – esta é a palavra, SEMPRE, intercederá por você, se este for o teu desejo.

Quando nos apropriamos da graça de Cristo, os efeitos de Sua mediação sobre a nossa vida envolve não só o recebimento do perdão para os nossos pecados, mas também poder para viver uma vida sem pecados.

Ao Jesus apresentar diante do Pai os méritos de Sua vida santa, sem pecado, e as marcas de Seu sacrifício, Deus nos aceita da mesma maneira como aceitou Seu Filho. Somos considerados pelo Pai, da mesma maneira como o Pai considera o Filho. Isto significa que Deus olha para nós como se estivesse olhando para Jesus. Ele então vê nossos pecados e fraquezas para nos condenar. Mas vê alguém por quem Seu Filho deu a vida, alguém que necessita da salvação.

E há ainda uma coisa maravilhosa nisso tudo. Jesus é o nosso intercessor. O homem necessita recorrer a outros seres humanos para se aproximar de Deus. Paulo, escrevendo a Timóteo afirma: “Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, a saber, Jesus Cristo, homem” (2:5).

Isto significa que não dependemos da atuação de quaisquer outros seres humanos para sermos recebidos por Deus e obtermos dEle perdão e aceitação.

Quando pecou, o homem ficou separado de Deus. Quando veio Jesus, e deu Sua vida por nós, e então voltou ao Céu, Ele se tornou como uma ponte cobrindo o abismo aberto pelo pecado. O caminho para Deus só pode ser trilhado através de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Um dos mais lindos versos dos evangelhos se encontra em João 14:6. Jesus, respondendo a pergunta de Tomé para saber o caminho para onde ia Jesus:

“Eu Sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.”

Nessa resposta, o Senhor estabeleceu uma das máximas do cristianismo. Jesus é o caminho! Ele é o elo de ligação entre a humanidade e a divindade. Não há outro meio. Milhares de pessoas buscam por diferentes maneiras encontrar um estado de felicidade, de bem-estar, de paz. Mas isto só pode ser encontrado e perpetuado no reatar das ligações com Deus. E para fazer esse religamento, nós precisamos aceitar o que Jesus fez por nós.

É interessante notar que esse é o próprio sentido e significado da religião. Religião quer dizer religamento. Refazer uma ligação que foi cortada ou interrompida. E o único que pode religar o homem a Deus é Jesus, nosso Amigo e Salvador.

Quando aceitamos voltar para Jesus pelo único caminho que nos leva de volta a Ele, Jesus, temos também certeza de encontrar a verdade. Quantas pessoas vivem iludidas por mentiras e falsidades. Gastam uma vida inteira crendo e confiando em enganos. Outros gastam sua vida filosofando acerca do que é a verdade e onde encontrá-la. Quando aceitamos a Jesus, quando cremos que Ele é o Caminho que nos conduz para Deus, podemos estar certos também, que Ele nos guiará para a verdade. A verdade não é uma teoria, não é algo abstrato, filosófico. A verdade é Jesus.

É interessante como as coisas se ligam naturalmente. Quando aceitamos ao Senhor, Ele nos guia por um Caminho verdadeiro que nos conduz à vida. Isto significa que, seguindo os passos de Jesus, tal como está na Bíblia, trilharemos por um caminho verdadeiro, que dá significado e sentido a vida!


 


 

55

O ESPÍRITO SANTO NO CORAÇÃO

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Todos sabemos que as Escrituras falam de Deus, o Pai celestial, do Filho, Jesus Cristo e também do Espírito Santo. Quem quer que leia a Bíblia do princípio ao fim sabe que o Espírito Santo é introduzido já no primeiro capítulo do divino livro. Sabemos que o Espírito Santo falou pelos profetas do Velho Testamento. Na verdade, todos os livros da Bíblia Sagrada foram escritos por homens de Deus “movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:21).

Antes de voltar para o Céu, Jesus disse aos Seus discípulos que não os deixaria sós, mas iria enviar “outro Consolador... o Espírito da verdade” (João 14:16 e 17). Esta foi a grande promessa de enviar o Espírito Santo para assumir a liderança da igreja. E quando viesse o Consolador, Ele testificaria de Cristo (João 15:26). O Espírito Santo está sempre operando no sentido de chamar a atenção dos homens para Jesus, para a grande oferta sacrifical e expiatória que Ele fez na cruz do Calvário.

Que é o Espírito Santo para nós pessoalmente? Para que melhor entendamos a Sua obra em nossa vida, as Escrituras usam diversos emblemas ou símbolos do Espírito. A água é um deles (João 7:37 a 39). A água lava e refrigera. Ela é absolutamente necessária à vida e Deus nos dá em abundância. Assim é o Espírito Santo. O fogo é outro símbolo (Atos 2:2-4; Mateus 3:11). O fogo purifica, aquece, ilumina.

Também o vento é símbolo do Espírito Santo (João 3:8). O vento é poderoso e vivificante. Outro símbolo do espírito é o óleo, que cura e refrigera (Isaías 61:1; Lucas 4:18). Também chuva e orvalho que fertilizam e refrescam (Deuteronômio 32:2; Miquéias 5:7). Também a pomba é símbolo do Espírito Santo, por ser dócil, mansa, inofensiva (Lucas 3:33).

Vamos destacar um pouco mais a água como símbolo do Espírito, segundo lemos em João 7:37 a 39. Jesus assistia a uma das três grandes festas dos judeus em Jerusalém, a Festa dos Tabernáculos. Em cada um dos dias dessa festa, aos primeiros raios da aurora e em meio ao som de trombetas, um sacerdote trazia ao templo uma ânfora com água da fonte de Gion. Erguendo alto o vaso, ele o conduzia ao templo e derramava numa bacia de prata, junto ao altar do holocausto, de onde ela corria, através de canos de drenagem, para o ribeiro de Cedrom. “Essa representação de água consagrada representava a fonte que, a mando de Deus, brotara da rocha para saciar a sede dos filhos de Israel no deserto. Então, irrompiam os júbilos acentos: ‘Eis que o Senhor Jeová é a minha força e o meu cântico’; ‘com alegria tirareis águas das fontes da salvação’.” (Isaías 12:2 e 3 – DTN, p. 336).

No último dia dessa festa, quando se realizava essa cerimônia, Jesus chamou a atenção do povo para o fato de que trazia para eles a água da vida. Lemos: “... levantou-Se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto Ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nEle cressem” (João 7:37-39).

Note: “Quem crer em Mim... do seu interior fluirão rios de água viva”. Cremos nós, realmente, em Jesus?  Se cremos, então devemos mostrar a obra do Espírito em nós, expressa num reto viver e fluindo em bênçãos para os outros.

Numa das viagens de Jesus da Judéia para a Galiléia, o Salvador parou junto ao poço de Jacó, na província de Samaria. Esse poço ainda existe e é uma atração turística da Palestina. Enquanto aí estava, cansado do caminho e sedento – isso aconteceu aproximadamente ao meio-dia – uma mulher que não tinha uma vida moral limpa se aproximou do poço para tirar água. Jesus pediu à mulher que Lhe desse de beber. Ela se recusou atender e perguntou: “Como, sendo Tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana...?”  Os judeus, naquele tempo, não se comunicavam com os samaritanos. Mas Jesus não respondeu a pergunta da mulher, mas disse: “Se conheceres o dom de Deus e quem é o que te pede: Dá-Me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva” (João 4:10).

“Senhor”,  respondeu a mulher, “Tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens água viva?”  Apontando para o poço, de cuja água muitas gerações beberam, mitigando a sede, Jesus disse: “Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe der será nEle uma fonte a jorrar para a vida eterna.”  (versos 13 e 14).

O Salvador continuou falando com essa mulher e deu para ela a água celestial, a água viva. De tal maneira lhe satisfez os anseios da alma, que ela deixou o seu cântaro junto ao poço e foi à cidade contar o que lhe acontecera.

Como resultado do seu relatório, a maioria dos habitantes da cidade saiu e foi ter com Jesus. Muitos deles se converteram.

E você, amigo ouvinte, já bebeu dessa água viva? Já experimentou? Tens no coração o Espírito Santo?

As coisas desta vida não satisfazem plenamente. Você sempre sentirá sede novamente. Por isso é preciso que bebamos da água celestial dada por Cristo, o Espírito Santo.

O Espírito Santo viria para iluminar, para guiar à verdade contida na Bíblia, para convencer do pecado, para levar o pecador a Cristo. No que crê em Cristo Ele cria nova natureza, que se alegra na justiça. Porque a norma da justiça, do reto viver, está contida no divino livro, o Espírito Santo sempre leva às Escrituras, nos leva a viver os ensinos da Bíblia. Ele nos leva a aborrecer o que degrada, e amar o que edifica, o que aproxima de Deus. Em todo o tempo e em todo o lugar o Espírito Santo nos fala ao entendimento, mostrando o que é certo e o que é errado, segundo o ensino das Escrituras.

Permita que o Espírito Santo ocupe completamente sua vida e passe a ser uma fonte que jorre para a vida eterna.

 


 


 

56

FÉ, ARREPENDIMENTO E CONFISSÃO

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Temos estudado em nossos programas a atitude de Deus em relação à humanidade. Vimos como o Senhor está empenhado na salvação do ser humano. Temos também constantemente enfatizado que o homem foi criado com liberdade de escolha e, portanto, é livre para aceitar ou não o plano divino da redenção.

No programa de hoje quero falar sobre a resposta positiva que podemos dar a Deus. Hebreus 11:6, diz: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam.”

Portanto, o primeiro ingrediente da resposta humana é fé. O próprio capítulo 11 de Hebreus provê alguns conceitos do que possa ser a fé. Todavia não estamos interessados tanto em definições quanto em compreender como é que a fé atua.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios 2:8, assim se expressou: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Ligando essa declaração com Gálatas 5:22 onde a fé é incluída como fruto do Espírito compreendemos claramente que o homem não pode por si mesmo crer e confiar em Deus.

A salvação da humanidade é um ato da graça divina. Deus tomou todas as providências para assegurar aos seres humanos a certeza da salvação. Cabe ao homem aceitá-la ou rejeitá-la. Porém, embora Deus não force as decisões de Seus filhos, o Espírito Santo atua no coração humano convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8).

Muitas vezes os homens ficam convencidos de sua condição pecaminosa e para aceitar a salvação necessitam fé para crer e confiar em Deus. A única coisa que o homem precisa, a fé, não vem de si mesmo. É dom de Deus. É fruto do Espírito. O Espírito Santo concede o dom da fé, para todos aqueles que desejam crer e aceitar o plano da redenção.

O mérito não está no homem. O homem não é salvo pela fé. A graça de Deus é que salva a humanidade. A fé é o elemento que habilita o homem a receber em sua vida os benefícios da salvação. Então se inicia uma experiência especial. Muitos acreditam que a experiência da fé, a experiência religiosa, não passa de algo emotivo, sentimental. Quando sentem está tudo bem!! Mas a Bíblia não diz que é assim!

Paulo escreveu a cerca do arrependimento. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação da qual ninguém se arrende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (II Coríntios 7:10).

Há uma diferença clara e básica entre a tristeza segundo Deus e a tristeza do mundo. E essa diferença é que uma opera a salvação e a outra opera a morte.

A tristeza segundo Deus que opera arrependimento para a salvação, não é apenas um sentimento. Esta palavra arrependimento, é muito mais abrangente do que mudar apenas de maneira de se sentir. Você faz alguma coisa errada. Alguém lhe diz que você errou. Você então fica triste por ter errado. Isso não é arrependimento. O verdadeiro arrependimento não envolve apenas mudança sentimental. É mais amplo, profundo.

O arrependimento genuíno envolve mudança de rumo. Mudança na direção que se está seguindo. Veja a diferença. Você faz alguma coisa errada. Alguém lhe diz que você errou. Você então fica triste por ter errado e muda de atitude. Isto faz a diferença. A tristeza segundo Deus, faz com que você não só fique triste pelos seus erros, mas faz com que você mude de rumo, colocando-se num caminho em que não vai mais errar.

Há dois exemplos na Bíblia que ilustram muito bem esse fato. São exemplos de Pedro e de Judas. Os dois eram discípulos de Jesus. Judas traiu o Mestre. Mateus registra a reação de Judas diante do erro. Lemos no capítulo 27:3 a 5: “Então Judas, que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos dizendo: Pequei traindo sangue inocente. Eles porém disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele atirando para o Templo as moedas de prata, retirou-se e foi se enforcar. O que Judas experimentou? Verdadeiro arrependimento?  Não. Judas sentiu remorso pelo que havia feito. Mas não estava arrependido. A tristeza que ele sentiu foi para a morte. Judas sentia remorso pelos resultados de suas ações. Mas não estava arrependido do que havia feito; se tivesse oportunidade, repetiria a ação.

Vejamos agora o exemplo de Pedro. Como Judas, ele era um discípulo de Nosso Senhor. E, como Judas, errou negando o seu Mestre. Mateus 26:74 e 75 registra a reação de Pedro: “Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: antes que o galo cante, três vezes me negarás. E saindo dali, chorou amargamente.”

O choro de amargura de Pedro não revelava apenas tristeza pelo que havia feito. Seu amargurado pranto era o desabafo e o reconhecimento de que havia pecado e que necessitava mudar o rumo de sua vida. E Jesus vendo a sinceridade desse seu amigo, deixou um recado especial para ele, transmitido pelo anjo às mulheres que foram ao sepulcro: “Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como Ele vos disse” (Marcos 16:7).  O livro de Atos dos apóstolos contém a narrativa da mudança que aconteceu na vida desse discípulo. De um homem impulsivo e inconstante, Pedro se tornou num pregador corajoso e destemido. Experimentou o verdadeiro arrependido. Mudou o rumo de sua vida.

Já a confissão é o terceiro passo. Quando o indivíduo vê quão longe , quão errado, quão distante está de realizar a vontade de Deus, e decide viver segundo o plano divino, ele confessa a Deus todos os seus pecados e falhas. Lemos em I João 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados”.  Esta é a condição para recebermos o perdão de Deus. A confissão envolve o relacionamento com Deus e com o próximo. Devemos confessar nossas culpas e pecados a Deus, contra quem pecamos, e ao próximo que ofendemos, ou contra quem erramos.

Assim procedendo, rogando a bênção do perdão de Deus, temos a promessa e a garantia: “Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Que o Senhor Deus possa nos iluminar para que nossa compreensão se abra e possamos exercer fé, experimentar o verdadeiro arrependimento e confessar nossas culpas a Deus e esperar na doce certeza de Seu perdão.

 

 


 


 

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DONS ESPIRITUAIS

Pastor Montano de Barros

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As palavras que Jesus pronunciou antes de subir ao Céu, causaram profunda impressão no coração e mente dos discípulos. A ordem que Ele deixou foi: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” (Marcos 16:15).

Esta seria uma tarefa impossível para um grupo tão pequeno de pessoas. Porém, Jesus prometeu que eles receberiam poder do Espírito Santo para levar avante essa bandeira.

Em seguida a ascensão de Cristo ao Céu, os discípulos gastaram a maior parte de seu tempo em oração. Harmonia e humildade ocuparam o lugar da discórdia e da inveja. Sua íntima comunhão com Cristo e a unidade resultante eram a preparação necessária para o recebimento do Espírito Santo.

Assim como Jesus recebera dotação especial do Espírito Santo para realizar Seu ministério, os discípulos receberam o batismo do Espírito Santo a fim de serem habilitados a testemunhar. E os resultados foram magníficos. O que parecia impossível se tornou realidade.

Da mesma maneira que os discípulos foram capacitados a realizar a tarefa que lhes foi designada, o mesmo Espírito Santo hoje distribui Seus dons à igreja com um objetivo específico, que no dizer do apóstolo Paulo, deve ser proveitoso.

Paulo ressaltou também a importância deste assunto, dizendo que acerca dos “dons espirituais não queria que os irmãos fossem ignorantes” (I Coríntios 12:1). Portanto, o que é necessário saber sobre esse tema tão importante para os cristãos?

A resposta a essa pergunta se encontra nas explicações de Paulo aos Coríntios que estão em sua primeira carta a essa igreja, no capítulo 12.  Lemos no verso sete: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim específico.”  Nenhum dom do Espírito é dado para benefício da pessoa que o recebe. Os dons são concedidos para alcançar um determinado objetivo. Em Efésios 4:12 encontramos alguma coisa mais que nos ajuda a compreender isso. Lemos: “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço, para edificação do corpo de Cristo.”

Assim, a primeira razão pela qual são dados os dons espirituais é para edificação da igreja do Senhor. A utilização dos diversos dons na igreja e na pregação da mensagem de Deus ao mundo faz com que a obra possa ser levada avante.

Os versos 4 a 6 demonstram que embora haja dons diferentes, o Espírito é o mesmo. O Senhor é o mesmo e o mesmo Deus opera tudo em todos.

Isto nos faz pensar que não existe um dom que esteja acima ou que seja melhor do que o outro. Jamais devemos exaltar um dom em diminuição de outro. Todos eles são necessários e importantes para Deus e Sua igreja.

Na seqüência, o apóstolo enumera alguns dons e conclui essa parte dizendo o que encontramos no verso 11: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as como lhe apraz, a cada um, individualmente.”

Temos aqui mais um ponto interessante. O próprio Espírito Santo é que reparte os dons a cada um como lhe apraz. Isto significa que todos aqueles que estão em Jesus recebem do Espírito Santo algum dom para edificação da igreja. Durante Seu ministério, já quase no final de Sua jornada, Jesus contou uma parábola onde um homem ao se ausentar de seu país chamou alguns de seus empregados e lhes deu alguns bens. Isto está no evangelho de Mateus, 25:14 a 30. E a um deu cinco talentos e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade e então se ausentou.  O relato diz que os dois empregados que receberam cinco e dois talentos saíram a negociar e ganharam outro tanto. Mas o que recebeu um só, foi e enterrou. Depois de muito tempo voltou aquele senhor e fez o acerto de contas. Os dois primeiros foram agradecidos com o reconhecimento do padrão. Mas aquele que enterrou o seu talento foi considerado inútil e banido da presença de seu senhor.

Esta parábola nos ensina algumas lições interessantes. O patrão que partiu para bem longe representa Cristo. Os três servos representam os muitos seguidores de Jesus. De igual modo, todos aqueles que aceitam a Jesus como seu Salvador são capacitados pelo Espírito Santo com algum dom, algum talento.

Por mais humilde e simples que seja uma pessoa, ela é muito preciosa à vista de Deus. Os homens podem desprezá-la mas o Senhor de todos nós a honra dando-lhe dons e talentos segundo Sua vontade.

Ninguém deve desprezar a si mesmo, pois fazendo assim está desonrando o Senhor Deus. Todos os filhos do Pai celestial são de imenso valor para Ele. Por isso é importante que utilizemos os dons que temos recebido de Deus para glória do Seu nome e edificação da Sua igreja. Assim fazendo, aquilo que recebemos se multiplicará. Ocorrerá um desenvolvimento, um crescimento na nossa vida.

Infelizmente ainda acontece hoje o caso daquele empregado que recebeu um só talento e o enterrou. Mas, amigo ouvinte, não importa quanto nós recebemos e o quanto estamos fazendo. Mais importante que isto são os motivos com os quais realizamos as tarefas para Deus. Aqueles que tem recebido um só talento não devem sentar e chorar por isso. Pelo contrário, devem fazer sua parte da melhor forma possível, pois são úteis e preciosos para Deus como aqueles que receberam mais talentos.

Na segunda parte do capítulo 12, de I Coríntios, Paulo fala nesse assunto. Ele usa dos versos 12 ao 31 para mostrar que todos os filhos de Deus tem a mesma importância. Usando a comparação do corpo humano, que possui membros grandes e pequenos, com múltiplas funções ou uma só função, o apóstolo afirma serem eles todos necessários. O corpo é o mesmo. E se cada membro cumprir seu papel, o corpo será sadio.

Permita Deus que você, amigo ouvinte, possa ser também útil para promover a vontade do Pai celeste, segundo a capacidade que recebeu. E, quando vier nosso Senhor possa ser achado fiel na utilização de seus dons e talentos.

 

 


 


 

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O EXEMPLO DE DANIEL

Pastor Montano de Barros

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A Bíblia registra a vida de muitos personagens. Ela não omite os fracassos para supervalorizar as virtudes. Antes, apresenta as pessoas como elas viveram. E, como se expressou o apóstolo Paulo, “tudo o que foi escrito para o nosso ensino foi escrito” (Romanos 15:4).

Hoje quero falar sobre um dos grandes personagens da Bíblia: Daniel. Um verdadeiro seguidor dos princípios divinos. Sua história tem servido de inspiração para um número incontável de pessoas que, como ele, desejam servir ao Senhor.

Assim que o reino de Judá foi conquistado por Nabucodonosor, rei de Babilônia, foram levados em cativeiro muitos dentre o povo de Deus que jamais haveriam de se corromper com os costumes e práticas do lugar onde viveriam. Entre estes estavam Daniel e três amigos.

Nabucodonosor deu ordem a seus auxiliares que fossem escolhidos jovens de linhagem real, nobres, de boa aparência e inteligentes. Estes deveriam ser instruídos em toda a sabedoria e ciência dos caldeus para servirem no palácio do rei.

Assim que chegaram ao palácio, Daniel e seus companheiros tiverem de enfrentar uma prova decisiva. Parte da comida que recebiam para comer era oferecida aos ídolos. Ingerir tal alimentação significava prestar homenagens aos ídolos, resultando na negação da fé que haviam abraçado desde o berço. Era uma situação delicada.

A Bíblia conta o que aconteceu: “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Daniel 1:8). Daniel conhecia as leis do corpo humano e sabia muito bem o que convinha para ter melhor saúde. Centenas de anos mais tarde, Paulo enviaria aos cristãos de Corinto o seguinte recado: “ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Coríntios 6:19)

Deus deixou através de Moisés muitas orientações relativas a alimentação. O que deve ser comido e o que deve ser evitado. Encontramos essas orientações no livro de Levítico. Já no capítulo 7:22 a 27 temos a recomendação de não comermos sangue nem gordura de animal. No capítulo 11 encontramos uma relação específica das carnes que são recomendáveis e outras tantas que Deus orienta Seus filhos a não usar. É interessante também que toda ordem divina é acompanhada por uma bênção. Em Êxodo 23:25 encontramos a seguinte promessa: “E servireis ao Senhor vosso Deus e Ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades.”

A promessa divina de tirar as enfermidades, como resultado de servir ao Senhor, era conhecida por Daniel. Por isso, pediu ao oficial do rei que fizesse uma experiência de 10 dias onde ele e os companheiros comeriam legumes e beberiam água (Daniel 1:12 a 15).

Daniel e seus companheiros não tiveram vergonha ou medo de apresentarem suas convicções quanto ao cuidado de seu corpo. Quantas vezes as pessoas se tornam viciadas no uso do fumo ou de bebida alcoólica porque não souberam ou não puderam resistir a primeira tragada ou ao primeiro gole. Muitos ainda, por orgulho, não agüentam a gozação daqueles que oferecem e, acabam cedendo.

A história de Daniel apresenta o resultado da fidelidade. O rei chamou os jovens hebreus, lhes fez perguntas sobre vários assuntos e os achou dez vezes mais inteligentes do que todos os magos e astrólogos que havia em todo o seu reino (Daniel 1:20).

Amigo ouvinte, aqui está o resultado de ser fiel aos ensinamentos de Deus. São muitas as oportunidades em que a Bíblia apresenta a advertência contra a glutonaria e a bebedeira. O próprio Jesus advertiu sobre isso em Lucas 21:34.

O apóstolo Paulo recomenda: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10:31). Aí está o desafio para todos nós. Tudo o que viermos a fazer deve ser feito para glória do Senhor Deus.

Além da alimentação adequada e balanceada, há outros fatores que contribuem para garantir o bem estar geral das pessoas. Uma vida equilibrada envolve a prática de hábitos regulares. Tudo aquilo que é feito em demasia é prejudicial. Um bom remédio, ou um remédio certo, se não for tomado na dose recomendada pode ser fatal.

Saber tirar equilibrado proveito das maravilhas que Deus colocou a nossa disposição, como o ar puro e a luz solar são fatores que contribuem positivamente para a nossa saúde. Também a água é outro elemento da natureza que traz em si grandes benefícios. Usada tanto interna como externamente purifica e refrigera.

Também deve haver equilíbrio entre as horas que dedicamos ao trabalho e as horas que necessitamos para repouso. É pelo repouso que as energias do corpo são repostas.

Complementando esta série de recomendações para um viver mais saudável,m lembramos que muitas enfermidades se originam na mente. Uma consciência culpada, um coração intranqüilizado pelo remorso, sentimento de ciúme, ódio, inveja e vingança e um espírito amargo, mau humorado, triste, são poderosos agentes de enfermidades.  O melhor remédio para tudo isso é a paz que só Jesus pode dar. Haja o que houver, se tivermos um rumo a seguir, uma direção a tomar, jamais nos desesperaremos. Os sentimentos negativos dão lugar a coisas positivas o que resultará em benefício para a nossa boa e completa saúde.

 

 


 


 

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COMO MANTER UM CASAMENTO

Pastor Montano de Barros

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Quando Deus oficiou o casamento de nossos primeiros pais, Adão e Eva, estabeleceu um plano para todos os casais.  Gênesis 2:24 conta: “... deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”  A união do casamento seria a mais íntima de todas as relações humanas. Por ela, marido e mulher se tornam uma só carne. “Porque ninguém”, argumenta Paulo, “jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida”. E , escreveu mais: “Quem ama a sua esposa, a si mesmo se ama” (Efésios 5:28 e 29).

O casamento é uma união de amor. Foi instituído para satisfazer o profundo anelo implantado na alma pelo Deus de amor – o desejo de dar e receber amor.

O amor é oposto ao egoísmo. O egoísmo pensa em si mesmo, busca os seus próprios interesses, busca só receber. Infelizmente muitos casam por motivos egoístas: querem só a sua vontade e o seu prazer satisfeitos. Por isso, casamentos desse tipo nunca são felizes e acabam rapidamente.

O amor conjugal deve ser nutrido, fortalecido. Ele deve crescer sempre. A sua chama deve se tornar cada vez mais viva. E isto não vem por acaso. Requer planejamento, requer esforço – incessante esforço através da vida íntima. Alguém disse acertadamente que a vida conjugal é uma escola na qual nunca nos graduamos.

No programa de hoje quero apresentar algumas dicas para manter o casamento. A primeira delas é o reconhecimento de cada um dos cônjuges no lar. No plano de Deus o marido é o chefe da família. Deve ser honrado como tal pela esposa e pelos filhos. Mas a esposa é a rainha do lar. E deve estar ao lado do marido na direção do lar.

Uma segunda dica para manter o casamento é a fidelidade mútua. O casamento é uma união sagrada e requer estrita fidelidade do marido à mulher, e da esposa ao marido. A ordem é clara: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Essa total dedicação de um ao outro gera confiança e nutre o amor. Inversamente, a infidelidade, seja do homem, seja da mulher, suscita ciúme, ressentimento.

Já a terceira dica é o esforço de adaptação mútua. Passados os primeiros dias após o casamento, e iniciada a vida real, começam a aparecer as fraquezas de ambos. O marido vê na mulher pontos negativos com que talvez não sonhasse; e a esposa também vê no marido defeitos que não imaginava... Aí é preciso compreensão, apoio e a busca para valorizar as qualidades, ajudando na superação dos pontos negativos.

A quarta dica para manter o casamento é a expressão do amor. Na vida conjugal o amor deve ser expresso por palavras – palavras de apreço pelos esforços do marido, da mulher; palavras em que o amor mútuo é assegurado. Alguns pensam que o companheiro da vida sabe que é amado e não é preciso dizer para o outro. Outros julgam que a expressão de amor é uma demonstração de fraqueza.

O amor deve ser expresso por atos, aliviando cada qual o dardo do outro. As primeiras atenções, dispensadas com tão grande satisfação na fase do namoro e noivado, deveriam continuar após o casamento. Se a noiva ou namorada merecia atenção, muito mais digna disso é a esposa.

Um presente de vez em quando é uma demonstração de amor correspondido pelo outro lado com um afeto mais profundo. Nisso não é necessário gastar o salário do mês. Até uma bonita flor, se dada com sinceridade, produz o seu efeito. Alguém disse que o amor da esposa floresce como uma flor. E o tempo de fazer isso é enquanto ela vive. De nada valerá, depois da morte, encher o  seu caixão de flores e amontoar coroas sobre o seu túmulo.

Uma quinta dica para manter o casamento  é dar a Deus um lugar na vida do casal. O verdadeiro triângulo amoroso é formado pelo marido, pela esposa e por Deus. Quanto melhor o nosso relacionamento com Deus, tanto melhor será o nosso relacionamento com o companheiro da vida.

Deus deve ser o centro da nossa vida, o Objeto de nosso supremo amor. A vontade dEle deve vir em primeiro lugar e deve ser feita com alegria. Então, da divina fonte de toda boa dádiva, receberão, marido e mulher, aquele amor desinteressado e puro, que une, que enobrece, que faz feliz e bela a vida conjugal.

No capítulo intitulado “O Segredo de Um Matrimônio Feliz”, do livro “A Ciência do Bom Viver”, lemos: “Só em Cristo é que se pode com segurança entrar para a aliança matrimonial. O amor humano deve fazer derivar do amor divino os seus laços mais íntimos. Só onde Cristo reina é que pode haver afeição profunda, verdadeira e altruísta.”

Amigo ouvinte, Deus instituiu o casamento para que fosse uma bênção. Aqueles que preenchem essas condições possuirão o precioso bem de uma união conjugal venturosa.

Se estou falando neste momento a um casal que não é feliz, gostaria de dizer, terminando: embora possam surgir dificuldades, perplexidades, nem o marido nem a mulher devem abrigar o pensamento de que sua união é um erro ou uma decepção. Que cada um resolva ser para o outro tudo que é possível. Continuem, relembrem as primeiras atenções e gestos de carinho. Que um anime o outro nas lutas da vida. Procure cada um promover a felicidade do outro. Haja amor mútuo e muita paciência. Então, o casamento, em vez de ser o fim do amor, será como que seu começo. O calor da verdadeira amizade, o amor que liga coração a coração, é uma amostra das alegrias do céu.

 

 


 


 

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PERGUNTAS DOS OUVINTES

Pastor Montano de Barros

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A Voz da Profecia mantém uma escola radiopostal com milhares de alunos em todo o Brasil que estudam a Bíblia e, com freqüência, enviam suas perguntas sobre os mais diferentes assuntos da Palavra de Deus.

No programa de hoje quero responder uma seleção das principais perguntas que temos recebido.

Comecemos por esta pergunta: “O hipnotismo é coisa aprovada por Deus?”

Por um processo especial o hipnotizador leva a pessoa que a ele se submete a uma condição semelhante à do sono. E nessa condição a pessoa hipnotizada fica à mercê das sugestões que partem do hipnotizador. O Dr. Bernardo Teitel, psiquiatra norte-americano, adverte que a pessoa hipnotizada pode ser levada à prática de crimes e também a colapso mental nervoso. Outro conhecedor do assunto confirma a possibilidade de a hipnose causar doença mental nervosa. E também que ela pode levar a pessoa à prática de crimes como forjar cheques e testamentos. Pode também instigar ao suicídio e promover homicídio.

É perigoso – muito perigoso! – confiar o controle da mente a quem que seja senão a Deus. Os que permitem a um ser humano controlar sua mente, em última análise podem estar permitindo que ela seja controlada por satanás. Quando Jesus mostrou aos discípulos que era necessário que Ele sofresse muitas coisas e fosse morto, Pedro o chamou à parte e O reprovou, dizendo: “Tem compaixão de Ti, Senhor; isto de modo algum te acontecerá”. Você lembra qual foi a resposta de Jesus? “Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço!” (Mateus 16:21 a 23).  Perceba que Pedro era um porta-voz do diabo ao procurar dissuadir Cristo de cumprir Sua missão em favor da raça pecadora.

Evidentemente, o hipnotismo não é aprovado por Deus. E nada devemos ter com ele.

Vamos a uma outra pergunta: “Em Atos 26:23, lemos que o Senhor Jesus Cristo foi o primeiro a ressuscitar dos mortos. Como harmonizar isto com o fato de que Moisés foi ressuscitado antes dEle?”

 

De fato, Moisés foi ressuscitado antes de Cristo. A Bíblia relata que ele morreu no Monte Nebo ou Pisga, em frente de Jericó, e foi por Deus sepultado (Deuteronômio 34:1-6). Mas algum tempo depois Moisés foi ressuscitado e levado para o céu. Na carta do apóstolo Judas lemos que o arcanjo Miguel, que vários textos mostram ser Deus Filho, veio para ressuscitar Moisés e Satanás contendeu com Ele, querendo reter na prisão da morte aquele servo do Senhor.

Moisés, porém foi ressuscitado. Quando Jesus Se transfigurou diante de alguns dos discípulos, Moisés e Elias apareceram e falaram com Ele (Mateus 17:1 a 4).

Em que sentido, pois, foi a ressurreição de Cristo a primeira?

No original grego a palavra traduzida por “primeiro” em Atos 26:23, é “prôtos”, que tem o sentido de primeiro no que respeita a qualidade, a importância.  Neste caso, a palavra prôtos evidentemente se refere à ressurreição de Cristo como a primeira em importância. Foi porque Cristo ressuscitou, vencendo o poder da morte, que Moisés pôde ser ressuscitado. Porque Cristo ressuscitou, nós também temos a esperança da ressurreição. Na primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, versos 17, 20 e 23 o apóstolo Paulo escreveu: “... se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé... mas de fato Cristo ressuscitou, sendo Ele ainda primícias dos que dormem... Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vida”.

Uma terceira pergunta que recebemos com freqüência de nossos ouvintes: “Quando começa e quando termina o dia, do ponto de vista bíblico?”

Em Levítico 23:27 e 32 o autor sagrado diz, falando do dia da expiação: “Sábado de descanso solene vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove  do mês, duma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado”.  Desde o começo do mundo a Bíblia conta os dias de uma tarde até outra tarde, ou seja, de um pôr-do-sol ao outro. Lemos em Gênesis 1:5 “Chamou Deus à luz dia, e às trevas, noite. Houve tarde (a parte escura) e manhã (a parte clara), o dia primeiro.” Assim, o dia bíblico deve ser contado do pôr-do-sol ao pôr-do-sol. Isto deve ser tomado em conta em se tratando da observância do dia de repouso.

Os babilônios também contavam o dia do pôr-do-sol ao pôr-do-sol. Os egípcios o faziam do nascer do sol. E os romanos da meia-noite à meia-noite.

E, uma última carta que quero responder no programa de hoje: “Reconheço que sou pecador e me sinto por isto muito indigno. Há esperança de salvação para mim?”

É exatamente para os que sentem o peso do pecado e se sentem indignos do favor de Deus que há esperança. Na parábola do fariseu e do publicano, registrada em Lucas 18, Jesus contou a história de dois homens. Foram ao templo orar. Um reconhecia a sua condição. O outro não. Aquele que se considerava justo não foi aceito por Deus. Mas o que reconhecia os seus pecados e se sentia indigno, esse foi atendido por Deus e justificado.

Amigo ouvinte, Cristo só pode salvar quem reconhece ser pecador. Ele veio para curar os quebrantados de coração, para proclamar liberdade aos escravos, a dar vista aos cegos; a colocar em liberdade os oprimidos. Não necessitam de médico os que estão sãos. Precisamos conhecer nossa verdadeira condição, do contrário não sentiremos nossa carência do auxílio de Cristo. Precisamos compreender nosso perigo, senão não correremos ao refúgio. Precisamos sentir a dor de nossas feridas, senão não desejaremos a cura.

Saiba que, se vamos ao Salvador sentindo o nosso pecado e arrependidos dele, Cristo nos recebe e com o Seu toque divino nos perdoa e nos faz aceitáveis diante de Deus. Experimente essa experiência em sua vida, agora.

 

 

 


 


 

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UM DEUS QUE SE REVELA

Pastor Montano de Barros

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Deus é amor! Amor maravilhosamente revelado e transmitido. Amor nem sempre compreendido pelos seres humanos em face de tanta desgraça e destruição. Amor tão infinito que moveu Deus a dar “Seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Necessitamos conhecer esse amor, conhecer esse Deus. Para isso, precisamos saber como Deus se revela e o que Ele tem revelado à humanidade. O grande propósito dessa revelação é demonstrar com clareza quem é Deus, Seu caráter, Sua pessoa, Seus planos. Quando conhecemos isto então poderemos aceitar o convite para sermos Seus amigos. Ele diz: “Com amor eterno te amei, por isso com bondade te atraí” (Jeremias 31:3). Deus seja nos atrair para Ele pela força de Seu grande amor.

Mas, como podemos conhecer a Deus?  Uma das maneiras de conhecermos a Deus é através da Natureza. Davi, o grande salmista, disse: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos” (Salmo 19:1).

Podemos ver Deus na Natureza. Ele é retratado no lindo pôr-do-sol, no grandioso oceano, na calma de um riacho, no vôo tranqüilo dos passarinhos.

Podemos pensar nEle ao contemplarmos o céu pontilhado de estrelas, os campos verdejantes e as lindas flores. Através da Natureza podemos aprender muito sobre o amor de Deus.

A revelação que a Natureza nos dá de Deus é muito importante. Suas obras maravilhosas nos fazem lembrar do amor e cuidado que Ele tem por doas as criaturas. E, mais: nos lembra também o fato de que Ele é o Criador e nós somos Seus filhos.

No entanto, a revelação da natureza não é completa. Há em toda parte evidências dos efeitos do mal. As flores secam, o calor excessivo maltrata, o rigor do inverno castiga, os animais sofrem e até nos cenários mais perfeitos vemos sinais de destruição. Mas, mesmo assim, podemos reconhecer a existência de um Deus que criou todas as coisas.

Deus também é revelado em Sua Palavra, a Bíblia. Através das Escrituras Sagradas podemos conhecer o caráter de um Deus que é misericórdia, bondade, justiça, paciência. Nas páginas do Livro de Deus vemos Sua vontade expressa em palavras e o desejo que Ele tem de que todos sejamos salvos.

Todavia, com nossa mente limitada, é possível que na própria Bíblia não consigamos obter uma completa compreensão de Deus, Seu caráter, e de como realmente Ele é. Mas, há uma revelação perfeita e completa. Jesus Cristo é essa revelação!

Os discípulos não compreendiam bem a Deus e nem O conheciam direito. Porém, queriam conhecer. Então se aproximaram de Jesus e Felipe, um dos doze, disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.” E, Jesus, respondeu dizendo: “Felipe, há tanto tempo estou convosco e não Me tendes conhecido? Quem vê a Mim, vê o Pai”  (João 14:8 e 9).

A missão de Jesus foi vir e dar ao mundo que estava em completo desacordo com Deus, a fim de demonstrar como o Pai é realmente e estabelecer a comunhão da humanidade com a divindade. Portanto, o melhor meio de conhecer a Deus é conhecer a Jesus. Ele disse: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a Meu Pai” (João 14:7).

Muitos pintam a Deus num quadro de severidade, como um juiz tirano pronto a castigar e praticar vingança. E a Jesus enquadram numa tela que retrata mansidão, bondade, misericórdia. Mas nosso Senhor demonstrou que essa é uma teoria falha. Ele deixou claro que na tarefa de “buscar e salvar o que se havia perdido” não estava sozinho. Nesta missão, tudo o que Ele fez e falou, foi em harmonias e em conjunto com o Pai. O próprio Cristo afirmou: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai, porque tudo o que Este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:19). Logo, por conseqüência, essa diferença entre Deus e Jesus não existe.

O fato é que, no coração, tanto de Deus como de Jesus, a misericórdia é igual à justiça. Na cruz nós vemos e compreendemos perfeitamente a união desses dois atributos divinos. O apóstolo Paulo complementa dizendo que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (II Coríntios 5:19).

Sim, amigo ouvinte, Jesus é a revelação completa e perfeita de Deus pois Ele mesmo é plenamente Deus e, por isso, o Único que pode apresentar-nos ao Pai como realmente Ele é.

Diante de tudo isso, cabe a pergunta: precisamos realmente conhecer a Deus e o que Ele tem revelado de Si mesmo? Essa é uma pergunta importante.  Jesus disse que “vida eterna é conhecer a Deus e a Cristo” (João 17:3).

Se realmente algumas pessoas pensam que tudo nesta vida acaba por aqui mesmo, talvez rejeitem qualquer conhecimento de Deus e de Jesus. Tenho certeza de que você que me ouve não pensa assim. Sei que lá no fundo do coração, você sente que o homem foi feito para uma vida superior e que tudo não termina num buraco frio e escuro de qualquer cemitério, então você e eu precisamos conhecer a Deus e a Jesus.

Este conhecimento é a diferença entre a vida e a morte. E Deus quer que tenhamos vida e vida em abundância. Deus não tem prazer na morte de ímpios e pecadores, antes quer que todos cheguem ao arrependimento; por isso veio Jesus, a revelação perfeita, demonstrar em palavras e atos este desejo do Pai celestial que tudo ama e cuida de Seus filhos. Aceitaremos seu convite para conhecermos Sua revelação?  O desejo da equipe do programa “A Voz da Profecia” é que você possa compreender o grande valor desta oferta de amor e que possa aceitá-la para conhecer a Deus e Seu grande amor por todos nós.

 

 


 


 

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UMA CARTA ESCRITA POR DEUS

Pastor Montano de Barros

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Bíblia, Escrituras Sagradas, Livro do Senhor, Palavra de Deus – estes são alguns títulos dados para a carta que Deus deixou aos homens contendo declarações de Sua infinita sabedoria para o bem estar do ser humano.

Foi somente por volta de 1.500 anos antes do nascimento de Jesus que a Bíblia começou a ser escrita. E desde Moisés, que escreveu os primeiros livros, até João, que escreveu o último livro, se passaram 1.600 anos. Portanto, esse foi o período para a Bíblia ficar completa, 1.600 anos!

E,apesar de ter sido escrita durante um período tão longo, a Bíblia possui uma unidade e harmonia presente e visível em todas as suas páginas. Outro fator interessante além do tempo é que a Bíblia foi escrita por cerca de 40 homens de diferentes lugares e de costumes e culturas diferenciados, mas mesmo assim ela mantém um padrão incontestável. E isto só foi possível porque um poder maior, fora e acima do homem esteve na direção. Este poder provém de Deus.

Na segunda carta que Paulo escreveu a Timóteo, capítulo 3:16, lemos: “Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça.” A primeira parte deste verso enfatiza que toda Escritura é inspirada por Deus. O que significa esta declaração? O que significa o fato de a Bíblia ter sido inspirada por Deus?

Antes de mais nada aponta para o verdadeiro autor da Bíblia – Deus! Nenhum dos 40 escritores bíblicos indicaram ou sequer deram a entender que houvesse outro autor das Escrituras a não ser o próprio Deus. 

A inspiração bíblica consiste no fato de que o Senhor Deus comunicou Suas verdades à mente de homens escolhidos, os quais expressaram estas mesmas verdades em suas próprias palavras.

Fica claro, portanto, que a inspiração não atuou nas palavras que o profeta escreveu, mas na mente do profeta. Desta maneira, sob a influência do Espírito Santo, os profetas escreveram com suas próprias palavras e raciocínio o conteúdo da mensagem.

A Bíblia é, pois, a verdade divina expressa em linguagem humana. É a vontade divina combinada com a expressão humana de tal maneira que as declarações de homens inspirados são a Palavra de Deus.

Diante disso, vale lembrar que a inspiração é de TODA a escritura. Isto significa que tudo aquilo que a Bíblia contém é a Palavra de Deus inspirada. Ou aceitamos assim ou rejeitamos. Nesse assunto, não há um meio termo em que algumas partes são consideradas inspiradas e outras porções não. O mesmo Deus de ontem, hoje e sempre inspirou a todos os que escreveram a Bíblia, e tudo o que foi escrito e preservado é a mensagem de Deus para nós.

Por questões didáticas, para facilitar nosso estudo e compreensão, as Escrituras foram divididas em Antigo Testamento e Novo Testamento.

O Antigo não significa algo velho, ultrapassado, sem utilidade. Esta expressão indica apenas que tais mensagens foram escritas ANTES do nascimento de Jesus. O Novo Testamento não quer dizer atual, moderno, revolucionário. Mas significa que ele foi produzido após o nascimento de Nosso Senhor.

Tanto o antigo quanto o novo testamento constituem a revelação da vontade de Deus para nós. Eles não são contraditórios. Suas verdades se complementam. Os profetas nos tempos do Velho Testamento falaram de um Deus que seria plenamente compreendido quando Ele próprio se juntasse à humanidade. Era o Messias, predito e anunciado. Já os apóstolos do Novo Testamento dão claro testemunho do Deus feito homem, Jesus, que veio para cumprir as promessas e profecias e dar clara demonstração do amor de Deus e de Seu desejo para a humanidade.

Um exemplo bem claro do que estamos falando pode ser encontrado no evangelho de Lucas, capítulo 24:13 a 25. Nesse texto nós encontramos a história de dois discípulos que voltavam para Emaús logo após os acontecimentos que haviam levado Jesus à cruz e a sepultura. O verso 14 diz que iam conversando a respeito de todas as coisas que haviam acontecido quando o próprio Jesus Se aproximou deles e sem ser reconhecido começou a conversar. A conversa prosseguiu caminho afora e registra no verso 27 que Jesus “começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a Seu próprio respeito constava em todas as Escrituras.”

Este fato bíblico só confirma o que dissemos. As Escrituras do Velho Testamento apontavam para Jesus que havia de vir para a salvação da humanidade.

Elas contém a revelação de um Deus de amor cheio de boa vontade para com os seres humanos. O Novo Testamento, por sua vez, relata a vinda de Jesus e como Ele nos revelou o verdadeiro caráter do Pai e nos encheu de esperança na certeza de que um breve ai voltar para buscar Seus filhos fiéis.

Voltemos ao texto de II Timóteo 3:16. Aqui encontramos o propósito porque Deus nos deixou Sua palavra: “É útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça”.  Esse princípio da Palavra de Deus é confirmado pelo próprio apóstolo Paulo na carta que escreveu aos Romanos, capítulo 15:4: “Tudo pois quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”

Todos, indistintamente, podemos experimentar os benefícios que a Bíblia oferece. Ninguém é demasiado rico ou forte que dela não necessite. Não há nenhum ser, por mais fraco ou pobre que não possa ser satisfeito por suas mensagens de conforto.

O salmista escreveu: “Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmo 119:105). A palavra de Deus ilumina nossa vida de tal maneira que não precisamos sofrer tateando nas trevas da ignorância. Há luz para nos auxiliar e sobretudo para nos apontar o caminho de uma vida feliz e esperançosa e responder nossas inquietudes e preencher nossas necessidades.

Leia. Estude a Palavra de Deus. Você será feliz.

 


 

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O PODER QUE TRANSFORMA VIDAS

Pastor Montano de Barros

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Ao longo dos tempos, o poder da palavra de Deus tem transformado vidas e influenciado o curso da História.

Quando buscada, a mensagem da Palavra divina preenche os mais profundos anseios espirituais. Sobre isso, escreveu o profeta Jeremias no capítulo 15, versículo 16: “Achadas as Tuas palavras, logo as comi; e as Tuas palavras foram gozo e alegria para o meu coração...”

Foi exatamente essa a experiência que viveu Pedro Valdo. Ele era um rico comerciante na cidade de Lion, na França, por volta do ano 1.170. Dono de uma grande fortuna e possuidor de muitos bens, no entanto sentido-se vazio e infeliz.

Depois de buscar vários caminhos recebeu a sugestão de ler a Bíblia. Sendo rico e influente, conseguiu comprar uma exemplar das Sagradas Escrituras. Naqueles dias, só os sacerdotes tinham esse privilégio.

Ao ler as páginas sagradas encontrou o que há tanto tempo procurava. Tamanha foi a alegria e felicidade que sentiu, que tomou uma decisão drástica. Colocou todos os seus bens à venda, separou apenas o suficiente para sua família viver dignamente e o restante dos recursos dedicou para a divulgação da Bíblia.

Pedro Valdo contratou várias pessoas que passaram a copiar à mão as porções dos evangelhos e estas eram distribuídas gratuitamente a todos quantos desejassem. Posteriormente, os seguidores de Pedro Valdo se tornaram num povo conhecido como Valdenses. Eles foram grandes defensores da Bíblia durante o amargo período da Inquisição. Defenderam a palavra de Deus pagando para isso um preço que envolveu dor, martírio, perseguição e morte. Porém, milhares e milhares de pessoas tiveram, a exemplo de Pedro Valdo, suas ansiedades aliviadas e encontraram gozo e alegria no viver.

Paulo escrevendo aos Efésios, no capítulo 6, versículo 17, define a palavra de Deus como sendo a espada do Espírito. De posse dessa espada, um monge, chamado Martinho Lutero, lutou contra os erros, superstições e intolerância reinantes na igreja dominante daquela época. Surgia vitorioso o movimento da Reforma. Lutero resgatou o verdadeiro lugar da Bíblia, que estava acorrentada nos baús dos mosteiros. Empunhando essa espada flamejante, trouxe luz a muitos que estavam encarcerados.

Usando essa mesma espada, Jesus, quanto tentado no deserto, venceu o diabo respondendo: “Está escrito”, apontando assim para o poder da Palavra, a Espada do Espírito. Como na vida de Jesus e Lutero, a Palavra de Deus será uma arma poderosa para nos dar a vitória nas lutas dessa vida.

Em 1787, o rei Jorge Terceiro, da Inglaterra, enviou o navio Bounty à ilha de Taiti, no sul do Pacífico, para buscar mudas de fruta-pão. Christiam Tletcher e outros companheiros ficaram apaixonados pelas taitianas e se amotinaram. Tomaram o navio e colocaram o comandante junto com outros marinheiros num barco a vaguear sobre o oceano.

Voltando ao Taiti, tomaram 10 mulheres e saíram à procura de um lugar seguro. Encontraram uma ilha que não estava nas rotas conhecidas e ali se estabeleceram. Logo que chegaram, queimaram o navio e começaram a nova vida. Não demorou muito e um dos marinheiros conseguiu extrair álcool de uma planta nativa. Como resultado logo a convivência deles se tornou num cenário sangrento de lutas, briga e morte. Passados 5 anos, todos os homens, exceto dois, estavam mortos. Um deles veio a morrer de asma. Restaram as 10 mulheres, 23 crianças e Smith, o último marinheiro. Pensando na triste vida que haviam levado, Smith se lembrou de que num dos baús, tirado do navio, havia uma Bíblia. Lendo-a diariamente, Smith começou a experimentar uma completa transformação.  Arrependido, começou a ensinar aos demais leitura e também as preciosas lições do evangelho. Todos experimentaram a mesma transformação sentida por Smith. Hoje, passados tantos anos, todos os habitantes da ilha de Pitcairn são professos cristãos.

Amigo ouvinte, o precioso exemplar do Livro de Deus que transformou a ilha de um inferno num paraíso, pode também comunicar a cada um de nós sabedoria e entendimento, para vivermos uma vida feliz e cheia de significado.

George Muller, missionário dedicado a diminuir o sofrimento da humanidade, chegou a cuidar de duzentas crianças órfãs e abandonadas. Jamais saiu para pedir dinheiro ou comida. No entanto, ganhou terrenos, construiu pavilhões e nunca faltou alimento para seus filhos. Algumas vezes Muller teve que ir para a cama sem ter a provisão para o dia seguinte. Interrogado se conseguia dormir em tais circunstâncias, respondeu: “Sempre!” Qual seria o segredo de uma fé tão vigorosa?  

Muller respondia levantando a sua Bíblia, dizendo: “Tenho lido este livro inteiro cem vezes. Conheço o Livro e o Deus do Livro.”

Citei aqui uns poucos exemplos, porém, o mais importante é que você também possa experimentar os benefícios que a leitura e o estudo da Palavra de Deus trazem à vida. Citei também que a leitura da Bíblia preenche as nossas necessidades espirituais. Ela traz gozo e alegria para o coração. Dá significado à existência e os faz pessoas felizes.

Mencionei também que as Escrituras são comparadas a uma espada viva que nos defenderá das tentações da mesma maneira como Jesus foi libertado das tentações de satanás. Ele nos dará uma experiência vitoriosa e nos conduzirá a um crescimento na vida cristã.

Disse também que a Palavra de Deus comunica sabedoria e entendimento. Isto não se refere apenas às questões espirituais, mas a todos os aspectos da existência. Mas, acima de tudo, ela nos transmite fé, sem o que é impossível conhecermos a Deus. É esta fé que nos torna possuidores do maior tesouro que um ser humano pode conseguir.

Amigo ouvinte, tome a decisão de separar um tempo cada dia para leitura e estudo da Palavra de Deus. Faça desta boa prática um compromisso diário e você sentirá as bênçãos do Senhor sendo derramadas em sua vida. Dê a Deus o primeiro lugar.

 

 


 


 

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COMO ESTUDAR A BÍBLIA

Pastor Montano de Barros

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As perguntas de Jesus: “Que está escrito na lei? Como interpretas?” dirigidas a alguém que quis saber o caminho da salvação mostram ser o plano de Deus que conheçamos o sagrado Livro. A mesma idéia está implícita na declaração, também dEle, feita a membros da seita dos saduceus: “Errais, não conhecendo as Escrituras” (Mateus 22:29). Temos também o exemplo dos crentes de Beréia, na Macedônia, que examinavam as Escrituras todos os dias para ver se as coisas ensinadas pelos apóstolos eram de fato assim (Atos 17:11).

Amigo ouvinte, Deus nos fala pelo Santo Livro. Se faz conhecido de nós por meio dele. É na Bíblia que encontramos o plano de salvação. O caminho que devemos trilhar está revelado nas páginas sagradas.

No programa de hoje quero apresentar algumas regras ou normas de interpretação para entendermos a Bíblia. A primeira delas: o estudo das Escrituras deve ser feito com oração. Há uma dimensão espiritual na mensagem do Livro. E esta só pode ser discernida espiritualmente. Antes de abrirmos a Bíblia devemos pedir, com humildade, a iluminação do céu. Então o Espírito Santo nos abrirá a mente para entendermos o que está escrito.

Para compreendermos as Escrituras devemos também ter disposição de praticar seus ensinos, de seguir a luz que recebemos da Palavra do Senhor.

O próprio Cristo ensinou: “Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se falo por Mim mesmo” (João 7:17).

Outra regra é que um assunto das Escrituras deve ser interpretado em harmonia com o conjunto de ensino do Livro. Devidamente compreendido, um ensino não contradiz o outro. Com certa freqüência encontramos declarações que podem ter vários sentidos. Devemos dar, a cada uma, o sentido que se harmonize com os demais ensinos.

Ao determinar qual seja o sentido de um trecho ou porção da Bíblia, devemos levar em conta o seu contexto. Devemos pesquisar sobre o que trata o autor nesse trecho. E devemos também situar nossa interpretação dentro dos limites estabelecidos pelo autor do texto em consideração.

Também não podemos esquecer que o Santo Livro deve ser seu próprio intérprete. Daí a necessidade de comparar um trecho com outro. Nas palavras de Paulo, devemos conferir “as coisas espirituais com espirituais” (I Coríntios 2:13). E, segundo o profeta Isaías, “... é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali” (Isaías 28:10).

Também devemos dar sentido literal  às declarações da Bíblia, a não ser que haja clara indicação de serem elas simbólicas, ou figurativas. As parábolas de Jesus estão entre os trechos figurativos. As parábolas, como também as profecias simbólicas em Daniel e Apocalipse, devem ter a interpretação que lhes dão as próprias Escrituras.

Quero falar agora um pouquinho sobre os métodos de estudo da Bíblia. Há vários métodos que podem ser seguidos: o de estudar por livro, o de estudar por capítulo, por versículo, por palavra. Também estudar por tópicos. O estudo por capítulos é interessante e proveitoso. Uma sugestão ao ler um capítulo é fazer as seguintes perguntas: Qual é o principal assunto desse capítulo? Qual é a principal lição? Qual é o melhor de seus versículos? Quais são as principais pessoas nele consideradas? O que ensina quanto a Cristo? Há nele qualquer exemplo que eu deva imitar? Há nele algum erro que eu deva evitar? Há algum dever para eu cumprir? Alguma promessa para eu reclamar? Alguma prece que eu faça eco?

Outra dica para entendermos a Bíblia é ter um dicionário bíblico ou uma chave bíblica. Facilita a localização de textos e também o significado de alguns nomes ou assuntos.

Amigo ouvinte, a Bíblia é como uma rica mina do mais precioso metal. Se a explorarmos vamos encontrar a história da origem do mundo e do homem – a única histórica verdadeira. Vamos compreender como entrou o pecado no mundo e a história do dilúvio. Vem depois o relatório de como Deus escolheu Israel e o tirou do Egito. Vamos encontrar também os tesouros dos Salmos, os Provérbios de Salomão, as grandes cadeias proféticas de Daniel, complementadas pelas do Apocalipse, nas quais foi revelada a história e o futuro do mundo.

No Novo Testamento encontramos a maravilhosa história do nascimento de Cristo, a Sua morte e ressurreição, bem como Seus grandes ensinos.

Também o surgimento da igreja cristã e as conquistas desta no primeiro século. Também temos as preciosas cartas dos apóstolos.

Ao estudarmos a Bíblia veremos que todo o Livro dá destaque a dois ensinos: primeiro, o de que somos pecadores e como tais temos sobre nós uma sentença de morte. Em segundo lugar, a verdade que transforma as nossas trevas em luz, a saber: Deus é poderoso e misericordioso Salvador. No dizer do versículo que tem sido chamado “o evangelho em resumo”, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

 

 


 


 

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OS ANJOS DE DEUS

Pastor Montano de Barros

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A existência de um mundo invisível aos olhos humanos se acha claramente revelada nas Escrituras Sagradas. Há uma tendência moderna e crescente para incredulidade na existência de espíritos maus. E os santos anjos são considerados por muitos como espíritos de homens que já morreram.

No entanto, a Palavra de Deus nos apresenta provas inquestionáveis de que os anjos se constituem numa classe de criaturas superiores e diferente da humanidade. Em Hebreus 1:14, encontramos a seguinte definição dos anjos: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados a servir em favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Os anjos, portanto, são seres espirituais. Embora não possamos compreender com totalidade o que isto significa, ao pesquisarmos a Bíblia, suas atividades e características, podemos ter uma idéia do que possa ser um anjo.

Os anjos são criaturas. Na primeira carta de Paulo a Timóteo, capítulo seis, versículo 15, nos é dito que somente Deus tem a imortalidade. Logo, os anjos não possuem vida em si mesmos, mas são seres criados. Criaturas trazidas a existência antes de ser citado nosso mundo, embora a Bíblia não nos revele quando.

Os anjos não são seres humanos. Salmo 8:4 e 5, afirma que embora os homens tenham sido criados e cobertos de glória e honra, foram formados um pouco menores do que os anjos. Fica claro, portanto, que os anjos não são seres humanos.

Algumas características dos anjos: são seres dotados de grande poder; ministram a favor dos seres humanos. Quanto ao número de anjos, a Bíblia diz que são milhões e milhares de milhares (Apocalipse 5:11).

Seria interessante acompanharmos as atividades de um anjo por um dia. Não compreendemos plenamente tudo o que estes seres realizam. E o melhor que podemos fazer é juntar os relatos bíblicos que falam das suas atividades e compor um quadro onde podemos ver os anjos em ação. Feito isso, o resultado é confortador encorajador, pois revela um profundo interesse de Deus para com Seus filhos.  Eles cumprem as ordens de Deus (Salmo 103:20). Os anjos serviram a Jesus em Sua vida terrestre (Mateus 4:11 e Lucas 22:43). Protegem e livram o povo de Deus. Salmo 34:7 diz que “o anjo do Senhor se acampa ao redor dos que temem a Deus e os livra”. No Salmo 91:11 encontramos outra promessa maravilhosa: “Porque a Seus anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos”.  Que pensamentos maravilhosos! Saber que não estamos sozinhos! Ter a certeza de que um anjo nos acompanha nos momentos em que mais necessitamos de amparo e proteção!

Os anjos também conservam um registro de todas as ações humanas. Daniel, no capítulo7, versículo 10, registra uma cena relativa ao juízo que Deus exerce para com os habitantes da Terra. Descreve a existência de livros onde estão anotadas todas as nossas ações.

Eles anotam com impressionante exatidão todas as atividades dos filhos dos homens. Todo empenho positivo, todo esforço no sentido do bem, seja em palavras ou atos é registrado nos livros do céu. Igualmente preciso, é o registro que contém as más palavras, os atos egoístas, as ações pecaminosas.

Desta maneira, tudo aquilo que realizamos ou deixamos de realizar, se acha registrado nos livros celestiais. E quando Deus trouxer à luz todas as obras para serem julgadas, os livros serão abertos, e tudo o que estiver ali registrado testemunhará para a vida ou para a morte.

Outra boa notícia da Bíblia sobre os anjos é que eles acompanharão Jesus em Sua volta. Quando Jesus retornar a esta terra, para dar a cada um a recompensa segundo suas obras, virá na companhia de todos os Seus anjos. Mateus 24:31 e 25:31 falam a esse respeito.

Caberá aos anjos ajuntar os escolhidos de Deus, os salvos de todos os tempos, para que possam encontrar o Senhor nos ares e receber o prêmio da vida eterna.

Nessa oportunidade, acontecerá uma das mais comoventes e emocionantes cenas. Os anjos devolverão aos pais os seus pequeninos que um dia morreram. Agora são devolvidos cheios de vida e em perfeito estado.  Você, prezado ouvinte, que já teve que sofrer a dor aguda da perda de um filhinho, não se desespere. Prepare-se e permaneça fiel a Deus e esta promessa se cumprirá em sua vida. O profeta Zacarias, no capítulo 8:5 escreveu que as ruas da Nova Jerusalém “se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão.”

Outro lance de grande emoção será poder conhecer o nosso anjo da guarda. Desde o dia que fomos gerados, Deus destacou um anjo para nos acompanhar. De quantos perigos nos terá livrado! Quantas tentações suportadas com sua ajuda!  Aquele que vigiou os passos e cobriu nossa cabeça nos momentos de dificuldade e que esteve ao lado no vale da sombra da morte, assinala o lugar da sepultura e será o primeiro a nos saudar na manhã da ressurreição!

Que fortes emoções despertarão conhecer face a face este querido amigo de todas as horas, o nosso anjo da guarda. Quantas horas passaremos em sua companhia, aprendendo do amor e cuidado de Deus e revelando os mistérios de nossa própria vida até então para nós desconhecidos.

Louve a Deus pela existência dos anjos, colocados para proteger cada um de nós.

 

 


 


 

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CRISTO É O CAMINHO

Pastor Montano de Barros

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O Senhor Jesus Cristo acabava de anunciar o Seu retorno ao Céu e também o propósito de voltar à Terra segunda vez, para buscar Seus filhos. Falando aos discípulos, afirmou: “E vós sabeis o caminho para onde eu vou”. Então Tomé, sempre tardio para entender e tardio para crer, observou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” Tomé devia saber. Jesus acabara de falar sobre isso. Mas o Mestre não quis deixar o discípulo envergonhado pela falta de atenção e, acrescenta: “Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (João 14:1-6).

Amigo ouvinte, quando não sabemos, quando não entendemos, devemos dizer ou perguntar a Deus. Tomé fez isso. Ele devia saber para o Salvador ia, mas idéias preconcebidas o impediram de entender. Tomé, porém, era sincero. Pediu esclarecimentos e Jesus deu. A Bíblia diz: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada nega; peça-a a Deus, e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1:5).

Na resposta de Cristo a Tomé vemos uma indireta indicação de que há no coração do homem um anelo por Deus. Todos nós, na verdade, temos consciência de estar mais ou menos distanciados do celeste Pai, pelo pecado. E lá no fundo do coração, temos o desejo de nos aproximar dEle, de nos relacionarmos com Ele, de alcançarmos Seu favor, de estarmos seguros nEle.

Aos que querem ir a Deus, Jesus diz: “Eu sou o caminho”. Ele é a ligação entre o céu e a terra. Com a Sua humanidade Ele toca a terra, com a Sua divindade, toca o céu. Jesus Cristo é a mística escada do sonho de Jacó, pela qual Deus chega até nós e nós até Deus.

As palavras de Jesus: “Eu Sou o Caminho, e a verdade e a vida” evidentemente constituem um só pensamento. O ponto principal é a declaração: “Eu sou o caminho”.  As outras duas: “Eu sou... a verdade” e “Eu sou... a vida”, nos dão o porquê de Ele ser o caminho.

Primeiramente, por ser Jesus a verdade, Ele é o Caminho para o conhecimento de Deus. Deus Se revela pela natureza e pelas Escrituras. Mas de modo especial pelo Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo diz que em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). A Bíblia também declara que Ele é “a expressão exata do Seu ser”, isto é, a expressa imagem de Deus (Hebreus 1:3). E Jesus mesmo disse: “Quem vê a Mim, vê o Pai” (João 14:9). Jesus Cristo não era mero comunicador da verdade, mero porta-voz dela. Ele próprio era a verdade a respeito de Deus.

A outra frase complementar “Eu Sou... a vida” aponta Jesus como  Espírito vivificador, que comunica vida. As Escrituras falam do homem como espiritualmente morto em pecado (Efésios 2:1).  De nada vale abrir um caminho para Deus, pela revelação de Deus, para homens que estão mortos.

Jesus declara: “Eu Sou... a vida”- a fonte da vida. “A vida estava nEle”, diz João, “e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). Jesus possuía vida original, não emprestada.

Por isso pôde dizer aos judeus, logo após curar o paralítico que estava junto ao poço de Betesda: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão” (João 5:25).

Por incrível que pareça, a vida de Cristo foi posta ao nosso alcance pela Sua morte. Usando uma ilustração da natureza, Jesus disse: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto” (João 12:24). Houvesse Jesus preferido preferir preservar Sua vida, teria ficado só. Mas porque deu a vida pelos pecadores, possibilitou vasta colheita de homens e mulheres para a vida eterna.

Pela morte de Jesus, Ele expiou – pagou a culpa – de nossos pecados, sofreu a pena deles e pôs a vida ao nosso alcance. Pedro escreveu: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (I Pedro 3:18).

Amigo ouvinte, Cristo é o caminho para o mundo, para a raça humana. Os técnicos pedem conhecimento para resolver os problemas da humanidade.  O conhecimento tem dobrado, quase de ano para ano, mas dobram também os problemas. O conhecimento adquirido pelo  mundo é da natureza errada, que não reconhece a Deus, não tem lugar para Cristo. E Cristo é o caminho.

Governos e empresas privadas criaram grandes riquezas em países da Europa e América. Mas não encontraram remédio para a escalada do crime e da corrupção moral. O remédio, o caminho é Cristo.

O homem busca as mais diferentes formas de resolver seus problemas, preencher o vazio do coração. Mas não adianta. O vazio continua grande. E, por incrível que pareça, o tamanho desse vazio só pode ser preenchido por Jesus.

É isso que está acontecendo com você?  Nada o satisfaz? Os problemas aumentam em lugar de serem resolvidos?

Vá a Jesus agora. Em Cristo terás Deus como Ele é. E terás a vida de Deus – perfeita, justa, feliz, eterna. Vida que nos une a Deus, que nos qualifica para a atmosfera do céu.

 

 


 


 

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A ESPERANÇA CONSOLADORA

Pastor Montano de Barros

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“... Por que estais olhando para as alturas?”  Estas palavras dos anjos de Deus aos onze apóstolos, por ocasião da ascensão de Cristo, descrevem a atitude do povo de Deus em todos os tempos. Os discípulos tinham os olhos no Céu porque ali penetrava o Senhor que aguardariam. A segunda vinda de Cristo e o reino que Ele virá fundar eram a sua esperança. Essa foi a esperança dos filhos de Deus nos tempos do Velho Testamento. Enoque, Jó e o rei Davi contemplaram o grande dia e se consolaram nele. Isaías escreveu: “Naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos, na sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:9). O apóstolo Paulo, no Novo Testamento, chama a segunda vinda de Cristo de “a bendita esperança” (Tito 2:13). E da sua prisão em Roma, esperando a sentença de morte, escreveu sua última carta expressando a certeza de que o supremo bem da vida eterna lhe seria concedido “naquele dia” – o dia em que Jesus voltar (II Timóteo 4:8).

A esperança da volta de Cristo foi igualmente preciosa aos cristãos dos primeiros séculos. Ela foi incorporada nos grandes credos produzidos nos primeiros cinco séculos da era cristã – o Credo dos apóstolos, o Credo de Nicéia e o Credo de Atanásio. O fato de que esses credos são chamados ecumênicos, porque aceitos por quase toda a cristandade, mostra que a esperança da segunda vinda é preciosa aos corações dos cristãos em geral.

Mas, se a esperança da segunda vinda de Cristo recebeu tão grande ênfase nos primeiros séculos da existência da igreja, por que lhe damos tão pouco destaque hoje? Temos nós outro sol que ilumina o futuro?

A doutrina da volta de Cristo e do Seu reino tem um sólido fundamento. Ela é um dos mais claros ensinos das Escrituras. Só no Novo Testamento é mencionada mais de trezentas vezes e, em toda a Bíblia, cerca de duas mil e quinhentas vezes.

A volta de Jesus é a nota tônica, principal da Bíblia. Quão clara e consoladora é a promessa do próprio Senhor, feita um pouco antes da Sua volta para o céu: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (João 14:1-3).

Na Sua primeira vinda o Filho de Deus Se manifestou como frágil criança. Ele era a Divindade descendo ao nível do homem para poder erguer o homem. Na Sua segunda vinda Ele Se manifestará como Rei dos reis e Senhor dos senhores. A majestade divina que Ele então ocultou, para poder tratar com o homem, será manifestada quando voltar. A Sua glória será vista. “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do Céu com poder e muita glória” (Mateus 24:30). A segunda vinda de Jesus será o mais glorioso e o mais tremendo acontecimento da História. Ninguém na Terra deixará de Vê-Lo. O apóstolo João escreveu: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá” (Apocalipse 1:7).

Mas por que a segunda vinda de Cristo assim preciosa aos cristãos? Porque só ao voltar o Senhor terminará Ele a obra que começou em prol do homem. A Sua primeira vinda trouxe um bem espiritual de valor inestimável: ela pôs ao alcance do homem pecador o perdão de Deus e a libertação da tirania do pecado. Deu-nos também uma esperança gloriosa. Mas os filhos de Deus continuem em terra inimiga, sujeitos às injustiças de um mundo hostil ao bem, sujeitos à dor, ao sofrimento e à morte. É ao voltar Jesus que a plenitude dos bens do céu serão dada aos salvos.

Na volta de Cristo o reino do Mal será destruído. A manifestação do Senhor em glória e majestade corresponderá ao ato do arremesso da pedra referida na profecia de Daniel, capítulo dois. Como a pedra esmiuçou a estátua simbólica do mundo, a segunda vinda de Cristo, iniciando o reino de Deus, destruirá os reinos do pecado. Pedro escreveu: “Mas o dia do Senhor, virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão” (II Pedro 3:10). Os males do mundo não continuarão para sempre. Eles terão fim quando Jesus voltar.

Na segunda vinda de Cristo os justos mortos ressuscitarão. Através da largura e comprimento da Terra soará a voz do Doador da vida, ordenando: “... despertai... os que habitais no pó”  (Isaías 26:19). E os filhos de Deus de todos os tempos se erguerão das tumbas para a vida imortal. Que dia aquele, amigo ouvinte! Quem de nós não chora algum ente querido?  Mas o cristão tem esperança. O Salvador virá para reclamar os Seus. Paulo escreveu: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não tem esperança...

Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (I Tessalonicenses 4:13 e 16). E acrescenta: “Consolai-vos, uns aos outros com estas palavras” (versículo 18). A ressurreição dos mortos é o consolo do Céu para o mal da perda de entes queridos. Ela é a esperança que temos diante da morte.

Na segunda vinda de Cristo os justos vivos serão transformados. “Nem todos dormiremos”, escreveu Paulo, “mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios 15:51 e 52).  Subitamente os filhos de Deus que não provaram a morte verão desaparecer os seus defeitos físicos. “Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará” (Isaías 35:5 e 6).

Amigo ouvinte, o dia de Jesus voltar está chegando. Está você preparado para esse grande encontro?  Quão amargo seria perder o  bem dos bens – a bem-aventurança eterna! Receba a Jesus em teu coração e tenha certeza que “todo aquele que nEle crê, não perece, mas tem a vida eterna” (João 3:16).

 


 


 

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AMANHÃ MARAVILHOSO

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

Sabemos, pela Bíblia, que Jesus voltará em breve a este planeta para buscar os salvos de todos os tempos e implantar Seu reino.

No programa de hoje quero falar sobre esse reino. Onde será ele estabelecido? Que espécie de súditos terá? Que condições existirão nele?

Vale lembrar, porém, que o que quer que cheguemos a saber do reino celeste, o que quer que a seu respeito imaginemos, ele será tremenda surpresa. A Bíblia garante: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (I Coríntios 2:9). Estas palavras se referem às bênçãos especiais que Deus nos quer dar na presente vida; mas também ao futuro que Ele vai criar – ao amanhã de Deus.

Mas, onde será o reino de Deus estabelecido? A Bíblia ensina que será fundado nesta Terra. Deus fez a Terra para ser habitada, para ser um reino de justiça. Satanás introduziu o pecado e temporariamente frustrou o intento divino. Mas o plano do Céu será por fim executado. Foi com isso em mente que Jesus disse: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5).

O programa de Deus para o mundo arruinado pela ação do Mal está contido nas palavras: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). O planeta em que vivemos será renovado. Sofrerá a ação do fogo purificador. O apóstolo Pedro escreveu: “Mas o dia do Senhor virá como ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão” (II Pedro 3:10). O fogo de Deus destruirá tudo o que nasceu do pecado: os pecadores não arrependidos, as obras do homem, os animais bravios e os animais venenosos, os germes causadores de doenças, as plantas tóxicas, os espinhos e abrolhos.

Purificada a Terra das obras do Mal, Deus lhes dará outra vez a beleza e as condições que ela teve a princípio.

Que espécie de súditos terá o reino celestial? O plano de Deus de fazer novas todas as coisas envolve a criação de uma nova raça – de novos homens e mulheres, novos no sentido de qualidade.

 

Os habitantes desse novo mundo serão novos no sentido físico. “Os mortos ressuscitarão incorruptíveis”, escreveu o apóstolo Paulo em I aos Coríntios 15:52. Eles se erguerão das tumbas com corpos sem defeito, imortais. Quanto aos que estiverem vivos quando o Salvador voltar, dos salvos, a Escritura diz que serão transformados, “num momento, num abrir e fechar de olhos”. Desaparecerão os sinais da velhice nos idosos, desaparecerão todos os defeitos físicos (Isaías 35:5 e 6). Sobre o novo corpo que Deus vai lhes dar a doença não terá poder. “E morador nenhum dirá: estou enfermo” (Isaías 33:24). Eles terão corpos imortais, assim “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Apocalipse 21:4).

Que mundo esse, que Deus vai criar! Não mais portas trancadas, não mais firmas reconhecidas, não mais violência, não mais injustiças, não mais guerras! “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).

E o que farão os salvos?  Alguns imaginam os herdeiros do reino sentados sobre nuvens rosadas, tocando harpa incessantemente. Se isso fosse verdade, morar nesse lugar seria algo muito cansativo. Mas a verdade é outra. Na Nova Terra, como aqui, atividade física, intelectual e espiritual existirão, sim. “Eles edificarão casas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo obras das suas próprias mãos” (Isaías 65:21 e 22). Haverá oportunidade de estudarmos o mundo natural, com suas inumeráveis maravilhas. E haverá o crescimento e cultivo espiritual, pelo contato com o próprio Rei do Universo. “de uma lua nova à outra (de mês em mês), e de um sábado a outro (semanalmente), virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor” (Isaías 66:23).

No amanhã de Deus haverá crescimento constante da mente e da alma. “... os mais grandiosos empreendimentos poderão ser levados avante, alcançadas as mais elevadas aspirações, as mais altas ambições realizadas; e surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objetivos a aguçar as faculdades do espírito, da alma e do corpo.” (GC, p. 730).

Um outro detalhe importante desse novo reino de Deus será a alegria eterna que jamais desaparecerá (Isaías 35:10). “Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais aprendem os homens de Deus, mais Lhe admiram o caráter. Ao Jesus revelar aos salvos as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados vibrará com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor. ‘E ouvi a toda a criatura que está no Céu, e na Terra, e debaixo da Terra, e que está no mar, e a todas as  coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, honra, e glória e poder para todo o sempre’ Apocalipse 5:13” (e CG p. 730 e 731).

Amigo ouvinte, há um lugar para você nesse reino. Jesus morreu para que estejas lá. Não desapontes o divino Amigo. Lembre que há alegria no céu por um pecador que se arrepende e toma a decisão de se preparar para o reino glorioso do Messias.


 

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AGUARDANDO PREPARADOS

Pastor Montano de Barros

TOPO

 

O Senhor Jesus Cristo esteve aqui há vinte séculos. Cumprindo profecias do Velho Testamento, Ele nasceu em Belém da Judéia, cresceu como qualquer outro menino, até se tornar Homem; trouxe bênçãos a milhares, pelo Seu ministério. E antes, como também depois da crucifixão e ressurreição, declarou que voltará.

Que tesouro espiritual nós temos nas palavras que Ele proferiu, já sob a sombra da cruz: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos levarei para Mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (João 14:1-3).

Jesus falou da Sua volta nos Seus sermões e também nas Suas parábolas. Uma delas, a das dez virgens, relatada em Mateus 25:1-13: “Dez virgens pegaram suas candeia e saíram para se encontrar com o noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes. As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo. As prudentes, porém, levaram óleo em vasilhas, junto com suas candeias. O noivo demorou a chegar, e todas ficaram com sono e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: O noivo se aproxima! Saiam para encontra-lo!”

Então todas as virgens acordaram e prepararam suas candeias. As insensatas disseram às prudentes: Dêem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas candeias estão se apagando! Elas responderam: Não, pois pode ser que não haja suficiente para nós e para vocês. Vão comprar óleo para vocês. E saindo para comprar o óleo, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mais tarde vieram também as outras e disseram: Senhor, Senhor! Abra a porta para nós! Mas ele respondeu: A verdade é que não as conheço!  Portanto, vigiem, porque não sabem o dia nem a hora!”

Esta história contada por Jesus deve nos fazer pensar. Ela focaliza a preparação pessoal para a volta de Cristo. Revela que essa volta será aparentemente retardada. Proclama a necessidade de recebermos o Espírito Santo, a fim de estar preparados para a Segunda vinda. Nas Escrituras, o azeite, ou óleo é com freqüência empregado como símbolo do Espírito Santo. As cinco virgens prudentes tinham um suprimento de azeite e as outras não tinham. Na hora mais escura da noite ouviu-se o grito: “Eis o noivo!”, mas as virgens néscias não tinham azeite. As suas lâmpadas se apagaram e não lhes foi dado ter parte na recepção do noivo.

Que lição para nós nesta hora mais escura da História! A mensagem da volta de Cristo soa em todas as partes da Terra. Mas só aqueles cujas lâmpadas estiverem acesas, só os que forem fortes na fé, só os que estiverem cheios de esperança e confiança, virtudes recebidas do Espírito Santo, estarão preparados para aquele dia.

Note que nessa parábola só as que estava preparadas tiveram permissão de entrar na festa, e quando entraram fechou-se a porta. As outras vieram e quiseram entrar, mas a entrada lhes foi recusada. A porta estava fechada. E fez-se a grande separação.

“E fechou-se a porta”. Pense, amigo ouvinte, nessas palavras: “E fechou-se a porta”. A porta está aberta agora, mas será fechada um dia.

Passemos agora a outra parábola de Jesus. “Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo. É como se um homem, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã. Para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que, porém, vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Marcos 13:32 a 37).

Novamente temos outra afirmação de que Jesus voltará. O Salvador saiu do mundo como alguém que empreende uma longa viagem. Deu autoridade aos Seus servos para fazerem a Sua obra na Terra. A cada pessoa deu a sua tarefa particular. Todos, consequentemente, temos a responsabilidade de trabalhar para ele. Perceba que um dos mais importantes mandamentos que o Senhor nos deu ao partir foi o de vigiarmos, de estarmos alerta, pois não sabemos quando Ele virá. Devemos, pois, estar sempre preparados, para não sermos achados dormindo. O grande ensino desta parábola é que devemos estar em atitude de vigilância. Manter a expectativa constante! Ele voltará!

Amigo ouvinte, nós necessitamos esta gloriosa verdade, a bem-aventurada esperança da segunda vinda de Cristo. A vida não é completa sem ela. Se estamos vigiando, se estamos preparados, veremos “o Filho do homem vir nas nuvens, com poder e glória” (Marcos 13:26).

A rainha Vitória, que ocupou o trono da Inglaterra por mais de 60 anos, era uma cristã fervorosa. Ela amava não apenas a cruz de Cristo, mas também a gloriosa promessa de Jesus de voltar ao mundo. Certa ocasião, ela ouviu um de seus capelães pregar sobre a vinda de Cristo. A rainha ouviu o sermão com vivo interesse e, após o culto, disse ao pregador: “Gostaria que Jesus viesse durante a minha vida!”  “Por que vossa Majestade tem esse desejo?”, indagou o capelão. Com lábios trêmulos e o rosto iluminado por profunda emoção, ela respondeu: “Oh, quanto gostaria de depor minha coroa a Seus pés!”

Amigo ouvinte, todos nós cristãos deveríamos pensar na volta do Senhor. Deveríamos desejar vê-Lo vir, e desejar pôr a Seus pés o que temos, dando-Lhe graças pelo que fez por nós. Deveríamos vigiar, sim  e aguardar Jesus.

Como os filhos e a mãe anelam a volta do pai e marido ausente, como se alegram quando ele chega, como correm ao seu encontro para o abraçar, assim deveríamos nós estar esperando, vigiando, anelando a volta do Senhor, observando os sinais dos tempos e como que olhando pela janela do mundo. Então, ao raiar a manhã e o céu do nascente resplandecer com a radiante glória do Seu aparecimento, poderemos exultar de alegria e sair ao Seu encontro. “Naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos”  (Isaías 25:9).

 

 

 

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