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ESTÁ ESCRITO – George Vandeman

 

 

76 POR QUE ESPERAR 2

 

77 A RESSURREIÇÃO REPETIDA

 

78 OS CONTORNOS DO CÉU

 

79 UM HOMEM EM ISOLAMENTO

 

80 MACACO VÊ MACACO NÃO FAZ

 

81 ENGANADO NOVAMENTE

 

82 A TRAGÉDIA DO TITANIC

 

83 COCAÍNA A MENTIRA BRANCA

 

84 SEM LUGAR PARA SE ESCONDER

 

85 DOMINANDO O ESTRESSE ASSASSINO

 

86 DISCUSSÕES E SOLUÇÕES

 

87 UM FIM ÀS PROMESSAS QUEBRADAS

 

88 COMO EVITAR A INFIDELIDADE

 

89 MILAGRES IDÊNTICOS

 

90 DOIS PASSOS PARA DEUS

 

91 TRIBOS EM CONFLITO

 

92 UM PASSEIO PELA NOITE

 

93 EM BUSCA DA SORTE NAS ESTRELAS

 

94 VERDADEIRO AMOR NO TAJ MAHAL

 

95 ENCONTRO DE HERÓIS

 

96 PLANTAS MARAVILHOSAS

 

97 UM MARINHEIRO E O SINAL DE DEUS

 

98 FAMOSAS ÚLTIMAS PALAVRAS

 

99 CONDENADO AO NASCER

 

100 UMA ESTRELA NA NOITE


 


 

76

POR QUE ESPERAR?  PARTE 2

George Vandeman

TOPO

 

Os jovens gostam de ação, vida, liberdade e a busca da felicidade. Infelizmente, uma parte da felicidade que os jovens buscam os deixam em dificuldades. Problemas com sexo, por exemplo. Hoje, o número de meninas grávidas é enorme. Sete entre dez garotas informam ter tido experiência sexual em sua adolescência e oito entre dez rapazes tiveram algum tipo de envolvimento sexual.

A sexualidade do jovem não é um problema apenas da sociedade secular. As pesquisas afirmam que 72% dos jovens que vão à igreja têm se envolvido com o sexo. Sete entre dez jovens tiveram experiência sexual. O que podemos fazer para ajudá-los?

Vandeman - Josh, na primeira parte analisamos com certa profundidade o problema do sexo antes do casamento. Agora, graças a Deus, podemos falar sobre as soluções. Mas primeiro, quero perguntar a você sobre esta estatística chocante: 72% dos adolescentes que freqüentam a igreja admitem envolvimento em sexo! Por que a porcentagem é tão alta?

Josh - É porque as pesquisas mostram que existe um tremendo vazio entre o que os nossos jovens cristãos crêem intelectualmente e como se comportam na prática. Provavelmente, uma das maiores necessidades na igreja é passar da teoria para a atividade. Eu creio que nas Escrituras, na Palavra de Deus, a verdade é sempre ensinada no contexto de relacionamentos. Quando a verdade é ensinada, a chave não é entender a Bíblia, mas viver a Bíblia. Nossos pastores e professores precisam perceber isso. Precisamos ensinar a verdade no contexto de como ela afeta nossos relacionamentos e como você vive pessoalmente.

Vandeman - Uma coisa é estar envolvido em atividade sexual, mas o estudo mostra que até o término da 8ª série, em nossas igrejas evangélicas mais fundamentais, 43% dos alunos já tiveram relação sexual. Mas, há uma maior: 36%  em nossas igrejas disseram que não vêem nenhum tipo de implicação moral no sexo pré-conjugal. Essa é uma estatística assustadora! Você mencionou um ponto importante há uns instantes sobre o cérebro, a mente. Seria, talvez, esse o mais importante órgão sexual?

Josh - Sim, eu creio que a mente é o mais poderoso, mais sensível órgão sexual que Deus nos deu. E isso se relaciona ao que tocamos no estudo anterior: sobre Deus ter dito "não", por querer proteger, cuidar. Ele diz: "Não cometam imoralidade, Eu quero proteger o órgão sexual mais poderoso que vocês possuem: a mente."  Você dirá: "Ora, um momento, como isso se relaciona?" Quando a Palavra de Deus em Hebreus 13:4 diz: "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula." Este é o principal versículo mencionado aos jovens para esperar; quatro vezes mais que qualquer outro versículo.  Ora, o que significa "honra"? Honra significa respeito, estima. Que o casamento seja mantido em alta estima entre todos, não apenas entre os casados. Você dirá: "Como deve agir aquele que é solteiro?"  O solteiro deverá honrar o casamento, ter estima através da castidade e o casado através da fidelidade. Mas a Bíblia diz que o casamento deve ser puro na cama. O que quer dizer ter o casamento na cama ou o relacionamento sexual puro? A palavra puro significa "sem elemento estranho". Como se eu tivesse uma xícara de açúcar, 100% açúcar, puro, sem sujeiras, não adulterado. Mas assim que eu pego algum adoçante e misturo a ele,

se torna adulterado, sujo ou impuro. Por quê? Um elemento estranho entrou na xícara de açúcar. Bem, Deus diz: "Não deixe um elemento estranho entrar no leito matrimonial." Eu acho que ele entra pela mente. Você já pensou por que algumas coisas nós lembramos e outras não? Como alguém pode ter, há três anos, embaraçado você em uma reunião e você se lembra nitidamente daquele dia? Mas, provavelmente, não consegue lembrar o que você almoçou hoje. Por que isso? Existem duas explicações. Uma é fisiológica. Quando certas coisas ocorrem no corpo, se houver uma experiência emocional intensa que envolva muito dos cinco sentidos e haja um estímulo ao forte fluxo da adrenalina, então uma química é liberada no corpo que pega essa experiência e a registra na mente para ser lembrada. E é o modo psicológico que Deus possui para nos fazer lembrar da importância contra a insignificância. O importante contra o sem importância. As pesquisas mostram que todas as nossas experiências vão para a memÓria de curta duração. Aí, se ocorrerem certas coisas como uma experiência emocional intensa, um estímulo onde a adrenalina brote forte, um ensaio do evento fica na mente. Você dirá: "Como assim?" É como olhar para uma foto pornográfica e ir embora. Durante as próximas duas semanas você recria essa imagem em sua mente. O que acontece? Isso passa da pouca duração para a memória de longa duração para ser lembrado. E o que acontece sexualmente? Um ato sexual envolve tudo o que é preciso de curta a longa duração e libera a química no corpo para registrar esse evento na mente para recordar. E todas as nossas experiências estão armazenadas na mente como um pedaço de filme que está sendo exposto todos os dias. Estamos criando reprises na tela da mente. Um homem de 34 anos me procurou e disse: "Você precisa me ajudar."  Ele era pastor e contou: "Sou casado há oito anos e nesses oito anos de casamento jamais estive sozinho na cama com minha mulher."  Eu estranhei: "Mas como assim?" Ele respondeu: "Quando eu cursava a oitava série, fiquei muito envolvido sexualmente com diversas mulheres. Aí, me tornei cristão. Aceitei a Cristo quando estava no colegial, mas minhas atividades sexuais continuaram em minha mente mesmo assim. Quando cursava a universidade, conheci a minha esposa, uma das mulheres mais preciosas e delicadas da face da terra, e nós nos casamos. Mas, a partir de nossa lua-de-mel, começaram os flashbacks."  Ele disse: "Josh, todos esses anos não tenho conseguido me livrar dessas reprises. E eu me sinto tão culpado por ter outras mulheres na minha mente quando estou fazendo sexo com minha esposa que nem mais estou querendo fazer sexo com ela e isso está destruindo o nosso casamento." São os fantasmas de relacionamentos passados. Deus diz: "Eu quero proteger você disso." Você pode devolver o anel. Você pode devolver a foto rasgada em mil pedaços. Pode devolver o agasalho cortado em tiras. Pode queimar os presentes, mas não poderá devolver as lembranças. Elas estão arquivadas. Muitas vezes, o que precisamos é de uma lavagem cerebral. Nosso cérebro precisa ser lavado pela Palavra de Deus.

Vandeman - Graças a Deus por esta noção. Existem tantas coisas, mas muitos cristãos lamentam a crise sexual e outros só querem condená-la. Mas, você está fazendo algo a respeito do problema, algo importante. Fale-nos um pouco sobre o seu ministério. Podemos incluí-lo no tema?

Josh - Bem, eu estou nesse ministério há quase 23 anos.

Vandeman - Mas é um ministério particular.

Josh - Certo.

Vandeman - Queremos saber sobre o passado também.

Josh - Eu me entreguei a Cristo quando tentava escrever o primeiro livro, As Provas Exigem um Veredito, contra o cristianismo. Após eu me tornar cristão, comecei a falar sobre o cristianismo e os relacionamentos. Então, alguns anos atrás, vi o que estava acontecendo culturalmente com os nossos jovens e como aquilo a estava afetando sexualmente, dentro da igreja. Percebi que, se não fizéssemos alguma coisa, logo iria ser muito tarde. Assim, chamei um grupo de denominações.  Vinte e três se reuniram, e elas decidiram nos nomear como um elemento catalizador para abordar a questão. Assim, dali surgiu a campanha "Por Que Esperar".  "Por que esperar" é para ajudar pais, pastores e diretores de jovens a trabalharem com os jovens sobre como dizer "não" e "por quê?". É uma discussão sexual, dando provas sobre sexo que exigem um veredito.

Vandeman - Graças a Deus. Inclusive você pode usar isso como título.

Josh - Eu quase fiz isso em meu outro livro chamado Por que Esperar? Eu quase o intitulei "As Provas Sobre Sexo Exigem um Veredito".

Vandeman - E exigem mesmo um veredito. Mais uma nota positiva: autovalorização. Que papel ela desempenha na vulnerabilidade de nossos jovens?

Josh - É provavelmente uma das três ou cinco principais razões pelas quais os jovens se tornam envolvidos sexualmente. Não tínhamos esse problema com a autovalorização há 20 ou 25 anos atrás. Mas a cultura hoje tem desumanizado muito o indivíduo, mesmo falando sobre sexo, paternidade planejada e outros. "Olha, os jovens vão se envolver de qualquer maneira, portanto faça o sexo seguro." Bem, alegro-me que eles não estejam a cargo de nosso programa antidrogas. Porque pouco importa o que você faça, um determinado grupo de jovens irá usar drogas. Assim, de acordo com a paternidade planejada, só temos que torná-la segura. Vamos ter clínicas nos colégios, dar a eles agulhas limpas e tudo o mais. Não estamos falando sobre sexualidade animal, estamos falando sobre sexualidade humana. Estamos falando sobre crianças que foram criadas à imagem de Deus, que foram criadas com a capacidade de dizer "não" e sustentar        essa decisão. Se não criarmos nossos filhos com caráter para dizer "não" ao sexo agora, então, acredite, quando eles entrarem na política e em tudo o mais, irão cometer muito mais problemas do que temos visto nesses últimos anos na política, na religião e nos outros setores.

Vandeman - Podemos falar um pouquinho sobre a AIDS?

Josh - Eu estava esperando que você pedisse isso.

Vandeman - Por favor.

Josh - Além da AIDS, as doenças sexualmente transmissíveis.

Vandeman - Sim, sim.

Josh - Quando Deus diz "não cometa imoralidade sexual" em

I Tessalonissenses 4, faz isso porque quer "proteger vocês do medo das doenças sexualmente transmissíveis e quer que tenham paz de espírito". Agora, se a AIDS não estivesse em cena, George, eu poderia lhe garantir que todas as manchetes dos jornais e todas as revistas estariam alertando sobre herpes, gonorréia e sífilis. Elas estão explodindo em proporções epidêmicas. Mas a AIDS, por ser 100% mortal, afeta de um modo muito maior. Mas o que está acontecendo é que muitas dessas doenças estão agora encubadas na vida da pessoa. Gonorréia, sífilis, herpes e AIDS podem ficar durante 15 anos adormecidas em sua vida. Você jamais saberá que as têm, mas pode passá-las adiante. E como resultado, dizem o secretário de saúde e os diretores dos centros de controle de doenças nos Estados Unidos, toda vez que você fizer sexo com alguém, tem que ter em mente que não está fazendo sexo apenas com aquela pessoa, mas com todas as pessoas com as quais ela fez sexo nos últimos dez anos. Uma mulher me procurou chorando. Ela disse: "Eu estive casada durante quatro anos" e eu ouço isto agora o tempo todo. "Em 2 de janeiro me disseram que meu marido tinha AIDS. Doze dias depois ele estava morto."  Ela começou a gritar: "Sabe o que eles me disseram? O resto da minha vida, a cada três meses, vou ter que fazer teste para saber se tenho AIDS e se vou viver mais três meses." E ela falou: "Eu tenho pesadelos. Eu vou para a cama pensando: mais 80 dias e vou ter que voltar, 70, 60, 7,6,5,4 para saber se vou viver mais três meses."

Vandeman - Que horrível!

Josh - Eu tive uma conversa séria com o secretário de saúde.

Vandeman - Sim, fale-nos a respeito. O que perguntou a ele?

Josh - A primeira coisa que eu perguntei a ele foi: "Doutor Koop, se não tivermos uma solução imediata para a AIDS..." Ele me interrompeu e disse: "Senhor McDowell, nós não vamos conseguir uma solução imediata. Estamos anos atrasados, provavelmente apenas no ano 2.000". Eu falei: "Se não conseguirmos, qual é a previsão mais realística para o mundo dentro dos próximos anos até o ano 2.000.?" Pensei que o homem fosse chorar. Ele disse: "Josh, uns 50 milhões irão morrer." E aí eu disse a ele, no final da entrevista: "Doutor Koop, se o senhor fosse dizer alguma coisa aos pais e à igreja, o que o diria?"  Ele respondeu: "Acordem para o fato de que uma porção de coisas horríveis têm passado por vocês. Sabe, quando eu estava na estrada com Francis Schaefer, uma das maiores preocupações que tivemos foi que os evangélicos não gostassem do que  estávamos falando porque eles confundiram uma questão social a qual tinham que encarar com um evangelho social que eles desprezam. E eu acho que tem havido um mal-entendido muito sério  por parte da igreja. A igreja tem que se envolver socialmente. Ela tem que encarar todos os problemas que nós temos hoje. Os jovens, embora jamais analisem, não estão buscando apenas uma experiência sexual mas, de fato, querem estabelecer intimidade e com alguém que os respeita como indivíduo. E eu creio que uma das coisas mais tristes que aconteceu em nossa cultura foi o pai e a mãe trabalharem fora e as crianças ficarem presas em casa e, ao se tornarem jovens, terem que viver por conta própria. Eles carecem da intimidade que costumavam ter com seus pais e assim buscam-na em um outro lugar. Eles a confundem com o sexo, quando surge a oportunidade e dizem: "Isto é o que eu estava procurando." E aí, a fantasia deles cai por terra porque aquilo não era de fato o que queriam."

Vandeman - Pode nos dizer que papel os pais deveriam desempenhar nesse tão real drama da vida?

Josh - Os pais são fundamentais. Nós somos fundamentais. Para meus filhos, sou fundamental. 

Vandeman - Em outras palavras, isso faz parte da solução?

Josh - Sim. Em Colossenses 3:21 diz: "Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados."  Lembre-se dessa citação, regras sem relacionamentos levam à rebelião, seja rebelião ativa ou indiferença passiva. Ou você pode colocar assim: regras sem relacionamentos irritam os filhos, faz com que eles percam o ânimo. Mas existem dois relacionamentos que afetam o comportamento sexual de uma criança. O primeiro é um que muitas pessoas não imaginam. Veja o versículo 19: "Maridos, amai a vossas esposas." Colossenses 3:19. O primeiro relacionamento-chave  para se ajudar a criança a dizer "não" ao sexo é que o pai dela ame a sua mãe. Uma das maiores seguranças de uma criança hoje não é saber se os pais a amam, mas saber que os pais amam-se um ao outro. Nossa pesquisa mostra que o desejo número um de uma criança hoje, abaixo da adolescência, é uma vida feliz no lar. O principal temor de uma criança, dos 7 anos de idade até aos 15, é a perda de um dos pais com o divórcio.

Vandeman - Ah, eu sei disso.

Josh - Está afetando todas as famílias por causa da cultura. Meu filho, que hoje tem 11 anos, quando tinha seis anos e meio, voltou da escola para casa e estava um tanto nervoso. Percebemos que algo está errado. Eu perguntei: "Qual o problema, Sean." E ele disse: "Nada." Dava para ver que tinha algo errado. Eu insisti: "Conta para o seu pai, o que você está sentindo." Aprendi que quando quero saber o que está se passando com meus filhos, tenho que perguntar o que é que sentem. Essa é a diferença entre o homem e a mulher. Você faz uma pergunta à mulher e ela abre o coração. Você faz uma pergunta a um homem e ele faz um sermão. Descobri com as crianças, que temos que nos relacionar em nível de sentimento. Assim, eu disse: "O que você está sentindo?" Ele olhou meio confuso e respondeu: "Papai, você vai abandonar a mamãe?" Eu estava esperando essa pergunta e disse: "Por que filho?" Vários pais de amigos dele tinham acabado de se divorciar. Está acontecendo tanto na cultura atual que as crianças estão crescendo e pensando que não importa o quanto meu pai ame minha mãe, eles vão se divorciar. E uma criança de 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 anos não consegue ver a diferença. Por isso eu me sentei e disse: "Filho, preste bem atenção. Eu quero que você saiba que sou um dos homens de mais sorte do mundo por estar casado com sua mãe. Eu amo sua mãe. Estou comprometido com ela." E aí eu disse: "Sean, eu jamais deixarei a sua mãe." E aquele garoto de seis anos e meio disse: "Ah, obrigado, papai."

Vandeman - Graças a Deus por isso.

Josh - Uma das maiores necessidades atuais é ter pais que não tenham medo, na presença de seus filhos, de dar um abraço, de beijar, dizer: "Eu te amo" e demonstrar isso.

Vandeman - Com certeza.

Josh - Todo o tempo eu estou dizendo a eles o quanto eu amo a mãe deles. Quando ligo para casa e falo com um de meus filhos, eu digo: "Kelly, aquela sua mãe fantástica está aí? Aquela mulher com quem eu me casei, que me deu esse privilégio está? Você pode chamá-la?" Às vezes, eu digo ao meu filho Sean: "Olha, Sean, quando você desligar, quero que vá até a sua mãe e quero que você dê um abração nela bem apertado e diga que é pelo seu pai." O que estou fazendo? Estou dizendo: Crianças, estou comprometido com sua mãe. E essa é uma das maiores heranças que posso deixar aos meus filhos. E o segundo relacionamento é evitar irritar os filhos e as regras que levam à rebelião. É preciso um relacionamento entre os pais e a criança. E a chave é o pai. Em um estudo que acabamos de fazer, há um paralelo direto diante do relacionamento mais significativo com o pai, não com a mãe, um relacionamento mais significativo com o pai, menos envolvimento sexual. Mas aqui está a tragédia. Em nosso estudo, que é o primeiro estudo científico feito na vida sexual dos jovens da Igreja Evangélica Fundamental, a criança da igreja passa em média menos de 15 minutos por semana em conversa significativa com seu pai.

Vandeman - Isso é trágico!

Josh - Portanto, o que eu digo aos pais é o que eu penso que o livro "O Que Eu Gostaria Que Meus Pais Soubessem Sobre a Minha Sexualidade" diria: "Maridos, amem suas esposas e passem algum tempo com os seus filhos." Precisamos que os nossos pastores façam isso. Estou convicto de que uma das maiores necessidades dos pastores não são sermões retumbantes, embora eles sejam necessários, nem o programa de construção ou atingir o orçamento... Uma das maiores coisas que os pastores podem fazer por suas congregações e especialmente para os jovens é: "Pastores, amem suas esposas e passem algum tempo com os seus filhos." O que precisamos fazer em seminários é treinar os pastores a tratar com amor suas esposas para que essas se apercebam que elas vêm antes do ministério. E quando a sua esposa souber disso, você poderá de fato gastar mais tempo no ministério e construir a vida ao mesmo tempo.

Vandeman - Maravilha! Agradeço a Deus por isso. Josh, uma pergunta para focalizar tudo o que você disse: "A virgindade é importante hoje?"

Josh - Creio que é mais importante hoje do que nunca. Gostaria que você estivesse comigo quando eu falo aos jovens, George, quando digo: "Olha, Deus diz para não cometerem imoralidade sexual porque Ele quer proteger a sua virgindade e prover para você um dos maiores presentes de amor para o seu cônjuge, ou seja, a sua virgindade." Pode imaginar um homem dizendo à sua esposa: "Querida, tenho orado por você, tenho esperado você, tenho amado você e para demonstrar o meu amor por você através da minha espera, eu lhe dou  a minha virgindade." É um dos maiores presentes. E quando você diz isso em um auditório, as mulheres irrompem em aplausos. Uma garota de 17 anos escreveu para mim, dizendo: "Por Que Esperar me deu um bônus. Sou uma garota de 17 anos e sou virgem. Minhas amigas que se envolveram sexualmente vem me pressionando para eu perder a virgindade. Finalmente, na última terça, fiquei cansada disso. Quando eu almoçava com elas, estando ali sentada, eu disse: 'Olha, não quero ouvir mais nada de vocês, porque vocês precisam saber que no momento que eu quiser, no dia que eu quiser, eu poderei me tornar igual a vocês, mas vocês nunca mais poderão se tornar iguais a mim.'"

Vandeman - Que percepção!

Josh - Quanta sobriedade! Um rapaz de 18 anos, Michael, da Universidade de Wisconsin, após ouvir algumas das coisas que conversamos sobre as razões positivas para se esperar, me disse o seguinte: "Josh, se eu pudesse ter um desejo atendido eu queria ter 12 anos de novo e ouvir o que eu acabo de ouvir." Mas George, creio que devemos alertar a todos os garotos de 12 anos deste país, para que, ao completarem 18 anos, seu único desejo na vida não seja ter 12 anos novamente e alguém mostrando algumas razões para esperar.

Vandeman - E essa é a razão de sermos tão agradecidos pelo que você fez por nós. Sei que repito o obrigado de milhares de pessoas.

Josh - Bem, foi um prazer.

Vandeman - O prazer é mútuo. Nós amamos muito você em Cristo e obrigado. Deus o abençoe em seu ministério, entre esses preciosos jovens por toda a nação.

Josh - Eles são um ótimo grupo de pessoas.

Vandeman - São mesmo. E agora, ao encerrarmos esse assunto, só uma palavrinha aos jovens que não têm pais que lhes dêem esse tipo de apoio que estivemos falando. Eis um texto dos Salmos que lhes dará coragem: "Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá."  Salmo 27:10   Não é maravilhoso? Seu querido Pai no Céu o conhece e o ama pessoalmente. Se você não tiver os pais mais atenciosos, Ele o é. Ele pode preencher suas necessidades, inclusive seus anseios mais profundos. E seu Pai Celeste tem um plano especial para você. Um plano para a sua vida que irá se revelar à medida que você confiar nEle e segui-Lo até o fim.

Oremos. "Querido Deus, o Senhor está aí todo o tempo, pronto e capaz para satisfazer as mais profundas necessidades dos solitários corações dos jovens. Ajuda-nos a ser pais amorosos e amigos que o Senhor possa usar para guiar nossos jovens através de seus anos de crise. Obrigado pelo presente da salvação em Jesus Cristo. Nós pedimos em Seu nome. Amém.

 

 


 


 

77

A RESSURREIÇÃO REPETIDA

George Vandeman

TOPO

 

Bem cedo, numa inesquecível manhã de domingo, dois homens correram para os montanhosos arredores da cidade de Jerusalém. A estranha história de uma mulher havia ficado em seus ouvidos. Ela havia dito que seu adorado Senhor havia desaparecido do sepulcro. Alguém devia tê-lo levado.

Somente uma notícia dessas poderia fazer com que Pedro e João saíssem de seu esconderijo. Eles temiam por sua vida. Os que haviam condenado Jesus à morte podiam muito bem estar em seu encalço também.

João e Pedro, porém, tinham que descobrir o que havia acontecido naquele túmulo. À medida em que corriam, pensamentos confusos passavam por suas mentes.

Dois dias antes, as esperanças e sonhos dos discípulos haviam sido destruídos no monte chamado Gólgota. Seu mundo havia desabado. Até mesmo Deus parecia ter desaparecido.

Agora, Pedro e João se perguntavam se a informação das outras mulheres sobres o túmulo do Senhor era verdade. Um anjo, disseram, havia lhes dito: "Não temais, porque sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou, como havia dito." Mateus 28:5,6.

Jesus havia realmente ressuscitado? Mas como? O corpo ensangüentado e ferido do Salvador havia sido retirado da cruz. João e Pedro não conseguiam esquecer o corpo pesado e sem vida que havia sido envolto num pano branco. Mesmo assim, eles foram sentindo um misto de medo terrível e de fé desesperada.

João, o mais novo, chegou primeiro ao túmulo. A pedra que o lacrava havia sido afastada. Ele se abaixou, olhou para dentro e de repente ficou sabendo que o curso da História mudara  para sempre. A vida jamais seria a mesma. A Escritura nos diz: "... então entrou o discípulo que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu."João 20:8.

Ele viu que os lençóis que haviam envolvido o Senhor morto, estavam cuidadosamente dobrados num ressalto do sepulcro, e ele acreditou. Jesus ressuscitara!

De alguma forma ele havia ultrapassado a irremovível barreira da morte. Ele havia conquistado o inconquistável. Mais tarde, a fé renovada de João e Pedro seria confirmada quando encontrassem o Senhor face a face.

Sim, a páscoa é a época quando a maioria dos cristãos comemora essa pedra fundamental de nossa fé - a ressurreição. Isso nos dá a esperança de que a morte pode ser vencida. Jesus, ao se erguer do sepulcro, é a promessa de que poderemos imitá-lo um dia.

Mas é também outra coisa. É algo mais do que apenas uma esperança futura. Os autores do Novo Testamento freqüentemente falam da ressurreição como a pedra angular do poder de Deus. Ela liberou no mundo uma fonte de energia que não havia sido vista antes. No primeiro capítulo do livro de Efésios, Paulo procura alertar os que acreditavam, sobre as maravilhas que agora eles possuíam em Cristo. Ele louva o que chama de "incomparável, enorme poder de Deus para todos que crêem." Veja como o apóstolo define esse poder incomparavelmente grande: "... a eficácia da força de seu poder, o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos." Efésios 1:19,20.

Deus demonstrou seu poder inigualável ao erguer seu Filho do túmulo. Paulo nos diz que a força do sepulcro também está disponível para nós agora em nossa vida cotidiana, não apenas após a morte. Possuímos um notável exemplo disso na carta aos Romanos. Paulo comenta como seres humanos fracos e pecaminosos podem se tornar espiritualmente fortes. Ele afirma que a transformação real é possível. Ele fundamenta seu ponto de vista com essas palavras: "... esse mesmo que ressuscitou a Jesus Cristo dentr os mortos, vivificará também os vossos corpos mortais por meio o seu espírito que em vós habita." Romanos 8:11.

A ressurreição é apresentada como garantia de que Deus pode criar a vida da morte, o bem do mal e a saúde espiritual da decadência moral do espírito. Uma mudança radical é possível, porque essa força incomparável opera naqueles que acreditam. Portanto, os desesperados, os subjugados e os aflitos, poderão alcançar uma nova vida da mesma forma que o corpo frio e sem vida do Salvador reviveu naquela manhã.

O poder de ressurreição está disponível para você e para mim agora. Para ter certeza de que entenderíamos isso, Paulo nos descreve como participantes desse grande acontecimento. Ele ousadamente declara: "nós ressuscitamos com Cristo". Não estamos apenas lendo a respeito de algum acontecimento notável no passado. Nós estamos lá com Jesus no sepulcro, e quando a maravilhosa e incomparável força de Deus corre pelas veias sem vida do Salvador, ela se derrama sobre nós também. O apóstolo continua: "... e juntamente como Ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus." Efésios 2:6.

Aqueles que se ligaram a Cristo, se ligaram à sua ressurreição. Através da fé, ela se torna um acontecimento repetitivo, uma ressurreição maravilhosamente repetida em nossa vida. E mais, nós podemos acompanhá-lo às alturas celestiais. Nós ascendemos com Cristo e estamos "assentados com ele no reino dos Céus".

Mas, o que isso quer dizer? Afinal, fisicamente falando, nossos pés continuam bastante fincados na terra. Creio que a questão que Paulo está enfatizando é esta: a ressurreição sognifica que não há limite para o que se pode realizar no reino espiritual.

O grande poder de Deus nos impulsiona para cima, nem mesmo o céu é o limjite. Cristo atravessou o limite do céu. Ora, talvez para você isso esteja parecendo um tanto distante. Poder incomparável, transformação radical que nos impulsiona em direção ao Céu. Estaríamos sendo realistas? Seria isso apenas uma linguagem mística? Estamos exagerando as coisas?

Em vez de apenas tentar dizer que o poder de ressurreição de Deus é real, vou demonstrar. Vou apresentar-lhe o que poderíamos chamar de casos terminais, três casos sem esperança: Saulo, Tex e Grace.

Saulo era um fariseu. Ele possuia uma sinceridade feroz. Educado pela elite da sociedade judaica, ele se tornou um legalista em alto grau. No mundo de Saulo, a intolerância e o fanatismo encontraram ótimo solo para florescer. Ele tornou-se um grande inquisitor, correndo à procura de cristãos para os perseguir. Foi então que, na estrada para Damasco, um raio de luz e uma voz inquisidora o derrubaram de seu cavalo. Saulo, o zeloso fariseu, tornou-se Paulo, o dedicado apóstolo cristão.

A grande maioria termina a história da conversão de Paulo nesse ponto. Não acho que chegamos ao âmago da questão. Há muitas pessoas que alteram radicalmente sua filosofia de vida, aparentemente sem a assistência divina. Comunistas inflamados, às vezes se tornam ardentes capitalistas. Radicais desagradáveis se tornam direitistas firmes e ofensivos.

Uma mudança de ideologia não significa necessariamente que algo extraordinário haja acontecido. Portanto, no caso de Paulo, poderia ser afirmado que um homem intolerante simplesmente encontrou uma nova maneira de expressar seu fanatismo.

Podemos achar que isso é verdade até que se dê maior atenção às cartas de Paulo às igrejas. Se estudarmos tais espístolas, especialmente nos capítulos de abertura vamos encontrar página após página, textos maravilhosamente encorajadores. Paulo conseguiu adquirir um maravilhoso dom de expressar amor e fé às pessoas. Ele diz aos romanos convertidos que está convencido de que são "cheios da bondade, plenos em conhecimento". Ele fala aos tessalonicenses sobre "toda a alegria que temos na presença de Deus por sua causa". Ele diz aos efésios "que não consegue parar de agradecer a Deus por sua fé e por seu amor".

É maravilhoso ver queão profundamente esse homem estava envolvido com a vida de outros. Aos crentes de Corinto, assolados por disputas judiciais, imoralidades e até mesmo pelo incesto, Paulo declara: "... porque já vos tenho dito que estais em nossos corações para juntos morreremos e vivermos." II Coríntios 7:3.

Depois, acorrentado a uma parede de prisão, ele exclama: "Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos." Filipenses 4:4. Imaginem, na prisão!

Paulo começa todas suas cartas com uma torrente de esperança. Suas sentenças subseqüentes são uma explosão de boas novas às pessoas que ele tão claramente ama. Essas palavras de graça são ainda mais impressionantes quando nos lembramos que elas vêm de um ex-perseguidor, o legalista ferrenho. Agora estamos no âmago da questão. Agora podemos ver o que realmente aconteceu depois do dramático encontro de Saulo com Deus no caminho para Damasco. É a história de um fanático que mudou radicalmente.

No final de seu ministério, Paulo se despede de um grupo de crentes na cidade portuária de Miletus. Eles se aproximam dele no porto e ele lhes lembra sobre sua vida junto: "... noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um." Atos 20:31.

O apóstolo dá uma mensagem final de esperança e então o pequeno grupo se ajoelha para orar. Eles se levantam, olham pela última vez para os olhos de seu pai em Cristo, e se emocionam. Chorando, os crentes abraçam Paulo e o beijam repetidamente. É uma despedida muito difícil.

Paulo se encaminha para o barco. Seus amigos o seguem, agarrando-se a ele, "sofrendo muito porque não veriam mais o seu rosto".

Duvido que um "fariseu dos fariseus" pudesse ter inspirado tal devoção. Saulo, o especialista em leis, não teria tal expressão de afeto no final de sua carreira. Não! Sem dúvida que era outra pessoa que estava ali no porto abraçando seus filhos na fé. O poder da ressurreição estava agindo. Uma nova qualidade de vida havia sido confeccionada. Paulo permanecia um apologista apaixonado. Deus não mudou uma pessoa decidida num fraco, mas moldou uma cativante indulgência em um fanatismo intolerante. No árido terreno do apego às leis, Ele fez com que brotasse um amor sedento que daria muitos frutos.

O segundo exemplo é o de Tex Watson. A qualidade de vida de Tex Watson numa prisão de segurança máxima é um outro bom exemplo do poder da ressurreição em ação.

No começo dos anos sessenta, Tex viajara para o sul da Califórnia à procura da total liberdade. Começou a freqüentar um rancho abandonado que era usado no cinema, com mebros da "família" de Charels Manson. Tex provou ser um bom aluno no grupo, absorvendo grandes quantidades de fumo, drogas e da filosofia de Manson.

Manson queria libertar seus discípulos de todas as inibições sociais e o que conseguiu foi o banho de sangue chamado de "Tate - La Bianca", no verão de 1969. A nação ficou chocada com a calculista loucura com que sete pessoas foram assassinadas. Tex foi condenado como um dos assassinos, e os psicólogos o diagnosticaram como "louco, inteiramente incapaz de se submeter a julgamento". Na prisão municipal de Los Angeles, ele se jogava aos gritos contra as grades. Havia vezes que seu comportamento era tão destrutivo que tinha que ser amarrado a camas de hospital.

Li a respeito do tipo de pessoas em que os membros da "família" haviam se tornado. Não parecia haver nada remotamente humano em sua crueldade negligente.

Vários anos mais tarde, deparei-me com a descrição de um repórter sobre uma visita feita a Tex Watson na prisão. O repórter o encontrara na capela, difigindo um estudo da Bíblia. Tex havia começado a ler as Escrituras e fora persuadido a iniciar um relacionamento com Jesus Cristo. O repórter notou a sensibilidade com que Tex lidava com as perguntas e com os comentários dos homens do grupo de estudos. Quando o jornalista conversou com o preso, viu nele um homem de tremenda sensibilidade moral.

Sobre sua transformação, Tex afirmou: "um dos maiores e mais dolorosos dons que recebi de Deus foi o de perceber o que realmente aconteceu naquelas duas noites".

Tex não havia sentido culpa nem remorso pelos assassinatos, mas após seu encontro com Deus, ele passou a sofrer a agonia e tristeza: "Meus próprios horrores faziam parte de um horror maior. Comecei a enxergar também que, mesmo por uma culpa tão grande como a minha, já havia sido paga uma pena. Comecei a ver o poder do amor de Deus se sobrepondo à morte e à destruição. Vi também Seu poder de cura, não apenas no sentido abstrato, mas imediato e específico em mim".

Tex Watson alegremente ensina outros dentro do profundo confinamento de aço de uma prisão de seguraná máxima. Sua sensibilidade espiritual é um impressionante contraste com a alienação brutal que antes o envolvia. Sem dúvida, o poder de ressurreição entrou em ação em sua vida.

Uma mulher atormentada chamada Grace nos fornece um outro tipo de exemplo. Grace havia sido indicada pelo pastor ao psicólogo cristão, Clinton McLemore. Ela fazia uma psicoterapia intensiva e regular já havia vinte anos. Na opinião profissional de McLemore, esta dona de casa de 40 anos dificilmente se transformaria de modo significativo no futuro, A medicação poderia ajudar, bem como ela poderia também internar-se em certas ocasiões, mas tudo isso só faria com que fosse mantida num nível praticamente funcional.

Foi então que algo aconteceu ao pastor que indicara Grace a McLemore. Ele sentiu uma renovação espiritual e compartilhou sua fé revitalizada com Grace. Ele vinha aconselhando a mulher há anos e com pouco sucesso, mas a resposta dela às suas descobertas espirituais foi notável. Grace se ajoelhou com o pastor, orou e foi transformada.

Quando McLemore entrevistou-a depois, ficou impressionado com a notável melhora de seu estado mental. O que o impressionou  ainda mais, foi que Grace continuou  bem. Aquela mesma mulher que havia sido emocionalmente debilitada durante a maior parte de sua exitência, podia agora desfrutar de uma vida bem ajustada. Seu marido, um descrente, ficara totalmente espantado.

Saulo, Tex e Grace, são pessoas que nos dão uma idéia do alcance, profundidade e extensão do poder de ressurreição de Deus. Nós examinamos apenas três casos que poderiam ser chamados de casos terminais, mas a ressurreição que Deus realizou nesses casos terminais, também foi realizada em numerosos outros, e nesse processo de recriação de Deus, a qualidade singular de Seu poder aparece. Ele é capaz de transformar pessoas totalmente. Ele é capaz de elevar as pessoas até o Céu.

Esse poder de ressurreição está disponível a você agora mesmo. Ele não diminuiu, é uma fonte sempre pronta, sempre renovada.

Você poderá sentir que sua fonte está esgotada. Poderá sentir que todos seus esforços se deparam com um muro impenetrável. Lembre-se, porém, daquele que atravessou a barreira suprema. Ele atinge o impossível. Ele transforma casos terminais.

Confie seus problemas a Ele, confie em Seu poder de ressurreição. Nada neste mundo se iguala à grandeza, à profundidade e extensão dessa fonte. Nenhuma insuficiência nem tragédia pode sobrepor-se a Ele. Nada consegue exauri-Lo.

Olhe para a ressurreição de Cristo, concentre-se nela, acredite nela. Ela o elevará.


 


 

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OS CONTORNOS DO CÉU

George Vandeman

TOPO

 

Muitos de nós vivemos dentro de fronteiras bem estreitas. Temos horários rígidos, regulamentos familiares e um conjunto de crenças e presunções quanto a vida. Com os pés firmemente plantados em terreno familiar, não olhamos com freqüência na direção do horizonte, de modo que a este nível, algo tão vago e distante quanto o céu não parece muito real. Mas há ocasiões quando um tipo diferente de vida atinge o nosso terreno sólido, ocasiões que ameaçam interromper a nossa vida unidimensional. Há ocasiões em que temos que nos deparar com os contornos do céu.

Hoje eu gostaria que você pensasse comigo sobre o céu e os contornos do céu. Isso nem sempre é fácil de fazer enquanto pisamos aqui em terra firme. As coisas são bastante reais aqui. Nosso emprego, nosso lar e os nossos bens. Coisas que podemos ver, tocar e experimentar. É fácil pensar sobre isso tudo. Mas o céu, isso é meio estranho. Pisando em terra firme, nesta vida, pelo menos sabemos o que temos. Mas que sabe o que nos aguarda após isto?

A imagem mental que muitas pessoas têm do céu também não ajuda muito: eles se vêem tocando uma harpa enquanto vagam sobre uma nuvem. Por quanto poderemos aturar aquilo? Caminhar por jardins imaculados com túnicas brancas... por quanto tempo faríamos isso? É quase como se as pessoas imaginassem que seu primeiro pensamento após atravessar os portões de pérola será: "Gostaria de ter trazido uma revista comigo".

Para muitas pessoas, o Céu é um oceano do tempo, vasto e sem forma. Ele se estende até o infinito como monótono mar cinzento. Só o pensamento da eternidade pode ser bastante assustador. O que faremos com tanto tempo à nossa disposição? E para muitos outros o Céu é um lugar habitado por espíritos sem forma, uma terra de fantasmas onde os cidadãos ficam flutuando cantando hinos. E assim vão através dos séculos. Tudo isso parece tremendamente irreal.

Comparado com nosso mundo maravilhoso de cores vivas, o Céu freqüentemente se esmaece na neblina. Você não consegue por as mãos nele. É difícil visualizá-lo, é difícil obter uma visão clara daquele vasto mar de vida eterna. Bem, talvez o que precisemos é observar mais de perto e podemos começar aqui mesmo onde estamos.

Existem modos pelos quais podemos captar lampejos do mundo por vir. Modos pelos quais podemos ficar, por assim dizer, na fronteira entre o céu e o presente.

Deixe-me falar sobre uma pessoa que chegou até essa fronteira. Seu nome é Kaz, uma jovem japonesa que foi criada na grande metrópolode Osaca. Kaz nunca se interessou muito por religião. Isso é para as mentes fracas, ela pensava. Kas havia aprendido a evitar pessoas religiosas. Ela evitou os membros de uma seita que entoavam intermináveis ladainhas junto à sua avó enferma. Ela evitou o grupo de crisãos na estação ferroviária que apresentava aos transeuntes diariamente o que eles chamavam de as boas novas. Para Kaz, coisas como Deus e Céu e vida eterna simplesmente não existiam.

Então Kaz começou a estudar inglês numa escola cristã de idiomas. Ela começou a conhecer alguns dos professores. Eles falavam sobre Deus e Céu como se tais coisas fossem bem reais. Era interessante ouvi-los contar histórias da Bíblia. Mas mesmo assim, ela não conseguia imaginar a existência de uma vida além desta aqui.

Bem, um dia Kaz acompanhou um grupo de professores até a praia. Os professores sentaram-se num círculo na areia e oraram ao entardecer. Eles cantaram hinos sobre Jesus e a alegria celestial. Eles oraram ao Deus Pai no Céu como se Ele fosse um grande amigo presente. Eles falaram sobre o Seu amor. De repente, Kaz percebeu o quanto sua vida tinha sido confinada. Ela vivia dentro de limites muito estreitos tentando apenas se divertir, tentando apenas conseguir o que ela queria, mas ali estava algo muito maior. Ali na praia ao pôr-do-sol, Kaz ficou face a face com uma qualidade de vida completamente diferente. Ali estavam amigos com algo maravilhoso para celebrarem juntos. Depois disso, Kaz ouvia com atenção quando seus professores falavam sobre Jesus e sobre o Céu.

Aos poucos aquelas coisas se tornaram bastante reais para ela também. A vida eterna que tinha sido inconcebível pouco tempo antes, agora parecia ao seu alcance, tangível. Kaz havia avistado os contornos.

Mas agora vamos considerar por um momento o que tornou o Céu real para Kaz. Aquela moça viu pessoas desfrutando um relacionamento muito especial com Deus e entre eles próprios. Ela foi atraída por uma qualidade especial desses realcionamentos. Ela viu uma outra dimensão.

Este é o meio pelo qual poderemos ver de relance como é que vai ser o Céu.

O Céu tem a ver com relacionamentos. Não se trata de fantasmas ou espíritos vagando de um lado para o outro. Trata-se de gente de verdade desfrutando relacionamentos de verdade. Infelizmente, isso é difícil para muitas pessoas entenderem, fechados como somos em nosso pequeno mundo familiar, estreitados tantas vezes por nossas próprias experiências limitadas. Quando se trata do Céu, nossa imaginação simplesmente falha. É difícil visualizar a vida por vir. Como será realmente o Céu quando atravessarmos aquela porta final?

Você sabe que a Bíblia descreve a morte como um sono que a segunda vinda de Cristo desfará? Quando dormindo, não temos noção do passar do tempo. É assim para aqueles que morrem. Só vai parecer um momento antes de acordarem e aí estarão diante do próximo mundo. Alguns de nós poderão passar por essa porta sem ter que provar a morte. A vinda de Cristo está muito próxima, eu creio. E todo nós, a qualquer momento, podemos estar a apenas um segundo dessa fronteira. Quando a porta estiver aberta, como é que vai ser do outro lado? Esta é a nossa pergunta hoje. Nós que confiamos em Cristo como nosso Salvador e, por isso, temos a esperança do Céu, imaginamos o Céu. E aqueles que têm menos certeza quanto ao seu destino na eternidade imaginam também. Vale a pena buscar o Céu? Todos nós trazemos até essa porta as esperanças e os temores que a vida nos têm dado. As alegrias e tristezas, os momentos de paz, os momentos de ansiedade, todas essas coisas criam expectativas, criam perguntas, criam imagens.

Para muitos, atravessar essa porta é como entrar na atmosfera vazia ou saltar dentro de uma luz vazia. Eles têm poucas pistas a respeito do outro lado. Mas ouça, quando Cristo chega e nos introduz ao mundo novo, creia, os redimidos irão se achar em terra firme. Sim, terra firme.

O Céu que Deus preparou para os que crêem, é tão real quanto uma linda paisagem. Tão sólido quando as montanhas. Pense bem nas bem-aventuranças do sermão de Cristo no monte. Lembre-se que Jesus informou aos seus ouvintes que os misericordiosos, os pacificadores, os limpos de coração receberiam o reino do Céu e se tornariam filhos de Deus.

Bem, em uma das bem-aventuranças, uma outra frase também é usada a respeito do reino do Céu: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra." Mateus 5:5.

Observe: a terra. Não é interessante que receber o reino do Céu e herdar a Terra são usados de nodo inter-relacionado? A vinda do reino do Céu tem algo a ver com a Terra em que pisamos. Algo a ver com as cenas que se espalham diante de nós agora. Os mansos não irão herdar o ar apenas. Eles não irão ficar flutuando em algum espaço sagrado. Eles vão estar em terra firme, é o que diz a Palavra. E eles vão ser ativos. Esta é a imagem do Céu que o profeta Isaías descreveu. Falando dos residentes de lá, ele disse: "Eles edificarão casas e nelas habitarão: olantarão vinhas e comerão o seu fruto." Isaías 65:21.

Isso é vida física de verdade, numa terra verdadeira. Isaías de fato, usa a frase "novo céu e uma nova terra" para descrevê-lo.

Agora vamos recuar um pouco. Lembra-se da travessia daquela porta na segunda vinda de Cristo? Vamos verificar nossos passos desse ponto até a "Nova Terra". Quando Cristo vier de novo, os que crêem iniciarão uma incrível jornada. Ouça essa descrição: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens a encontrar o Snehor nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor." I Tessalonicenses 4:16,17.

Subiremos nos ares atraídos pelo poder de um Cristo glorioso. É claro que não ficaremos com Ele suspensos nas nuvens; iremos com Ele para o Céu, o lugar de habitação de Deus, em algum lugar no Universo e entraremos pelos portões, entraremos pelos portões e pérola da Nova Jerusalém, celebraremos diante do trono de Deus, dando a Ele nosso culto de gratidão.

Em Apocalipse 20:6 diz que seremos sacerdotes de Deus e de Cristo e reinaremos com Ele por mil anos. Esse é o milênio. Quão educativo será reinar com Cristo! Nós vamos poder ver em primeira mão como funciona o governo celestial, como funciona o julgamento de Deus. Eu creio que todas as nossas questões sobre as tragédias desta vida serão respondidas então. Ao fim desse período de mil anos ocorrerá um evento notável. O apóstolo João o descreve deste modo em Apocalipse 21:2: "Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém que descia do Céu da parte de Deus..."

Essa brilhante cidade desce do céu. Fogo cai do alto para destruir o mal e purificar o planeta. A superfície da Terra torna-se um lago defogo. Todas as lembranças, tudo o que lembra esse mundo cheio de pecado será banido para sempre. Os casebres, os aviões de guerra e as funerárias, tudo desaparecerá. Os becos imundos, as coberturas onde a brutalidade e o vício proliferam serão destruídos.

Mas após esse holocausto, o Apocalipse nos diz que "Um novo céu e uma nova terra" aparecerão. E este mundo florescerá com vida assim com o Jardim do Éden floresceu um dia. O rio da vida vai correr claro como cristal, a árvore da vida vai dar frutos em abundância.

Amigo, o redimido irá se encontrar em terra firme, mas será uma nova Terra, uma Terra transformada em Céu. Isso é o que nós temos que esperar. É por isso que o Novo Testamento a chama de "a abençoada esperança". É algo sólido no qual podemos nos segurar. E tem mais, quando nos agarramos a essa esperança com firmeza, ela segurará firme também a nossa vida e o nosso coração.

O que esperamos para amanhã afeta a nossa vida hoje. Nosso alvo em direção ao futuro influencia o rumo de nossa vida presente. De fato, a Bíblia nos diz que podemos ter um antegozo do Céu agora. Podemos provar um pouco do que será a Nova Terra após a vinda de Cristo.

Veja o último versículo de um Salmo que encerra estas palavras: "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre." Salmo 23:6.

Duas coisas estão relacionadas neste versículo:  a experiência da bondade e amor e a vida para sempre na casa de Deus.

Como é que vai se a casa de Deus? Como será o Céu? Será entediante lá? Oh não! A casa de Deus é cheia de bondade e amor. Não é um vazio anuviado. Não é apenas um repouso interminável para os santos: é uma vida cheia de bondade e amor. É uma vida cheia de qualidade que todos prezamos. E essa vida eterna se aproxima de nós. Quando experimentamos uma medida da bondade e do amor de Deus na vida cristã, sentimos o gosto do que será a vida por vir no Céu. O gostinho nos dá uma idéia de quão maravilhosa será a taça transbordante mais tarde.

A bondade e o amor são experiências reais, são qualidades que fazem a vida valer a pena. Amig, o Céu é real. Ele é concreto, ele é tangível. Eu lhe afirmo que é real.

Veja o que Paulo aconselhou que seu jovem discípulo Timóteo fizesse: "Antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a  constância, a mansidão. Combate o bom comate da fé. Toma posse da vida eterna para a qual também foste chamado." I Timóteo 6:11,12.

Toma posse da vida eterna, diz Paulo. Como podemos fazer isso? Ao buscar essas boas qualidades: amor, fé, constância. Não significa que nos tornaremos perfeitos. Lutamos pela fé, buscamos a justiça. Nessa busca passamos a saber quão maravilhosas são essas qualidades. Temos então um antegozo de quão maravilhosa a vida eterna vai ser e estamos nos contornos do Céu.

Mais uma coisa: a qualidade de nossa vida presente dá provas aos outros de que aquilo que estamos aguardando é real.

Um jovem judeu uma vez deu uma linda lição quanto a dar testemunho da esperança. Seu nome era Juliek. O prêmio Nobel da paz de literatura, Elie Wiesel, fala sobre ele.

Elie conheceu o garoto durante uma terrível noite a caminho de um campo de extermínio nazista. Ele e centenas de outros foram colocados em alojamentos por três dias na cidade de Leiwitz. Foral colocados tão apertados em um cômodo que muitos deles acabaram morrendo. A grande massa de corpos humanos simplesmente eliminava as fontes de ar entre os corpos retorcidos dos judeus. Eli notou um jovem judeu de Varsóvia chamado Juliek. Ele segurava firmemente em seu peito um violino. De algum modo Juliek havia conseguido agarrar-se ao instrumento quilômetro após quilômetro pelas nevascas, durante a marcha forçada da morte até Gleiwitz. Agora ele lutava para libertar seus membros. Preso entre centenas de mortos e moribundos, ele lentamente foi passando o arco pelas cordas e começou a tocar uma peça de um concerto de Beethoven. Uma linda e alegre melodia subiu pura e estranha naquele cômodo horrível. Na escuridão, Elie ouvia apenas o som do violino e sentiu como se a alma de Juliek estivesse no arco e toda a sua vida deslizando sobre as cordas. Elie sempre se lembrou do rosto pálido e triste do jovem quando deu um suave e gracioso adeus à sua platéia de moribundos.

Bem, naquela noite Elie adormeceu ouvindo o concerto de Beethoven e pela manhã ele viu Juliek caído ali próximo, morto. Ao lado dele estava o violino, quebrado e pisoteado...

Mas a música permaneceu. A melodia final de Juliek ergueu-se acima dos horrores daquela marcha da morte. Nem mesmo a crueldade nazista conseguiu sufocar seus suaves acordes. A música de Juliek ecoou a beleza de um outro mundo. Ela fez uma eloqüentte declaração: existe algo além disto tudo; existe algo além deste sofrimento e desumanidade. Beleza e graça são o que contam ao final. São essas qualidades que duram para sempre.

A música final de Juliek foi o seu modo de alcançar os contornos do Céu.

E quanto a você? Você já consegue ver os contornos do Céu? A sua vida expressa de algum modo a abençoada esperança? Já encontrou uma música que pode tocar mesmo na noite mais escura?

Por favor, não deixe as ocupações da vida presente soltarem suas mãos da vida real futura. Torne seu relacionamento com Cristo seguro agora mesmo. É a fonte da abençoada esperança, e é Ele que pode nos dar um antegozo da vida por vir. Abra-se agora mesmo às qualidades que durarão para sempre. Faça um bom alvo no futuro. Aponte sua vida com segurança em direção do novo Céu e da Nova Terra.

 


 


 

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UM HOMEM EM ISOLAMENTO

George Vandeman

TOPO

 

Jovens. Urbanos. Profissionais. Subindo socialmente e freqüentando lugares privilegiados, eles são os novos consumidores que estão conquistando o mundo arrebatadoramente. Seus gostos são muito simples: querem o melhor. "Yuppies", com expectativas e rendas crescentes, essa nova geração está obtendo muito sucesso e parece achar que já é muito bem sucedida sem Deus.

Estamos acostumados a ouvir falar de Deus como o Grande Salvador, Aquele que levanta a humanidade oprimida, Aquele que nos ajuda a lidar com nossos problemas. Freqüentemente O procuramos em momentos de desespero.

Mas, e aqueles que não estão desesperados? E os bem-sucedidos que não querem ser salvos? Será que precisam de Deus tanto quanto os "fracos e angustiados"? Já pensou nisso? Será que o Grande Salvador é relevante para aqueles que não têm outros problemas senão os relacionados com as oportunidades de investimentos?

Creio que essa é uma questão crucial em muitos países hoje. Será que a velha boa-nova sobre esperança, para os pobres e pecadores, ainda é uma boa-nova? Os bem-sucedidos precisam dela?

Será que os que ascendem rapidamente na escada da vida conseguem cair de joelhos diante do Deus soberano? Muitos parecem estar velejando pela vida muito bem sem Ele.

Encontrei uma resposta a essas perguntas no lugar menos esperado, na pessoa menos esperada. Achei alguém que reflete nosso estilo de vida, abastado e auto-suficiente, com surpreendente precisão.

Então viajem comigo de volta à Babilônia. Vamos rever o monarca mais poderoso de sua época, governante de um vasto império, Nabucodonosor. Naqueles monumentos de pedra, seus traços angulosos e barba bem aparada sugerem nobreza. Seu olhar penetrante lembra alguém acostumado ao poder.

O livro de Daniel registra um confronto extraordinário entre esse rei orgulhoso e o Deus soberano. E o encontro deles joga uma forte luz forte na situação atual.

O rei Nabucodonosor bebia e comia na dourada Babilônia rodeado de tesouros dos reinos conquistados. Ele era um brilhante estrategista militar e o sucesso era o resultado de suas empreitadas.

Vasos de bronze da Armênia, marfim talhado da Síria e pedras preciosas do Egito, se reuniam ao esplendor de seu palácio. Homens servis, disfarçados de profetas, massageavam seu ego em aprovação moral. Ávidos servos satisfaziam todos os caprichos de seu monarca. Nabucodonosor era muito bem cuidado e vivia isolado de quaisquer privações.

Hoje, o estilo de vida de ascendência social também nos isola. Estamos protegidos de toda inconveniência e isolados de toda calamidade. Psiquiatras prometem apaziguar todas as nossas ansiedades; aparelhos de som modernos e videocassetes nos embalam e alegram. Todo problema concebível tem seu especialista de prontidão, remédios ou agências. O homem moderno e abastado parece ter tido êxito sem Deus.

Assim como Nabucodonosor. O poder absoluto daquele monarca podia apagar qualquer oposição. Ele parecia seguro e confortável, até que um dia Deus surgiu em seu caminho.

Tudo começou com um sonho. Primeiramente Deus tocou no ombro desse "homem em isolamento" dando-lhe uma visão assombrosa do além. Nesse sonho, Nabucodonosor viu uma estátua multicor e uma enorme pedra que se chocava com seus pés, muito diferente de suas fantasias habituais. Daniel 2, versículo 1 diz: "... o seu espírito se perturbou e passou-se-lhe o sono."

O rei achou que o sonho tinha algum significado secreto importante.

Inicialmente Nabucodonosor pensou em consultar seus sábios para descobrir a resposta. Esses mágicos, magos e astrólogos alegavam entender todos os mistérios. Nabucodonosor orgulhoso e auto-confiante tinha também suas crenças: guiava-se por presságios, como, por exemplo, o formato do fígado de um animal sacrificado.

A maioria de nós, dos sofisticados anos 90, nos vemos como "homens de sabedoria", "donos do nosso destino". Mas  também temos nossos adivinhos, mágicos que são especialistas em conversa filosófica e que sabem inteligentemente anular a culpa e a responsabilidade. Nossa era secular também é repleta de superstições. Pessoas buscando respostas se voltam para mantras, zodíaco, sessões espíritas, gurus e agora, os canais da "Nova Era".

Bem, depois de uma noite em claro, Nabucodonosor começou a mudar de idéia sobre seus sábios. Talvez tenha se lembrado das respostas ambíguas que haviam dado no passado. Como ele podia saber se suas interpretações eram totalmente corretas? Qualquer um podia inventar um significado para um sonho. Mas, e quanto a ler a mente? Se esses homens realmente tinham dons especiais de sabedoria, poderiam dizer qual tinha sido seu sonho. Sim, esse seria um teste razoável de seus poderes, na opinião dele.

Nabucodonosor chamou seus especialistas em sonhos e mandou que lhe dissessem o que tinha sonhado naquela noite e o seu significado.

Os astrólogos ficaram espantados. Quem poderia fazer isso? Eles protestaram: "...Ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e esses não moram com os homens." Daniel 2:11.

Nabucodonosor decidiu testar a validade de seu "grupo de apoio".

Esse foi um passo inicial importante, através do qual Deus começaria atingi-lo. Aqui há um elemento importante para nós também, quando começamos a nos perguntar sobre as repostas contemporâneas. Será que aquele que morre com mais riquezas é realmente um vencedor? Será que a vida não é mais do que carros de luxo, cartões de crédito e banheiras de água quente? Será que todas essas palavras filosóficas realmente lidam com nossos problemas morais básicos? Como podemos saber o que é verdadeiro no meio de todo esse sussurro subjetivo?

Bem, voltemos à Babilônia. Os magos de Nabucodonosor e seus adivinhos não venceram o desafio. O rei ficou furioso com suas desculpas. Ordenou que todos fossem presos e executados. Se eles não podiam cumprir o que alegavam, então estavam dispensados.

Quando as pessoas descobrem que o canto de algum guru ou as promessas de riqueza e saúde de um pastor não resolvem seus problemas, normalmente ficam céticas em relação à religião. Tendem a rejeitar tudo o que é espiritual como falso ou enganador e desprezam toda "grande resposta" é desprezada.

Felizmente Nabucodonosor não ficou em tal desespero. Deus tinha um representante na Babilônia: Daniel, um prisioneiro hebreu com o dom da revelação divina. Esse jovem cativo conseguiu uma audiência com o rei e começou a contar-lhe exatamente qual havia sido o sonho. Daniel tomou o cuidado de identificar a fonte de seu conhecimento: "... mas há um Deus nos céus, o que revela mistérios pois Ele fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias." Daniel 2:28.

Daniel prosseguiu descrevendo o significado do ouro, da prata, do bronze e do ferro na estátua e os sucessivos reinos que esses metais representavam. Depois revelou o clímax da visão: uma pedra que esmagava a estátua e se transformava em montanha, enchendo a Terra. Isso significava o reino de Deus, que consumiria todos os outros e que nunca seria destruído.

Nabucodonosor tinha um ponto vulnerável em sua armadura de auto-suficiência: a preocupação com o futuro de seu reino. E foi aí que Deus o atingiu. O Todo-Poderoso, através de Daniel, mostrou ao rei seu lugar na história, como ele se encaixava no grande plano divino que teria seu clímax na segunda vinda de Cristo.

A interpretação de Daniel deixou sua marca.

Nabucodonosor se curvou diante do jovem e reconheceu: "Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, o Senhor dos senhores e o Revelador de mistérios..." Daniel 2:47.

A boa-nova que confronta nossa era secular não é apenas outro truque psicológico; não é apenas mais uma resposta no meio de várias. A revelação de Deus contém a grande imagem. É a única resposta a essas persistentes perguntas humanas: quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Deus toca a profundeza escondida da necessidade do homem. Até do homem em isolamento.

Depois de ouvir a revelação de Daniel, o rei Nabucodonosor ficou impressionado, mas ainda não se converteu. Daniel tentou explicar que todo o propósito da História é estabelecer o reino de Deus na Terra. Mas esse ponto central não tinha sido absorvido.

Na planície de Dura, Nabucodonosor construiu uma enorme estátua, de 30 metros de altura. Coberta de ouro da cabeça aos pés, essa imagem de ouro era uma edição "revisada" da boa-nova de Deus. O rei Nabucodonosor planejava fazer o que considerava uma melhoria no plano divino. Por que não estender o ouro da Babilônia até o fim dos tempos?

Assim o rei reuniu todas as autoridades de seu grande império. Espalhados pelas areias de Dura em seus uniformes brilhantes, promoveram um grande espetáculo. A banda real, reunida com  flautas, harpas, liras e instrumentos de sopro deveria, num dado sinal, tocar um hino triunfante a Nabucodonosor, e os milhares de convidados deveriam cair prostrados diante da estátua de ouro. O rei queria fazer um discurso sobre a eternidade da Babilônia em alto e bom som, como se o plano de Deus pudesse ser mudado por aclamação!

Nabucodonosor não estava pronto a se render. Era como se quisesse fazer um trato. Ele e o Deus de Daniel poderiam fazer um acordo razoável. Talvez a Babilônia e o reino de Deus pudessem se unir.

O rei não conseguia perceber a soberania de Deus ao longo da História. Seu próprio esplendor pesava demais para isso.

Nossa era de opulência ainda tem esse problema. Deus nos mostra que podemos participar da revelação de Seus planos maravilhosos, mas preferimos que Ele participe da revelação dos nossos planos. Deus, ou a noção de Deus, se torna uma coisa a qual usamos para os nossos fins. Um meio para nosso futuro sucesso. Ainda nos mantemos no centro, com o Todo-Poderoso supostamente circulando à nossa volta.

Então a banda tocou na planície de Dura. E só houve três notas amargas: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Esses hebreus não tinham esquecido Quem era o verdadeiro Soberano. Então eles não se curvaram.

Nabucodonosor ficou enraivecido com a desobediência. Descobrindo que eram amigos de Daniel, tentou argumentar com eles. Ele também apontou para a fornalha acesa ali perto, mas os três hebreus não cederam. Então o rei esquentou ainda mais a fornalha e mandou que jogassem ali os três.

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego desafiaram a verdade-por-aclamação de Nabucodonosor. Eles dariam sua lealdade absoluta apenas ao Deus do Céu. Enquanto estavam sozinhos na planície, essa mensagem ecoava nos milhares de pessoas. Era uma mensagem que o rei não agüentava ouvir. Assim, achou melhor se desfazer dela na fornalha ardente. Mas Deus não queria que Seus servos fossem silenciados tão rápido. Uniu-se a eles nas chamas.

Quando Nabucodonosor viu os três hebreus surgirem ilesos de sua fornalha, foi levado a declarar com grande surpresa: "Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego que enviou Seu anjo e livrou os Seus servos que confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos a servirem e adorarem qualquer outro deus, senão o seu Deus." Daniel 3:28.

O Deus do Céu tinha finalmente conseguido. Os três hebreus tinham sido provas tão eloqüentes da reivindicação de seu Senhor que até o orgulhoso, auto-suficiente Nabucodonosor ficou humilde diante deles. Ele viu que o Deus do Céu não é apenas um ajudante no meio de vários, é o Todo-Poderoso que se aproxima de nós, Aquele que reina ao longo da História e reina no coração dos homens.

E é isso que convence os bem-sucedidos de hoje também. A boa-nova de Deus pretende um fato único na vida das pessoas. Os que realmente nasceram de novo testemunham uma verdade pela qual vale a pena viver e morrer. A beleza do amor que se auto-sacrifica enfia uma espada naqueles cuja vida consiste apenas em adquirir cada vez mais. Aqueles transformados pela graça demonstram um sucesso na vida que joga as buscas materiais em sombras espessas. Sim, eles tornam claro que há muito mais na vida do que apenas viver com estilo.

Bem, para Nabucodonosor a batalha não tinha acabado. Uma última cidadela na alma deste homem continuava resistindo.

Um dia, o rei estava passeando no terraço de sua residência real. Olhou para sua cidade com palácios resplandecentes, amplas avenidas e templos elegantes. Seus jardins suspensos eram uma das Sete Maravilhas do Mundo.

Diante dessa paisagem urbana, Nabucodonosor se enchia de orgulho e exultou: "...Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" Daniel 4:30.

Embora o rei houvesse reconhecido a soberania de Deus, uma grande dose de egoísmo ainda estava enraizada nele. Em princípio, havia um "maior" que todos, mas na prática, Nabucodonosor ainda era o monarca autocrático, ainda era o centro.

O rei tinha muito de que se orgulhar, é claro. A Babilônia era realmente uma capital magnífica. Mas ela havia se tornado um meio de ampliar sua glória pessoal. Todos os prédios da Babilônia tinham o seu nome e exaltavam sua grandeza. Seu orgulho construía mais monumentos e esses monumentos aumentavam seu orgulho. Nesse círculo vicioso, não havia espaço para Deus.

E os bem-sucedidos de hoje, é claro, também têm muito de que se orgulhar. Normalmente foi muito trabalho que comprou esses condomínios de luxo e iates lustrosos, mas essas conquistas quase sempre pesam mais que o Deus soberano. Deus pode ser reconhecido à distância, mas de perto, na correria da vida urbana, geralmente é a nossa própria glória que se torna a busca incessante de toda hora. Deus pode ter Seu trono no Céu, mas é difícil sentir Sua presença na Terra.

Bem, enquanto Nabucodonosor se gabava no terraço de seu palácio, algo dentro dele se alterou. O rei perdeu sua sanidade. O homem que tinha se voltado para dentro de si, de repente desabou.

O livro de Daniel nos conta o seguinte: "E foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, ..." Daniel 4:33.

O isolamento e a arrogância de Nabucodonosor tinham finalmente desmoronado. Todo o ouro de seu palácio, todas as palavras de seus conselheiros não o salvaram de seu próprio egoísmo.

Esse é o ponto principal nesta nossa era egocêntrica. Auto-ajuda, auto-consciência, auto-realização acabam levando a um beco sem saída. O culto de si próprio acaba terminando em caos e desaba sobre si mesmo. O orgulho auto-suficiente é o câncer que consome nossa alma e nos afasta daquilo que mais precisamos.

Amigos, os auto-suficientes e bem-sucedidos, sem Deus, na verdade são "fracos e angustiados", em seu interior. Podem estar rodeados por seus palácios, seus parques, mas, mesmo assim, são muito vazios por dentro. Confortáveis, mas não confortados; repletos, mas não realizados.

Um mundo que não tem espaço para Deus, por mais guarnecido que seja, é simplesmente pequeno demais, vai acabar nos sufocando.

Nabucodonosor, depois de um período de loucura, finalmente viu a aridez da vida auto-suficiente. Percebeu que dependia totalmente do Rei dos reis.

Ele próprio escreveu: "...Levantei os meus olhos ao Céu e tornou-me a vir o meu entendimento..." Daniel 4:34.

Sanidade finalmente. O monarca orgulhoso encontrou a perspectiva certa e aceitou sua posição como filho de Deus. E nos deu esse testemunho entusiasmado: "... e eu bendisse o Altíssimo e louvei, e glorifiquei o que vive para sempre, ...". Daniel 4:34.

A longa batalha acabou. A parede incrustada de orgulho finalmente sucumbiu aos chamados do Senhor soberano. Apenas Ele merece ser honrado com louvor e de coração. Nabucodonosor estava pronto a se render, na prática, assim como em princípio ao Deus do Céu. Tinha entrado na era da humildade iluminada.

Ouça o que ele disse de coração: "Agora pois ... louvo, exalto e glorifico ao Rei do Céu; porque todas as suas obras são verdadeiras, e seus caminhos justos, ... ". Daniel 4:37.

Nabucodonosor não foi vencido apenas por uma demonstração da força de Deus. Foi pelo caráter de Deus. Ele foi justo e correto ... e atraiu a devoção desse homem eminentemente bem-sucedido. A preocupação de Deus com a humanidade, Sua percepção dos desejos humanos, Sua sábia liderança, tudo isso se uniu e pegou o rei Nabucodonosor de surpresa.

Amigos, alguns de nós também precisamos ser apanhados de surpresa. Nossos sucessos, às vezes, ameaçam ofuscar os grandes feitos de Deus. Nossa subida ao topo não nos deixa cair de joelhos.

Então, como chegamos a esse Deus soberano, a esse Salvador? Chegamos de mãos vazias à cruz. Por quê? Só porque somos pobres e miseráveis? Só porque nossa vida está despedaçada?

Não, nós O buscamos porque Deus é muito mais grandioso que  nossos sucessos. Sua revelação cria um significado maior do que qualquer coisa que possamos achar em nosso mundo egocêntrico. Sua retidão perfeita ofusca todas as nossas técnicas de auto-ajuda. Seu inextinguível amor inunda nossa alma vazia. É assim que O buscamos. Seus atos de salvação fazem nossas realizações parecerem tão pequenas... Sua misericórdia e justiça, Sua paciência e auto-sacrifício Lhe conferem o direito de ser o seu Senhor, o meu Senhor, nosso Salvador.

É por isso que devemos buscar Cristo na cruz. É por isso que mesmo os vitoriosos podem cair de joelhos. Cristo é maior. Cristo é mais grandioso. Cristo é melhor que qualquer coisa que possamos ter. E ele Se oferece para assumir nossos pecados e nos dar Sua perfeita justiça. Da cruz Ele nos oferece Seu perdão e uma nova vida.

Será que Cristo penetrou seu isolamento mais íntimo? Você é capaz de admitir que pecou contra Ele por sua indiferença? Você já O aceitou como grande o suficiente para ser o Senhor da sua vida?


 


 

80

MACACO VÊ, MACACO NÃO FAZ

George Vandeman

TOPO

 

Não olhe. Não escute. Não fale. Não mexa. Será que o cristianismo é apenas isso?

Um certo pastor descobriu numa manhã de domingo, no inverno, que o caminho para a igreja estava bloqueado pela neve. O único modo de se chegar à congregação era patinando sobre o rio gelado que atravessava a cidade. Assim, o jovem pastor colocou seus patins e foi em frente. Quando chegou à igreja, os mais velhos ficaram horrorizados. O pastor da igreja patinando no dia do Senhor? Que escândalo! Sabe, entre aqueles cristãos, o domingo era um dia para se evitar todos os prazeres do mundo. Os mais velhos se entreolhavam preocupados durante o sermão do pastor e após o culto eles o chamaram para uma reunião. Ele explicou que seu caminho estava intransitável e que, ou ele vinha patinando para a igreja ou não conseguiria chegar. Isso colocou os mais velhos em um dilema. Eles não sabiam o que pensar. Finalmente, um deles perguntou ao pastor: "O senhor se divertiu?" Ele respondeu: "Nem tanto assim." E ficou tudo resolvido. Concluíram então que estava tudo certo. Como vê, estava tudo certo porque ele não havia se divertido.

Será que esta é a finalidade da religião? Manter-nos isolados num canto sagrado onde nenhum prazer possa entrar? Será que isso quer dizer que quanto menos tivermos do "mundo", mais teremos de "Deus"? Para muitas pessoas o cristianismo é conhecido pelas coisas que proíbe. Os cristãos são definidos como pessoas que não fazem certas coisas.

Nas igrejas conservadoras, por exemplo, as pessoas não bebem, não fumam, não dançam, não vão ao cinema, não usam maquiagem e assim por diante. Um relacionamento pessoal com Cristo pode ser pregado do púlpito, mas o que as pessoas captam com mais freqüência, infelizmente, é a lista do "não faça".

Aqueles que se informam sobre a igreja, geralmente, querem saber o que eles não poderão mais fazer se vierem a se tornar cristãos. Talvez você tenha encontrado uma lista longa de restriçõs. A vida religiosa pode, às vezes, sob certas circunstâncias, ser bem proibitiva e particularmente difícil quando nos dizem que tudo no mundo são trevas e miséria e tudo na igreja é suavidade e luz.

Sabemos que existe sem dúvida muita tragédia em nosso mundo, mas parece óbvio que existe muita coisa boa e bela também. Será que temos que virar as costas para tudo isso, e fingirmos que não existe nada digno lá fora?

Se uma pessoa se torna cristã, o que exatamente ela deve deixar de fora? O que está incluído? O que, neste mundo, devemos rejeitar? O que podemos abraçar? Estas são perguntas difíceis de responder através dos anos e em nossos esforços de permanecer limpos do pecado, às vezes vamos ao extremo e, às vezes, cometemos enganos tolos como esse exemplo:

Uma mulher, conhecida por sua pureza e discrição, repreendeu uma vez o homem que organizava os volumes em sua biblioteca. Ele havia colocado livros escritos por homens e por mulheres na mesma estante. A mulher achou aquilo bastante impróprio, querendo indubitavelmente evitar até mesmo a "aparência do mal".

Bem, a discrição tem seu lugar no relacionamento entre homem e mulher, mas segregar uma estante de biblioteca é exagero para a maior parte das pessoas.

Hoje estamos muito mais tranqüilos a respeito de tais coisas. Falamos com mais franqueza sobre escolhas sexuais e problemas, por exemplo, do que é saudável para a maioria. Mesmo assim, temos que fixar um limite em algum ponto. Ainda temos que tentar pôr ma barricada em algum lugar.

Quase todos admitem, por exemplo, que nem todos os programas de televisão são proveitosos. Uma boa dose de violência e paixão desenfreada sem dúvida arrefece nossa sensibilidade moral. Chega um momento em que nós temos que dizer não. Temos que deixar o mundo lá fora.

Em sua descrição sobre do que se trata verdadeiramente a religião, Tiago incluiu esta declaração: "E a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo." Tiago 1:27.

E como é que fazemos isso? Como é esse tipo de pureza incontaminada? Significa que temos que construir paredes monásticas ao nosso redor e ter o mínimo contato possível com as

coisas não-religiosas?

Muitos cristãos têm reagido a este versículo e a outros parecidos, tentando ser o mais diferente possível da sociefdade como um todo. Roupas diferentes e maneiras diferentes, organizações diferentes são adotadas. Costumes e linguagem especiais muitas vezes se desenvolvem dentro de um grupo religioso, e assim, o povo da igreja se torna diferente do povo secular. Mas serão eles mais puros? Os cristãos realmente atingiram seu objetivo de permanecer sem máculo no mundo?

Olhando a pureza. Este é o ponto principal no final das contas. Pureza. Jesus tem algumas coisas muito interessantes para dizer a respeito. Vamos dar uma olhada em uma coisa que Jesus disse em seu Sermão da Montanha. Esse foi, de certo modo, o sermão inaugural de Cristo. Neste sermão Ele proclamou o que era de fato o Seu reino, em contraste com o que é de fato o mundo. Jesus disse esta bem-aventurança registrada em Mateus 5:8: "Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus."

Ora, se Jesus tivesse parado em "bem-aventurados os limpos", tudo estaria ótimo. Os que estavam ouvindo seu discurso teriam dito sim com complacente aprovação.

Sabe, os hebreus que assistiam, sabiam tudo sobre pureza. Os judeus eram especialistas na arte da purificação e a sua elite religiosa, os fariseus, construiu sua vida em torno da pureza cerimonial. Os fariseus eram muito zelosos em evitar qualquer contato com os gentios ou com objetos impuros que pudessem sujá-los. Conheciam todos os intrincados regulamentos para purificar os pratos, os cântaros e os potes de cobre. Eles realizavam um ritual preciso de lavagem das mãos antes das refeições para assegurar que nenhum espírito mau os pusesse em perigo. Esses homens certamente aparentavam sempre manter-se imaculados do mundo. Seus rivais religiosos, os saduceus, sugeriam zombando, que os fariseus aos poucos submeteriam o próprio mundo às suas purificações.

Mas naquele dia límpido na praia do Mar da Galiléia, a sexta bem-aventurança de Jesus não prou em "bem-aventurados os puros". Ele especificou: "bem-aventurados os limpos de coração". E isso foi uma coisa surpreendente pois devido a toda a sua atenção ao cerimonial, os contemporâneos de Cristo tinham esquecido as importantes qualidades morais interiores e individuais. Isso, mais do que qualquer outra coisa, provocou a indignação de Cristo.

Uma vez, durante uma confrontação com os fariseus no templo, Jesus bradou: "Hipócritas! Porque limpais o exterior do corpo e do prato, mas estes por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos." Mateus 23:25.

muitas vezes é fácil para nós nos satisfazermos com a caição em vez da genuína pureza interior. É bom ser moralmente respeitável, mas quando chega a questão de nossos pensamentos, nossos motivos, bem, aí é outra história.

Estamos acostumados a pensar na pureza meramente como a abstinência da conduta sexual errada em vez da presença de uma qualidade espiritual. Em nossa sociedade promíscua, a pureza é vista como a fria e pálida abstinência. A pureza não se mantém sozinha: ela somente contrasta com vícios mais coloridos. A pureza é vista como aquele branco brilhante, aqueles desejos naturais de algum modo suprimidos ao fundo. Mas isso não é de modo algum a pureza que Jesus nos mostra. Ele não era nenhum espectador anônimo vendo o mundo passat. Jesus era uma corrente viva que eletrificou vilarejos poeirentos e almas empedernidas. Jesus não tinha pecado, é verdade. Nenhuma lascívia, ganância ou animosidade manchava Seus pensamentos. Ele era perfeito em pureza. Mas isso não o tornava anêmico. Isso era a fonte do Seu poder! Seu toque limpava a lepra, abria os olhos dos cegos, expulsava os demônios. Sim, Jesus demonstrou que pureza é poder. Ele poderia ter dito: "Bem-aventurado o poderoso de coração."

Existe outra coisa que caracteriza os limpos de coração. Eles se tornam transparentes. Nenhuma inconstância anuvia suas almas. Eles abrem totalmente o seu ser para o Espírito de Deus, mantendo comunhão com seu Pai celestial. Foi essa honestidade que p poeta John Whittier expressou quando escreveu: "As janelas da minha alma eu abro por completo para o sol."

O limpo de coração não é comprimido pelo egoísmo. O egoísmo bloqueia a nossa visão. Aí começamos a julgar tudo o mais por nossos próprios problemas, porque não conseguimos ver que as soluções estão além de nós mesmos. Mas o limpo de coração vê longe. Ele é limpo, transparente e aberto a Deus. As linhas de comunicação tornam-se avenidas de limpeza. Jesus nos mostrou uma comunhão intacta com o Pai. Sua transparência perante Deus tornou Deus visível à raça humana. Sabe, em todo tipo de situação Jesus podia ser encontrado abrindo seu coração para o Seu Pai.

Lemos sobre Jesus levantando-se cedo e indo a um lugar solitário para orar ou passando uma noite inteira nas montanhas em oração. Durante o momento crítico quando Ele estava perto de deixar Seus discípulos, Ele extravasou Suas esperanças e desejos ao Pai. O comovente pedido de Jesus está registrado em João 17.

"Guarda-os em teu nome... Santifica-os na verdade... A fim de que sejm aperfeiçoados na unidade." Jesus 17:11,17,23.

Jesus também sabia elevar Sua alegria até o Céu. Ele uma vez exclamou: "Graças te dou, ó Pai ... que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos." Mateus 11:25.

Jesus foi transparente mesmo na agonia. No Jardim do Getsêmani, enquanto estava naquele recanto frio, sozinho, Ele bradou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim esta cálice."

E mesmo quando o Pai se afastou, no momento em que Jesus sofria na cruz, ainda assim abriu Sua alma. Lembre-se daquelas palavras inesquecíveis: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Mateus 27:46.

Bem-aventurados os limpos de coração: eles são transparentes, são abertos o bastante para ver Deus e receber o Seu Espírito.

Finalmente, os limpos de coração são aqueles cujo coração se expande. Sabe, existe mais da luz e da graça de Deus do que podemos receber nesta vida. Os limpos têm lugar para o melhor e eles continuamente crescem nEle. Ser limpo não é ser limitado por uma piedade artificial. É expansão, explorando regiões que muitas pessoas em sua penosa caminhada pela vida jamais alcançam. Paulo declarou em Filipenses 4:8: "Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisso pensai."

Marian Anderson foi uma vez visitar o compositor Sibelius na casa dele. Estando lá, começou a cantar e Sibelius, ao ouvir sua linda voz dada por Deus, encher a sala, começou a chorar. Ele disse: "Meu teto é baixo demais para você."

Perceberemos que o teto de nosso coração é baixo demais quando Deus nos encher com a beleza do Seu caráter. Vamos requerer expansão contínua para absorver Seu Espírito.

Amigo, isto é cristianismo. Um coração cada vez maior, não um mundo cada vez menor. Não se trata de evitar o mal do mundo, mas de absorver tudo o que é nobre, justo e gracioso.

Se nossa meta for: não pegue, não olhe, não prove, então alguma coisa está errada. Falta alguma coisa. Regras sobre coisas exteriores sempre entram rápido para preencher o vazio espiritual.

É claro que precisamos não olhar, não pegar, nem tocar em certas ocasiões. Precisamos estabalecer limites. Mas devemos fazer isso na busca de um coração limpo. Temos que ter aquele alvo positivo em mente, então saberemos melhor onde estabelecer limites. nós nos concentraremos no que pode nutrir a potência, a indivisibilidade, a transparência do coração limpo.

Você pode estar pensando: "Mas como é que eu vou conseguir ter um coração limpo?" Pode parecer um tanto fora do alcance. Conhecemos muito bem as atitudes e emoções impuras que nos dominam, mas veja, um homem chamado Samuel Brengle lutou com este problema. A pureza que Jesus recomenda sempre o atraiu. E, 1855, ele escreveu em seu clássico: "Por várias semanas estive pesquisando as Escrituras, esquadrinhando meu coração, humilhando minha alma e clamando a Deus quase dia e noite por um coração limpo."

Então, um dia, ele deparou com um texto conhecido como se fosse a primeira vez. Encontra-se em I João 1:9: "Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça."

Se confessarmos, Cristo perdoará e purificará. Essa foi a resposta para Brengle. Ele finalmente entendeu que era o sangue de Cristo. Apenas seu sacrifício pode purificaf o coração. Não é nenhuma conquista que podemos obter por conta própria. Brengle agarrou esse dom pela fé e uma coisa maravilhosa aconteceu. Segundo ele descreveu: "Meu coração derreteu-se como cera diante do fogo e minha alma ficou repleta de indiscritível amor."

Amigo, o mesmo Deus que nos chama para a pureza perfeita também nos promete isto: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve." Isaías 1:18.

Foi Deus que morreu por nossos pecados. Foi Deus qu purificou e é Ele que nos motiva a buscar tudo o que é nobre, justo e puro. Lembre-se que os limpos de coração são aqueles que buscam tais coisas; eles não ficam sentados no topo de uma montanha sagrada guardando suas conquistas espirituais. Eles as buscam. Portanto não se preocupe como nível de sua pureza no momento. Nossa segurança está sempre baseada no que Jesus fez por nós, não em nossa performance.

São aqueles que sbame que estão perdoados e aceitos incondicionalmente por Deus que podem se engajar na busca certa, sintonizando-se nos alvos do coração limpo.

Assim que nos abrirmos para Deus, Ele começará a nos elevar também.

Amigo, espero que você tenha encontrado perdão e aceitação em Jesus Cristo. Se não encontrou, este é o momento de depositar a sua fé nEle.

Venha agora à fonte de poder e pureza. Venha ao pé da cruz, onde Jesus lhe oferece perdão e um novo começo.


 


 

81

ENGANADO NOVAMENTE

George Vandeman

TOPO

 

João, um funcionário de almoxarifado de uma fábrica, apresentou-se para trabalhar uma noite no turno da madrugada. O funcionário do turno anterior passou-lhe as tarefas e em seguida apontou para uma caixa que havia sido deixada lá na plataforma de carga. De todos os lados da caixa estava escrito em letras grandes o seguinte: "Perigo. Não toque". O funcionário já tinha chamado o supervisor da fábrica para perguntar o que fazer. Ele foi orientado a ficar longe da caixa até a gerência poder analisar a situação no dia seguinte. Por toda noite, João ficou olhando para a caixa de aparência estranha, com medo até de respirar sobre ela. Finalmente amanheceu e o chefe do almoxarifado chegou. Ele colocou luvas e óculos de proteção. Assustado, aproximou-se da caixa com muito cuidado e a abriu. Dentro ele encontrou 25 cartazes onde se lia: "Perigo. Não toque."

Já lhe pareceu alguma vez que muitas coisas não são bem aquilo que parecem? Sempre há tapeações do tipo: aquele maravilhoso pedaço de terra no sul da Flórida que na realidade é um brejo; aquelas loções para fazer crescer cabelos que deixam os homens de meia-idade tão carecas quanto antes. E todas essas tapeações parecem ter se multiplicado. Em parte eu suponho que é porque vivemos na era da informação.

Uma corrente interminável de mensagens conflitantes chama a nossa atenção a cada dia. A voz da propaganda nunca cessa, sua imagem nunca se apaga. Somos bombardeados com promessas que sabemos não podem ser de todo verdadeiras. Uma certa marca de pasta de dente não vai, de fato, criar um clima romântico; um certo tipo de automóvel não irá fazer com que vivamos felizes para sempre. E assim, diante de todos os tipos de afirmações exageradas colocamos uma espécie de filtro mental. Colocamos de lado as frases chamativas. Talvez tenhamos testado algum comprimido dietético milagroso ou um desodorante bucal ou um plano de poupança e ficamos decepcionados. Por isso, ficamos um pouco céticos quanto às promessas em geral. Não queremos ser enganados novamente.

A propaganda, porém, não detém o monopólio das ilusões. Às vezes, os problemas de nosso mundo são tão grandes que parece impossível entendê-los. Nem sequer conseguimos manobrá-los.

Veja, por exemplo, o déficit de orçamento do governo dos Estados Unidos. Como é que poderemos entender de trilhões de dólares? Muitos de nós acabam abandonando as estatísticas. Como é que poderemos entender as milhares de baixas de algum conflito do terceiro mundo, as centenas de milhares de famintos em algum lugar na África ou os milhões ameaçados pelos mísses envenenados que sobrevoam o Círculo Ártico?

Isso tudo é informação demais. Parece ser tudo ilusão. Muitas pessoas estão se voltando para dentro de si mesmas. Se os números podem ser torcidos, se as estatísticas podem mentir, dizem, então é melhor seguirmos nossa intuição, tentar encontrar a verdade em nossos sentimentos.

Bem, infelizmente, a ilusão acha o seu caminho dentro do nosso coração também. A estrada subjetiva em direção da verdade também apresenta muitos desvios.

No julgamento de Giovani Viglioto em Phoenix, Arizona, EUA, descobriu-se que ele havia se casado com oitenta mulheres diferentes e tomado o dinheiro delas. Ele conseguiu se envolver com várias delas ao mesmo tempo, enquanto jurava pertencer somente a cada uma. Uma das miitas esposas que testemunhou no tribunal, contou como ele havia mentido para ela desde o momento em que se conheceram num mercado de quinquilharias de sua cidade.

- Por que deixou-se levar por esse vigarista? - perguntou um advogado.

- Fui hipnotizada por seus olhos honestos - respondeu Pat.

Bem no seu íntimo, Pat sentiu honestidade através do olhar de Giovani. Enganada novamente.

Sim, as pessoas se cansam de ser enganadas. Cada engano leva consigo um pedaço de nós. Promessas tentadoras costumam ser falsas. As estatísticas sobre o mundo chocam-se entre si. Até mesmo o nosso coração às vezes nos conduz a um muro de pedras. Isto é difícil de suportar e como resultado, tendemos a parar de tentar.

Eventualmente, os enganos nos paralisam. De que adianta nosso esforço se jamais saberemos o que ocorre de fato no mundo? Para que tentar mudar? Se a verdade pode ser tão facilmente distorcida, para que tentar buscá-la? Assim, tornamo-nos vítimas da inércia, da apatia e do cinismo. É assim que terminamos quando o engano leva a melhor sobre nós. Sentimo-nos imptentes. Há alguma coisa que podemos fazer para evitar sermos empurrados para esse canto?

O engano vai ocorrer neste mundo e não existe meio de impedir isso. Mas existiria alguma maneria de o combatermos, algum modo de nos mantermos no que é real?

Deixe-me falar sobre um homem que foi duramente enganado e o que ele fez a respeito.

Josué era o líder do povo de Israel durante a conquista de Canaã, a terra prometida. Ele e seus soldados hebreus haviam tomado as cidades de Jericó e Ai. Elas eram o centro de uma forma muito perversa de idolatria que havia caído sob o julgamento de Deus. Um dia, enquanto Josué descansava com seus homens num lugar chamado Gilgal, um bando de homens esfarrapados com aparência de famintos entrou no acampamento israelita. Pediram para ver o comandante hebreu. Levados até Josué, eles se apresentaram como servos.

- Viemos de uma terra distante - disseram. - Faça um trato conosco.

Ora, esses homens eram, na verdade, uma delegação de Gibeão, uma cidade cananéia a poucos quilômetros ao norte de Jerusalém. Eles fingiram ter vindo de uma terra distante porque sabiam que Israel estava proibido de fazer tratados com qualquer das tribos cananéias.

Os gibeonitas tinham começado a acreditar que os exércitos de Jeová eram invencíveis. A poderosa Jericó havia caído ante o som de suas trombetas. Os gibeonitas calcularam que seriam os próximos da lista e acharam melhor fazer alguma coisa rápido. Uma opção seria renunciar a idolatria e ligar-se a Israel.

Providências haviam sido tomadas para os não-hebreus partilharem do pacto com Deus. O livro de Números explica tudo nestas palavras: "Um mesmo estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que entre vós peregrina... como vós, assim será o peregrino perante o Senhor." Números 15:15.

Mas os gibeonitas pensavam ter tido uma idéia melhor. Eles tentaram enganar Israel para que fizessem um tratado de paz. Assim poderiam continuar suas práticas idólatras e salvar a própria pele. Então eles forjaram uma delegação especial, elaboradamente disfarçada. Nos burros, eles colocaram sacos velhos e gastos, odres de vinho rachados. Os homens tinham sandálias surradas em seus pés, vestiam roupas esfarrapadas e traziam consigo pães secos e velhos. Quando essa delegação falou com Josuém a mentira parecia estar funcionando perfeitamente, mas aí um dos israelitas fez a mais importante das perguntas:

- E se estas pessoas morarem perto de nós, como poderemos fazer um trato com elas?

Bem, os gibeonitas estavam prontos com uma resposta bem ensaiada:

- Esta nosso pão estava fresco quando o embrulhamos - disseram - veja como estão secos em embolorados. Estes odres de vinho eram novos, mas vejam como estão rachados.

Era uma história muito convincente, Josué acreditou e a Bíblia nos diz por que em uma simples frase: "Então os israelitas... não pediram conselho ao senhor." Josué 9:14.

Afinal de contas, eles tinham conferido as provisões da delegação e o pão estava mesmo embolorado. E quem vê acredita, não é mesmo? Não pareceu necessário buscar a orientação de Deus. Assim, Josué fez um tratado com os representantes gibeonitas prometendo deixá-los viver. O tratado foi ratificado om um acordo solene e os homens de Gibeão seguiram seu caminho.

Três dias depois, vazou a notícia: os homens eram na verdade os vizinhos cananeus. Josué sentiu-se arrasado. O plano de Deus tinha sido comprometido. A princípio, os soldados hebreus quiseram marchar sobre Gibeão e destruí-la, mas Joúé sabia que teria que honrar o tratado.

Durante muitos anos, aquela tribo idólatra permaneceria um problema para o povo de Deus. Josué poderia ter renunciado a essa altura. Ele falhou completamente como líder de Israel. Ele tinha feito o que julgou ser uma boa decisão e foi levado pelo engano. Josué podia ter se tornado amargo e cínico. Ele de ter se perguntado: "Por que Deue não me alertou? Por que o Senhor deixou-me fazer papel de bobo assim?"

Felizmente, Josué não deixou que seu desapontamento se transformasse em amargura. Ele não deixou que o engano o paralisasse. Em vez disso, ele aprendeu algo com a experiência. Ele percebeu que havia sido "enganado novamente" por não ter buscado a orientação de Deus. Ele havia tentado resolver um problema sozinho, sem a perspectiva de Deus.

Agora vamos ver Josué algumas semanas depois. Os gibeonitas mandaram uma mensagem urgente: "Não abandone os seus servos; suba até nós rápido e salve-nos."

Cinco reis amorreus tinham marchado até Gibeão com seus exércitos e tomado posição para atacar. Os gibeonitas precisavam desesperadamente de ajuda. Josué tinha feito um tratado com eles e assim viu-se obrigado a atender ao seu chamado. Acontece que eram adoradores de ídolos. Deveria ele ajudar uma tribo cananéia a lutar contra outras tribos cananéias? Seus exércitos conseguiriam vencer os cinco reis amorreus? Qual era o plano de Deus?

Desta vez Josué estava disposto a buscar a orientação divina. Humilhado por seus erros anteriores, ele quis abordar o problema pela perspectiva divina. Josué devia estar ouvindo pois Deus deu a ele uma mensagem muito clara: "Não os temas, porque nas tuas mãos os entreguei; nenhum deles te poderá resistir." Josué 10:8.

Agora Josué estava pronto a seguir com confiança. Ele marchou a noite inteira em direção de Gibeão e surpreendeu os amorreus pela manhã. A Bíblia nos diz que o Senhor os colocou em confusão e Josué e seus homens os perseguiram.

Está registrado que uma chuva de pedra caiu sobre os soldados que se retiravam e o versículo 11 nos diz que "mais foram os que morreram pela chuva de pedras do que os mortos à espada pelos filhos de Israel."

Israel havia conseguido uma vitória decisiva, mas Josué não estava pronto para parar. Ele sabia que Deus havia julgado aqueles cananeus e eles teriam que ser completamente destruídos. Os sobrevivientes só iriam servir para arrastar Israel às suas degradantes práticas pagãs. Com o correr do dia, os amorreus se espalharam dentro das sombras da tarde, Josué concluiu que precisava de mais tempo. Assim, ele parou o seu cavalo, olhou para o céu e fez um pedido incrível: "Sol detém-te em Gibeão e tu, lua, no vale de Aijalom." Josué 10:12.

Como esse homem teve a audácia de pedir para que o sol ficasse parado? Como um homem que acabara de ser iludido adquiriu tanta ousadia? Bem, eu creio que ele lembrou-se da promessa que Deus havia dado a ele: "... nas tuas mãos os entreguei..." Josué sabia que estava no caminho certo. Deus havia prometido a ele sucesso nesta tarefa difícil e perigosa. Assim, Josué simplesmente pediu um tempo para completá-la e Jeová o atendeu.

O sol pareceu ficar imóvel lá em cima. Aquela tarde se estendeu e muito. Os exércitos de Israel conseguiram esmagar completamente os amorreus.

O escrito do livro de Josué exclamou no versículo 14: "Não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, tendo o Senhor assim atendido à voz dum homem; porque o Senhor pelejava por Israel."

Foi um dia notável de fato e Josué provou ser um homem notável.

Que contraste com a vez anterior em que havia sido inteiramente enganado! Josué recuperou-se de seu desapontamento determinado a depender da orientação de Deus. Assim que recebeu a direção de Deus, ele aproveitou ao máximo essa bênção.

Amigo, eu creio que esta é a chave do sucesso neste mundo cheio de ilusões. A orientação de Deus pode nos ajudar a superar as nossas decepções. Não temos que ficar paralisados pelo medo de sermos "enganados novamente". Podemos seguir em frente com confiança. Muitas pessoas, hoje, sentem-se especialmente decepcionadas com as ilusões religiosas, você sabe disseo.

Existem inúmeras vozes por aí proclamando a verdade religiosa e muitas contradições. Ficamos com um pé atrás com as pessoas que nos dizem confiantemente que Deus deu a elas a mensagem para o nosso tempo. Onde essa mensagem vai nos levar, ficamos em dúvida.

As pessoas que foram para Jonestown acreditavam estarem seguindo um messias ao paraíso, não a um suicídio em massa. É fácil tornar-se cínico sobre as promessas religiosas.

Vem à tona a coleção de Rolls Royce de um líder de culto, ou a conduta errada de um evangelista é desmascarada e as pessoas ficam céticas e o cristianismo é prejudicado. Não queremos ser enganados novamente, entende?

A busca da verdade de Deus pode, às vezes, parecer fútil e até perigoa, mas eu creio que podemos vencer os enganos e desviar do desapontamento. Só temos que procurar a fonte certa de informação.

Lembra-se de como Josué e seu povo foram enganados por aquela delegação de Gibeão? Preferiram olhar para os odres rachados, as roupas esfarrapadas, as sandálias gastas e fixando-se nessas pequenas informações, se esqueceram de buscar a orientação de Deus. Eles não recuaram para observar a perspectiva dEle, a visão do todo. Muitas vezes estreitamos nosso foco em indivíduos e detalhes particulares de informação que chegam até nós.

Um pastor ou outro qualquer chama a nossa atenção e nos fixamos em sua versão de verdade. É aí que podemos ser enganados. Não conseguimos parar e buscar a perspectiva de Deus. Não tentamos nos ajustar à imagem como um todo dentro da Palavra de Deus.

Amigos cristão sem dúvida podem nos ajudar. Pastores podem nos indicar a verdade, mas temos que centralizar nossa fé nos claros ensinamentos das Escrituras. Devemos enfatizar o que a Bíblia enfatiza. É onde podemos colocar tudo junto. É assim que obtemos a perspectiva certa e podemos ter confiança quanto à nossa busca da verdade.

Se buscarmos honesta e abertamente a orientação de Deus, as respostas virão. Veja esta maravilhosa promessa em Jeremias 33:3: "Clama a mim e respondert-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes."

Sim, quando pedimos ao Senhor, Ele nos dá a resposta. Existem insondáveis tesouros em Suas palavras.

Você se lembra da promessa relativa à verdade que Jesus deu a seus seguidores? Ele disse em João 8:31 e 32: "Se vós permanecerdes na minha palavra conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."

Podemos conhecer a verdade se estivermos ligados na fonte: Jesus Cristo e Sua palavra. Não importa se o mundo está cheio de ilusões e falsa afirmações, não importa se as estatísticas mentem, não importa se ruidosas vozes religiosas se contradizem. Nós não temos que ser enganados novamente. Podemos conhecer a verdade. Podemos achar um centro seguro e firme para nossa fé na vida e na morte sacrifical de Jesus.

Um homem estava perdido no deserto. Sua água e comida haviam acabado e ele estava morrendo aos poucos no calor. Ele vagava sem esperança, em círculos, atormentado por miragens. Sua bússola lhe indicava o norte o sul também, mas não a direção da água. Finalmente ele afundou na areia e então, miraculosamente, uma folha chegou voando e caiu perto de seus pés. O homem observou que a folha era verde e fresca. Assim, olhando na direção do vento, ele começou a andar e breve chegou a um oásis e saciou sua sede num riacho salvador.

Amigo, num mundo cheio de miragens, vamos nos agarrar àquela folha verde de Palavra de Deus. Ela nos conduzirá certa e verdadeiramente à Água da Vida. Jesus Cristo nos capacitará a saciar a sede em nosso coração. Ela nos levará à verdade e nos livrará de todos os desapontamentos.

Você já saciou sua sede em Cristo? Ele abre Seus braços e o convida a vir. Venha a Ele agora e aceite o perdão que lhe é oferecido gratuitamente. Aceite a nova vida que Ele lhe oferece.


 


 

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A TRAGÉDIA DO TITANIC

George Vandeman

TOPO

 

Ninguém achou que iria acontecer e quando aconteceu, poucos se deram conta do perigo. A orquestra tocava músicas alegres quando o navio começou a afundar; e mesmo nos barcos salva-vidas cheios de mulheres e crianças que desciam ao mar, havia muito pouco medo. Perder o Titanic era algo impensável, afinal de contas, ele jamais afundaria. Mesmo assim, o melhor navio de passageiros do mundo estava afundando. Os sobreviventes em seus salva-vidas olhavam com terror à medida que o Titanic se inclinava cada vez mais até que finalmente ficou na vertical. Foi então que o navio desapareceu, levando com ele 1.500 vidas para a fatalidade congelada.

O que podemos aprender com a tragédia do Titanic? Temos hoje a apresentação de coisas vitais e fascinantes para todos nós.

Aconteceu durante a noite do dia 14 de abril de 1912 e vejam como um dos principais jornais de Nova York descreveu o que sucedeu a bordo do Titanic, enquanto afundava:

"Assustados com o terrível impacto, os passageiros em pânico corriam de seus camarotes para o salão principal por entre o ressoar de aço retorcido, fendas de placas e pelo partir das vigas. O barulho de blocos de gelo caindo sobre o "deck" destroçado do navio causava ainda mais terror. Como uma multidão desgovernada, eles saiam dos salões para testemunhar uma das cenas mais impressionantes de se imaginar... Os trinta metros de proa eram uma massa sem forma de ferro e aço partido, retorcido, quebrado."

A matéria continuava descrevendo horror em cima de horror. Mas nenhuma palavra da descrição era verdade. Nem uma palavra. Deixe-me dizer por quê.

O operador de comunicações do navio de resgate, o Carpathia, estava tão ocupado enviando mensagens pessoais dos sobreviventes do Titanic que havia se recusado a responder as perguntas dos repórteres. Por isso, os repórteres simplesmente inventaram sua versão para a tragédia, como acabamos de ver.

Mas o que foi que aconteceu realmente? O que foi que houve a bordo do Titanic naquela noite fatal? Bem, os passageiros estavam desfrutando do luxo de seu palácio flutuante. O mar lá fora estava totalmente calmo. As estrelas mais brilhantes do que nunca. Todos se sentiam totalmente a salvo, apesar de estarem navegando por um campo de minas em termos de icebergs. Por que se preocupar? O Titanic não afundaria. Os construtores do navio haviam se gabado disso. Ele dispunha de compartimentos à prova d'água que poderiam ser fechados automaticamente da sala de controle. Qualquer um desses dois compartimentos poderia ser totalmente inundado sem colocar em perigo o navio. Era tal o sentimento de segurança no Titanic que alguém ousou fazer o seguinte comentário: "Nem mesmo Deus em pessoa poderia afundar este navio."

Imaginem a arrogância!

Às 9h40 daquela noite chegara um aviso. Um alerta acerca desses icebergs maciços e fatais pela proa. Mas o operador que recebeu o alarme não imaginou que os icebergs estivessem tão perto. Então, ocupado com as outras mensagens, ele colocou essa mensagem de lado para levar ao capitão assim que achasse conveniente. Quando terminasse o que estava fazendo.

Tragicamente, porém, a mensagem nunca chegou ao capitão. Logo após a meia-noite aconteceu a colisão. A maior parte dos passageiros a bordo do Titanic mal sentiu a batida. Foi um choque repentino; apenas uma vibração; um leve balanço. Só alguns se deram conta de que algo havia acontecido. Quando o navio diminuiu a velocidade e parou no meio do Atlântico, passageiros se perguntaram por quê. Apenas poucos foram até o convés para se informar. Um passageiro notou um iceberg passando por uma escotilha e teve a certeza de que o navio havia batido nele; alguém na sala para fumantes sentiu um impacto e saiu correndo para descobrir a causa. Ele viu um monte de gelo se empilhando a uns 15 metros acima do convés "A", o que significaria uns 30 metros acima da água. Mas não houve pânico, não houve comoção nem confusão.

Depois de algum tempo, o capitão convocou os passageiros até o convés com seus coletes salva-vidas. Acharam que fosse uma brincadeira, mesmo quando houve a ordem de colocar as mulheres e as crianças nos barcos salva-vidas disponíveis; alguns acharam que era meramente uma medida de precaução. Certamente estariam de volta a bordo dentro de poucas horas. O poderoso Titanic jamais afundaria. Só quando foi lançado o primeiro foguete é que a maioria dos passageiros se deu conta de como era crítica sua sorte. Eles sabiam que o disparo de foguetes era o sinal universal de tragédia no mar. Mas mesmo então, reinava perfeita ordem no navio. Todos os membros da tripulação permaneceram em seus postos.

Os técnicos mantiveram os conveses iluminados até o final. A orquestra se colocou do lado de fora, no convés, e tocou até quase a hora de o navio dar seu mergulho final. Pouco a pouco o navio começou a adernar.

Momentos após o último bote salva-vidas ter baixado ao mar, o Titanic se inclinou drasticamente. Os passageiros nos salva-vidas olhavam em pânico enquanto o enorme barco chegava a uma posição totalmente vertical e literalmente permanecia assim, sem se mover por, talvez, uns quatro minutos.

Finalmente, ele desapareceu nas profundezas. Com um gole silencioso, o mar sorvera o navio mais luxuoso, mais moderno de sua época. Foi então que surgiu o grito desesperado de homens e mulheres perdidos, vagando pelo oceano, em seus coletes salva-vidas. Seus gritos horripilantes continuaram durante uns 40 minutos, até que o gelado Atlântico silenciou todas as vozes que restavam fora dos botes salva-vidas. Tais gritos terríveis iam perseguir os sobreviventes em seus pesadelos enquanto vivessem.

Quando raiou a manhã, os icebergs se erguiam acima dos barcos salva-vidas. Havia corpos espalhados por toda parte. Dos 2.208 passageiros e tripulantes, somente 705 sobreviveram; todos eles em botes salva-vidas.

Mais de três quartos de século se passaram desde o naufrágio do Titanic e mesmo assim continuamos, mais do que nunca, fascinados por sua tragédia. Talvez a nossa impressão mais inesquecível seja a do comportamento calmo, silencioso dos passageiros e da tripulação. Calma, não em virtude do heroísmo, mas da insensibilidade ao perigo. Uma confiança exagerada no trabalho humano.

Os historiadores hoje em dia concordam que a tragédia do Titanic não precisava ter acontecido e que mesmo quando o navio começou a afundar, nenhum passageiro necessitaria ter se perdido. A causa direta para a perda de vidas foi a insuficiência de botes salva-vidas. A tripulação tivera tempo suficiente para evacuar todos os passageiros, mas não havia botes suficientes. Havia poucos botes. No Titanic, impossível de afundar, os botes salva-vidas eram considerados desnecessários, puramente ornamentais. No entanto, quando o luxuoso navio afundou, a única coisa que importou foi encontrar um humilde bote salva-vidas. Nenhuma alma sobreviveu sem entrar num bote salva-vidas.

O Titanic de 1912 não lhe faz lembrar do mundo há 4.000 anos atrás, no tempo de Noé? Naquela época a terra estava fadada a ser destruída pela água. Deus disse a Noé para construir uma arca, um grande bote salva-vidas. As pessoas acharam que tal idéia era bastante ridícula e riram dela. Por que precisariam de um bote salva-vidas? O mundo deles era seguro. Não precisavam se salvar, portanto, os avisos de Noé não foram ouvidos. Sua arca se tornou motivo de riso, uma atração turística, tornou-se tudo, menos um refúgio para salvar os pecadores perdidos da inundação fatal. E foi então que o que não se pensava, aconteceu. Todos que estavam dentro da arca de Noé sobreviveram. Todos que estavam fora da arca de Noé morreram.

Meu amigo, será que encontramos uma previsão de nossos próprios dias aqui? Jesus achou que sim. Pensando na inundação de Noé, Ele deixou para nós este aviso nos últimos momentos da Terra.

Mateus 24:37-39: "E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Portanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos - assim será também a vinda do Filho do homem."

Como foi, assim o será. Duas situações estranhamente similares, a de Noé e a nossa. Total desatenção a repetidos avisos. Exagerada confiança na força humana. Crime? Perversidade? Sim. Mas principalmente apenas a rotina da vida. Tanta certeza de que o amanhã será como o hoje; vivendo apenas o dia-a-dia sem preocupação. Mas então vem a surpresa final, fatal. As pessoas da época de Noé não acharam que precisariam de um bote salva-vidas tanto quanto os passageiros do Titanic. E quanto a nós hoje em dia? Será que levamos a sério os avisos de Deus? Quando iremos parar de brincadeira?

Há alguns anos, um fabricante de brinquedos criou um jogo chamado "O Naufrágio do Titanic". Na enorme tampa da caixa, desenhada por um artista, a fria noite em que o Titanic afundou foi muito bem retratada. Viam-se botes salva-vidas cheios de sobreviventes desesperados enquanto o navio afundava e a proa se dirigia para o fundo. Dentro da caixa, num tabuleiro negro, liam-se as seguintes palavras: No dia 14 de abril de 1912, o enorme navio britânico, o Titanic, atingiu um iceberg em sua primeira viagem e afundou dentro de poucas horas. Daquela tragédia surgiu então uma fascinante espécie de jogo de salão, muito familiar. O jogo que se joga enquanto o navio afunda.

Fascinante jogo? Bem, talvez para aqueles que não estiveram lá. Mas o naufrágio do Titanic não foi brincadeira!

A mesma pergunta pode ser feita agora: Será que estamos brincando enquanto nosso barco afunda? Enquanto a tragédia se aproxima deste planeta Titanic, será que estamos adiando nosso encontro com Deus?

Meu amigo, o tempo está se esgotando. Este mundo está imóvel diante da adversidade final. Pense apenas nas manchetes: AIDS, poluição, bombas, guerras. De qualquer perspectiva humana, o pensamento positivo é irracional.

Mas graças a Deus, Ele nos forneceu um meio de sobreviver. Ele tem um bote salva-vidas pronto para nos salvar do naufrágio. Ouça só estas tão conhecidas palavras. Para muitos conhecidas desde a infância. João 3:16:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Jesus, nosso bote salva-vidas, nos salvando do naufrágio? Sim. A questão da vida e da morte para nós é: o que estamos fazendo com Jesus? João 3:18 "Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito filho de Deus."

Como é que podemos fugir da conclusão? Nosso relacionamento com Jesus determina se viveremos ou morreremos. Mas parece que há alguma confusão a esse respeito. O que realmente significa acreditar em Cristo? Vamos revisar mais uma vez?

Primeiro, nós acreditamos em Seu sacrifício no Calvário para pagar todos os nossos pecados. Nós não podemos ter acesso ao céu por nossas próprias boas ações. O sangue de Jesus é nossa única esperança. Mas o modo pelo qual vivemos depois que fomos perdoados também importa. Jesus disse em João 14:12: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço..."

Portanto, crer em Jesus requer ação. Na época de Noé, quem acreditava na mensagem de Deus tinha que abandonar seu velho mundo para entrar a bordo do bote salva-vidas. E agora também. Nossa fé em Cristo requer que se obedeça a Deus. Jesus fala assim tão claramente em Mateus 7:26 e 27: "E todo aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda."

Meu amigo, quer sobreviver ao dilúvio de adversidade durante a crise final da terra? Então aceite Jesus como seu Salvador, alegrando-se de que seus pecados tenham sido perdoados. Siga-O sempre com um compromisso voluntário. Lembre-se, sem Jesus não temos a menor chance. É isso que diz a Bíblia. O naufrágio do Titanic trouxe o fim a uma era; o enorme navio era o símbolo do poder e da capacidade humanas e sua perda trouxe consigo a era da insegurança.

Em 1945, a bomba atômica sobre Hiroshima introduziu uma nova dimensão àquela insegurança. A era nuclear. E agora nos anos noventa, nós temos o terrorismo e a Aids nos assolando. Mas apesar de nossa insegurança, nós ainda parecemos pouco prontos para entrar no bote salva-vidas que Deus nos oferece através de Jesus. Nós ainda nos achamos capazes de nos dirigir. Quando iremos aprender que não podemos confiar em nossa própria força? Ora, não podemos confiar em nossa própria informação! Veja só. Um lado interessante da história do Titanic foi a incapacidade dos jornais de terem a história verdadeira. Não apenas a matéria que já vimos anteriormente, mas o jornal Wall Street, dentre outros jornais que existiam na época, não considerou as más notícias sobre o Titanic, julgando-as como boatos infundados. Veja só o editorial que publicaram depois que o Titanic afundou:

"A gravidade dos danos ao Titanic são aparentes", diz, "mas a questão importante é que ele não afundou. Seus encaixes à prova d'água eram realmente à prova d'água. Ele se manteve flutuando depois de uma experiência que estontearia o coração mais forte, sendo que o cérebro humano tem em si o Espírito Divino, e se sobrepõe aos obstáculos naturais através do pensamento, que é incomparavelmente a maior força do universo."

Pois é, mas o cérebro humano faltou naquela noite em que o Titanic afundou, não foi? Eles não conseguira, nem relatar a tragédia com exatidão, quanto menos preveni-la. A sabedoria humana pode nos deixar bastante confusos.

Um menininho que assistia a um programa de televisão virou-se e perguntou: "Papai, estamos ao vivo ou em vídeo tape?" E não só as crianças perguntam o que está acontecendo. Todos precisamos da palavra de Deus para nos dizer como viver nestes tempos. Não há como se fugir do que está acontecendo.

Eu penso num desenho de jornal há algum tempo que mostrava um carro parado numa estrada, com o pai trocando o pneu. Um garotinho estava olhando pela janela, chateado e aborrecido. O pai diz: "Não podemos trocar de canal. Isso é ao vivo. É a vida!" Não, meu amigo, não podemos trocar de canal se não gostamos do que vemos no mundo à nossa volta. Nós temos que encarar tudo de frente, com a palavra de Deus como nosso guia.

Agora voltemos ao natal do ano de 1987. O capitólio dos Estados Unidos estava com um clima festivo. O líder soviético Mikhail Gorbachev tinha vindo até lá para assinar o tratado histórico que acabaria com o armamento nuclear. Com o acontecimento de banquetes e de encontros de boa vontade, o mundo respirou aliviado com o progresso no sentido de se preservar a paz. É claro que podemos apreciar, todos nós, o interesse que nossos líderes possuem em preservar a paz. Mas não vamos exagerar de modo algum na esperança de qualquer solução humana. A Bíblia nos avisa em Tessalonicenses 5:3: "Pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão."

Aquelas que são mães sabem a respeito das dores de parto. De repente, sem aviso, o processo de nascimento começa. Prontas ou não, o trabalho de parto se inicia. Pois é assim, e de repente, este mundo enfrentará o seu momento de aflição no último dia.

Mas veja: as dores de parto podem ser dolorosas, mesmo assim são o sinal de que algo lindo está a caminho, uma criança maravilhosa. Uma nova vida. E assim será quando Jesus vier. Um dia glorioso para o povo comprometido com Deus. Significará a tragédia apenas para os despreparados.

Assim como o naufrágio do Titanic não terminou em afogamento para todos, a vinda de Jesus significa o resgate de um planeta condenado para todo cristão verdadeiro. É algo que podemos aguardar. Jesus disse em Lucas 21:28: "Ora, ao estas coisas começarem a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça, porque a vossa redenção se aproxima."

Não, não devemos temer a chegada da crise. Em Jesus poderemos encarar com confiança a inundação de perturbações que virão. Portanto, vamos erguer a cabeça e regozijar.

Mas, o quanto desejamos ser resgatados? Estamos tão ligados nas luxúrias deste planeta Titanic que nos recusamos ao bote salva-vidas de nosso Senhor Jesus Cristo? Será que nos imaginamos capazes de nos salvar pelo esforço humano?

Veja, quando as tristezas do mundo se tornam nossas, quando todos em quem confiamos nos falham, quando tudo em que nos apoiávamos parece desmoronar, esta terra então perde a sua atração fatal. Não temos para onde nos voltar, a não ser para Jesus. Entraremos então no bote salva-vidas de Deus e oraremos fervorosamente: "Venha, Senhor Jesus!" a vinda dEle será o começo de um maravilhoso novo dia. O fim das lágrimas, das tristezas, conflitos e confusões. O fim de uma longa e obscura noite. A última onda de tristeza, de perturbações e morte terá varrido o planeta Titanic e a desgraça, tendo se exaurido, não existirá mais.

Amigo, aguardo ansioso tal dia. E você?


 


 

83

COCAÍNA: A MENTIRA BRANCA

George Vandeman

TOPO

 

   Houve uma época em que parecia bonito, ousado, provocativo. Sim, por uns tempos a cocaína teve o seu próprio brilho. Nada de becos escuros, nem agulhas sujas, ou corredores suspeitos para essa novidade. Não, a cocaína ocupava um lugar de destaque nas salas de reunião das empresas, nos negócios do cinema em Hollywood, nas festas de prestígio. Seguia a mesma velocidade do competitivo estilo de vida dos ricos e famosos, dos super-realizadores, da chamada gente  famosa. Hoje, olhamos para trás, para tudo isso, e fazemos uma simples e objetiva pergunta: o que aconteceu?    

   Você se lembra, há alguns anos, quando a cocaína era uma palavra que soava quase inofensiva? Ao contrário da heroína ou do PCP,

que eram assassinos conhecidos, a cocaína não era cara, era segura, assim pensava o povo. Homens e mulheres em todos os níveis da sociedade começaram a prová-la. Os ricos gastavam suas verbas para entretenimento; a princípio, de vez em quando, depois com mais freqüência. Os que eram pobres faziam o que era necessário para alimentar sua crescente necessidade da droga.

   Hollywood ajudou nisso, é claro! Nas telas de cinema, nossos atores e atrizes preferidos ajudavam a dizer a mentira branca a milhões de fãs crédulos. Os comediantes na televisão logo incluíram as piadas sobre a coca, em seus repertórios. E os artistas dos discos não perdiam o ritmo com suas sugestivas mensagens transmitidas a uma geração de jovens crédulos.

   Algumas vozes preocupadas eram ouvidas aqui e ali. Havia a percepção do perigo de vez em quando, ou pelo menos do perigo potencial. Mas bem poucos estavam ouvindo. Muitas pessoas estavam aproveitando a festa, quando, de repente, o sonho foi esmagado. Num período incrivelmente curto, o mito tinha sido totalmente destruído, e com ele muito mais vidas do que você e eu  podemos imaginar.

   A cocaína é uma assassina. Você não está tomando conhecimento disso pela primeira vez. A grande realidade desse pesadelo já atingiu a

consciência da nossa nação. Os primeiros sinais de alerta pareciam uma nota pessimista: a cocaína não era a viagem de prazer despretensiosa que muitos haviam pensado a princípio.

   A palavra "dependência" começou a surgir. Nesses últimos anos, uma grande cidade metropolitana sofreu grande tristeza e frustração quando um de seus maiores astros do atletismo, jogador da primeira divisão esportiva, sacrificou sua carreira pela cocaína.

   Surgiu um padrão assustador: "abuso da substância" - foi como a federação referiu-se à cocaína  e em seguida à reabilitação. Mais abuso: suspensão. Uma terceira etapa  seguiu-se  de uma mudança para outra cidade. Voltou a recorrer às drogas. Foi relegado às divisões menores e finalmente  viveu o fim de uma carreira que prometia atingir facilmente o estrelato.

   As audiências nos tribunais revelaram que a cocaína estava por todos os cantos no mundo dos esportes. Lembre-se: futebol, atletismo, basquetebol. Uma sombra cobria todos eles.

   Os atletas foram obrigados a testemunhar. Alguns foram para a cadeia, outros foram suspensos por um ano para tratamento e para pensar nessa nuvem negra que estava ameaçando  sua  vida.  Mas o país só caiu na realidade quando descobriu que a cocaína era de fato assassina.

   Len Bias, esse nome ficará para sempre tragicamente ligado ao poder mortal dessa terrível droga. Como isso aconteceu? Uma simples e tola comemoração, aparentemente. Uma vida de honrarias, vitórias e oportunidades no time do Boston Celtics, destruída num breve momento de curiosidade. Sim, a festa da cocaína acabou. Sabemos disso agora. Talvez muito tarde conseguimos nos aperceber, mais uma vez, da sólida sabedoria encontrada no velho livro: Provérbios 14:12: "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte."

   Assim, hoje, a nação está impacientemente brincando de "pega-pega", tentando educar antes que seja tarde demais, trabalhando noite e dia para revelar esse assassino que está solto entre nós; mas as notícias da linha de frente da batalha não são muito boas.   

   Neste momento, a guerra está declarada e a nova arma é uma assustadora forma de cocaína chamada "crack". Esse novo assassino está se espalhando por todo lugar. "Crack", uma forma mortífera de cocaína que a pessoa fuma, é descrita pelos especialistas como "a droga mais perigosa conhecida pelo homem, hoje". Leva apenas 10 segundos para as moléculas do crack atingirem o cérebro, e a sensação de euforia é seguida por uma arrasadora depressão. Qual é o resultado? Em questão de minutos a pessoa precisa de mais uma dose. Esse incrível ciclo leva à dependência instantânea. Um relatório especial da revista Newsweek afirma: "Não existe esse negócio de uso recreativo", e as autoridades médicas advertem que novos pesadelos estão esperando para atacar: Uma droga sintética chamada MDMA, apelidada de "êxtase", oferece a corrida eufórica da cocaína, a expansão mental do LSD e uma adicional variável: lesão permanente no cérebro. Um outro invento, apelidado de "pó da china", dizem ser uma a duas mil vezes mais forte que a heroína.

   Na guerra das drogas, o lado errado parece estar chegando com muitas armas novas. Pense por um momento no preço; apenas o preço financeiro que temos pago por nossa tola aventura. Em termos de dólares, o negócio dos narcóticos leva 110 bilhões anualmente. Acrescente a isso mais 33 bilhões que simplesmente desaparecem do nosso mercado de trabalho devido à perda de produtividade: faltas, forte aumento dos índices de acidentes e mais 60 bilhões de dólares, anualmente gastos com tratamento de saúde.

   Que desperdício de recursos de uma nação! Quando  nos  damos  conta  do  que  poderia  ser

realizado com tantos bilhões de dólares, começamos a notar que a cocaína é uma mentira branca, que atinge a vida de cada cidadão.

   Saibam que mais tocantes que as estatísticas, são as histórias. Histórias de pessoas de verdade. Histórias de homens e mulheres e até  mesmo de crianças cujas vidas foram  brutalmente marcadas por essa assassina insensível.

   Maria é um exemplo. Ela tem 15 anos. Sem moradia há oito meses, sua única obsessão é o "crack". Dia após dia, ela se amontoa na soleira de uma porta no gueto tentando se vender pelos cinco dólares que lhe custam para ficar "ligada".

   Artur tem 42 anos. Era um advogado de sucesso, porém, seu vício de cocaína de mil dólares por dia lhe custou seu emprego, sua linda casa no subúrbio, sua mulher e dois filhos. "Nada me importava a não ser meu cachimbo", admite ele, enquanto tenta desesperadamente reconstruir sua vida.

   É claro, existem os Len Bias deste mundo, brutal e inesperadamente arrancados de seus amigos e entes queridos. Um ex-viciado disse uma vez, logo depois de voltar para casa, após um programa caríssimo de reabilitação: "A maioria dos meus amigos está morta, hoje em dia."

   O seu coração está emocionado com a dor que seu irmão está sofrendo? O coração do Salvador

está. Ele conhece cada detalhe íntimo sobre a dor causada por esse novíssimo agente destruidor. Lembre-se das palavras reveladoras encontradas em Hebreus 4:15: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, porém Um que como nós em tudo foi tentado, mas sem pecado."

   Cristo sabe de tudo. O mesmo Salvador que trabalhou numa carpintaria, que caminhou por estradas sujas e empoeiradas, e que passou noites em rudes barcos de pesca, há dois mil anos, sabe tudo a respeito de nossos problemas de alta tecnologia dos anos 90, inclusive de nossos destruidores químicos.

   Para milhares que hoje possam estar convencidos de que não há saída para eles, Deus promete um meio de escape. Ele é encontrado em I Coríntios 10:13: "Deus é fiel. Não veio sobre vós tentação senão humana; mas fiel é Deus que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar."

   Uma saída? Um meio de escapar? Que boa notícia! Ainda que o seu problema seja a cocaína ou outra tentação qualquer, jamais retire a atenção da maravilhosa promessa encontrada no capítulo repleto de esperança em Filipenses. Ela é apresentada simples mas poderosamente no capítulo  4,  versículo 13:  "Posso todas as coisas nAquele que me fortalece."

   Todas as coisas! Não existe ponto fraco na armadura de defesa de Deus. Até mesmo a cocaína e suas parentes mortais estão sujeitas ao poder vitorioso que está disponível através de Jesus Cristo.

   E quando pensamos nos dias de hoje, não temamos ser realistas. Os problemas das drogas não irão desaparecer. Sabemos bem disso. O inimigo da humanidade está trabalhando com eficiência cada vez maior para envenenar os filhos de Deus e destruí-los da melhor forma que puder.

   Em vários campos de batalha, seus avanços são claramente visíveis. No entanto, há muito que podemos fazer. Principalmente com nossos jovens. Cada centavo gasto, cada hora dispensada para salvar um jovem das drogas, é um investimento primordial.

   Com milhares de adolescentes inquietos através do país à procura de novas emoções e novas aventuras, é nossa tarefa repartir com eles franca e eficientemente as boas novas a respeito da maior aventura  que  poderão  chegar  a  experimentar. I Coríntios 2:9, "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam."

   Não, as drogas não podem se comparar  ao sentimento que uma pessoa pode receber do Senhor Jesus Cristo, quando dá a vida a Ele. Elas não podem se comparar ao sentimento de alguém que começa a viver o gosto da abundante fartura que Deus prometeu em seu mundo!

   Agora, uma história de sucesso, que me emociona. Clifton Davis, um rapaz que teve seus momentos de glória registrados em uma revista de TV, esteve e continua caminhando pelas ondas do sucesso. Durante os anos 70, ele também desfrutava de enorme popularidade como astro da televisão e da Broadway. Tudo estava dando certo para ele, parecia que não haveria erro até que...

   Vandeman – Clifton, o que você tem a dizer? Por favor, abra o seu coração.

   Clifton – O sucesso do qual desfrutava nos anos 70 durou até o momento em que me deparei com aquela mentira branca, a tal da cocaína. Tudo parecia tão róseo, suave, apesar da pressão reinante e tudo o mais. O mundo parecia ser meu casulo, como dizem. Eu estava por cima. Eu estava estrelando na Boadway. Eu tinha meu próprio programa de televisão, com Melba Moore no começo dos anos 70. Fui capa da seção de arte e entretenimento do New York Times que afirmava: "Nada poderá impedi-lo agora – Clifton  Davis."  Tudo  parecia  ótimo  a  não  ser que à noite, quando eu colocava a cabeça no travesseiro e tentava dormir, a ansiedade me assolava. Eu não estava desfrutando da felicidade e da satisfação que deveriam vir acompanhando as coisas que o mundo diz que me tornariam feliz. Eu parecia ter tudo. Eu tinha uma Mercedes antiga e um Mustang novo, sabe... Eu tinha um apartamento de cobertura que dava para o Rio Hudson na cidade de Nova York, em "Riverside Drive", uma área muito chique. Mas não tinha paz de espírito, e não conseguia descobrir por quê. Comecei, então, a usar maconha para me ajudar a fugir dos problemas que pareciam me cercar: os desgostos, as frustrações da indústria do entretenimento. É comum a pessoa conviver com o desgosto na vida artística. Então verifiquei que a maconha estava me fazendo dormir e uns "caras" me ofereceram algo para me manter acordado. Parecia que ficar mais alerta era a coisa mais certa a fazer. Parecia que todo mundo estava fazendo isto: cheirando esse pozinho branco. Começou sutilmente, sabe como é, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e fez com que eu me sentisse mais forte, mais capaz de enfrentar tudo. Ele me dava uma falsa sensação de segurança. Dava uma sensação de euforia, mas os efeitos posteriores me davam um terrível desespero. Uma terrível depressão sempre me seguia após essa "viagem."

Sabe, George, posteriormente, aprendi que o vício da cocaína é um dos mais traiçoeiros do mundo, porque ele dá uma sensação de euforia imediata, mas se houvesse uma curva do bio-ritmo, poderia se notar que a curva do uso da cocaína provoca um estímulo na primeira dose e então volta ao normal, só que o corpo segue para baixo desse nível. Portanto, ao se usar pela segunda vez, é necessário mais droga para se atingir a mesma "ligação" que se atingiu da primeira vez. No entanto, a curva na parte inferior vai ainda para mais baixo. Em outras palavras, quanto mais você usa, mais precisa e quanto mais usa, mais deprimido fica quando não está usando. É uma droga terrivelmente lenta e traiçoeira que afeta a mente. Ela me enlouqueceu.

   Vandeman – Você conseguiria sair dela naquele ponto?

   Clifton – Ah não, não podia. Mesmo que eu quisesse parar com isso. Mas eu gostava. É difícil a gente se afastar daquilo que está gostando. Sabe, você não tem motivo para tal. Eu não tinha nada em minha vida. Eu era ativo como cristão, tinha sido criado numa família cristã e num lar cristão. Mas em virtude das frustrações, da hipocrisia que muitos normalmente vemos, eu tinha voltado minhas costas a isso. Eu tinha fugido para viver minha própria vida. E láestava eu, desfrutando do sucesso do mundo, mas entrando por um caminho de escapismo através do vício da cocaína. A princípio, achei que poderia controlar a coisa. Muitas pessoas que utilizam drogas pensam: "Ora, controlo isso." Mas, à medida que o tempo passava, me tornava cada vez mais controlado pela droga ao invés de controlá-la. Achei que estava precisando apenas de uma mudança de ares, então vim para Hollywood e comecei a estrelar em "Esta é minha Mãe" (That's My Mama). Isso me tornou seguro durante algum tempo. Mas logo depois, o vazio que havia dentro de mim voltou. E, cada vez que surgia aquele vazio, eu tentava preenchê-lo com cocaína. Comecei a usar bem mais dessa vez. Mais tarde tentei me envolver em uns dois relacionamentos. Eles não deram certo, o vazio voltou e usei ainda mais cocaína. Foi aí que minha carreira parou de dar certo e tentei investir num lar, numa enorme casa numa colina. Mas me sentia mais só do que nunca lá em cima. Viajei pelo mundo inteiro com o Jet Set, de Paris a Roma, ao sul da França, à Austrália, Suécia, Taiti. O vazio não me abandonava. Então, voltei e me perdi num rodamoinho de uso e abuso de cocaína. Comecei a fazer o que se chama de "freebase". Você cozinha e ferve a matéria-prima essencial, uma forma poderosa, que é dez vezes mais forte do que a inalada. É como injetar sem a agulha, mas usando um cachimbo. Comecei a usar isso e durante um ano me tornei um viciado normal. Na verdade, já estava viciado havia quase sete anos.

Vandeman – Então, o que aconteceu?

   Clifton – Eu não estava mais preocupado em ganhar dinheiro, com minha carreira nem nada. Eu estava preocupado em conseguir a minha droga. A coisa ficou tão ruim que no Natal de 1980, me deparei com o suicídio, que me pareceu então a única saída. Foi naquele desespero que apareceu a luz do amor de Jesus Cristo. Meu irmão me ligou. Eu estava morrendo, George. E ele me disse que Cristo queria que eu vivesse, que Deus me amava. Eu disse: " O que Ele quer comigo? Joguei fora minha vida vivendo loucamente. Eu me exauri, joguei fora meu dinheiro. Sou um viciado, não presto." Ele disse que os extremos do homem são as oportunidades de Deus. "Deus pode transformar sua vida", ele afirmou. "Cristo pode entrar em seu coração e ser a diferença entre a morte e a vida que Ele tem para oferecer." Eu nem sabia mais como orar. Eu estava tão drogado! Estava acordado havia três dias. Eu usava drogas pesadas, gastando quinhentos dólares por dia havia mais de seis meses. Estava só pele e osso. Não conseguia pensar com clareza. Eu estava tão paranóico que

tinha lacrado as portas e janelas com cortinas à prova de luz, fita adesiva e pregado as portas para que ninguém pudesse me pegar. Eu havia criado meu próprio túmulo e Cristo veio para me ressuscitar. Eu me ajoelhei ali mesmo e com um último pingo de fé disse: "Senhor, tem piedade deste pecador." E ali, naquele momento, comecei a sentir uma mudança em meu corpo, em meu coração e em minha mente. Comecei a sentir que o abuso da droga estava terminando e comecei a me sentir limpo novamente. Eu comecei a sentir a paz de espírito que tinha desejado durante 18 anos de afastamento de Cristo.

   Vandeman – E tudo isso sem terapia?

   Clifton – Sem terapia, instantaneamente. Demorou duas semanas, com a ajuda de minha família e com a impressionante ajuda do Senhor Jesus Cristo e do Espírito em minha vida. Eu me libertei do vício da cocaína, e estava a caminho de uma nova vida. Cristo consegue fazer isso.

   Vandeman – Você acha que os outros podem absorver sua experiência e compartilhá-la com seus amigos?

   Clifton – Eu acho que sim. Estive em outro programa, na Rede de Transmissões Cristãs, e estava narrando minha história quando um homem ligou enquanto eu falava sobre isso e me

disse que estava trancado em seu quarto como eu estive. Trancafiado em sua casa, um prisioneiro dentro de sua própria casa. Ele ouviu minha história e perguntou: "O que posso fazer?" Eu disse a ele que estava na hora de entregar a vida a Jesus Cristo, de confessar que ele não podia mais controlar o que estava fazendo e que Cristo precisava assumir o controle. Ele quis saber: "Como é que eu faço isso?" E eu respondi: "Você faz isso através da fé, acreditando que Deus existe, que Ele é a recompensa daqueles que diligentemente O procuram. Que Cristo é o nosso Salvador e que  através de Seu Espírito e Seu poder Ele pode estar com você agora." Deve haver alguém hoje, que esteja precisando do mesmo tipo de alívio.

   Vandeman – Graças a Deus por seu direcionamento para o ministério.

   Clifton – O ministério de ajuda a drogados por trás dos bastidores em Hollywood me permitiu a oportunidade de ir a lugares que muitos pastores cristãos não têm a chance de ir, e como resultado tive a oportunidade de compartilhar a história da mudança milagrosa de Cristo em minha vida com muitos que não colocariam os pés dentro de uma igreja. Agora, me dedico integralmente a esse importante ministério, enquanto recomponho minha carreira de ator.

Vandeman – Muito obrigado.


 


 

84

SEM LUGAR PARA SE ESCONDER

George Vandeman

TOPO

 

Últimos dias de Pompéia. Ninguém esperava que algum dia pudesse acontecer. Então o poderoso Vesúvio entrou em erupção e o inferno explodiu de um límpido céu azul.

A carnificina foi inacreditável. Não havia onde se esconder.

O dia 24 de agosto do ano 79 surgiu como qualquer outro dia de verão em Pompéia, uma cidade de veraneio para romanos ricos.

A hora do almoço chegou e os lojistas fecharam as portas. Um padeiro colocou 81 pães no forno. Um freguês colocou algumas moedas no balcão de uma loja de vinhos.

Então um súbito terremoto sacudiu Pompéia. A maioria dos 20 mil moradores conseguiu se salvar. Porém, uma boa parte, cerca de 2 mil, demorou demais.

As ruínas da cidade contam a trágica história.

Alguns se demoraram para enterrar valores, outros passaram momentos valiosos enchendo carrinhos com bens - tolas bugigangas dos tesouros terrenos, para serem pegos pelo círculo da morte em torno do Vesúvio.

A forma de um homem ficou na rua ainda com a mão cheia de moedas de ouro. Aqueles que saíram correndo pelos campos amarraram travesseiros ma cabeça para protegerem-se da avalanche que o Vesúvio enviava violentamente através do céus.

Esse era o cenário quando o Vesúvio acordou naquela fatídica tarde de agosto, retumbante, com tremores, lançando um rio de fogo líquido.

A chuva e as cinzas desciam em cascata sobre Pompéia. As vítimas respiravam a fatal fumaça cheia de enxofre em seu caminho, onde um misto de chuva e de cinzas envolvera os corpos como um gesso.

Dezenove séculos se passaram e hoje ainda são preservadas as formas daqueles que se demoraram e não foram salvos do Vesúvio. Famílias inteiras sucumbiram, o terror da morte estampado em cada rosto.

A vida em Pompéia deu lugar ao soturno silêncio da morte. A garçonete nunca chegou a pegar o dinheiro do freguês. Os 81 pães permaneceram sem assar no forno. As lojas nunca mais se abriram.

Os carrinhos inúteis, cheios de bens que não seriam usados, continuavam bloqueando as estreitas passagens.

Tudo que permanece até agora serve para nos fazer lembrar da surpresa estonteante e do erro fatal de muitos ao fugirem para salvar a vida.

Quando pensamos no destino de Pompéia, não podemos deixar de nos perguntar se o povo de lá havia ouvido falar em Jesus Cristo. Os estudiosos têm poucas dúvidas de que mensageiros das boas novas tivessem pregado por lá.

Uma cruz solitária numa parede da cidade sugere que alguns possam ter aceitado o evangelho. Mas, aparentemente, a maior parte dos moradores não aceitou a salvação.

Eu pensei muito sobre Pompéia. O que poderíamos hoje aprender sobre a tragédia? Enquanto eu caminhava por aquelas ruas, passando pela majestosa arena, através do fórum, eu pensava numa relação entre a queda de Pompéia e o futuro de nosso planeta. Será que o tempo está se esgotando para nós também?

O Novo Testamento contém 260 avisos claros, indubitáveis sobre a crise final.

Os amantes do prazer ridicularizam o pensamento de que exista um dia do juízo, como a Bíblia predisse que iria acontecer.

Lemos no Novo Testamento: "... virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões, e dizendo: Onde está a promessa de sua vinda? ... todas as coisas permanecem como estão desde o princípio da criação." II Pedro 3:4.

Essa atitude descuidada e insensível está começando a mudar agora. As pessoas que pensam estão começando a acordar. Até mesmo comentaristas e líderes políticos falam abertamente sobre o fim do mundo hoje em dia.

A própria Bíblia não deixa espaço para dúvidas: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão." II Pedro 3:10.

Vem-nos então a pergunta: Será que há fogo armazenado na terra para o fim do mundo? Aparentemente sim.

Pensemos no monte Krakatoa, por exemplo, na costa de Java. Sua erupção, em 1883, foi o maior estrondo que a história já registrou; o som percorreu 4.800 quilômetros.

O vulcão pulverizou um quilômetro cúbico e meio de material sólido em cinzas, erguendo uma nuvem escura por vinte e sete quilômetros, fazendo um eclipse no sol e finalmente envolvendo a Terra.

Enormes ondas de dezesseis metros cobriam a costa, destruindo 1.295 cidades e vilarejos. Imagine!

As erupções vulcânicas nos fazem lembrar das bombas nucleares - a não ser o fato de que a mais espetacular explosão provocada pelo homem parece fogos de artifício quando comparamos com as forças da natureza.

As erupções de Krakatoa através da história fornecem provas incontestáveis do arsenal de fogo guardado no interior da Terra. Lembra-se do primeiro juízo - da inundação do tempo de Noé? Assim como naqueles dias as águas de dentro da Terra se juntaram com as águas dos céus e destruiram a Terra, no juízo que está por vir o fogo de dentro da Terra se unirá com o fogo dos céus, sob o comando de Deus.

O fogo está lá agora, aguardando o comando de Deus para ser liberado.

Estudos da atual formação de nosso planeta indicam que mais de mil Krakatoas e Vesúvios têm abalado e destruído as fundações da Terra. As rochas indicam que as coisas aconteceram. Nós começamos a entender por que o profeta compara a inundação da época de Noé com o dia do juízo final.

Lemos na Bíblia: "Pelas quais veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem, e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios." II Pedro 3:6 e 7.

Para a geração de Noé, destruição através da água. Para a nossa, destruição pelo fogo.

É um pensamento atemorizante. Mas graças a Deus por Sua promessa encontrada nesse mesmo capítulo maravilhoso, cheio de esperança, apesar da destruição do que está para vir.

"Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra em que habita a justiça." II Pedro 3:13.

Então, veja bem, o final deste mundo não é má notícia para o povo comprometido com Deus. É apenas o começo da maravilhosa eternidade com Ele.

Sim, Jesus virá em nuvens de brilhante glória e nos levará aos céus. Que boas-vindas então teremos! Anjos se ajuntando ao nosso redor, entoando cânticos de alegria. Nós nos sentaremos ante um banquete incomparável a qualquer jantar servido na Terra. E, melhor de tudo, Jesus nos apresentará a nosso Pai Celestial, que nos convidará a compartilharmos de Sua linda casa.

Lembre-se, nós acabamos de ler no evangelho que haverá uma nova terra. Jesus irá renovar este planeta para que seja puro, um paraíso sem poluição.

Agora eu gostaria de perguntar uma coisa. Por que Deus parece estar atrasando a vinda de Jesus? Por que não cumpriu Ele a promessa de voltar, de salvar Seu povo e destruir o mundo?

Encontramos a resposta aqui neste mesmo capítulo que parece estar repleto de informações atuais.

"Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." II Pedro 3:9.

Agora nós entendemos. Está dito nessas palavras. Jesus demora a chegar aqui porque Deus não quer ver ninguém perecer. Ele está esperançoso, apesar de tudo, de que toda alma perdida se arrependa e seja salva.

Já pensou no que Deus estará imaginando quando as chamas do inferno envolverem a Terra? Será que ficará exultante como um conquistador com o inimigo que foi derrubado sob seu poder? Oh, não! Não mesmo.

Ele estará chorando como um pai aflito. "Por que desejaram morrer? Eu fiz tudo o que podia para salvá-los do incêndio, mas não Me atenderam."

Para aqueles que rejeitaram Sua graça, aqueles que não aceitaram Seu chamado, não haverá lugar para se esconder. Mas aqueles que se entregam ao Salvador estarão salvos das chamas, quando Deus destruir até o último rastro de rebelião e de pecado deste planeta.

Isso tudo está dito no Novo Testamento, É a palavra de Jesus através do profeta. Veja bem! Uma nova Terra! Nosso mundo livre da tristeza, da guerra, da morte. Não haverá mais a praga do pecado! Deus tem planos maravilhosos para este planeta, embora muitos não aceitem isso. É a tragédia da rebelião.

Lembro-me do que aconteceu no Monte Santa Helena. Parecia uma montanha comum. Alta, mas não tão alta quanto as de sua vizinhança. Então, numa manhã de março de 1980, o Monte Santa Helena acordou e entrou em erupção, lançando vapor e cinzas a milhares de metros em direção ao céu, uma explosão comparável ao Vesúvio queimado sobre Pompéia.

Quase 160 quilômetros abaixo, em Yakima, Washington, o sol se escondeu ao meio-dia, deixando a cidade em total escuridão durante várias horas.

As cinzas que lá chegaram, atingiram a altura dos tornozelos. Montana também sofreu, à medida que a nuvem gigantesca se moveu em direção ao leste.

Aqueles que moravam perto do Santa Helena haviam tido avisos de uma erupção iminente. Eles foram avisados.

Alguns ouviram e fugiram. Outros se atrasaram e não se salvaram.

Eu penso no sr. Harry Truman, de 84 anos, não o ex-presidente, claro, mas o dono do alojamento Santa Helena à beira do lago "Spirit". Ele havia vivido em segurança perto da montanha por mais de meio século. Ninguém iria lhe dizer o que fazer. Afinal de contas ele se gabava: "Ninguém entende mais essa montanha do que o Harry; ela não ousará explodir em cima de mim."

Mas aconteceu. A surpresa estonteante veio com uma explosão retumbante que lançou um quilômetro e meio de material em direção aos céus.

O pobre Harry Truman e dezenas de outros ainda jazem lá, enterrados embaixo de toneladas de lava vulcânica. Eles arriscaram a vida e a perderam. Eles foram avisados, mas se recusaram a ser salvos.

Por que temos tanta dificuldade em ouvir os avisos?

Se tudo fosse como Deus quer, se Ele pudesse decidir, ninguém estaria perdido quando Jesus viesse. Mas Deus não nos obrigará a atender Sua vontade. Ele pode apenas nos avisar dos acontecimentos. Se nos recusarmos a atender, não há mais nada que Ele possa fazer.

O livro de Apocalipse retrata uma cena amedrontadora para aqueles que não estão prontos para a vinda de Jesus: "E o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e ilhas foram movidos dos seus lugares. Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo o escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" Apocalipse 6:14-16."

Que quadro! Nós já fomos avisados do que está para acontecer. O que Deus está dizendo? E o que os homens estão dizendo?

"A ira do Cordeiro". Não é o que esperamos do suave Jesus. Mas está chegando a hora quando Ele deverá erguer-se e acabar com o pecado. E todos os que se ativerem ao pecado deverão perecer.

Quem poderá sobreviver a esse dia? Todos os que dedicaram sua vida ao Senhor Jesus Cristo. Todos os que crêem em Jesus o suficiente para viver com Ele de todo o coração.

Você e eu temos uma decisão a tomar, e resta pouco tempo para essa decisão.

Em outubro de 1871, o grande evangelista Dwight L. Moody realizou encontros evangelísticos. No final de sua mensagem ele repetiu as palavras de Pilatos: "Que farei de Jesus?"

Então ele disse: "Eu gostaria que levassem esse texto para casa com vocês e pensassem a respeito dele. Na próxima semana nós voltaremos ao calvário e à cruz, e então decidiremos o que fazer de Jesus."

O vocalista principal de Moody, Sankey, começou a cantar. Mas sua canção jamais terminou. Ele foi interrompido pela pressa e pelo som das sirenes de bombeiros. Chicago estava em chamas.

Moody lamentou: "Eu preferiria dar minha mão direita para ser cortada, a ter dado a este auditório agora, uma semana para pensar!"

Sim, o tempo é essencial. Que faremos de Jesus? Sua resposta a esta pergunta decidirá onde você estará quando o fogo chegar. Se conhecer a Jesus, você terá onde se esconder. Ficará seguro com Sua provisão e Seu amor salvador.

Talvez esteja se perguntando como se chegar a Deus e ser salvo? Quer que eu explique os simples passos para a salvação? Não devemos cansar de repeti-los.

Primeiro, confesse a Deus que é pecador, que não tem competência para se salvar. Depois diga a Ele que acredita que Jesus Cristo tenha vindo à Terra como seu salvador, e que por causa de seu sacrifício na cruz, Ele pagou o preço total de sua salvação.

Depois, finalmente, abra seu coração e peça a Deus para aceitá-lo como Seu filho por causa de Jesus.

Sabe, quando você abre seu coração a Deus, Ele escreve o seu nome no livro da vida no Céu. Você fica liberado diante de Deus, sejam quais forem os pecados do seu passado. Ele encarará você como se nunca tivesse feito nada de errado. Na verdade, Deus o vê perfeito, assim como se tivesse sempre feito tudo acertadamente.

Com Jesus como seu Salvador, você é adotado pelo Pai Celestial. Ele olha para você com um sorriso orgulhoso e diz: "Este é João, meu amado filho, de quem gosto muito. Esta é Luiza, minha amada filha, a quem amo muito."

Não porque você tenha esse valor, é claro, mas porque você aceitou a Jesus e Ele é valoroso. Nós cremos nisso.

Isso tudo lhe soa muito bem? Pois é o evangelho, as boas novas para nossa salvação.

Quando se tornar filho de Deus, dia após dia continue abrindo seu coração para o amor de Deus. Ele trará harmonia em vez de confusão e guiará você em Seu plano especial para sua vida. Ele lhe dará preciosas vitórias para a derrota das tentações e continuará a considerá-lo perfeito mesmo quando você falha.

Então um dia Jesus chegará nas nuvens e o levará para casa. Você gastaria disso?

Eu o convido a abrir seu coração a Deus, agora mesmo.


 


 

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DOMINANDO O ESTRESSE ASSASSINO

George Vandeman

TOPO

 

Larry teve um ano difícil. Sua esposa se apaixonou por outro homem e pediu o divórcio. Com isso, Larry teve que vender sua casa e comprar outra mais simples. Para piorar as coisas, quando fazia sua mudança para a nova residência, escorregou e quebrou a perna. Pobre Larry! Ele tem estado sob tanto estresse que chegou a adoecer. Literalmente, os médicos dizem que suas chances de ficar doente com todo esse estresse, são de mais de 80%. Existe alguma coisa que Larry possa fazer para dominar o estresse assassino?

O estresse pode deixá-lo doente, essa é uma realidade médica. Um número cada vez maior de médicos está convencido de que o estresse pode até custar a vida.

Há alguns anos, Thomas Holmes e alguns colegas da faculdade de medicina da Universidade de Washington elaboraram uma escala de pontos de reajustamento social. Essa é a famosa escala do estresse que prevê a probabilidade de doença baseada no número de eventos estressantes sofridos. O Dr. Holmes enumerou esses eventos problemáticos na ordem de sua capacidade de produzir estresse.

No topo dessa lista, como um dos fatores mais estressantes da vida normal, está a morte de um dos cônjuges, com 100 unidades de estresse na vida. Em segundo lugar vem o divórcio, com 73 unidades. Em terceiro vem a apatia conjugal, com 65. Pouco abaixo  vem a pena de prisão, empatando com a morte de um membro querido da família - 63 pontos. Ainda entre as dez maiores crises, está o ferimento pessoal com 53 unidades. O casamento, que é um delicioso evento mas igualmente estressante, ganha 50 pontos. O próximo nessa lista, com 47 unidades, é a perda do emprego. A reconciliação conjugal com todos os ajustes necessários chega a 45 e empata com a aposentadoria.

Bem, como podemos usar esta informação para prever doenças resultantes do estresse? Basta você adicionar o número total de unidades de crises da vida sofridas durante os últimos dois anos e se elas somarem mais de duzentos pontos, você tem uma chance de 50% de desenvolver uma doença, de acordo com os especialistas.

Se as crises da sua vida somarem trezentos ou mais pontos, você tem 80% de probabilidade de ficar doente com o estresse.

Larry, que conhecemos há alguns instantes, sofreu mais de trezentas unidades de crises da vida somente no ano passado. Portanto, suas chances de ficar doente são mais de quatro entre cinco. Imagine! Os psicólogos e médicos têm poucas dúvidas quanto a isso. O estresse pode deixar você doente e pode até matá-lo.

O falecido Dr. Hans Selye foi o destacado pioneiro no campo do estresse. Ele definiu o estresse como "a média de todo desgaste e lágrimas causados pela vida". O Dr. Selye explicou que o estresse não é de todo mau. A vida seria um tédio se não tivéssemos o estresse; não haveria emoção. Mas quando essa emoção foge ao controle e produz ansiedade, isto é aflição e a doença o espreita na primeira esquina.

A aflição pode nos atingir até durantes os momentos felizes, tais como a época dos feriados, se nesta ocasião houver discussões com os parentes. Até as férias podem induzir à aflição. Se toda a família fica em casa e o dinheiro se acaba.

A ansiedade, produtora do estresse e aflição, tem sido ligada a um grande número de doenças que vão do resfriado comum ao câncer. Essa lista inclui diabetes, artrite, asma, tuberculose e herpes. Há indícios de que até mesmo o vírus da AIDS, se já estiver na corrente sangüínea pode ser ativado com uma grande dose de aflição.

Clinicamente falando, como a aflição pode destruir a saúde? Bem, eu não sou médico, mas temos pesquisado este fascinante assunto detidamente. Vou tentar traçar o caminho que nos leva da aflição à doença. Assim que entendermos como acontece, podemos buscar uma solução.

Obviamente, seu fígado não sabe se você está atrasado com a prestação da casa própria, mas seu cérebro sabe e sente tudo, e através do sistema nervoso central, ele envia mensagens para cada órgão do corpo.

Suponha que você acorda e ouve ruídos na casa. O que acontece com seu coração? Ele começa a bater tão alto que você pensa que o  ladrão poderá ouvir, se ele realmente estiver lá.

Tente olhar para um limão enquanto está sendo cortado. Você nota sua boca salivando? É claro que sim. Todos nós sabemos que nossos pensamentos afetam o estômago podendo provocar indigestão, úlcera e desarranjo intestinal. Tudo por causa da aflição.

Deus criou nosso corpo com uma defesa natural contra as doenças, esta defesa é chamada de sistema imunológico. O baço, a glândula vascular, os gânglios linfáticos, até a medula óssea, todos fabricam células ou substâncias que combatem os organismos da doença, mas a aflição faz com que o corpo suprima o sistema imunológico e assim diminua a capacidade de expulsar a doença.

Não podemos ser muito técnicos a respeito deste novo campo da psicoimunologia com sua conversa sobre linfócitos e assassinos de células, mas podemos resumir dizendo que nosso modo de pensar, sem dúvida, influencia nossa saúde.

Eu poderia citar muitos estudos que têm estabelecido o elo entre a aflição e a doença. Pesquisas em 1977, por exemplo, informavam que as viúvas tristes sofriam supressão do sistema imunológico. Em outro estudo, os homens apresentavam uma contagem menor de linfócitos, que combatem as doenças, imediatamente após a perda de suas esposas; esta queda continuava por dois meses, mas após quatro a catorze meses da morte, o funcionamento imunológico dos viúvos se recuperava à medida que o sofrimento diminuia. Tudo isto sugere que o modo como lidamos com a aflição ajusta o estágio para o desenvolvimento da doença.

O pensamento negativo tem um efeito negativo sobre a saúde e os pensamentos positivos tem um efeito positivo.

Como vê, não é o estresse em si que nos deixa doentes, mas a nossa reação a ele. A chave é saber lidar com ele. Esta é a solução para dominar o estresse assassino: achar um meio de lidar com ele. Não estou dizendo que podemos sempre nos defender da doença pensando de modo próprio. Não conheço nenhum médico que garanta isso, mas as evidências sugerem e até insistem que podemos muitas vezes prevenir doenças ou recuperar a saúde quando doentes, ao acharmos alívio na aflição, substituindo o desespero pela esperança. É aqui que entra a religião.

Se cremos no amor de Deus e em Seu cuidado pela nossa vida, podemos encontrar alívio quando sofrermos aflição. Vamos tornar isso prático: de que modo podemos estender a mão e receber o amor curativo do céu? Deixe-me dizer o que funciona para mim: vou aos Salmos. Muitas vezes, quando assolado pela aflição, eu procurei e encontrei alívio de Deus nos Salmos. Tal como: "Tu és o lugar em que me escondo: Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de livramento." Salmo 32:7.

Deus é um refúgio para nós. Esse pensamento não alivia sua aflição e lhe traz esperança e ajuda? Não apenas força espiritual, mas força física que literalmente revigora seu coração?

Agora, veja este Salmo que é um dos meus preferidos: "Tem misericórdia de mim ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti e à sombra das tuas asas me abrigo até que passem as calamidades. Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele dos céus enviará seu auxílio... Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade." Salmo 57:1-3.

Sim, até Jesus quando sofria na cruz achou conforto nos Salmos. Você se lembra que Ele citou este versículo do Salmo 31:5: "Nas tuas mãos entrego o meu espírito."

Graças a Deus pelo sacrifício de Cristo no Calvário; é a nossa esperança e salvação. Mas juntamente com o perdão, Jesus também proveu um modelo para a nossa fé quando os problemas girarem ao nosso redor. Assim como Jesus, nós também podemos colocar de lado o temor e a dúvida e buscar a Deus em oração. A fórmula é simples: "No dia em que eu temer, hei de confiar em ti." Salmo 54:3.

Pesquisas médicas com animais mostram que se uma vítima de aflição consegue achar um lugar de refúgio, sua reação imunológica melhora, muitas vezes grandemente. Pesquisadores da Universidade de Colorado submeteram alguns ratos a um choque elétrico suave. O grupo de ratos, porém, podia pôr fim ao choque  girando uma roda em suas gaiolas. Um outro grupo de ratos recebeu o mesmo choque suave, mas este segundo grupo estava impossibilitado de fazer qualquer coisa a respeito. Os resultados mostraram diminuição da função imunológica neste último grupo que recebeu choques incontroláveis, mas aqueles que tinham um lugar para achar alívio estavam ótimos.

Em outro teste, foram injetadas nos ratos células com tumor antes de receberem os choques elétricos. 63% dos ratos que tinham um lugar de refúgio da agonia escaparam de adquirir tumores, comparado com apenas 27% dos que não tinham como fugir da agonia.

Mais uma vez vemos como a agonia causa doenças, a menos que tenhamos um lugar de refúgio e alívio e os benefícios da esperança e confiança. O que mais podemos querer? A ciência prova que a boa religião provê boa saúde.

Em 1905, alguém que nunca tinha ouvido o termo "psicoimunologia" escreveu a seguinte declaração: "Nada tende mais a fortalecer a saúde do corpo e da alma do que ter um espírito de gratidão e louvor. A gratidão e a confiança abrem o coração ao poder regenerador de Deus: as energias de todo o ser são vitalizadas e as forças da vida triunfam."

Mais uma vez encontramos aqui o que os pesquisadores médicos estão apenas agora começando a acreditar. Quem escreveu essas incríveis declarações? Alguém com muita informação, algum médico?

Tendo sido atingida por um acidente na infância, Ellen White jamais passou da terceira série primária. Como então ela sabia tanto? Esta notável senhora escreveu mais de cinqüenta livros com uma grande variedade de tópicos; de educação infantil ao cristianismo prático; da escolástica à nutrição e saúde. Seu "best-seller", um livrinho chamado Caminho Para Cristo já foi traduzido em 125 idiomas, mais do que qualquer outro livro escrito por uma mulher, segundo eu sei.

Os livros de Ellen White, mais de setenta anos após a sua morte, ainda andam na crista das descobertas nas pesquisas médicas. Ela alertou, por exemplo, do veneno do fumo quando os médicos de sua época saudavam o ato de fumar como uma cura para problemas de pulmão. Em 1868, ela alertou sobre os efeitos da gordura animal sobre a corrente sangüínea em 1868, vê? E isso foi muito antes das palavras "colesterol" e "polissaturados" fazerem parte do nosso vocabulário. Ela recomendou uma dieta de grãos integrais com muitas frutas e verduras. Hoje, sabemos muito bem as vantagens das fibras. Ela alertou contra o uso em excesso de alimentos refinados, particularmente farinha de trigo e açúcar, muito antes dos cientistas sequer suspeitarem que coisas como as vitaminas podiam ser destruídas no processo de refino.

Tudo isso, não esqueça, foi escrito muito antes da nutrição ter adquirido o "status" de ciência completa.

Os Adventistas do Sétimo Dia se beneficiaram com os conselhos de Ellen White por quase um século. O estilo de vida adventista, com uma dieta sem álcool, sem fumo e com apetitosas comidas naturais, os ajuda a viver em média de seis a sete anos mais do que a população em geral, de acordo com as pesquisas médicas, com metade da incidência de câncer e doenças cardíacas. Graças a Deus por isso.

Por volta da virada do século, o famoso Dr. John Harvey Kellog, o mesmo dos flocos de milho, dirigiu o renomado Sanatório Battle Creek. Uma vez lhe perguntaram como conseguia estar cinco anos adiante de seus colegas médicos. Kellog explicou: "Quando algo novo surge no mundo da medicina, eu sei pelo meu conhecimento dos escritos de Ellen White se pertence ou não ao nosso sistema. Se pertence, eu adoto instantâneamente e divulgo, enquanto o resto dos médicos procede vagarosamente no exame da novidade. Quando, finalmente, eles a adotam, eu já tenho cinco anos de vantagem sobre eles. Por outro lado, Kellog continuou, quando a profissão médica é arrebatada por alguma onda passageira, se ela não se enquadra ao que ela escreveu, eu simplesmente não toco nela. Quando finalmente os médicos descobrem o seu erro, eles ficam imaginando como foi que eu não caí naquela."

Como era possível Ellen White ter tal tipo de informação sem haver estudado? Sem dúvida ela lia muito e freqüentemente usava a linguagem de outros autores para apresentar seu ponto de vista. Mas ela possuía um incrível discernimento para escolher o melhor e rejeitar o resto. Como ela sabia o que escolher e o que rejeitar? Eu creio que ela tinha a orientação especial de Deus. Não encontro nenhum outro modo de explicar tão notável ministério que durou sete décadas.

Começando com 17 anos de idade em 1844, até a sua morte em 1915, Ellen White serviu como mensageira de Deus através de conselhos, alertas e incentivos para a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Amigo, podemos agradecer a Deus pelo conhecimento que Ele deu a Ellen White. Observe uma outra declaração dela, em outro dos seus livros, A Ciência do Bom Viver: "Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, uma alimentação apropriada, uso da água e confiança no poder divino, eis os verdadeiros remédios."

Um destes oito segredos da boa saúde é a confiança no poder divino. Confiar em Deus é um remédio para as doenças. Ela já sabia disso naquela época.

A despeito de suas notáveis revelações, Ellen White permaneceu humilde, ela indicava a Bíblia aos seus leitores mesmo porque tudo o que ela ensinava sobre saúde estava baseado no princípio do Novo Testamento de que nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Ellen White insistia em que a Bíblia é o único fundamento das doutrinas, dos ensinamentos e da verdade para a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Naturalmente, ela enfrentava as mesmas lutas que nós temos. Ela lutou com um problema de peso a vida toda, persistindo na prática de seus próprios princípios de uma dieta saudável. Ela experimentou depressões ocasionais quando seus conselhos eram rejeitados, mas apesar de sua fraqueza humana, Ellen White foi uma grande alma e uma cristã amorosa e elogiável. Ela simplesmente odiava a hipocrisia e o preconceito. Ela conquistou o coração de todos com sua sinceridade, simpatia e generosidade. Seus vizinhos lembravam-se dela como "aquela gentil velhinha que sempre falava com tanto amor sobre Jesus".

Por favor, não aceite minha palavra sobre o conhecimento de Ellen White. Examine os livros dela por você mesmo. Veja se sua alma não ficará inspirada a aproximar-se do Salvador.

Agora, voltando aos Salmos. A maior parte deles é de Davi, que começou a compô-los quando adolescente, enquanto apascentava ovelhas nas colinas dos arredores de Belém. Aqueles dias tranqüilos terminaram repentinamente quando Davi derrotou o gigante Golias deixando o rei Saul com inveja de sua popularidade. Davi viu-se obrigado a fugir para salvar a vida, escondendo-se numa caverna. Quando estava em meio a esse sofrimento, ele escreveu estas palavras: "Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam: temor e tremor me sobrevêm e o horror se apodera de mim. Então disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso!" Salmo 55:4-6.

Alguma vez já se sentiu assim? Assolado pela tristeza a ponto de desejar poder voar e estar em descanso? Talvez agora mesmo você esteja sendo oprimido por dúvidas, tentações, brigas no trabalho ou mesmo no lar; sentindo o peso da culpa ou temores, talvez sentindo solidão ou sensação de fracasso. Talvez doença ou tristeza... Você sente vontade de poder voar e descansar. Jesus parecia conhecer o grito do coração humano quando fez o convite: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei." Mateus 11:28.

Descanse em Jesus, Ele quer ser seu lugar de refúgio. Ele quer perdoar seus pecados e lhe dar uma nova vida. Venha buscar a ajuda e a cura que você precisa. Para que demorar? Peço que você abra seu coração agora mesmo.


 


 

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DISCUSSÕES E SOLUÇÕES

George Vandeman

TOPO

 

 É interessante notar que as brigas de casais parecem seguir os mesmos velhos padrões. Há, porém, maneiras de acabar com isso.

   Todo casamento, até mesmo aquele que parece feito no Céu, tem seus pontos de conflito. São diferenças que aparecem, interesses que colidem, opiniões que divergem. A despeito de nossas baladas românticas, duas personalidades não se fundem uma na outra automaticamente: existem muitas manobras envolvendo a união marital, ajustes  que levam  tempo e reflexão.

   Neste capítulo, eu gostaria de  lhes  mostrar como  podemos  tornar  nossas discordâncias no casamento mais produtivas, como podemos criar algo positivo de nossas diferenças em vez de usá-las um contra o outro. Em suma, podemos aprender a dialogar e iremos obter ajuda de uma fonte inesperada: o relacionamento de Jesus com Seus discípulos.

   Existe um alvo muito importante que, como casal, precisamos ter em mente quando quisermos solucionar diferenças, e este é ficarmos concentrados nas soluções. Todas as nossas discussões devem visar ao encontro de uma solução para o problema. Muitas vezes uma outra coisa   está sendo o centro: a acusação.

   As brigas se tornam uma disputa para ver quem pode achar mais coisas para culpar o outro. As acusações são mortíferas. Condenam qualquer diálogo ao fracasso. Soluções é o que procuramos.

   Existem três coisas vitais que nos ajudarão a ficar concentrados nas soluções. Você pode concentrar-se na solução simplesmente ouvindo. Muitas discussões tornam-se insuportáveis porque o  marido e a esposa não ouvem o que o outro está dizendo. E  não  são  apenas palavras que ficam sem ser ouvidas, as emoções também são ignoradas. As pessoas precisam ter seus sentimentos ouvidos.

   Laura, na sala de estar, tenta, sem conseguir, ler uma revista. Seu olhar vai, de minuto em minuto, da janela para o relógio, do relógio para a janela.

   Breno entra com a pasta na mão, enquanto Laura, sem levantar os olhos, demonstra sua irritação.

   ─ Cheguei, diz Breno, tentando ser amigável, sem  obter resposta.

   Finalmente, irritada, Laura replica: ─ São onze e meia.

   ─ Eu sei, fiquei retido no escritório.

   Laura explode: ─ Mas você poderia ter ligado!

   ─ Tivemos uma emergência, está bem?

   ─ Apenas um simples telefonema.

─ Fiquei preso no computador, eu não podia.

   ─ Sabe, às vezes acho que você não se importa.

   ─ Ah, ótimo! Eu não acredito!

   ─ Estou sentada aqui há três horas.

   ─ Laura, eu estava na sala do computador com o chefe grudado no meu calcanhar.

   ─ Você não tem a menor idéia de como é esperar, não é?

   ─ Eu não pude ligar. Você não está sendo justa.

Laura está realmente irritada. Ela ficou esperando nervosa e ansiosamente durante horas e está tentando colocar tudo para fora. Mas a reação de Breno é revidar. É como fogo no capim que precisa ser apagado. Sentindo-se ameaçado, em vez de ouvir, Breno lança-se em sua própria defesa. Não percebe que Laura só precisa expressar o quanto está aborrecida. Ela precisa ser ouvida e compreendida pelo marido.

   Os fatos relacionados com o motivo do atraso de Breno não são tão importantes quanto as emoções de Laura.

   Acredite  ou  não,  o  ouvir  é  um  dos  maiores

solucionadores de problemas que conhecemos. Não é apenas um primeiro passo para qualquer outra coisa. As pessoas precisam ser ouvidas. E o ouvir atende a essa necessidade, resolve um problema. Breno pode amenizar a irritação de sua esposa, não através  da  tentativa  de  mostrar o quanto ela é irracional, mas simplesmente deixando-a expressar o que sente. Ela não percebe que as explicações do marido são uma tentativa de dizer que ele se importa. Ela está preocupada em culpar, por isso não consegue notar a preocupacão dele. Vamos ver o que aconteceria se Laura e Breno de fato ouvissem.

   ─ Cheguei, diz Breno tentando ser gentil, não obtendo resposta.

   Finalmente, irritada, Laura diz: ─ São onze e meia!

   ─ Eu sei, fiquei preso no escritório. Breno senta-se e olha para ela. ─ Está chateada por ter esperado esse tempo todo?

   ─ Mas você poderia ter ligado.

   ─ Tivemos uma emergência, fiquei preso na sala do computador com o chefe grudado no meu calcanhar. Querida, lamento ter deixado você preocupada, disse Breno, sentando-se junto dela.

   ─ Eu me senti muito mal tendo de ficar três horas esperando você. Teria sido um grande alívio ter notícias suas.

   ─ Eu devia ter achado um meio de ligar. Eu posso entender por que está zangada. Laura, eu me preocupo com os seus sentimentos, mesmo que eu não demonstre bem isso.

   Laura continuava com os olhos baixos. Esboçando um sorriso, meneou a cabeça

concordando e perguntou: ─ Está com fome?

   Aí estão duas pessoas, uma ouvindo a outra. Breno ouve a necessidade que sua esposa tem de apoio emocional e Laura ouve a preocupação do marido. O mais importante é que Laura expresse seus sentimentos sem atacar o marido e que Breno tome conhecimento desses sentimentos sem se colocar na defensiva. Ouvir soluciona problemas, mas leva tempo. A grande maioria de nossas discordâncias não são tão complicadas, nós só precisamos conversar e ouvir, gastar tempo se for necessário. Isso é uma coisa que admiro em Jesus: o modo como Ele reservava tempo para ouvir.

   Um dos fatos mais importantes a respeito do relacionamento de Jesus com Seus discípulos é simplesmente que Ele esteve ao lado deles continuamente durante três anos. Veja como Marcos descreve o chamado dos doze: "E nomeou doze para que estivessem com Ele e os mandasse a pregar." Marcos 3:14.

   Esta foi a estratégia do Salvador para mudar o mundo. Derramar Sua vida em doze homens. Você pode pensar que está pressionado pelo tempo, mas por favor, considere Cristo. Ele teve três anos para alterar o curso da História, corrigir milhares de anos de conceitos errados sobre Deus e criar uma Igreja que permanecesse firme até o final dos tempos.

Ele poderia ter usado cada instante desse período com uma sofisticada organização e contínuos discursos públicos. Em vez disso, Seus dias foram usados para o treinamento de doze homens. Andou com eles pelas estradas da Galiléia. Comeu com eles, estava lá para responder às suas perguntas e conduzir seus pensamentos para coisas elevadas.

   Jesus separou tempo. Em Seu relacionamento com os discípulos, Ele nos mostra o elemento essencial para nos concentrarmos na solução do que concerne à vida de casado: dedicar tempo para ouvir.

   Há uma outra grande diferença entre concentrar-se na solução e concentrar-se na acusação com argumentos. E esta é: perguntando. Sim, apenas perguntando. Quando temos uma necessidade que não está sendo atendida por nosso cônjuge, muitas vezes nós acusamos em vez de perguntar. O debate se desvia para todos os tipos de queixas em vez de centralizar-se no que é realmente necessário.           Vamos observar a segunda parte da discussão de Breno e Laura e tentar descobrir a necessidade que está por trás das acusações de Laura.

   ─ Não pude ligar. Você não está sendo justa.

   ─ Está bem, disse Laura, vamos falar sobre justiça. É justo você supor que eu vá cuidar de tudo toda vez que você tiver um problema no serviço?

Eu preparo as refeições, busco as crianças e as ajudo no dever escolar. Eu também tenho um emprego, mas parece que ele não existe para você. É como se eu não existisse.

   ─ O que você quer que eu faça, afinal de contas?

   ─ E quando você chega em casa vai direto à TV, pega o jornal e se esquece de sua família.

   ─ Bem, se você quer falar sobre o que eu...

   ─ Mas quando seus colegas de esporte chegam, aí sim, há tanta coisa para dizer. De repente você fica todo falante.

   O que deseja Laura? Quer que seu marido fale com ela. É isso. Que a trate como um ser humano digno. Mas em vez de perguntar, ela acusa. E as acusações sempre nos impedem de obter as soluções.

   Uma das mais conhecidas promessas que Jesus fez a Seus discípulos é a encontrada em Lucas 11:9 e é bastante clara: "Pedi, e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á."

   Ora, é claro que neste versículo Jesus estava Se referindo primeiramente à oração, mas creio que o mesmo princípio se aplica muito bem ao casamento.

   Vejamos o que aconteceria a Breno e Laura se, após  ouvir,  eles  perguntassem  em  vez  de  se

acusarem.

─ Breno, eu  acho  que  você  pensa   que eu devo cuidar de tudo quando você tem um problema no trabalho. Preparo a comida, busco as crianças e as ajudo no dever escolar. Mas eu também tenho um emprego.

   Breno pensa por um momento: ─ Talvez tenha razão, mas o que posso fazer? Não posso deixar meu emprego.

   ─ Bem, o que eu quero dizer é que eu gostaria que você conversasse mais. Isto é, conversasse mais quando chega em casa em lugar de apenas ver TV ou ler jornal.

   ─ É que eu chego tão cansado que só quero relaxar.

   ─ Seria tão bom se, algumas vezes nós pudéssemos relaxar juntos, apenas conversando.

   ─ Acho que tenho andado muito distante ultimamente, com tanta pressão no serviço.

   ─ Eu preciso sentir que faço parte da sua vida.

   Breno responde rapidamente: ─ Você faz! Mas acho que preciso demonstrar melhor isso.

   Ela coloca-lhe a mão no ombro.

  

   Perguntar soluciona problemas. Você tem alguma necessidade que não está sendo satisfeita em seu casamento? Não acuse, pergunte. Poderá surpreender-se com a resposta.

   Agora estamos prontos para examinar  o  elemento final para que possamos nos concentrar  na solução dos problemas matrimoniais. Após termos ouvido e perguntado, em nossas divergências como casal, nós precisamos fazer uma coisa mais: envolver-nos. Esta é a fase de negociação de uma discussão. Faz parte do processo do dar e receber que qualquer relacionamento saudável requer. Infelizmente o termo "envolver-se" deixa, muitas vezes, um sabor ruim em nossa boca. Faz-nos pensar em fraqueza, em ceder, mas na verdade, exige bastante firmeza de caráter.

   Vamos examinar outra vez a discussão de Breno e Laura e como atingiu um clímax desagradável.

 

   ─ Você sempre tem tempo para o esporte, mas nunca tem tempo para conversar comigo.

   ─ Você sempre tem tempo para os "shoppings".

   ─ Ah, sim, uma vez ou outra eu arranjo coragem para ir ao "shopping", depois de trabalhar e cuidar de você e das crianças o dia inteiro.

   ─ O esporte é um jeito de eu relaxar depois de trabalhar a semana toda.

   ─ E tem de ser oito horas todos os domingos?        ─ Não são oito horas.

   ─ Qual  foi  a  última  vez que você  fez  algo com sua família em lugar de ir jogar com os amigos?

   ─ Ouça, eu trabalho durante a semana toda. Eu tiro apenas um dia para me divertir um pouco. Isso não é pedir demais.

─ Não vou ficar sentada em casa sozinha com as crianças, nem mais um domingo assistindo a filmes antigos na televisão.

   ─ Você não cede um milímetro, não é?

   ─ Como você pode dizer isso? Você é quem não quer ceder nada! Laura diz quase gritando.

   Laura  e  Breno  acreditavam  que  cada  um tinha razão para se irritar com a inabilidade do outro em ver  o  seu  ponto  de  vista.  Mas  é  claro,  quase  nunca  estamos  cem  por  cento  certos ou errados. Existem sempre os dois lados, mesmo para aquilo que parece líquido e certo.

   Mais uma vez temos que fazer uma escolha essencial  entre  culpar  a  outra  pessoa  e  achar a  solução. Tem  que  ser  uma  coisa  ou  outra. Se quisermos  chegar  a  algum  lugar  temos  que parar  de  tentar  saber  quem  está  errado  e começar  a  procurar  o  que  é  certo  para  ambos.     Voltemos ao caso de Laura e Breno e verifiquemos  o  que  eles  poderiam  fazer  com  um pouco de envolvimento.

  

   ─ O esporte é o jeito de eu relaxar depois de trabalhar a semana inteira.

   ─ E ir ao "shopping" é o jeito que eu tenho de relaxar. Mas acho que precisamos fazer alguma coisa em relação aos domingos, como família.

   ─ O que você sugere? Eu detestaria abrir mão do esporte.

   ─ Bem, eu acho que bola todos os domingos é um exagero. Acho que precisamos passar algum tempo com as crianças também no domingo.

   ─ Hummm... que tal domingo sim, domingo não?...

   ─ Abriria mão do esporte, semana sim, semana não?

   ─ Bem, catorze dias não é muito tempo para ficar sem jogar bola.

   ─ Ótimo. Então prometo nunca mais reclamar do jogo.

   ─ Nunca?

   ─ Talvez de vez em quando, só um pouquinho.

   Ambos riem.

   Amigo, o envolvimento não nos faz sertir mal se ouvirmos uns aos outros e fizermos perguntas sem culpar nem acusar. Podemos negociar com boa disposição. O envolvimento cria soluções, a base é muito simples.

   Às vezes ficamos num beco sem saída tentando livrar  nosso lado,  não querendo ser o primeiro a  ceder.

   Sabe qual é a melhor maneira de fazer seu cônjuge mudar? É mudando você mesmo. Tome a iniciativa,  dê o primeiro passo. Isto pode fazer toda a diferença. Os discípulos de Cristo ficaram num beco sem saída. Nenhum deles queria ceder e ser humilde.

   Os doze apóstolos haviam se reunido para celebrar a páscoa com o seu Mestre. Era costume, em tais ocasiões,  um  criado lavar os pés em- poeirados dos convidados, mas não havia nenhum criado presente e nenhum dos discípulos queria assumir essa função. Eles estavam discutindo sobre quem dentre eles deveria ocupar a posição mais elevada no reino de Cristo. A mente deles estava nos privilégios executivos, não no serviço de criados. Assim eles sentaram-se olhando uns para os outros, esperando que alguém cedesse.

   Aí, Jesus praticou uma ação extraordinária, conforme relata o apóstolo João em seu livro maravilhoso: "Levantou-se da ceia, tirou o manto e tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos." João 13:4 e 5.

   O Mestre tornou-Se servo: Ele lavou os pés dos discípulos. E, por isso, aqueles discípulos nunca mais seriam os mesmos. Jamais voltariam a discutir a respeito de posições.

   Que exemplo digno  da nossa apreciação! Especialmente em nosso casamento. A próxima vez que você tiver medo de se humilhar e ser o primeiro a ceder, lembre-se,Jesus lavou os pés dos discípulos.

   Sabe, Jesus é mais do que um simples exemplo ao mostrar-nos como ter bom relacionamento. Ele é também nossa maior fonte: é Ele quem nos dá a segurança tão essencial no casamento. Sabendo que Ele morreu por nós, como Senhor, temos o maravilhoso senso de segurança. 

   As pessoas inseguras brigam  para vencer. As pessoas inseguras são compelidas a acusar. Mas aquelas que têm uma fonte segura de amor têm condição de ouvir, têm condição de perguntar, têm condição de se envolver.

   Por que não apóia seu casamento na segurança que apenas Cristo pode dar? Um lar onde Cristo é honrado como Salvador e Senhor está construído sobre rocha sólida. Firme seus pés sobre esta Rocha agora mesmo.


 


 

87

UM FIM ÀS PROMESSAS QUEBRADAS

George Vandeman

TOPO

 

A Irlanda do Norte carrega um fardo pesado. Séculos de ódio passado de pai para filho, de mãe para filha, têm gerado um enorme peso que esmaga protestantes e católicos em violentas confrontações. Seria difícil imaginar que nesse lugar surgisse um dos maiores amores da História. Ali, em Belfast, após dois bombardeios sem sentido, um notável amor desabrochou das cinzas.

Ian veio de uma boa família. Seu pai, um soldador, levava sua esposa e filhos fielmente à igreja duas vezes aos domingos. Sua mãe fazia o melhor pão da vizinhança e mantinha a casa limpa. Ian tinha ido bem na escola e trabalhava agora no setor de produção de uma fábrica. Ele era um jovem calado e sério, gostava de dar passeios pelo campo no verão e de ler livros junto à lareira durante as longas noites de inverno. No dia em que completou vinte e dois anos, Ian caminhava para casa quando um terrorista mudou sua vida para sempre.

Uma bomba jogada de um carro em alta velocidade provocou uma horrível explosão. Ian foi lançado para o ar, caiu e quebrou-se. No hospital, os médicos conseguiram recompor seus ossos e lesões internas. Os ferimentos seriam curados com o tempo, mas os médicos não puderam salvar seus olhos. A visão de Ian foi completamente destruída. Com uma cicatriz profunda na mente, ele fechou-se numa concha. Por quatro meses ficou no leito, mal pronunciando uma palavra, comendo pouco, angustiado e triste. Mas houve uma enfermeira no hospital em Belfast que conseguiu arrancar dele uma pequena fagulha de reação.

Bridget, como Ian, viera de uma boa família, freqüentadora da igreja. Seu pai, um carpinteiro, tinha que trabalhar na Inglaterra, mas vinha para casa todo fim de semana que podia. Sua mãe tinha uma casa limpa e fazia o melhor guisado da vizinhança.

Bridget saiu-se bem na escola. Estudou enfermagem em um famoso hospital londrino e agora era enfermeira em Belfast. Ela sentiu pena daquele jovem que parecia totalmente perdido em sua cegueira, esforçou-se para romper o seu desespero e conseguiu. Alguma coisa no tom da sua voz, no seu riso suave, começou a retirar Ian de sua depressão e auto-piedade. Bridget demonstrava confiança quando falava do amor de Jesus Cristo. Não demorou muito para que esses dois jovens percebessem que possuiam um laço comum de fé.

Ian começou a perceber as passadas de Bridget ao se aproximar e ansiar pelos momentos em que podiam passar juntos. Após receber alta, Ian começou os difíceis meses de reabilitação. Ele tinha que aprender a lavar-se e vestir-se sem ajuda; caminhar pela sua casa sem bater com a canela em todos os obstáculos; teve que aprender a andar com uma bengala branca e a desenvolver uma nova linguagem chamada braile. Ele teve que lidar com a esmagadora piedade que sentia em todos ao seu redor. Mas uma coisa mantinha Ian esperançoso e lutando: Bridget. Seu amor lhe deu uma razão para viver e desejava dar a ela em troca, todo o seu amor.

O casal era feliz e começou a experimentar a profunda paz e alegria daqueles que se pertencem. Eles queriam se casar mas suas famílias receberam a notícia com fúria e revolta.

Sabe, Ian vinha de uma família protestante e Bridget de uma família católica, e na Irlanda do Norte, isso significa que os dois estavam destinados a serem adversários implacáveis. Séculos de banhos de sangue estavam entre eles. O pai de Ian jurou:

- Você não se casará com ela enquanto eu estiver com vida.

Bridget foi, deste modo, aconselhada a tirar essa idéia da cabeça. O casal tentou continuar se encontrando, mas a pressão das famílias, ameaças, discussões e até mentiras viviam se interpondo no caminho deles e finalmente os dois foram separados.

Numa noite fria e chuvosa tiveram uma discussão e no meio da terrível revolta disseram coisas desagradáveis e dolorosas e afastaram-se um do outro.

Ian recolheu-se em sua profunda escuridão e sua família o congratulou por ter tomado a decisão certa. A continuação da velha animosidade parecia a salvo novamente. Bridget enterrou-se em seu trabalho enquanto lhe diziam que ela tinha escapado do inferno na terra.

Os meses transformaram-se em um ano. Os terríveis bombardeios continuavam em Belfast e Ian e Bridget continuavam separados. Um dia, Bridget quase perdeu sua vida. Ian soube do acidente e correu para o lado dela. Foi então que perceberam que não suportariam perder um ao outro. O casal continuou com seu amor onde haviam parado.

Ambas as famílias resistiram de todas as maneiras. Elas tiveram uma discussão que quase resultou em troca de socos. Os dois clãs trocaram xingamentos, insultos e tremendas ameaças, mas no meio de tudo aquilo, Bridget tomou a mão de Ian e os dois se afastaram para sempre daquele ódio.

Finalmente, após meses de angústia e dor, após haverem estado tão perto de perder um ao outro, eles se casaram. Ian e Bridget tiveram coragem de dar o grande passo, a grande declaração de amor, o grande compromisso. Naquela cidade de eterna alienação, como marido e mulher eles mostrariam o que o amor de Cristo significa realmente. Esse tipo de amor é raro hoje.

A história de Ian e Bridget me fala sobre o tipo de compromisso que o nosso mundo precisa desesperadamente. Um mundo marcado pela animosidade e alienação. Note, não são os grupos políticos que causam o maior dano, que causam as feridas mais fundas. Vivemos numa

época em que as promessas falham, em que obrigações sagradas são descartadas.

Vivemos numa época de "relacionamentos descartáveis". Os casamentos parecem desmoronar mais rápido do que são edificados. Estamos assistindo toda uma geração crescer no meio dos destroços de lares esfacelados; mais e mais vemos o que antes foi um compromisso de fidelidade transformar-se numa união condicional. Enquanto nossas necessidades forem satisfeitas, não descartamos o relacionamento, mas as coisas ficam difíceis...

Até o vínculo sagrado entre pai e filho tem se enfraquecido. Continuamos ouvindo notícias aterradoras de crianças violentadas e abandonadas. O que aconteceu com as nossas promessas sagradas? Por que é tão difícil para nós assumirmos compromissos duradouros?

Poucos conseguem superar a ira e a hostilidade como Bridget e Ian fizeram. bem poucos superam a alienação. Mas creio que muitos podem ter força para assumir os compromissos que fazem a vida valer a pena. Podemos manter nossas sagradas promessas para fazer isso. Creio que precisamos voltar ao maior compromisso já feito; pode ser a fonte de todos os nossos relacionamentos duradouros.

Deixe-me explicar: "Porque o teu criador é o teu marido: o Senhor dos Exércitos é o seu nome: e o santo de Israel é o teu redentor: Ele é

chamado o Deus de toda a Terra." Isaías 54:5.

O profeta chama o Deus de toda a terra de marido e redentor. Aquele que vem redimir, salvar a humanidade, está pronto para se tornar marido, está disposto a fazer esse tipo de compromisso.

Por todo o Velho Testamento Deus se compromete em termos de um pacto, uma promessa sagrada. Ele se compromete com Israel repetidas vezes; Ele cuidará de Israel e o protegerá trazendo real paz e abundância. Sim, o Deus todo-poderoso se parece muito com um marido, não é? E o que é mais notável ainda é que Jeová fez essas promessas a um povo que é tudo, menos fiel.

Através dos séculos os hebreus vagaram constantemente entre o Deus do Céu e os ídolos, entre a fidelidade às Suas leis e a apostasia. Apesar disso, Deus está lá se oferecendo. Ele assumiu um compromisso; nada no céu ou na terra poderia mudar isso.

No Novo Testamento este compromisso é mais brilhante ainda na pessoa do Filho de Deus, Jesus Cristo que Se deu completamente pelos nossos pecados. Ele está pronto para fazer a parte de marido fiel. Vemos isso na carta de Paulo ao Efésios. Paulo está falando sobre o relacionamento no casamento. Ele disse aos crentes que o homem deve amar sua esposa como ao seu próprio corpo. Ele diz o seguinte: "Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e cuida dela, como também Cristo o faz com a igreja: porque somos membros do seu corpo. Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá a sua mulher e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja." Efésios 5:29-32.

O que Paulo está dizendo aqui? Está dizendo que o compromisso do casamento deve refletir o tipo de compromisso que Cristo fez à Igreja, àqueles que crêem nele. Cristo nutre e cuida da igreja como de seu próprio corpo. Cristo está unido aos crentes tornando-se um com eles no Espírito, como marido e mulher se tornam um na carne.

Que coisa maravilhosa, amigo! Aquele que nos redime está pronto a se tornar um marido fiel, pronto a cumprir suas preciosas promessas. Este é o compromisso que pode nos capacitar a nos tornar fiéis em todos os nossos relacionamentos. Deus está se prometendo a nós e oferecendo-se a si mesmo. Portanto, de que maneira nos tornamos parte da promessa feita por Deus? Aceitando-O como Redentor. Pela fé entramos em um relacionamento com Ele e fazemos uma declaração pública; é um meio de torná-lo real e sólido em nosso coração emente.

Veja Paulo escrevendo desta vez aos romanos; ele está falando sobre o significado do batismo: "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte: para que como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai assim andemos nós também em novidade de vida." Romanos 6:3,4.

O batismo significa que nos identificamos totalmente com Cristo. Morremos com Ele: somos enterrados com Ele e somos ressuscitados com Ele para uma nova vida. No batismo dizemos perante os outros que daqui para frente nossa vida é dada completamente a Cristo. Um relacionamento saudável com Cristo deve naturalmente culminar com um compromisso público. Esse compromisso público é um fundamento sólido, afirmação importante.

Sabe, acho que devemos ver o significado do batismo refletido na história de Ian e Bridget. Você se lembra que a grande virada no relacionamento deles ocorreu quando Bridget sofreu um grave acidente. Deixe-me contar como aconteceu.

Um dia, quando Ian estava sozinho lamentando sua separação da única garota que amou de verdade, ouviu batidas na porta da frente. Alguém gritava histericamente:

- Ian, Ian, venha rápido!

Ele reconheceu a voz de Mary, a irmão de Bridget. Ian correu até a porta e a abriu.

- Bridget foi atingida por uma bomba e está muito mal - disse Mary - Ela está chamando por você. Venha Ian! Em nome de Deus, por favor, venha!

Ian correu para fora sem sequer trancar a porta e segurou a mão de Mary. Ela o conduziu tropeçando e chorando pelas ruas cheias de buracos de bombas. Uma bomba terrorista havia destruído o restaurante onde Bridget estava jantando com três enfermeiras. Suas três colegas haviam conseguido sair, mas Bridget ficou com suas pernas presas nos escombros. O incêndio se alastrava rápido em sua direção. As pessoas podiam ouvir os gritos de Bridget, mas ninguém conseguiu chegar até o fosso onde ela estava presa. Bombeiros com equipamento especial estavam a caminho. Mas será que chegariam a tempo?

Ian entrou nos destroços quentes e fumegantes. Um policial gritou:

- Não pode entrar aí!

Mas Ian gritou de volta:

- Ela é minha garota!

- Não banque o maluco, rapaz! - o policial insistiu - Você não vai ver um palmo diante do seu nariz na escuridão.

Ian virou-se rápido na direção do homem e gritou:

- Que diferença faz a escuridão para um cego?

Ele foi entrando por aquele inferno escuro movendo-se na direção dos gritos de Bridget com a habilidade especial e os instintos que os cegos desenvolvem.

- Estou indo, Bridget, estou indo - dizia com um sentimento de amor que lhe dominava a voz.

Finalmente a encontrou, colocou gentilmente a cabeça da moça em seus braços e a beijou.

- Ian - ela sussurrou com grande alívio. Em seguida perdeu a consciência.

Ian continuou segurando sua garota enquanto aguardava ajuda. O sangue dela ensopava a sua roupa. Mesmo depois de o fogo os alcançar, ele a segurou enquanto os bombeiros abriam caminho através do caos. Ele a segurou até eles tirarem os escombros da perna dela.

O que Ian não sabia, pois não podia ver, é que um dos lados do rosto encantador de Bridget havia sido queimado pelo fogo. Com o tempo ela se recuperou dos ferimentos. Foi submetida a uma cirurgia plástica, mas seu rosto ficaria marcado para sempre. Isso, porém, parecia não importar agora. Bridget disse:

- O único homem que eu amo jamais terá que ver isso, portanto, que diferença faz para mim?

O casal reiniciou o seu amor de onde eles havia parado. Nada poderia atrapalhá-los agora. Eles sabiam o quanto estavam dispostos a oferecer um ao outro.

Amigo, algum tempo atrás, perto da cidade de Jerusalém, Jesus entrou em um incêndio por nós. Estávamos presos, sem esperança, no pecado e no engano. Estávamos afastados de Deus, mas Jesus estava disposto a entrar no fogo do julgamento, no fogo da ira, para que pudéssemos escapar. Ele tomou sobre si nossas limitações e fraquezas, Ele foi cegado na cruz, afastado da amada face do Pai, mas abriu caminho pelo fogo até nós. Ele nos encontrou e nos tomou em Seus braços e permaneceu na cruz até a Sua missão estar cumprida; até Ele poder dizer "está consumado". Ele permaneceu no incêndio até nosso resgate estar terminado. Os ataques dos Seus inimigos não fizeram com que Ele descesse. A deserção de Seus amigos íntimos não fez com que Ele desistisse. Jesus permaneceu no fogo expressando Seu incrível compromisso, superando nossa indiferença, reafirmando Seu imperecível amor.

Amigo, esse é o compromisso que vale tudo. Temos que responder a Ele; temos que refletir esse compromisso. Essa é a finalidade do batismo. Não é apenas fazer promessas, é a nossa resposta à maravilhosa promessa de Cristo, é dizer "sim" à Sua fidelidade, é desejar tomar parte dela. O batismo é uma declaração pública do nosso compromisso, uma declaração pública de nossa fé; e isso é algo sólido em que podemos crescer.

podemos continuar com a cicatriz do pecado. Nosso compromisso com Cristo e nosso batismo não curam instantaneamente nossas feridas, mas Cristo não olha para as cicatrizes. Seu perdão cobre todos os nossos pecados, Sua vida perfeita substitui a nossa. Somos aceitos e amados em Jesus Cristo com a mesma suavidade com que Bridget foi abraçada por seu amado Ian.

Eu lhe peço que faça um compromisso completo com Jesus Cristo, Peço que você expresse esse compromisso publicamente no batismo.

Por todos os lados vemos pessoas à deriva no mar das promessas quebradas e compromissos falhos. Os laços mais preciosos estão desmoronando, mas podemos parar de vagar em nosso isolamento hoje, agora mesmo. Encontramos terra firme de novo fazendo a mais importante das promessas para Jesus Cristo, aceitando-O como Salvador e Senhor da nossa vida.


 

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COMO EVITAR A INFIDELIDADE

Pr. George Vandeman

TOPO

 

Kátia e Beto se amavam. Mas o amor se foi. Eles não sabem ao certo como e quando aconteceu, mas de algum modo a chama se apagou. Jamais havia passado pela cabeça de Kátia ser infiel ao Beto. Ela não admitiria isso, mas agora não consegue tirar um outro homem da cabeça. Confusa entre seus sentimentos e sua consciência, Kátia pensa: "O que significa esta tentação que me domina? Um novo começo ou o fim de tudo? O que devo fazer"? Você conheceu Kátia e Beto. Na verdade, você os conhece há algum tempo. Talvez morem na casa ao lado ou cantem no coral da igreja. Talvez eles morem em sua própria casa - você mesmo pode estar lutando neste momento para salvar seu casamento de uma relação extraconjugal. Essa vontade de ser feliz pode se tornar rapidamente em decepção. Um jovem marido foi aconselhado pelo pastor a lembrar que aceitou sua noiva para o melhor e para o pior. - Sim - respondeu ele - mas ela é bem pior do que eu imaginava. Assim, desistiu dela para procurar alguém melhor. O adultério tornou-se uma epidemia mundial. Milhões de casamentos estão sendo sacrificados no altar da infidelidade. As pesquisas mostram que 30% a 50% das esposas têm sido infiéis a seus maridos. Para os homens a situação é ainda mais grave. Segundo o Relatório Hite sobre a Sexualidade Masculina, 72% dos casados há dois anos ou mais cometeram adultério. Dessa forma, em alguns estados americanos, mais homens adulteram do que votam! Estatística chocante e muito triste! Mas há esperança! Graças a Deus, há esperança e socorro em Jesus Cristo para se evitar a infidelidade. Se você seguir o plano do Senhor, seu casamento poderá renascer. Antes de discutirmos o plano de Deus para salvar o lar, vamos dedicar algum tempo para entender o problema. Por que os casamentos estão ruindo em tão grande número? Por que os laços sagrados têm se transformado em desenlaces nada sagrados? Vamos examinar algumas histórias de lutas que os casais enfrentam. Seus nomes foram trocados mas os problemas são bem reais. Raul estava impaciente e triste. Sua vida não tinha sentido. Ele imaginava que o fogo de uma nova paixão traria brilho à sua existência monótona. Assim, encontrou Júlia, que também desejava companhia. Juntos, eles subiram no barco do amor, para acrescentar algum tempero à vida. Daniel e Bárbara foram namorados no colégio. Agora, resolveram se redescobrir. Bárbara queria se livrar da louça suja e dos berros dos parentes. Daniel queria fugir um pouco dos gabinetes políticos e das contas atrasadas. Ambos não queriam enfrentar a realidade da vida. Juntos, eles procuravam uma saída fácil, um conto de fadas com romance e diversão. Vamos pensar também em Luísa e João. Luísa pouco ligava para sexo. Ela se sentiria presa em um casamento com amor e intimidade. Ela só queria ser abraçada e tratada com carinho. Por isso procurou João, um homem insensível. Assim ela seria a rainha do seu castelo. João costumava adulterar para afirmar sua independência. Detestava ser pressionado por sua esposa, uma mulher chorona e resmungona. Para se vingar, João trocou a vida sufocante com sua esposa para sentir-se "livre" com Luísa. Há também a história de Jaime e Leda. Após o nascimento de seu filho, a esposa de Jaime engordou muito e parecia mais interessada em cuidar do bebê do que dele. Jaime decidiu abandoná-la e ir atrás de Leda, uma garota solteira, cuja inexperiência e solidão a tornaram vulnerável à sua conquista. Finalmente, vamos falar de Paulo e Carla. Paulo era um advogado de quase cinqüenta anos. Ele começou a sentir que estava envelhecendo e se assustou. Em busca da afirmação de que ainda podia ser atraente e desejável, flertou com uma mulher mais jovem. Sua secretária, Carla, cedeu aos assédios. Infeliz com seu casamento com um marido imaturo, ela sentiu-se atraída por Paulo. O caso parecia destinado a atender às necessidades emocionais de ambos. Essas histórias são intermináveis. Cada experiência é diferente, mas notamos que um fator permanece: o adultério não soluciona o problema. Ele o complica ainda mais. Não é um oásis, mas uma miragem, incapaz de saciar a sede de amor. Vamos continuar observando os casais que acabamos de conhecer: O caso apaixonado de Raul e Júlia deixou-os satisfeitos por um tempo. Depois, eles não conseguiam mais suportar um ao outro. Aprenderam de uma forma muito difícil que sexo sem um investimento sério e pessoal não proporciona satisfação duradoura; somente miséria e vergonha. Daniel e Bárbara chegaram à conclusão que os dias de namoro despreocupado dos tempos de colégio terminaram para sempre. Uma repentina sensação de culpa e medo estragou a festa. A grande fuga os deixou amargamente desapontados. Luísa percebeu tarde demais que o apartamento de João era um calabouço e não um castelo. Seus doces sonhos provaram ser um pesadelo. João descobriu, para seu desespero, que Luísa resmungava do mesmo jeito que sua esposa. Jaime concluiu que tinha investido demais em sua família para trocar a esposa por uma jovem que não entendia suas necessidades. Isso deixou Leda mais solitária do que nunca, abandonada pelas promessas vazias de Jaime. O caso secreto de Carla e Paulo funcionou durante o verão, mas caiu com as folhas do outono. Satisfeito por conseguir atrair uma mulher mais jovem, Paulo não sentiu necessidade de provar nada à Carla. Pouco à vontade, devido à ex-amante no escritório, ele logo achou uma desculpa para despedi-la. Arrasada, Carla tentou se suicidar. Essas experiências arrasadoras seguem o mesmo padrão. Primeiro vem aqueles encontros superexcitantes sob o luar prateado. Mas, gradualmente, o encanto vai embora. Em geral leva de três a seis meses para se ficar sóbrio. As pessoas podem parecer perfeitas umas para as outras quando não compartilham as pressões e tensões da vida. Mas, cedo ou tarde o que é verdadeiro se mostra e a festa se acaba. Cinderela perde o seu encanto e o insatisfeito Príncipe Encantado torna-se grosseiro e indiferente. Os romances de contos de fada se transformam em pesadelos de arrependimento. O novo começo se transforma no final de tudo. Se foi essa a sua experiência, tenho novidades para você. Há uma esperança. Nosso Pai Celeste é especialista em resgatar barcos de amor que estão naufragando. Em Sua Palavra, podemos descobrir como um casamento pode renascer. Talvez você já desfrute de um lar feliz. Talvez não seja casado. Mas poderá passar a informação a amigos que queiram ajuda para salvar seu lar. Nosso mundo oferece bastante desculpas para tolerar o adultério, mas a Bíblia não. Sejam quais forem as circunstâncias, o adultério é sempre inadequado. Conhecemos bem as palavras do segundo mandamento: "Não adulterarás" (Êxodo 20:14). Infidelidade é pecado; é a quebra da sagrada Lei de Deus. É um pecado contra Deus. Ele criou o corpo humano para ser templo do Seu Santo Espírito. O adultério também é um pecado contra o cônjuge, porque viola o pacto sagrado que foi feito no casamento. Lembre-se, um cônjuge promete manter-se somente para o outro, no melhor ou no pior, enquanto os dois viverem. Quem faz essa promessa diante do altar sagrado de Deus não pode fazer descaso disso. O adultério ameaça a vida no lar e destrói a segurança dos filhos. O adultério é errado até em um amor verdadeiro. Quer seja casado ou não, seu companheiro terá problemas mais tarde. Além disso, o adultério também magoa mais outra pessoa: você mesmo. O adultério é suicídio. É uma bomba-relógio de culpa e vergonha, que esmaga a paz de espírito e a reputação, sem falar nos problemas financeiros e legais que surgem quando o lar se desfaz. A Bíblia é muito franca ao nos advertir: "Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte". (Provérbios 16:25). Por mais correto que o adultério possa parecer, ele termina em morte. A morte do lar, do respeito próprio e, a menos perdoada e esquecida, a morte da alma. Jamais esqueça disto: o pecado pode ser excitante mas também é mortal. A fantasia pode ser fatal. Agora, você pode estar tão enojado e decepcionado consigo mesmo ao ponto de não suportar ver o rosto no espelho. Mas o Senhor Jesus Cristo ama você assim mesmo. Como amigo e sacerdote particular no supremo tribunal do Céu, Ele está pronto a ajudar. As palavras de conforto e esperança encontradas no Novo Testamento são estas: "Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno". (Hebreus 4:15 e 16). Embora pecadores, podemos com confiança encontrar misericórdia em Deus. Precisamos mais de perdão que do ar que respiramos. Em Deus existe perdão suficiente para apagar cada um de nossos pecados, mas devemos nos arrepender. Está escrito: "O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia". (Provérbios 28:13). Existe misericórdia para cada um de nós e Jesus oferece mais que misericórdia. Ele também tem poder para nos ajudar. Ele é o grande Médico, que cura o coração e o lar. Ele não apenas nos perdoa, mas também nos coloca novamente em uma nova vida de respeito. Você é tentado? Jesus quer ajudá-lo. Ele diz para ir com confiança ao Seu trono e obter força para superar as mais perversas tentações. Que bom não termos que seguir nossos impulsos como fazem os animais! A pureza é possível. Milhares vencem a tentação de serem infiéis. Você também pode vencer, mas somente no poder de Jesus. Vamos tornar isto bastante prático. Você decidiu reafirmar seus votos matrimoniais. Sabe que Jesus o ama e deseja ajudá-lo. Mas, como receber poder para fugir da infidelidade? Em primeiro lugar, deve haver compromisso. Uma vez que tenha dedicado a vida a Deus, você deve se comprometer com o seu cônjuge. Deve deixar de pensar nas outras aventuras e reservar o resto da vida ao cônjuge que Deus lhe deu, haja o que houver. Um marido arrependido confessou: - Eu vinha procurando uma solução nas relações fora de casa em vez de tentar fazer o meu casamento funcionar. Por mais absurdo que pareça, era mais fácil ir para a cama com outra mulher do que dialogar com minha esposa. Agora, coloquei o meu coração na solução dos problemas em casa. Maturidade é trabalhar com a realidade. Portanto, não tente fugir dos problemas em seu casamento. Vá para casa e tente resolvê-los. Talvez você precise da ajuda de um conselheiro cristão. Faça o que for preciso, mas faça antes que seja tarde demais. Talvez você não veja muito futuro em seu casamento. É incrível como Deus pode melhorar seu lar, assim que você se comprometer com Ele querendo realmente que essa melhora aconteça. Talvez não aconteça da noite para o dia. Como tudo o mais na vida cristã, a fidelidade no casamento envolve um compromisso durante toda a vida. O apóstolo Paulo explica a razão: "Porque a carne cobiça contra o espírito, e o espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro; para que não façais o que quereis". (Gálatas 5:17) Como vê, há uma batalha entre duas forças opostas em você: a carne e o espírito. Você irá decidir quem será o vencedor. O segredo é bem simples: você tem que nutrir uma natureza e matar de fome a outra, deve alimentar o espírito e não a carne. Você nutre o espírito através de um relacionamento íntimo e diário com Jesus Cristo, estudando Sua Palavra e comunicando-se com Ele em oração. Após entregar-se ao Senhor em oração, você será um fardo mais leve para seu cônjuge. Você contribuirá para a solução do problema. É assim que se nutre a natureza espiritual. Mas, como é possível matar de fome a carne? Fazendo tudo que puder para evitar a tentação. Pare de flertar. Dispense a pornografia. Livre-se daquelas histórias irreais e volte a pisar no chão. Você pode ver a essa altura que o casamento não é fácil. E por que seria? Afinal, o casamento é um ministério. Um chamado especial de Deus para atender às necessidades do seu companheiro. Jesus deu o exemplo: "Ele ... não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a Sua vida em resgate de muitos". (Mateus 20:28) Ele nos convida a amarmos uns aos outros assim como Ele nos ama. O mundo diz para você ser bom para si mesmo: "se o seu cônjuge não preenche suas necessidades, vá em frente e quebre o pacto do seu casamento". Mas a Palavra de Deus insiste em que "o amor não busca seus próprios interesses". (I Coríntios 13:5) O altruísmo não é natural para nós. Alimentamos todo tipo de expectativas um do outro. Queremos nosso cônjuge vivo para nosso prazer. As mulheres sonham em encontrar um homem perfeito. Os homens querem uma miss Universo que saiba cozinhar como a mamãe. Mas Deus quer que deixemos todas essas expectativas e simplesmente nos amemos. Naquela clara manhã de janeiro em Washington quando John Kennedy tomou posse como presidente, ele deu um maravilhoso conselho: - Não pergunte o que sua pátria pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por sua pátria. Por que não aplicar isso ao casamento? Não pergunte o que o cônjuge pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu cônjuge. Uma das responsabilidades mais importantes num casamento é perdoar. O perdão pode não vir facilmente, em especial quando se refere ao adultério. Se você se sente vítima da traição do seu cônjuge, talvez alimente ressentimentos. Depois de ter descoberto a infidelidade da esposa, um marido orou longa e sinceramente. Ele se sentiu traído, mas lembrou-se das palavras do apóstolo Paulo: "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo". (Efésios 4:32) Finalmente, suas orações foram atendidas. Ele abriu uma gaveta e tirou um maço de cartas. Ali estavam as preciosas provas da infidelidade da esposa, que poderiam torná-lo livre. Ele havia guardado aquelas cartas para o dia em que fosse ao tribunal. Mas Deus havia perdoado seus próprios pecados. Por isso, ele decidiu jogar as cartas no fogo. Enquanto as provas se transformavam em fumaça, desapareciam diante dele todos os meios de vingança. Ele viu consumir-se nas chamas o chicote que reservava para a esposa. A arma de destruição, em um rápido momento, foi transformada em cinzas. Ele estava livre para perdoar. O perdão não é um sentimento. O amor é muito mais que um sentimento. Uma mãe pode não sentir vontade de sair da cama à meia-noite para cuidar do filho doente, mas o amor a leva a fazer isso de qualquer modo. Um pai pode não sentir vontade de levantar de madrugada para trabalhar, mas vai assim mesmo, simplesmente porque ama a família. Talvez precisemos reexaminar o que significa amar. Muitos casais se divorciam porque acham que é preciso; acham que perderam seu amor. Sentem que não podem continuar juntos. Como estão enganados! Você não tem que viver por seus sentimentos. Você pode escolher atender às necessidades de seu cônjuge por sua própria vontade, seja lá o que você sinta. Isso é amor. O maior ato de amor já visto foi o sacrifício de Jesus no Calvário. Cristo sentia vontade de ser pregado numa cruz? Ele gostou de ficar pendurado e ser envergonhado perante aquela multidão de zombadores? Não! Claro que não. Na noite anterior à Sua morte, Jesus agonizou no Jardim do Getsêmani. O sangue desceu de Sua testa. Seu coração partido clamou: - Pai, se possível, afasta de Mim este cálice. Se puder salvá-los sem que Eu passe por este sofrimento, livra-Me". Mas Sua morte teria que ser o preço da nossa vida eterna. Então, Ele seguiu para o Gólgota, apesar de cada fibra de Seu ser clamar: "Não!". Ele sacrificou Sua vida porque nos amou, mesmo que não gostasse disso. Suponhamos que uma pessoa ainda não tenha certeza de que quer parar sua relação extraconjugal. A despeito da culpa, vem se divertindo e não está disposto a estragar a festa. É preciso lembrar-se de Jesus, de como os pecados partiram o Seu coração. Assim que essa pessoa entender o que os pecados causaram ao Salvador, pecar nunca mais será a mesma coisa. Mesmo após terminar o caso, talvez um homem sinta mais afeto por sua ex-amante do que por sua esposa. Deus entende. Com sentimento ou sem, é necessário investir as energias emocionais no casamento. As fantasias precisam envolver a esposa. É preciso separar tempo para reconstruir o relacionamento, para estarem juntos, afastados das pressões da rotina diária. Um dia, os sentimentos podem voltar. A tentação pode mostrar suas garras novamente. Mas Deus dá força para ajudar a manter um lar unido. Dormir com um novo homem jamais fará de você uma nova mulher. Dormir com uma nova mulher jamais fará de você um novo homem. É o que a Bíblia nos diz. "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo". (II Coríntios 5:17) Antes que o lar possa nascer de novo, você deve nascer de novo. Jesus faz um convite em Mateus 11:28 e 29: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas". Venha a Jesus e descanse. Encontre dignidade nEle, não na sexualidade. Você é precioso para Deus porque é seu filho. Um jovem pai afastou-se de Deus. Começou a pensar em suicídio. Então, Deus tocou sua vida e ele iniciou um novo relacionamento com sua família. Ele tinha um filho adolescente que não ia bem na escola. O garoto roubava coisas na vizinhança para chamar a atenção. Era solitário e rebelde. Mas, depois de apenas duas semanas da nova vida de seu pai, o garoto notou a mudança. - Papai, o que aconteceu com você? O pai respondeu lentamente, procurando as palavras certas: - Bem, filho, acho que eu vinha fazendo uma grande bobagem com a minha vida e decidi pedir para Deus assumir e me mostrar como vivê-la. O garoto olhou para o chão. - Papai - disse ele - acho que também gostaria de fazer isso. Ambos choraram juntos. No dia seguinte, o pai teve que viajar para Nova Iorque a negócios. Ele ficou fora duas semanas, mas não via a hora de voltar para casa. Na volta, quando o avião parou no terminal, seu filho apareceu na multidão. Seus olhos brilhavam de emoção. - Papai, sabe o que Deus fez? - O que foi que Ele fez, filho? - Ele mudou toda a turma em minha classe! Deus pode mudar cada coração em seu lar e pode fazê-lo agora mesmo.

 

Oração Obrigado meu Pai, por me amar apesar de meus pecados. Obrigado por me oferecer uma vida nova em Jesus para meu coração e meu lar. Perdoe-me por não ser o marido ou esposa que o Senhor gostaria que fosse. Livra-me da tentação. Faça-me nascer de novo, para que o meu casamento possa nascer de novo também. Em nome do meu Salvador lhe peço, ó Deus. Amém


 


 

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MILAGRES IDÊNTICOS

George Vandeman

TOPO

 

Gueto, cemitério da oportunidade. Milhões de vidas se desperdiçam perambulando pelas calças sujas de lixo e becos infestados de drogas. Mas alguns conseguem se libertar, como Benjamim Carson.

Vandeman: Dr. Benjamim Carson, quero que saiba o quanto estou feliz e honrado por tê-lo aqui no programa Está Escrito.

Dr. Carson: Para mim é uma tremenda honra participar deste programa, o qual conheço desde quando era menino lá em Detroit.

Vandeman: Você era menino, como disse, agora tem trinta e sete anos. Eis minha pergunta: Nunca antes gêmeos siameses unidos pela cabeça tinham sido separados com sucesso e a imprensa tem noticiado que o neurocirurgião que tentou isso no último outono o fazia orando o tempo todo. Isso é incomum, a imprensa secular mencionar o elemento oração que para você é muito importante.

Dr. Carson: Sem dúvida.

Vandeman: O seu começo foi em Detroit, e como você dizia, num ambiente desfavorável...

Dr. Carson: Com certeza era um ambiente muito desfavorável. Meus pais haviam se separado quando eu era bem criança e minha mãe só havia estudado até a terceira séria e teve a tarefa de criar três filhos dentro da cidade de Detroit. Ela era uma mulher orgulhosa que não queria recorrer à Assistência Pública; assim, trabalhava em muitos empregos simultaneamente na tentativa de superar isso. Eventualmente, a saúde dela acabou ficando abalada e ela tevwe que aceitar alguma assistência. Tivemos que nos mudar de Detroit para edifícios pobres de Boston e voltamos depois para a região de Detroit. A essa altura, eu estava sendo um péssimo aluno na escola. Creio que foi aí que minha mãe exerceu um papel importante. Meu irmão também estava indo muito mal e ela basicamente concluu que não queria que nós tivéssemos o mesmo tipo de vida dura que ela teve. Mas ela soube o que fazer. Ela encontrou a verdade, encontrou o caminho e começou a orar e pedir a Deus para guiá-la, para ajudá-la de algum modo a entender o tipo de sabedoria que Deus pode dar às pessoas a fim de elevá-las acima das dificuldades. Ela ficou impressionada por conseguir controlar a televisão e daí em diante  só permitia que assistíssemos dois ou três programas por semana e em substituição, pegássemos dois livros na biblioteca, cada semana, para ler.

Vandeman: Esse foi o passo em direção de Yale?

Dr. Carson: Sim, foi um passo em direção da Universidade de Yale, porque eu passei de último colocado da classe na quinta série, para o primeiro colocado já no final da sexta séria e início da sétima, isso para a tristeza de alguns alunos que não conseguiam entender o que estava acontencendo. A essa altura eu começaca a apreciar os aspectos da aprendizagem. Também, ainda relacionado com Yale, um dos três programas de televisão que podia assistir, era o Concurso Cultural, chamado "G E College Bowl". Comecei a gostar daquele programa e tentar me preparar para participar dele um dia. Eu costumava ir ao centro de Detroit após as aulas e apreciar todos os quadros no Instituto de Arte de Detroit. Comecei a ouvir música clássica e me tornei um grande conhecedor do assunto. Decidi me inscrever em Yale porque eu só tinha dez dólares e só poderia me inscrever em apenas uma universidade, me inscrevi e acabei indo para Yale.

Vandeman: Muitas pessoas podem se identificar com isso, não é mesmo?

Dr. Carson: Sim.

Vandeman: E dpeois, é claro, a universidade de Michigan, a Austrália e agora o apogeu de sua profissão...

Dr. Carson: É sim.

Vandeman: Eu gostaria de poder ouvir toda a história, isso pode ser um incentivo para muitas pessoas.

Dr. Carson: Sem dúvida. Acho que uma das coisas que mais enfatizo para os jovens é que este país em que vivemos é muito grande, existem muitas oprtunidade, mas exige algum trabalho importante a fim de se encontrar diversas recompensas.

Vandeman: E muitas vezes, uma boa mãe.

Dr. Carson: Tem razão.

Vandeman: Podemos passar para o fascinante épico dos Gêmeos Siameses, a operação do século?

Dr. Carson: Pois não. Em primeiro lugar quero dizer que os gêmeos têm sido uma coisa que tem me fascinado muito, uma vez que entraram para a história da medicina. Podemos voltar até mesmo ao século dez e examinar alguns trabalhos do Império Bizantino e ler a respeito da primeira tentativa cirúrgica para a separação dos gêmeos siameses. Também existe a história de Chang e Ing, que eram do Sião e é de onde surgiu o termo siameses. De qualquer modo, no que diz respeito à literaturo neurocirúrgica não ocorreu nenhuma separação bem sucedida da junção craniana occipital de gêmeos siameses. Existiam aqueles que estavam unidos pela parte posterior da cabeça e isso se apóia no fato de que a vascularização da parte posterior da cabeça é muito complexa e a pressão do fluxo sanguíneo através do sistema venoso é tão alta que as tentativas de separação cirúrgica no passado, sempre resultaram em hemorragias. Eu me tornei muito interessado nos gêmeos siameses por volta do final de 1986, início de 1987. Por alguma razão, eu tinha a impressão de que o assunto era interessante e comecei a ler sobre gêmeos siameses unidos pela cabeça.

Vandeman: Isso foi pouco tempo antes de ter encontrado os gêmeos Bender?

Dr. Carson: Foi cerca de um mês, um mês e meio antes.

Vandeman: O senhor considera isso providência

Dr. Carson: Considero coisa de Deus. Não é a primeira vez que tenho esse tipo de experiência. Eu sinto pessoalmente que, se olhar para trás e vir as muitas coisas que aconteceram comigo num período tão curto de tempo, as coisas que estive envolvido e que me levaram até onde estou hoje, sinto claramente que Deus tem um plano em tudo isso.

Lembro-me de alguns dos incidentes engraçados que ocorreram quando fui nomeado diretor da neurocirurgia pediátrica no John Hopkins Hospital. Muitas vezes as pessoas traziam suas crianças gravemente doentes de grandes distâncias para verem o Dr. Carson, chefe da neurocirurgia pediátrica, e quandl eu entrava na sala eles diziam: "Quando é que o Dr. Carson vem?" E quase tinham um infarto quando eu dizia: "Eu sou o Dr. Carson". Mas sabe, em geral não levavam muito tempo para reconhecerem que talvez houvesse alguma chanve de eu saber o que estava dizendo.

Vandeman: Com relação à tal operação, quantos especialistas o ajudaram?

Dr. Carson: É uma pergunta difícil. Havia setenta pessoas associadas à operação. Nem todos eram médicos. Provavelmente, dentro desse número, trinta a trinta e cinco eram médicos. Havia um bom número de enfermeiras envolvidas, é claro, vários técnicos, engenheiros e até escultores. Basicamente, quase tudo tinha que ser duplicado. Eu diria que aqueles gêmeos, nascidos em fevereiro de 1987 na Alemanha Oriental, estavam indo muito bem na época do nascimento. Muitas vezes, os gêmeos siameses não vão muito bem, mas estes estavam passando bem, porém, a mãe não suportabva a idéia que estava sendo defendida de que eles seriam divididos de tal maneira que um receberia todos os vasos sanguíneos principais que eles compartilhavam e o outro, sem dúvida, seria descartado. Ela não estava disposta a fazer a escolha. Ele sbuscaram inúmeras opiniões na Europa, vieram aos Estados Unidos, os médicos examinaram os registros em vários centros médicos, e um dos médicos, por acaso, conhecia o chefe dos anestesistas do Hospital Hopkins e trouxe os registros e mostrou-os ao Dr. Rogers, que imediatamente me chamou. Dei uma olhada nos rais-x e tive a impressão de que na realidade poderíamos fazer essa operação para separá-los e manter os dois com vida.

Vandeman: Isso exigia coragem!

Dr. Carson: Bem, não se esqueça de que eu havia desenvolvido esse interesse em gêmeos siameses um mês antes, por aí, e em minhas leituras eu tinha basicamamente concluído que havia sido uma hemorragia e um infarto maciço ou um derrame, em virtude do comprometimento da vascularização, que havia causado o fracasso em todas as tentativas anteriores, particularmente em gêmeos com a junção occipital craniana, aqueles unidos pela parte posterior da cabeça. Concluí, então, que se houvesse um meio de impedir a hemorragia, talvez os vasos sanguíneos pudessem ser reestruturados durante o estado de prisão, um estado onde o fluxo sangüíneo tinha, de fato, sido preso.

Vandeman: Não houve momentos de tensão durante aquela operação? Qual foi esse momento crítico?

Dr. Carson: Sim, tivemos alguns momentos extremamente tensos. Basicamente a técnica da prisão hipotérmica para bebês abaixo de 18 meses permite que ela perdure, em média, por cerca de uma hora. Druante esse tempo de prisão hipotérmica, o índice metabólico das células do cérebro é reduzido a tal ponto que tais células são capazes de sobreviver sob a glucose e o oxigênio que elas conseguem armazenar dentro de suas paredes e por isso não precisam da ajuda constante da corrente sangüínea. Era durante esse período crítico de uma hora que teríamos que dividir os vasos sangüíneos unidos e em seguida reconstruí-los.

Nós iríamos utilizar o pericárdio, a cobertura do coração, com a finalidade de fazer a reconstrução porque aquele material é muito parecido com o material que compõe os seios venosos do cérebro. É claro que alguma coisa que parece simples como a indução da anestesia, em gêmeos siameses pode ser bastante complexa porque se não forem perfeitamente nivelados, os agentes anestésicos podem tender a ficar em um só bebê causando alterações cardiovasculares que não são refletidas no outro e de certo modo atrapalham todo o equilíbrio. Assim, pode-se imaginar a complexidade envolvida desde a anestesia e da colocação de diversas linhas, de modo que levou cerca de quatro horas apenas para deixá-los adequadamente preparados. Assim, quando falamos sobre a saga das vinte e duas horas, uma grande parte dela envolveu a complexa anestesia. A parte em que estive envolvido junto com o Dr. Long, que foi o outro neurocirurgião, foi apenas de quatorze horas e meia; o cirurgião plástico levou várias horas depois disso tentanto fechar tudo. Deixe-me explicar por que isso tornou-se necessário. Preciso mencionar que para realizar essa operação, todos nós tivemos um razoável grau de confiança de que ela iria dar certo, porque, como eu disse, tínhamos realizado vários ensaios. Fomos a uma loja de brinquedos, compramos bonecos, colamos suas cabeças uma à outra com velcro e as separamos na sala de cirurgia, calculando os tipos de mesas de operação que usaríamos. O "staff" da enfermagem tinha ido ao ponto de levar para casa vários lençóis e costurá-los de tal modo que ficassem com pequenas mangas em fole para se ajustarem automaticamente quando as mesas de operação fossem separadas para reter a esterilização e ganhar tempo, que seria essencial àquela altura. Vários técnicos para as unidades de sangue estudaram exaustivamente o processo, cada um sabendo como entrar na sala, e como sair. Havia geradores no corredor, para o caso de haver alguma interrupção de energia. Tenho que admitir que foi tudoextremamente bem planejado. A enfermeira-chefe da neurocirurgia ficou em meu gabinete durante horas, numa ocasião. Ela me fez sentar lá e repassar a operação passo a passo, do início ao final, enquanto ela anotava os instrumentos que eu ia precisar. Ela chegou a compilar um livreto de dez páginas, o qual distribuiu para todo o "staff" que estava participando, para que pudessem memorizar tudo antecipadamente. Tínhamos diversos planos alternativos para o caso de alguma coisa dar errado. Além disso tudo, eu pedi para a imprensa, particularmente da Europa, pedir para as pessoas orarem por nós.

Vandeman: Graças a Deus.

Dr. Carson: Eu oro antes de cada cirurgia que faço e peço a orientação de Deus porque creio que o Senhor criou o corpo humano e sabe como consertá-lo. Eu creio que a cirurgia em conjunto com Deus nos dá uma tremenda vantagem. Não dá a ninguém necessariamente a capacidade para realizar milagres e eu quero enfatizar isso, porque as pessoas estão sempre me pedindo para realizar milagres. Não posso fazer milagres, somente Deus pode fazer isso. Mas creio que temos uma grande quantidade de habilidades extras se permitirmos que o Senhor trabalhe através de nós.

Vandeman: Deve ter havido momentos em que você sentiu que Deus o estava guiando especificamente. Quais os momentos mais difíceis?

Dr. Carson: As coisas estavam indo muito bem até chegarmos aos seios venosos, estava difícil, mas estávamos indo bem.

Quando chegamos aos seios venosos e tentamos isolá-los após termos separado tudo o mais, decobri apavorado, que a tórcula, que é a confluência dos seios venosos, o lugar onde eles se juntam, a qual geralmente é do tamanho de uma moeda, estava dez vezes maior. Ela cobria todo o cerebelo de ambos os gêmeos, descendo até a área que chamamos de forame magno, que é onde a medula espinhal se encontra com a base do cérebro, e toda vez que o Dr. Long e eu fazíamos um talho na dura máter, deparávamos com violenta hemorragia inesperada. Não apareceu em nenhum dos estudos pré-operatórios. Em retrospecto, percebemos que o fluxo sangüíneo através da tórcula era tão violento, tão rápido, que o contraste estava sendo lavado e é por isso que não aparecia nos angiogramas. De qualquer modo, isso colocou um empecilho nos planos porque a hora da prisão hipotérmica tinha sido bem planejada. Íamos levar cerca de três minutos separando os vasos e em seguida mais cinqúenta minutos reconstruindo-os com o pericárdio que os cárdiocirurgiões estariam nos fornecendo. Entretanto, com essa enorme tórcula, levamos vinte minutos para separar esses vasos. Tivemos que entrar em parada hipotérmica prematuramente e, é claro, isso nos deixou somente quarenta minutos para fazer todo o resto. Nós demos instruções expressas a todos na sala de operações para não nos dizerem que horas era. Fiquei com um dos gêmeos e um dos chefes dos residentes e o Dr. long ficou com o outro gêmeo e com o outro chefe de residentes. Começamos a trabalhar rapidamente tentando reconstruir os seios venosos. Os cárdiocirurgiões astutamente ficaram olhando sobre nossos ombros, observando o tamanho e a configuração das áreas comprometidas nos seios venosos, cortando o pericárdio para se ajustarem a esses tamanhos e as entregando para nós. Conseguimos costurá-los rapidamente no locarl e terminamos em cinqüenta em nove minutos e alguns segundos. Tendo dado previamente instruções aos anestesistas e aos cárdio cirurgiões que dentro de uma hora eles deveriam ligar de volta as bombas e recircular o sangue, quer tivéssemos terminado ou não, porque não queríamos que eles morressem de lesão no cérebro. Peferíamos lidar com a questão da hemorragia. Mas felizmente as coisas deram certo. Na verdade, ocorreu muito edema depois disso e bastanta hemorragia. Nós oramos bastante. Pareceu por algum tempo que íamos ficar sem sangue. mas várias pessoas de dentro do hospital começaram a vir à sala de operação por terem ouvido a respeito da situação, oferecendo-se para doar sangue. A Cruz Vermelha de Maryland, eventualmente teve condição de nos trazer as unidades extras de que precisávamos. Foram necessárias sessenta unidades de sangue em tr6es horas e muitas orações. Mais tarde conseguimos acalmar a situação e assim conseguir fechar a operação. O cérebro havia inchado bastante. Tivemos que colocar os bebês em prisão hipotérmica mas em coma phenobarbital, um coma artificialmente induzido, na esperança de que isso retardaria metabolicamente as coisas ao ponto da pressão intercraniana poder ser controlada.

Durante as duas semanas que se seguiram, eles sofreram de todas as complicações conhecidas pelo homem: parada cardíaca, colapso pulmonar, trombocitopenia, problemas com as plaquetas, sepsis, que é infecção povinda da cirurgia, hidrocefalia. Eles sofreram de tudo. Achamos que não havia a menor chance de eles resistirem. Mas havia muitas pessoas orando. Tínhamos grupos especiais na igreja. Tínhamos pessoas ao redor do mundo orando e ainda recebo cartas, mais de um ano depois, de pessoas expressando seu interesse e suas esperanças dizendo o quanto têm orado.

Creio que esta foi provavelmente uma das maiores demonstrações de intensidade religiosa associada a um drama médico na história do mundo. Foi maravilhoso fazer parte disso. Desnecessário

é dizer que de fato eles sobreviveram e superaram tudo isso. Um deles hoje está indo muito bem. O outro ainda nos inspira certa preocupação, não do ponto de vista da sobrevivência, mas do ponto de vista de qualidade de vida. Porque ele estava indo extremamente bem, mas infelizmente teve um problema de aspiração tês semanas antes de ir para casa. Ele aspirou muito fluido em seus pulmões e teve uma parada respiratória que durou alguns minutos até ser finalmente ressuscitado. Ele nunca mais foi o mesmo depois disso e de fato ainda requer muita oração, o que eu espero que as pessoas continuem a fazer.

Vandeman: Eles estão atualmente na Alemanha?

Dr. Carson: Sim, estão.

Vandeman: Na casa deles ou no hospital?

Dr. Carson: O que está passando bem está em casa, o outro, segundo soube, está para voltar para casa, se já não estiver lá.

Vandeman: Quais são seus nomes? Bender é o sobrenome da família, certo?

Dr. Carson: Certo. Eles se chamam Benjamin e Patrick.

Vandeman: Colocaram Benjamin em homenagem a você?

Dr. Carson: Não. na verdade eles já tinham nomes antes de me conhecerem.

Vandeman: Intitulamos este programa de "Milagres idênticos", pois trata-se de gêmeos, mas acho que vemos dois outros milagres aqui. um é que você adequadamente atribui a Deus seu sucesso como médico, o outro é você mesmo. Graças a Deus por haver esse tipo de milagre que podemos atribuir a Ele também. Sabe, talvez os telespectadores não saibam que você é membro da igreja do meu sobrinho e ele nos disse sobre seus constantes pedidos de oração na Igreja. E quando este episódio em particular aconteceu, eles sentiram que havia alguma importância muito além do comum, mas não sabiam o que estava de fato envolvido. Mesmo Candy, sua amável esposa não sabia ao certo que teria essa magnitude. Eu não sei como você se sente agora, exceto que você tinha confiança e coragem para tudo. Mas, agora, o que o faz vibrar? Que dinamismo bate em seu petio? Seu relcionamento com Cristo veio da noite para o dia, isto é algo que apenas cresceu, ou você cultivou?

Dr. Carson: Bem, acho que tem que ser cultivado. Acho que tive minha revelação inicial quandi tinha 14 anos. Eu tinha um tremendo mau humor e muitas pessoas sabem das inúmeras explosões de raiva que eu costumava ter. Um dia, em particular, eu tentei apunhalar um outro adolescente e por acaso ele tinha uma fivela de metal muito grande, e a fivela quebrou o punhal quando tentei enfiar nele. Então fui para casa, sentei-me na banheira e pensei sobre aquele assunto por bastante tempo. Eu já havia dado meia volta nas questões acadêmicas, eu era um aluno aplicado naquela ocasião e concluí que queria ser médico. Mas concluí que a menos que eu passasse a controlar minha raiva não haveria jeito de eu ter controle suficiente para a minha vida. Então eu pedi a Deus para tirar aquele temperamento de mim. Orei durante três horas naquele dia e comecei a ler o livro de Provérbios também naquele dia, o que continuei fazendo desde então até o dia de hoje. O Senhor tirou de mim aquele temperamento explosivo. Eu O adotei então não apenas como Pai celeste, mas como meu Pai terrestre também.

Então comecei a desenvolver um relacionamento com Ele que foi muito real para mim. De tal modo que eu creio quando Ele diz no livro de Mateus e no livro de João: "Se você pedir alguma coisa em meu nome, crendo, eu concederei."

Descobri que esse foi o caso muitas e muitas vezes. Eu não tenho um relacionamento com Deus por Ele me dar coisas, Ele me dá coisas mas eu me relaciono com Deus porque eu passei a entender o quanto Ele me ama e o quanto Ele quer fazer por nós se simplesmente deixarmos. É igualzinho a um pai. Eu sei o quanto eu quero fazer pelos meus filhos e é só uma questão de tentar ser um indivíduo receptivo através do qual Deus possa trabalhar.

Vandeman: Que maravilha! Você é um médico evangelista, e graças a Deus por isso. Obrigado pela presença e pelo testemunho de fé que nos ajudou muito.


 


 

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DOIS PASSOS PARA DEUS

George Vandeman

TOPO

 

O caminho até Deus pode parecer longo e sinuoso e quase invisível quando observado através de um nevoeiro de linguajar religioso vago. Como poderemos chegar até Deus? Caímos sobre a rocha como sugerem alguns? Lavamo-nos no sangue como dizem outros?

Quais são os primeiros passos que nos levam pelo caminho? Para muita gente é difícil começar. Difícil saber o que fazer primeiro.

Chegar a Deus. Como é que isso acontece? A maior parte de nós sente uma certa atração para as coisas espirituais. Nós temos uma sensação de que a vida fica incompleta sem um relacionamento com o nosso Criador. Mas Ele pode parecer estar longe e o caminho até Ele intimidante. É tão fácil ficar parado olhando, levando nossa vida conforme ela é. Há algum passo simples e firme que possamos tomar para começarmos a caminhar?

Hoje eu gostaria de apresentar a você os dois passos que levam a Deus e a uma vida nova.

Eu tentei tirar o jargão religioso do processo e reduzi-lo a dois passos específicos. Essa, porém, não é a palavra final a respeito de como se chega até Deus.

Há outros passos envolvidos. Mas essas duas coisas podem ser apenas as sugestões de que você precisa para começar, para sair deste marasmo. Elas são essenciais. Então, comecemos.

Vamos tentar voltar ao tempo quando Jesus está fazendo o Sermão da Montanha, em um monte perto do mar a Galiléia. Ele está falando àqueles pescadores, mercadores e fazendeiros que O escutam sobre o que é o Seu reino e como entrar nele. Essas são as primeiras palavras que Ele profere em Mateus 5:3: "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus."

Ora, as pessoas que estavam ouvindo a Jesus haviam crescido pensando que os ricos possuíam lugar especial junto a Deus, Elas não estavam preparadas para encarar a pobreza como qualquer tipo de bênção.

Pois é, os homens não mudaram muito desde então. Mas Jesus estava se referindo a um tipo muito especial de pobreza: a do espírito.

Na Galiléia da época de Jesus, os materialmente pobres freqüentemente tinham que mendigar. A pobreza levava consigo um estigma social definitivo. Por analogia, nós encaramos a pobreza espiritual como um sentido de dependência espiritual, uma limitação de espírito, humildade. O termo "humilde de espírito" sugere o oposto de "orgulhoso de espírito".

Jesus estava dizendo que o reino dos Céus pertence àqueles que reconhecem sua necessidade espiritual. Não fica melhor? Aqueles que chegam a Deus sem direitos ou credenciais especiais, mas apenas como pedintes, como se estivessem buscando a graça.

A primeira bem-aventurança de Cristo, atinge o problema central do homem: o ORGULHO. O orgulho pode ser uma incrível barreira entre Deus e nós. Os orgulhosos são cegos para suas necessidades espirituais.

Há algum tempo, um casal de idosos foi procurar o presidente de uma universidade conhecida. Este presidente notou, através de suas roupas, que não eram sofisticados. Enquanto o aguardavam no seu escritório, ele começou a ler uma carta para demonstrar o quanto estava ocupado. Ele estava cansado de gastar seu tempo precioso com pessoas que lhe pediam favores.

Finalmente, ergueu os olhos e disse: "Bem, o que é que desejam? Falem depressa porque meu tempo é extremamente limitado."

Então o homem levantou-se, cumprimentou-o cortesmente e disse numa voz bastante agradável: "Sinto muito interrompê-lo, cavalheiro, já que está tão ocupado, eu acho melhor não tomar seu tempo." E o casal silenciosamente saiu. Então, o executivo ocupado pensou: "Ainda bem! Posso voltar a trabalhar."

O que ele não sabia era que o visitante era um dos homens mais ricos do oeste. Ele havia vindo ali para dar ao presidente vários milhões de dólares para sua universidade. Mas o executivo de Harvard, preso em sua auto-importância, não conseguia se ver necessitando nada daquelas pessoas. Seu orgulho certamente provou custar caro.

Há pessoas auto-suficientes que não se imaginam precisando qualquer coisa de Deus; e seu orgulho é infinitamente custoso, pois o reino está amplamente aberto apenas para aqueles que são humildes de espírito.

Depois de uma vida de trabalho terapêutico, o psicólogo Carl Jung observou: "As pessoas fazem qualquer coisa, não importa quão absurda, para evitar se defrontar com a própria alma."

Orgulho freqüentemente é um disfarce para aqueles que não podem olhar para si mesmos com maior atenção. É difícil encarar o vazio que existe, mas os humildes de espírito estão dispostos s conhecer suas deficiências espirituais, estão dispostos a encarar sua necessidade de Deus.

Uma noite, um alcoólatra chegou a casa depois de uma bebedeira, jogou-se na cozinha e adormeceu. Sua mulher o encontrou na manhã seguinte ainda roncando. Ela resolveu chamar um fotógrafo e tirar uma fotografia dele naquele momento. Mais tarde a mulher colocou a fotografia no porta-retratos ao lado de outra foto, tirada no dia de seu casamento. Depois que o marido ficou sóbrio, ficou chocado com o contraste entre as duas fotografias e começou a tomar providências para uma vida melhor.

Às vezes é preciso um choque para que se enxergue a nossa pobreza de espírito. Precisamos ser acordados das ilusões de nosso orgulho. Mas sabe, os humildes de espírito não ficam assim apenas tentando ter uma baixa opinião a respeito de si mesmos. Este é um mal-entendido. Este não é o primeiro passo no caminho de Deus. A humildade não é uma questão de tentar se convencer de que seus talentos são de segunda classe, que sua personalidade é detestável ou que seus feitos são insignificantes. Deus não está querendo esse tipo de aviltamento artificial.

Só existe um meio de se tornar verdadeiramente humilde de espírito e esse é o primeiro passo: observar com atenção a excelência de nosso Pai Celestial.

Phillips Brooks, o grande ministro do Oriente, explicou: "O verdadeiro meio de ser humilde não é curvar-se até que fique menor do que é, mas ficar de pé com sua real estatura diante de uma natureza maior, que lhe mostrará qual é a real pequenez de sua grandeza..."

Em 1940, vários muçulmanos voaram até a França para uma visita. Esses homens haviam passado toda sua vida no deserto do Saara. A eles foram mostradas as glórias de Paris, cidade que para eles apresenta espetáculos inacreditáveis. Mas houve algo que os impressionou mais do que a Torre Eiffel ou o Palácio de Versalhes.

Eles foram levados a uma cachoeira no campo. Aqueles nômades do deserto ficaram boquiabertos diante dela. Não conseguiam ser atraídos para a seguinte atração turística. Finalmente, perguntaram ao guia: "Quando é que eles vão desligar?"

Estes homens que estavam acostumados a passar dias procurando um gole de água, não conseguiam acreditar que uma catarata pudesse correr sem para.

Os muçulmanos do Saara tiveram que mudar a maneira de pensar a respeito do mundo. Nós também podemos ter uma experiência transformadora da mente, quando nos deparamos com a santidade de Deus. Num mundo tão carente de bondade genuína, Deus é a fonte inesgotável de virtude.

Nossa humildade provém de nosso espanto quando observamos como é vasta Sua misericórdia, grandiosa a Sua bondade, e então nos perguntamos: "Como é que Ele pode continuar amando pecadores indiferentes?"

Os humildes de espírito enxergam a grandeza de Deus e admitem verdadeiramente sua necessidade. Eles entendem que as expectativas de Deus são justas, que Sua lei é justa, que os homens devem ser íntegros. Então, começam a esconder sua inadequação nas fontes infinitas de Deus. Eles dizem o que João Batista confidencialmente declarou: "Importa que Ele cresça e eu diminua."

Mas por favor, lembre-se: nós nos tornamos humildes de espírito não através de um processo de mortificação, de nos rebaixarmos, mas ao olharmos cada vez mais firmemente para Deus. É assim que somos atraídos em direção à vida eterna, ao olharmos para Deus. Sim, o primeiro passo é olhar.

Mas, sejamos um pouco mais específicos. Eu sugiro que focalizemos nossa atenção naquele que nos dá o melhor retrato do humilde de espírito. É Jesus Cristo. Sua vida é o espetáculo que realmente nos fascina. Nela temos o Filho de Deus se despindo do divino esplendor, tomando forma de um servo. Ele viveu na terra em total confiança em seu Pai Celestial.

Jesus negou todos os privilégios que poderia ter tido como um rabino popular. Sem status, sem credenciais, Ele se identificou com os pobres e serviu as suas necessidades.

É fácil ser atraído por uma Pessoa como essa, não é? Olhando intensamente para Ele, nossa dura capa de orgulho escorrega; nossa pretensão cai e começamos a sentir o espanto bondoso dos humildes de espírito.

Agora estamos prontos para o segundo passo em nossa caminhada até o Senhor. Ele está ligado ao nosso primeiro passo. E também resulta em olharmos com mais atenção para Deus.

Depois de abençoar os humildes de espírito em seu sermão da montanha, Jesus proferiu a sua segunda bem-aventurança, encontrada em Mateus 5:4: "Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados."

Pois é, poucas pessoas então e poucas pessoas agora vêem as lágrimas como dom do Céu. A tristeza á algo que ficamos alegres em evitar. Em que sentido, então, é uma bênção chorar?

Eu acredito que Jesus estava se referindo à tristeza pelo pecado. Nessa segunda bem-aventurança, Ele trata de outro problema realmente básico: nossa insensibilidade ao pecado de nossa vida.

O problema é que, quanto mais familiar se torna o pecado, menos enxergamos seu verdadeiro caráter. Nós nos tornamos calejados e fazemos apenas remendos de tentativas de acharmos uma saída para tais hábitos. Nós criamos desculpas como: "É, afinal de contas eu sou humano." Ou, "tem gente que faz muito pior."

É mais confortável atenuar imperfeições do que se entristecer com elas. Quem é que deseja encarar seus defeitos? Os fariseus certamente não queriam. Eles tinham um bom negócio em seu templo, ganhando muito dinheiro com animais vendidos para sacrifícios. Mas aí Jesus surgiu e estragou tudo. Ele exigiu que o templo fosse uma casa de oração, antes de tudo. Ele retirou os sacerdotes e mercadores de Seu santuário.

Então, recuperando sua compostura, os fariseus voltaram-se para Cristo com uma pergunta. João 2:18: "...Que sinal nos mostras para fazeres isto?"

Eles queriam distrair a atenção de suas práticas corruptas para as credenciais de Cristo.

Você já se pegou usando tal artifício? É comum abalar a convicção querendo atingir aquele que aponta nossos erros. Não queremos nos concentrar em nosso egoísmo. Nós queremos uma saudação superficial, mas não as lágrimas do arrependimento.

Os judeus que ouviam os apóstolos no Pentecostes não estavam interessados em se entristecerem também. Eles só se juntaram porque esses homens pareciam estar falando em várias línguas ao mesmo tempo. Alguns dos assistentes até mesmo brincaram dizendo que os oradores deviam estar bêbados. Foi então que Pedro começou a pregar. Ele falou sobre as profecias que acabavam de ser cumpridas com Jesus. Ele descreveu a ressurreição como testemunha ocular e então, numa voz retumbante proferiu: "Esteja absolutamente certa a casa de Israel de que a este Jesus que vós crucificastes, Deus O fez Senhor e Cristo."

Aqueles que o ouviam foram pegos de surpresa. De repente viram o papel que haviam feito no drama da cruz. Em suas mãos estava o sangue de Cristo. Eles exclamaram angustiados: "Irmãos, o que vamos fazer?" Naquele dia muitos deles de arrependeram e se juntaram ao movimento cristão.

As palavras de Pedro mostram a verdadeira razão para a tristeza. Não somos apenas uma platéia inocente na morte sacrifical de Cristo. Ele teve que morrer pelos nossos pecados. Nós estamos envolvidos. Nossas mãos têm o sangue de Cristo.

Quando nos damos conta de como o pecado fere a Deus, então sentimos verdadeira tristeza por ele. O pecado não é apenas a falha de se cumprir algum padrão abstrato. É infidelidade para com uma pessoa. Ele magoa a Deus, e magoa as pessoas, seus filhos.

É somente a cruz que pode nos tornar sensíveis aos pecados. Ao mostrar o alto custo de nossos erros, a cruz derruba completamente nossas desculpas. O desejo de Cristo ao absorver nossos pecados atravessa a nossa indiferença.

A sensibilidade fará com que se expresse tristeza pelo pecado.

Na época de Cristo, a tristeza não era uma questão particular e silenciosa; era uma declaração dramática de luto. Homens e mulheres rasgavam suas roupas, vestiam-se de sacos, gemiam alto e jogavam terra em suas cabeças. Eles desnudavam sua dor. Talvez não se possa ser tão demonstrativo em nossa cultura, mas não devemos esquecer a intensidade de sentimento que Cristo tinha em mente quando disse que são bem-aventurados os que choram.

Há um lugar para a emoção genuína em nossas respostas a Deus. Freqüentemente enxergamos a religião seguindo preconceitos limitados.

Numa certa igreja do campo, o pastor estava realizando um sermão caloroso. A congregação estava emocionada às lágrimas e gritos de louvor com exceção de uma senhora que permanecia quieta em seu banco. Quando lhe perguntaram porque não chorava como os outros, ela respondeu: "Eu pertenço a outra paróquia."

Aqueles que choram perderam algumas de suas inibições sóbrias. Eles se abrem diante de Deus.

Todos os profetas tinham essa capacidade de sentir profundamente. Eles se entristeciam com pecados que seus contemporâneos mal notavam. Jeremias chamou a atenção de Israel teimoso, não arrependido. Em Jeremias 3:25, ele disse: "Jazemos na nossa vergonha; e estamos cobertos da nossa confusão, porque pecamos contra o Senhor nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje."

Aqueles que choram não passam pelo pecado e pelo sofrimento do mundo sem se tocar. Eles recusam a mergulhar a culpa em alegria. Mas ao mesmo tempo devemos lembrar disto: tornar-se triste é uma virtude por si só. As lágrimas nem sempre são sinal de bênção espiritual.

O apóstolo Paulo distinguia dois tipos de tristeza. Uma é o remorso que nos devora e que nos deixa amargos. A outra é uma consciência do erro e uma reação contra ele. Paulo escreveu aos Coríntios uma incrível mensagem. II Coríntios 7:10: "Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação da qual ninguém se arrepende, mas a tristeza do mundo opera a morte."

Judas sentiu uma espécie de tristeza quando ele jogou aquelas trinta peças de prata de volta ao templo. Sua traição a Cristo não havia saído conforme planejara. O remorso torturava o homem, mas ele não encontrou o arrependimento. Sua agonia sem alívio o levou a sair pela noite e se enforcar.

Mas a tristeza divina, a contrição recomendada por Cristo não se apaga por si mesma. É a semente da mudança da nova vida. A tristeza divina pode produzir grandes resultados.

O pregador Esdras tinha sensibilidade com relação ao pecado. Ele tinha se tornado o líder dos exilados hebreus que voltavam da Babilônia para Jerusalém. Um dia, ele descobriu que alguns do seu povo haviam tomado mulheres pagãs como esposas. Esdras sabia que como resultado, a fé desse remanescente de Israel corria grande perigo e ficou pasmo diante dessa nova ofensa contra o Deus do céus. Então, durante horas, ele se sentou só, rasgando suas roupas diante do templo. Finalmente Esdras bradou: "...Meu Deus! Estou confuso e envergonhado para levantar a ti a minha face, meu Deus: porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça e a nossa culpa tem crescido até os céus." Esdras 9:6.

Essa tristeza profunda desse homem acordou os exilados. Eles perceberam a gravidade de sua desobediência. Em resultado, eles confessaram seus pecados e se iniciou uma reforma entre o povo.

Bem aventurados os que choram. Por que? Porque serão consolados. Porque eles encontram conforto no perdão generoso de Deus. Somente quando choramos podemos ver que alcançamos e agarramos aquele perdão que Cristo oferece na cruz. Através da tristeza nós percebemos seu valor.

Esses são os primeiros passos que podemos dar no caminho em direção a Deus. Nós vemos Jesus pendurado na cruz e nos emocionamos, perdemos o orgulho e criamos o arrependimento.

E você, amigo, quando tomar aquele primeiro passo vacilante, descobrirá algo maravilhoso: Deus esteve conosco o tempo todo. Ele esteve agindo bem aqui ao nosso lado, enchendo-nos com o espanto dos humildes de espírito, dando-nos o conforto daqueles que choram.

Em nossos primeiros passos veremos que Deus está muito perto. Ele não é um objetivo distante no horizonte. Não, Ele está bem aqui, de braços abertos, um coração batendo calorosamente com nosso coração. Um pai nos recebendo em casa.

Então, por favor, não deixe que nada o impeça de tomar esses primeiros passos. Não fique parado no mesmo lugar. Comece a dar uma boa olhada em nosso maravilhoso Deus, principalmente através da pessoa de Seu Filho.


 


 

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TRIBOS EM CONFLITO

George Vandeman

TOPO

 

Aconteceu em Jerusalém. Um judeu estava morrendo. A cirurgia do coração havia falhado, e a única esperança de salvá-lo era encontrar um novo coração. Enquanto isso, a sete quilômetros de um hospital em Jerusalém, um jovem palestino também estava morrendo. Na verdade, o seu cérebro já havia morrido, por ter sido baleado na cabeça, mas seu coração, perfeitamente saudável, continuava batendo. Um coração que podia salvar a vida do judeu. Estaria aquela pobre família árabe disposta a doar aquele precioso coração para salvar a vida de um israelense rico? Especialmente porque a bala alojada no cérebro do jovem tinha sido disparada por um soldado israelense?

O israelense enfermo, Yehiel Israel, pertencia a uma proeminente e próspera família de Jerusalém. Sofrendo de problemas na válvula do coração, foi levado às pressas ao Hospital Haddassah. Como a operação de coração aberto resultou em fracasso, a única esperança que restava a Yisrael era um transplante de coração, se fosse encontrado um doador. O agonizante palestino, Mohammed Nasser, vinha de ambiente bastante diferente. O trabalhador de vinte anos e seus oito irmãos moravam num bairro pobre de Nablus, numa cidade militantemente anti-israelense da parte ocupada da margem oeste. Em 16 de dezembro de 1988, Nasser assistia a um funeral de um adolescente vítima de uma bala de um soldado israelense. A emoção aumentou de um modo incrível, transformando a pricissão do funeral em uma marcha de protesto político. Várias centenas de militantes palestinos acompanhavam o caixão, gritando slogans anti-israelenses e empunhando a bandeira palestina proibida. Soldados isralemenses armados chegaram em seus jipes. Alguém atirou uma pedra neles, segundo relatórios. Começou um tumulto que deixou oito palestinos mortos. Nasser caiu com uma bala plástica em seu crânio, mas quando chegou ao hospital árabe no leste de Jerusalém, sua vida havia terminado. Seu cérebro tinha parado de funcionar apesar de seu coração continuar batendo. A televisão de Israel transmitiu este último acontecimento da "Intifada", ou seja, o levante palestino. Nisso, a família de Yehiel Yisrael, na busca desesperada de um coração salvador, ouviu a notícia sobre Nasser e começou a sonhar o impossível.

Conseguiriam persuadir a família daquele palestino a dar o coração dele, mesmo tendo sido ele baleado por um soldado israelense? Improvável, sem dúvida, mas era a única esperança. Iniciaram as negociações através de amigos que tinham contatos com a comunidade árabe, mas uma questão precisava ser discutida: é costume muçulmano não doar órgãos de uma pessoa viva e enquanto o coração estiver batendo, a pessoa é considerada viva. Este problema, entretanto, não era o fator decisivo na solução, como veremos mais tarde. O maior desafio para aquela família judia, era como superar a barreira muito mais ampla do que os sete quilômetros entre os dois hospitais. Um verdadeiro desfiladeiro de preconceitos, desconfianças e ódios estava entre eles.

David Hartman disse ao Los Angeles Times: "A vida em si é violentada nesta luta entre israelenses e palestinos", disse ele, "existem duas tribo". Tratam-se de duas tribos em conflito e os indivíduos são postos de lado. A simpatia natural é submersa na política."

Tribos em conflito. Sim, a história desta luta vem de longe, vem de mais de quatro mil anos, desde o antigo patriarca Abraão. Há mais coisas envolvidas do que a política e o preconceito racial. É uma batalha entre duas religiões antigas, ambas tendo suas raízes no pai Abraão.O israelenses crêem que Deus deu a Palestina a eles através de Isaque, filho de Abraão. Isaque foi o filho do pacto apontado por Deus. Os árabes, por outro lado, exigem a terra da Palestina porque são descendentes do outro filho de Abraão, Ismael,

Pessoalmente, eu sinto profundamente por ambos os lados. Mas, quer gostemos ou não, os cristãos estão vitalmente envolvidos nos eventos no Oriente Médio, afinal, nosso Senhor viveu e morrei lá na Palestina.Quando Cristo andou por esta Terra, Ele se encontrava em freqüente conflitos com situações religiosas de seus dias. Ele recusou-se a fazer coro ao preconceito deles. O preconceito naquela época era tão profundo que os judeus tornaram o templo um motivo de segregação. Sob pena de morte eles proibiam os gentios, incluindo os palestinos não-judeus, a adorarem com eles no interior do santuário.

Em 1871, acredite ou não, arqueólogos encontraram evidências desse decreto de morte. Escavando as ruínas do terreno do templo em Jerusalém, eles encontraram a própria pedra marcada com esta advertência: "Nenhum homem de outra raça deve entrar nessa área nem chegar perto das paredes do santuário. O que assim fizer será preso e será o único culpado pela pena de morte que como conseqüência será imposta sobre ele."

Que coisa triste! No máximo, os judeus tratavam os gentios palestinos com indiferença ou então os desprezavam; e os palestinos reagiam no mesmo espírito, considerando os judeus inimigos da raça humana.

Sabe, a literatura dos dias de Cristo está repleta desta contínua hostilidades entre as duas raças. E Jesus, o Príncipe da paz, veio para derrotar o poder do preconcetio. Através de Sua morte, Ele fez uma provisão para que as pessoas de todas as procedênmcias amem umas às outras como filhos de Deus. Veja o que diz Efésios 2:13 e 14: "Mas agora em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e tendo derrubado a parede de separação que estava no meio, a iniqüidade."Sim, Jesus desceu do Céu para ganhar nosso coração para Deus e de uns para os outros. Por Sua morte na cruz, Cristo fez de Si mesmo a nossa paz e por sua vida Ele deixou o exemplo para seguirmos.

De todas as lições de amor que podemos aprender da vida de nosso Salvador, nada se destaca mais que o Seu encontro com a mulher palestina no poço. O Senhor caminhava de Jerusalém para a Galiléia. O dia estava quente, o sol do meio-dia o deixou com uma terrível sede. Jesus sentou-se junto a um poço para descansar e não tendo um balde para tirar água fria e refrescante, aguardou que aparecesse alguém e o ajudasse. Foi quando surgiu uma mulher e Jesus lhe pediu a gentileza de lhe dar um copo com água. Encontramos a resposta da mulher surpresa no evangelho de João: "Como sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Porque os judeus não se dão com os samaritanos." João 4:9.

Mas havia um problema mais sério com esta mulher. Além do preconceito normal sobre o qual falamos há alguns instantes entre judeus e palestinos, ela foi apanhada num relacionamento imoral que fez dela uma pessoa rejeitada religiosa e solcialmente. Mas Jesus reconheceu sua alma perdida e solitária, sedenta de Deus. Deixando de lado o preconceito religioso, Ele ganhou o coração dela para o arrependimento do pecado e ela aceitou dele a água viva da salvação.

Amigo, diga-me como é no seu caso: você está como aquela mulher, preso a relacionamentos errados? Talvez um vício o tenha escravizado: o fumo, o álcool, a cocaína, talvez o preconceito, o ressentimento ou a armagura esteja destruindo a sua vida. Deixe-me assegurar a você isto: não importa qual possa ser o seu problema. Deus ama você. Ele realmente ama você. Jesus ainda tem aquele coração suave para com os pecadores. Neste momento Ele estende as mãos, Ele anseia que você o aceite hoje.

Antes de voltarmos para a história de Mohammed Nasser e Yehiel Yisrael, deixe-me dizer brevemente como você pode aceitar uma vida nova oferecida por Cristo.

Primeiro, reconheça qe todos nós partilhamos de um problema semelhante, uma doença fatal. Em Romanos 3:23, o apóstolo Paulo diz: "Não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus."

Portanto, não há diferença, nenhuma distinção entre entre os membros da família humana. Nenhum de nós é melhor ou pior, seja protestante, judeu, católico, anglo, negro, latino ou asiático. Estamos igualmente sob a mesma triste circunstância. Todos nós fomos destituídos do glorioso ideal de Deus. não há nenhum lugar para orgulho ou preconceito. Jamais esqueça, amigo, que todos fomos destituídos, por isso todos merecemos a morte. Eu mereço a condenação tanto quanto você. Quando você toma a minha ou a sua vida ou a vida de qualquer outro e a compara com o caráter de Cristo, acaba sempre em desvantagem. E quando entendermos essa verdade básica do evangelho, você não acha que iremos parar de olhar por cima os irmãos e irmãs de outras procedências? O ressentimento racial e religioso simplesmente acabará. No amor de Deus, através de Jesus, simplesmente somos todos iguais, sabia? E no que se refere à bondade pessoal, eu não sou bom e você também não é.

Graças a Deus a história não termina aí. Veja as boas novas do livro do apóstolo Paulo: "Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)". Efésios 2:4 e 5. Maravilha! Através da morte de Cristo na cruz, você vê o que aconteceu? Fomos todos vivificados juntos no Senhor Jesus Cristo. Portanto somos iguais outra vez.Anteriormente nós estávamos perdidos juntos. Agora, em Jesus, somos redimidos juntos, isto é, se deixarmos os pecados e confiarmos em Jesus.Você quer o que Deus lhe oferece em Jesus? Então não espere mais. Diga sim a Ele. Diga-lhe que você quer mudar seus modos pecaminosos deste mundo pelo que Ele oferece. Aí você pode se considerar perdoado.

Esta é uma notícia maravilhosa que nos enche de alegria. Quando eu aceito Jesus como meu Salvador, Deus me considera tão perfeito quanto Ele. E quando você aceita a Jesus, você também é considerado perfeito. Todos partilhamos da perfeição de Cristo. Não existe mais diferença. Quando Deus olha para todos nós Ele sorri e diz: "Estes são meus filhos amados em quem me comprazo".

Bem, isto não é devido ao nosso grande amor a Deus, mas sim devido ao Seu grande amor por nós. Veja como o evangelho destrói o orgulho e o preconceito. Sem Jesus, somos todos iguais, perdidos. Com Ele, somos todos iguais, salvos. Tudo isso pela misericórdia de Deus, Sua merecida graça.

Boa notícia, de fato. Mas vemo-nos diante de uma pergunta desconcertante: com tudo o que Cristo fez por nós, por que não existe um maior amor e paz na igreja cristã?

A História registra terríveis conflitos entre os cristãos. Batalhas e perseguições de partir o coração, tudo em nome de Jesus. A Igreja assassinou muçulmanos e judeus durante as cruzadas medievais. Mesmo agora, muitos cristãos alimentam preconceitos contra os nossos irmãos muçulmanos e judeus. Todos nós, cristãos, judeus e muçulmanos, necessitamos de reconciliação através da cruz de Cristo. Ele quer nos dar um novo coração, uma nova atitude de amor e aceitação.

Tente imaginar se o mundo inteiro se submetesse aos termos do evangelho. Temos tentado reformas sociais, e não têm funcionado. A religião em si tem falhado miseravelmente. O mundo está farto de religião pura e simples. O que quero dizer é que precisamos do evangelho, do puro evangelho para derreter nosso coração orgulhoso e nos reconciliar uns com os outros e com Deus.

Nenhum lugar no mundo necessita mais do poder curador do amor de Deus do que o Oriente Médio. Sem Jesus, o Príncipe da paz, não há esperança de um acordo duradouro no conflito árabe-israelense. E, tristemente, sem Jesus, a história com a qual inciamos a palestra, teve um final trágico.A família de Yehil Yisrael, o israelense que ia morrer, procurou um novo coração do melhor modo que sabiam. Pediram a amigos importantes que conheciam pessoas que conheciam os árabes, mas a família jamais fez um apelo pessoal à família de Mohammed Nasser. Como disse o irmão de Yisrael a um repórter do Los Angeles Times:

"Nunca houve qualquer contato direto com os árabes. Nós não saberíamos como fazê-lo."

Que coisa triste. Não havia nenhum ponto comum entre os israelenses e os palestinos. Nanhuma ponte pela qual as famílias pudessem se comunicar diretamente. O tempo estava se esgotando. Pecisavam conseguir um coração dentro de 72 horas.

Autoridades árabes e até mesmo políticos israelenses foram até o hospital de Nasser pedir à família o coração dele. Eles insinuaram que, com tal gesto, a família Nasser iria contribuir para um passo histórico para a paz e até ajudar na causa da independência palestina. Uma acalorada discussão ocorreu entre a família Nasser e tudo resultou nisso; "Se dermos a eles o coração, eles vão sair e matar mais alguns de nós a tiros outra vez."

Então a opinião popular da comunidade palestina voltou-se contra os árabes que estavam negociando para salvar a vida do jovem judeu.

Um homem de negócios, frustrado, disse a um repórter: "Eu pensei que seria um gesto de paz. Agora todos estão revoltados comigo. Tenho recebido ameaças de morte pelo telefone."Imagine: ameaças de morte para alguém que estava tentando salvar uma vida. No meio de sentimentos tão amrgos, a Conferência de Paz entre essas tribos em conflitos, começou a ruir. Desesperada, a família israelense ofereceu dinheiro pelo coração palestinho, muito dinheiro. Falou-se em meio milhão de dólares. No entanto, a oferta de dinheiro apenas fortaleceu a decisão dos palestinos de recusar a oferta.o pai de Nasser explicou: "Do ponto de vista humano, seria possível considerar a doação do coração, mas do modo como viram, com dinheiro... isso, depois de os soldados atirarem nele! Como poderíamos doar o coração?"

Quando as negociações cessaram, os dois homens morreram, e tudo por nada. Na noite de 25 de dezembro, Natal, no dia em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo, enterraram Mohammes Nasser.

Eu digo novamente: este mundo precisa de Jesus. O novocoração, a nova atitude de amor que Ele nos oferece. Você e eu realmente precisamos de Jesus.


 


 

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UM PASSEIO PELA MORTE

George Vandeman

TOPO

 

"Encontrei-me flutuando distante do meu corpo. Tudo se tornou negro como um breu. Então, uma força me empurrou através de um túnel escuro onde, diante de mim, havia seres com luzes brilhantes. Eles me levaram face a face com Deus."

Um comentarista de televisão em Boston observou: "No século vinte está na moda morrer, voltar e falar a respeito". Filmes e "best sellers" relatam fantásticos passeios pela morte em uma mística terra de luz. O que está acontecendo? Vamos examinar de perto uma dessas experiências de alguém que chamaremos de Joana.

Ao sofrer um ataque cardíaco, Joana perdeu a consciência. A dor cessou assim que ela sentiu-se flutuando no ar. Olhando para baixo, para os paramédicos que corriam para ressuscitar seu corpo, Joana pensou: "Como posso estar aqui olhando para mim mesma lá embaixo?"

De repente tudo escureceu. Ruídos altos martelavam nos ouvidos de Joana. Ela sentiu-se sendo propelida através de um vácuo escuro até um lugar que nunca havia visto antes. Seres de luz moviam-se ao seu redor. Alguns deles pareciam ser amigos e entes queridos que haviam falecido. Após visitá-los por algum tempo, Joana encontrou um ser supremo de luz e este personagem gentil mostrou-lhe uma retrospectiva dos principais eventos da sua vida. Ele não a recriminou por seu estilo de vida não-religioso e secular e em vez disso, incentivou-a a ser o juiz de si mesma e a aprender com seus erros.

O testemunho de Joana sobre a morte é uma cópia típica do que temos ouvido atualmente. Mas, tais experiências tipo "não se aflija, seja feliz", contrastam grandemente com os passeios pela morte registrados nos séculos passados.

Típico durante os tempos medievais foi o pesadelo sofrido por um pobre lavrador de Essex, chamado Thurkill, o qual no ano 1206 fez um desses passeios pela morte. Ele viu um corredor de fogo e um lago gelado de sal. Visões de além-morte na Idade Média geralmente apresentavam uma cena atemorizante de julgamento completada com demônios ameaçadores levando suas vítimas para rios de fogo até o inferno. Este padrão, de acordo com um estudo realizado na Universidade de Harvard, contrasta o Deus furioso do inferno de fogo encontrado na época medieval com as pessoas cordiais e amigas que parecem estar sendo vistas atualmente. Mas por que essa diferença entre as visões medievais após a morte e as experiências de hoje? Deus não mudou. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre, mas as pessoas têm mudado. Suas crenças sobre Deus têm mudado. Assim como suas expectativas sobre o céu e o inferno têm mudado também. Isso nos dá uma pista sobre as experiências da morte.

Evidentemente, a imaginação humana desempenha um papel bem maior nessas coisas do que podemos imaginar. Nenhum de nós quer voltar aos tempos medievais, obcecados como eram com o fogo do inferno e a condenação. Em nossa fuga da culpa e do medo, será que não fomos para o outro extremo ao recusarmos admitir nossos próprios pecados? O pecado já não é mais pecado de acordo com os testemunhos populares além da morte.

No livro "Viagens ao Outro Mundo", publicado recentemente pela editora Oxford, uma paciente chamada Jayne Smith, falando a uma platéia em Charlottesville, relembra a sua experiência dizendo ter visto quatro homens vestidos com roupas longas, os quais prometeram responder todas as suas perguntas.

- Tudo aqui é tão lindo e perfeito, mas e os meus pecados?

Então o mais alto deles respondeu:

- Não existe pecado. Não da maneira que você conhece. A única coisa que interessa é o que você pensa. Viva como bem quiser. Você não morrerá nem será julgada.

Amigo, você reconhece o terrível engano aqui? Não me admira quantos cristãos estão agora começando a ponderar sobre esses seres de luz dos quais temos ouvido tanto a respeito em muitas destas experiências além da morte. Não importa se a pessoa é cristã ou se tem qualquer tipo de compromisso religioso. Até para os ateus a mensagem é: "você é basicamente uma boa pessoa, você tem cometido alguns erros, mas no fundo até que é uma boa pessoa".

Em vez de pecadores precisando de perdão, as pessoas encontram a si mesmas retratadas como seres desajustados sendo reabilitados. Qualquer pecado que vem à mente provoca um dar de ombros em lugar do remorso de um coração arrependido.

Quando alguém retorna de um encontro com a morte, não traz nenhum arrependimento consigo, geralmente volta determinado a cheirar mais as rosas e a desfrutar os simples prazeres da vida com seus entes queridos.

A revista "Cristianismo Hoje" lamentou essa petulância em confessar o pecado humano, destacando a sua preocupação com a história de Phyllips.

Durante a sua experiência pela morte, ela ouviu a seguinte avaliação do seu caráter, veja: "Às vezes ela fez coisas erradas, mas pelo menos ela sempre fez alguma coisa. Ela tentou. Muito do que ela fez foi construtivo e positivo. Ela aprendeu e cresceu em seu aprendizado. Isso foi satisfatório. Phyllips foi ótima."

Boa o bastante para ir para o Céu. Mas não, amigo, Phyllis não foi ótima. Não se você crer na Bíblia. Não se você crer na Palavra de Deus. Eu não estou ótimo e você também não. Até o melhor de nós tem um problema sério e fatal.

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Romanos 3:33.

Temos que aceitar a nossa salvação no Senhor Jesus Cristo ou estaremos absoluta e eternamente perdidos. As Escrituras dizem isso. Romanos 6:23 afirma: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Jesus Cristo nosso Senhor."

Infelizmente, muitas das conversas atualmente sobre a vida após a morte vão contra o "antiquado evangelho", o evangelho que proclama a cruz de Jesus como a única garantia de irmos para o Céu, o evangelho que aponta para a ressurreição de Cristo como a fundação da vida após a morte.

Um outro assunto de grande preocupação sobre a vida após a morte é o endosso dos conceitos pagãos pela Nova Era. A revista "Cristianismo Hoje" outra vez publicou este trecho de Kenneth Ring, um conhecido psicólogo de Connecticut, que disse: "Experiências de passeios pela morte ... representam um grande avanço na direção de uma alta conscientização pela humanidade na minha maneira de pensar. O surgimento dessa nova linhagem do ser humano, significa que o surgimento da Nova Era está certamente próximo de nós."

Muitos testemunhos de viagens pela morte refletem este paganismo da Nova Era. Uma das pessoas declarou: "Não há qualquer dúvida em minha mente de que foi Deus que eu vi. Deus era eu e eu era Deus. Eu fazia parte da luz e eu era um com ela. Eu era Deus como vocês são, como todos são."

Trágica mentira. Não é isto um eco do que o diabo sussurrou a Eva lá no Jardim do Éden? Vamos ver o que nos diz a Bíblia: "Então a serpente disse à mulher: certamente não morrereis e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." Gênesis 3:4.

Duas mentiras são ditas aqui: sereis como Deus e certamente não morrereis.

Em outras palavras: sua alma é imortal. Acho que devemos verificar esta questão. Vejamos Eclesiastes 9:5,6: "Porque os vivos sabem que hão de morrer: mas os mortos não sabem coisa alguma. O seu amor, e seu ódio e a sua inveja já pereceram."

A Palavra de Deus continua: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças porque na sepultura para onde tu vais não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma." Eclesiastes 9;10.

Alguma coisa pode ser mais clara? Quando morremos estamos realmente mortos. Dormimos até a ressurreição. É o que a Bíblia diz. Mas o paganismo da Nova Era diz que quando morremos, nós imediatamente viajamos para o reino dos espíritos. "Não morrereis; sereis iguais a Deus."

Através dessa mentira dupla, o inimigo cativou Eva no Jardim juntamente com incontáveis almas desavisadas hoje.

Lembra-se da história no Novo Testamento sobre Lázaro a quem Jesus ressuscitou após estar morto durante quatro dias? Por que Lázaro não tinha histórias para contar sobre a sua viagem pela morte durante aqueles quatro dias? Simplesmente porque ele estava dormindo, Jesus disse, e como seus discípulos não entenderam, Ele disse simplesmente que Lázaro estava morto.

Através de toda a Bíblia, encontramos nossos amados mortos descansando tranqüilamente em suas sepulturas até a ressurreição, quando Jesus vier, inconscientes do passar do tempo.

Bem, o que podemos concluir dessas experiências através da morte, das supostas viagens ao outro mundo? Elas provam alguma coisa a respeito da vida após a morte? Não, não provam. Não se você acredita no que Deus diz. Então, como devemos entender os incríveis testemunhos de pessoas honestas e sensatas sobre a vida após a morte?

Amigo, tenha em mente, acima de tudo, que essas são experiências de quase morte. As pessoas não estão de fato mortas. Vamos nos lembrar também que o cérebro é muito complexo e seu funcionamento normal pode sofrer interferências em muitos sentidos. Por exemplo, quando o coração pára, o cérebro fica privado do oxigênio e pode ocorrer um estado que os médicos chamam de anorexia cerebral. Em tal estado, a realidade pode dar lugar à alucinação, muito parecida com uma "viagem" por drogas psicodélicas. O interessante é que quase todos os aspectos relatados nas experiências pela morte têm sido citados na literatura sobre drogas. As semelhanças são incríveis. Você sabia que os que "viajam" com drogas psicodélicas têm freqüentemente mencionado a sensação de estarem separados de seus corpos, capazes de se verem a si mesmos a distância? A explicação é que uma disfunção do cérebro causada pela ausência de oxigênio pode criar todos os tipos de alucinações; talvez até a ilusão de uma viagem pela morte. À luz disso tudo, não seria um tremendo erro aceitar o testemunho de alguém com disfunção e mente faminta de oxigênio em lugar da Palavra de Deus? A Palavra de Deus diz que os mortos estão dormindo e a fé em Deus deve aceitar isso.

Bem, como mencionei antes, a imaginação humana pode desempenhar um papel maior nas experiências pela morte do que muitos imaginam. De que outro modo podemos explicar as diferenças entre as experiências pela morte da Idade Média e as dos tempos modernos? A mudança de crença certamente se reflete na mudança de imagens do céu e do inferno. É possível que em alguns casos, Deus possa conceder tais visões como se eles fossem imediatamente para o céu sem se aperceberem do espaço de tempo até a ressurreição, durante o qual eles dormirão em seus túmulos. Mesmo os profetas da Bíblia nem sempre entenderam a época referente às visões, quando seriam exatamente cumpridas. Mas veja, seja qual for a experiência pela morte que se origine em uma imaginação carente de oxigênio ou de qualquer outro modo, jamais deixe que qualquer coisa contradiga o que a Bíblia diz sobre a morte. Procure ficar junto com a Palavra de Deus até o fim.

Nos meados dos anos 70, um homem chamado Raymond Moody, publicou um livro chamado "A Vida Após a Vida". Foi um "best seller" que ajudou a popularizar essas experiências pela morte durante algum tempo. muitos cristãos se empolgaram com as supostas evidências de Moody sobre a vida eterna. Agora, entretanto, mais e mais pessoas estão ficando muito preocupadas sobre as tendências da Nova Era de Moody e sua conexão com o oculto.

Em setembro de 1988, na edição de "Psicologia Hoje", Moody comentou: "Existem coisas como regressão a vidas passadas que nunca foram seriamente examinadas pela Medicina porque, com toda a franqueza, são assustadoras. Todavia, algo acontece para fazer as pessoas pensarem que viveram há milhares de anos".

Regressão a vidas passadas? Isso é reencarnação. A Nova Era ensina que os seres humanos existiram na Terra antes do nascimento. Moody crê que experiências pela morte oferecem evidências persuasivas para este pilar do paganismo. Creio que você vê o perigo de depositar a confiança em experiências pessoais, embora vívidas e empolgantes, em lugar de depositá-la somente na Palavra de Deus.

Amigo, o diabo é mais ardiloso do que se imagina. Ele quer enganar especialmente aqueles que crêem em Jesus e na vida eterna. É possível que Satanás possa chegar até os cristãos desatentos, como também se aproximou de Cristo, tentando-os com seus enganos; transformando-se em um ser pleno de luz. O Novo Testamento adverte a esse respeito em II Coríntios 11:14: "E não é de admirar porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz."

A estratégia satânica é engenhosa. lembre-se de que estamos indo contra o intelecto de um anjo caído e nosso inimigo ainda tem poderes sobrenaturais para encenar todo tipo de engano fatal. Ele sabe que resistiríamos instantaneamente à sua abordagem se o reconhecêssemos como Satanás. Assim, ele disfarça sua identidade fazendo-se passar por um anjo de luz, dizendo-nos que não existe pecado, nem morte, nem julgamento.

Amigo, não seriam essas experiências pela morte parte de seu ataque final ao planeta Terra? Não se surpreenda ao ver milagres inegáveis diante dos seus próprios olhos, milagres do poder satânico e não se surpreenda ao ver pessoas curadas através de espíritos maus, mesmo em nome de Jesus. Porque o próprio Jesus alertou a respeito dos agentes de Satanás que irão operar milagres usando o nome de Cristo: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: nunca lhes conheci, apartai-vos de mim vós que praticais a iniqüidade." Mateus 7:21-23.

Portanto não se deixe enganar. O diabo e seus demônios são mestres enganadores. Mesmo usando o nome de Jesus para executar a sua arte, eles são mestres do disfarce, transformando-se em anjos de luz. Assim como Satanás foi a Cristo no deserto da tentação, ele vem até nós hoje. Ele e seus demônios se disfarçam em pessoas mortas; eles também se disfarçam em pessoas vivas; eles se disfarçam em habitantes de outros mundos. Temos que ter todo o cuidado.

Bem, já chega do diabo e seus enganos, vamos pensar naquele maravilhoso dia quando Jesus ressuscitará seus amados. Deixe que seu coração vibre com essa boa notícia, essa abençoada esperança. "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus: e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras." I Tessalonicenses 4:16-18.

Amigo, visualize aquele dia! Aquele dia brilhante e glorioso quando Jesus romperá através das nuvens de tristeza e poluição, morte e engano, tentação e tribulação. Ele soará a trombeta e esse será o toque de despertar para os santos de todas as eras. Nós nos reuniremos com eles no ar para nos encontrarmos com Jesus. E Ele nos levará para o céu, as Escrituras dizem: "estaremos para sempre com o Senhor".

Eu amo essas palavras, você não? Teremos casas e jardins e um universo de maravilhas para explorar. Viagens para outros mundos, tudo o que seu coração possa sonhar e o melhor de tudo: Jesus vai estar lá. Ele será o centro de tudo. Alegrará o coração do Salvador saber que você também estará lá. Você já tomou as providências? Eu quero estar preparado e creio que você também quer. Eu apelo para que você abra seu coração agora mesmo.


 


 

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EM BUSCA DA SORTE NAS ESTRELAS

George Vandeman

TOPO

 

O que você quando olha para as incontáveis estrelas agrupadas em suas galáxias a distâncias inimaginágeis no espaço negro e solitário? Apenas pontos distantes de luz ou algo mais?

Por séculos, as pessoas têm imaginado as figuras de criaturas exóticas lá no espaço. Figuras místicas como Gêmeos e Capricórnio parecem saltar lá dos céus. Lentamente, com os anos, esses signos astrológicos do zodíaco assumiram poderes de deuses. Pessoas passaram a acreditar que os astros de fato controlam os destinos humanos, que nossa vontade individual é levada de lá para cá pos distantes corpos celestes. Mas é claro, pensamos, ninguém acredita em tais coisas hoje. Talvez seja melhor pensarmos novamente.

Ônibus espaciais, inteligência artificial, cirurgia a laser, supercondutores. Estes são termos comuns da era em que vivemos. A nossa força dominante parece ser racional, científica e de progresso: o homem triunfando sobre o meio ambiente, tornando-se mestre do seu destino. Todavia, existe uma outra corrente inferior bem forte que corre contra a maré da alta tecnologia de hoje. É uma antiga crença que surgiu quando os homens se sentiam muito mais vulneráveis diante dos atemorizantes elementos e adoravam os astros. A crença na Astrologia.

A Astrologia não desapareceu em um passado supersticioso. Ainda continua conosco. Por incrível que pareça, nossa era secular atual é ainda mais suscetível que as eras anteriores no que diz respeito à fé nessa antiga atração pelas estrelas. Em 1976, uma pesquisa informou que o número de pessoas que levavam a Astrologia a sério podia atingir 32 milhões. Esse era o dobro do número calculado no início dos anos 70. A pesquisa também revelou 1uw 22% dos adultos americanos acreditavam na Astrologia e 24% liam uma coluna de astrologia regularmente. Você sabia que isso é muito mais do que os que lêem a Bíblia regularmente?

Sim, hoje, cerca de 1220 dos 1700 jornais diários americanos publicam seções de horóscopo e as revistas de astrologia que costumavam juntar poeira nas bancas, agora são vendidas aos milhões. Os fãs da Astrologia montaram uma rede de computadores que fornece horóscopo 24 horas por dia para duas mil universidades por todos os Estados Unidos.

Em um ano, uma grande editora chegou a vender 8 milhões de horóscopos em livros de bolso. Cursos de astrologia e outras artes ocultas são agora oferecidos em muitas faculdades e até em colégios. De fato, recentemente, o presidente da Junta de Educação da cidade de Nova iorque, sugeriu que a astrologia fosse levada em consideração para melhor entender o comportamento entre os alunos cujos signos conflitam.

Há pouco tempo, ficamos chocados com as afirmações de que nancy Reagan controlava a agenda do marido de acordo com o conselho dado por um astrólogo de São Francisco. O Presidente dos Estados Unidos, o líder do mundo livre, guiado em parte pelos astros?

A Astrologia está baseada na crença de que a atração do sol e da lua, os planetas e as estrelas de algum modo influenciam os assuntos humanos. muito é feito sobre as datas de nascimento e seus signos astrológicos correspondentes. As personalidades são supostamente fixadas por sermos nascidos sob Leão ou Escorpião.

Mas é claro, o ser humano ganha forma muito antes do nascimento, no momento da concepção, quando nosso formato genético é fixado por ocasião do parto, o puxão do obstetra tem muitas vezes mais força que o puxão de Marte...

Além do mais, o caminho do sol através do zodíaco, aquele cinturão de constelações astrológicoas, tem mudado através dos anos, porque a Terra oscila em seu movimento giratório, ela vem se afastando cada vez mais de seu itinerário astrológico cada ano.

Por exemplo, em junho último, quando segundo a astrologia o sol deveria estar na constelações de Câncer, exercendo sua influência, estava, na verdade, uma constelação acima, em Gêmeos. mas os horóscopos não estão apenas fora astronomicamente. Eles também falham quando testados objetivamente, provando ser tão acurados quanto um jogo de adivinhação.

Um físico examinou milhares de cientistas e poíticos superfamosos no mundo. Segundo a astrologia, aqueles nascidos sob certo signo têm mais chances de entrar para a ciência e para a política. Mas quando o físico checou as datas de nascimento daqueles cientistas e políticos, constatou que seus signos correspondentes eram iguais ao do público em geral. Imagine!

Um psicólogo da Universidade do Estado de Michigan em Lansing, obteve as certidões de centenas de casais que se casaram e se divorciaram durante 1967 e 1968, em Michigan. Ele descobriu que aqueles nascidos sob signos "compatíveis" casaram-se e divorciaram-se com a mesma freqüência daqueles nascidos sob signos "incompatíveis".

Outro cientista, um estatístico francês, decidiu ser minucioso. Ele examinou os signos do zodíaco, signos da lua, signos dos planetas, signos do meridiano celeste e signos ascendentes de mais de 15000 profissionais bem sucedidos. Qual foi o resultado? As correlações entre as profissões e as influências astrológicas não passavam de puro acaso. Mas o puro acaso é de fato a chave de muitos horóscopos. Esse é o segredo. Muitas descrições de personalidade são tão gerais que muitas pessoas verão alguma coisa de si mesma nelas. Predições genéricas como as do papagaio do realejo quanto a encontrar alguém especial ou tomar uma decisão importante sempre têm grandes chances de se realizar.

Veja, o cientista francês pôs um anúncio num jornal, no qual ele oferecia horóscopos personalizados grátis. 150 pessoas aceitaram. Para cada uma ele mandou a mesma informação e perguntou se a descrição se encaixava nelas. 94% disseram que se reconheceram nelas. E todas elas receberam o horóscopo de um assassino de massas. Mas, o mais incrível é que as pessoas ainda acreditam. não importa quão minuciosamente a astronomia destrua a base científica da astrologia. Não importa se as predições feitas pelas estrelas são completamente falhas. Não importa quão intercambiáveis se tornem os horóscopos, as pessoas ainda acreditam.

Dez mil astrólogos em tempo integral e 175000 em tempo parcial ainda comandam esse rentável negócio. Por quê? Por que esses signos do zodíaco se tornam tão influentes? Por que mais pessoas crêem na astrologia agora, segundo o astrônome Roger Culter, do que em qualquer época desde a Renascença?

De certo modo, devemos admitir que o apelo das estrelas é compreensível. A idéia de que poderia haver uma mensagem pessoal lá em cima no cosmo é atraente, especialmente numa era mecanizada e impessoal. As pessoas querem acreditr que não são apenas um espectro isolado no vasto universo. Elas anseiam por alguna conexão cósmica.

Queremos ser importantes e também ansiamos por algum meio de obter o controle sobre nossa vida caótica. Tanta coisa parece além de nosso controle hoje em dia, tantas forças nos vergem e nos arranham As estrelas prometem uma espécie de condição de controle. Se pudermos achar esse dia certo, esse momento e lugar de sorte, tudo vai ficar muito bom.

Bem, vamos ver o que as Escrituras têm a dizer sobre a promessa da astrologia de importância e controle. Você pode se surpreender em saber que na Bíblia a astrologia é vista como uma espécie de idolatria. De fato, o livro de Deuteronômio contém esta admoestação numa passagem proibindo a adoração de ídolos. Veja: "E não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, a lua e as estrelas e sejas impelido a que te inclines perante eles e sirva àqueles que o Senhor teu Deus repartiu a todos os povos debaixo dos céus. Deuteronômio 4:19.

Por que deveríamos adorar coisas que o Todo-Poderoso criou  e controla? Por que depositar nossa fé na criação em lugar do Criador? Vê? Isso não fazia sentido aos hebreus e certamente não faz sentido para nós, aqui no século vinte.

Entre os crimes de Manassés registrados na Bíblia, um dos reis mais idólatras de Israel, temos o que se encontra em II Reis 21:3: ... e se inclinou diante de todo o exército dos céus e os serviu."

Quando profetas como Sofonias alertaram o apóstata Israel do julgamento iminente de Deus, um grupo que se destacava era o dos adoradores das estrelas. E o profeta Jeremias chegou ao ponto de predizer um tempo em que até os ossos dos apóstatas seriam desenterrados e expostos aos elementos. Preste atenção ao que diz Jeremias 8:2: "Espalhá-los-ão ao sol, e à lua e a todo o exército do céu, a quem tinham amado, e a quem serviram, após quem tinham ido e a quem procuraram e diante de quem se tinham prostrado,"

Quem está sendo alertado do terrível destino? Aqueles que tinham procurado e se prostrado diante dos astros. Não consigo ver uma condenação mais clara da astrologia, e você? Obviamente a Bíblia não deixa lugar para nenhuma mensagem oculta nas estrelas.

ora, amigo, as estrelas não são apenas pontos de luz sem significado no vasto vácuo do espaço. Elas possuem uma voz. Elas falam conosco e o que elas dizem se encontra em Salmos 19:1 e 2: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia e uma noite mostra sabedoria a outra noite."

Qual a declaração? Qual a sabedoria? É o louvor! Louvor para a glória de nosso Criadro. É a Ele que pertencemos. É Ele que pode nos guiar ao nosso destino mais alto. O profeta Isaías nos mostra uma valiosa retrospectiva. Ele nos insta em Isaías 40:26: "Levantai ao alto os vossos olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelos seus nomes; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar."

Quando olhamos para o céu estrelado, no que podemos nos confortar? No imensurável poder de Deus, em sua infinita capacidade, não nos falsos poderes de um signo do zodíaco.

O escritor de Provérbios também se junta a este coro que celebra as qualidades de Deus tornadas claras nos céus. Ele diz: "O Senhor con sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus." Provérbios 3:19.

O que é que vemos brilhando lá em cima numa noite estrelada? A infinita sabedoria de Deus. É isso que vemos. Sua compreensão, é isso que vemos. É Ele que pode nos guiar e não as estrelas em si, as quais Ele chama pelos seus nomes. Portanto, as estrelas nos falam sim, mas a informação que elas nos dão é muito mais profunda do que qualquer frase do realejo. Elas nos falam sobre um Criador cuja sabedoria e poder estão disponíveis para nós aqui na Terra e isso me alegra.

A Bíblia nos diz que este mesmo Deus que fixou o céu, está interessado em nossos problemas e sonhos individuais. Sim, é Ele que pode colocar ordem em nossa vida desordenada. Ele pode criar sentido onde nós só vemos falta de sentido. Ora, o mesmo Salmo que nos fala dos céus declarando a glória de Deus, também nos fala sobre um modo em que Deus fala. E de fato é o modo primeiro, o modo principal em que Ele nos guia.

E qual é este modo? Vejamos o que diz Salmo 19:7: "A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma. O testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices."

O mesmo Deus que coreografa os movimentos das estrelas em seus padrões perfeitos, nos deu também uma lei perfeita e confiável. Ela pode transformar até o humilde em sábio. Assim diz as Escrituras, é assim que Deus consegue trazer ordem e significado à nossa vida caótica. Sua lei. Ela nos mostra o melhor modo de viver. Ela nos guia através de escolhas moralmente confusas. Ela estabelece princípios que mostram como podemos atingir melhor o propósito de nossa vida.

A astrologia promete sorte, garante revelar o melhor dia para se fazer uma nova amizade, ela faz parecer que o sucesso é uma questão de se achar a circunstância adequada. Mas é claro, o sucesso na vida é muito mais que isso. Precisamos saber como fazer bons relacionamentos, como ser bom amigo, cônjuge e pai. Isso é o que traz o sucesso, não apenas alguma hora ou local supostamente adequados. Precisamos saber como conduzir nossos negócios segundo os princípios de Deus, de honestidade e justiça, segundo a Sua sabedoria. Isso é o que traz o sucesso, não um padrão qualquer nas estrelas. A astrologia é uma sabedoria forjada, uma fraude. A verdadeira mensagem é esta: comece a procurar a sabedoria de Deus e comece procurando a Sua lei perfeita, a lei descrita no Salmo 19 como "mais doce que o mel, mais preciosa que o ouro". Algumas pessoas imaginam que a lei de Deus irá prendê-las. Alguma vez você já ouviu isso? Elas temem que ela tire o prazer de suas vidas.

Como é diferente a atitude do poeta no Salmo 19:8: "Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração: o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos."

Amigo, isto é uma promessa e tem um significado especial para aqueles que entraram num relacionamento pessoal com Deus através de Jesus Cristo. Os preceitos de Deus produzem alegria genuína. Aqueles que conhecem a Sua lei têm um brilho nos olhos. Sim, a luz estelar da grande sabedoria de Deus brilha em seus olhos.

Pare e pense! O Criador que lançou bilhões de estrelas dentro do imensurável espaço, iria sufocar o seu estilo? Aquele que mantém as galáxias na palma da mão vai querer tolher você? Não, claro que não!

A vida para qual Deus nos chama é tão ampla quanto os céus. Ele quer abrir diante de nós ilimitadas possibilidades. Nosso Criador é aquele que concede a vida em toda a sua abundância. Quão patéticas parecem as promessas da astrologia em comparação às de Deus... Quão triviais parecem suas adivinhações. Não precisamos buscar a sorte nas estrelas. Temos a sabedoria de Deus para nos segurar. Uma sabedoria que Ele graciosamente partilha conosco em Sua Palavra. Compete a nós descobri-las e colocá-las em prática.

Amigo, existe uma excelente razão para a lei de Deus nos trazer alegria, para colocar brilho em nossos olhos. Um versículo do Novo Testamento explica: "Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas." Efésios 2:10.

Simples, mas profundo. Aqueles que aceitam Cristo como Salvador e recebem seu perdão se tornam parte especial da criação de Deus. Nos tornamos obras-primas. E para que fomos criados? Para fazer boas obras, para refletir as maravilhosas qualidade de amor, de paciência e da paz de Deus. Estas boas obras são o nosso destino como seres humanos. É como se elas estivessem lá fora para serem descobertas, esperando para serem experimentadas.

Gêmeos e Capricórnio não contêm os segredos, meu amigo. Seu propósito está escondido na Palavra de Deus. A palavra que contém a semente da vida em toda a sua abundância.

O que vemos quando olhamos as incontáveis estrelas agrupadas em suas galáxias? Vemos um Deus sábio e poderoso que se importa conosco. Nosso destino está ligado a Ele.

Podemos estar em casa sob os céus. Não temos que tentar buscar a sorte nas estrelas. Todas as estrelas são signos para aqueles que vêem nelas o seu Criador.


 


 

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VERDADEIRO AMOR NO TAJ MAHAL

George Vandeman

TOPO

 

Pedras de marfim coloridas, delicadamente entalhadas e perfeitamente proporcionais; redoma e torre erguidas sobre a planície de Agra, na Índia. Tremeluzindo ao sol, ao lado do Rio Jumna, está o edifício mais celebrado do mundo, o Taj Mahal. Muitos o têm visitado para admirar sua beleza arquitetônica, mas poucos conhecem a história igualmente linda que existe por trás dele.

   Esta magnífica obra de arte existe graças a um relacionamento incomum, o relacionamento entre um imperador mongol, Xá Jeã e sua amada esposa, Mumtaz Mahal. Numa época em que os casamentos reais eram quase sempre uma questão de aliança política, essas duas pessoas uniram-se por causa do amor.

   Jeã apaixonou-se pela mulher que hoje está  sepultada ali, em um túmulo real. Ele pediu sua mão em casamento, ela aceitou, mas aí tiveram que  esperar cinco longos anos até que os astrólogos da corte decretassem que as estrelas estavam adequadamente alinhadas para o casamento real. Durante esse tempo, Jeã e Mumtaz jamais se encontraram.

   Jamais viram um ao outro, mas o amor permaneceu forte. Após o casamento, os dois se tornaram inseparáveis. Poetas reais escreveram que a beleza de Mumtaz fez a lua esconder sua face, envergonhada. Mas Jeã não apreciava apenas a beleza física de Mumtaz. Sua noiva mostrou ser tão inteligente, que breve se tornou sua conselheira política de maior confiança. Era muito generosa e dedicada. O povo a amava. Todos os dias, fazia listas de viúvas e órfãos desamparados e  certificava-se de que suas necessidades fossem atendidas.

   Mumtaz deu a seu marido muitos filhos. A despeito dos complexos problemas que reinavam no império, Xá Jeã desfrutava de uma existência maravilhosa com sua esposa. Quando o Xá teve que ir a uma expedição militar contra forças rebeldes no sul da Índia, sua rainha insistiu em ir também para estar a seu lado, embora estivesse grávida. Foi durante esta campanha que ocorreu a tragédia.

   Depois de dar à luz seu décimo quarto filho, Mumtaz morreu. Xá Jeã ficou arrasado. Trancou-se em seus aposentos e recusou comer. Ficou pranteando em seu leito durante oito longos dias e quando finalmente surgiu, parecia ter envelhecido vários anos. Sua esposa havia ido embora. O amor que parecia eterno havia partido. Mas esse homem encontrou um meio de imortalizar sua paixão.

Decidiu construir um mausoléu para sua esposa, tão lindo quanto o amor que os uniu.

   Assim, o Taj Mahal foi construído. Um lindíssimo monumento para guardar os restos daquela que fora sua esposa. O casamento perfeito havia sido abreviado, mas Xá Jeã certificou-se de que ele seria lembrado pelos séculos futuros através daquela belíssima estrutura.

   Um monumento ao amor eterno! Quando vemos aquele monumento, estamos na verdade olhando para o ideal do amor imperecível; um compromisso que transcende até a morte, deixando-nos comovidos com a eloqüência da devoção desse homem para com sua esposa.

   O Taj Mahal é um maravilhoso monumento! Creio que cada um de nós pode construir, com nosso casamento, um monumento igualmente lindo, um monumento vivo.

   Em um mundo de relacionamentos confusos, podemos fazer nossa própria declaração eloqüente sobre o amor imorredouro. Agora, para fazer isso, acho que temos que dividir o ideal em várias partes componentes. Vamos examinar de perto o amor eterno. De fato, de que ele é feito? Na primeira carta de  Paulo  aos  Coríntios,  encontramos  a melhor resposta. I Coríntios 13 é o grande capítulo do amor na Bíblia. Tão lindo e grandioso, à sua maneira, quanto o Taj Mahal.

   Depois de nos dizer que sem o amor igual ao de

Deus nada realizamos, nada somos, Paulo focaliza suas qualidades específicas, mostra-nos o caminho do amor perfeito. Nos versículos 4 e 5 de I Coríntios 13, temos a seguinte análise, muito interessante, do que o amor realmente é: "O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal."  Que ideal! Que padrão! Nesses dois versículos, dois traços característicos se opõem, duas qualidades gerais são contrastadas: benignidade paciente versus orgulho e jactância, amor próprio versus ira. O primeiro expressa o amor e o constrói, o segundo

o destrói.

   O amor que vem de Deus é o grande adversário do egoísmo. A vida egocêntrica está sempre tentando proteger-se a si mesma, mantendo distante as ameaças através de uma fachada de orgulho e jactância. Este é um ponto de vista do tipo "eu contra eles", do tipo que se irrita e se enraivece com facilidade. O amor é a arma de Deus contra esse grande problema básico do homem: o egoísmo.

   A pessoa que está recebendo e dando o tipo de amor de Deus é suficientemente segura para ir além daquele pequeno círculo do ego. É capaz de ser sensível às necessidades das outras pessoas assim como às suas próprias. Este amor é a base

de um casamento duradouro e é mais do que essencial na união de dois indivíduos.

   O casamento requer que saiamos de dentro de nós mesmos. Isso é fácil de fazer a princípio, quando o calor da paixão nos leva a olhar por longo tempo nos olhos da pessoa amada. Entretanto, com o passar dos anos, aquela velha tendência para o egocentrismo apanha muitos de nós. Dar nosso tempo, nossa atenção, nosso interesse e a nós mesmos ao nosso cônjuge nem sempre vem naturalmente.

   Somente o amor de Deus é forte o bastante para nos manter liberais através da vida toda; somente Seu amor pode gerar paciente bondade quando a situação fica difícil. Isso é o que realmente conta, não é verdade? É fácil amar quando as flores estão desabrochando, quando nosso cônjuge está vibrando e nosso contra-cheque acaba de chegar. Mas quando as flores murcham e nosso cônjuge está zangado e as contas estão se amontoando, o amor humano muitas vezes desaba.

   Paciência, tolerância, bondade, é de que necessitamos durante os momentos difíceis, pois esse é o tipo de amor de Deus.

   Agora, quero lhes falar sobre Cheryl. Uma manhã, na hora do "rush", quando ia de carro para o trabalho, estando muito perto do carro da frente, não conseguiu parar a tempo, quando o motorista

da frente pisou no freio, e bateu no pára-choque.Os dois carros pararam. Cheryl saiu, observou os prejuízos e começou a chorar. Ela sabia que a culpa era dela. Acontece que seu carro era novo em folha, havia sido comprado há dois dias. Como é que ela iria encarar seu marido? O outro motorista foi simpático, mas sugeriu que ambos anotassem a placa um do outro e os números dos documentos. Cheryl então abriu o porta-luvas do carro para pegar os documentos. Ao pegá-los, viu um bilhete anexo, com uma letra conhecida. Havia uma mensagem deixada pelo marido: "Em caso de acidente, lembre-se, querida, é você que eu amo, não o carro." Isso é bondade no momento certo, você não concorda? Esse é o tipo de amor que dura para sempre.

   O egocêntrico grita diante dos problemas, o paciente tenta solucioná-los; o egocêntrico reage com raiva a qualquer ameaça e o paciente vence a raiva com bondade.

   Houve uma época em que expressar seus sentimentos era um conselho padrão para os casais. Eles nos ensinavam que suprimir a zanga, mantendo-a presa, era emocionalmente prejudicial, chegando a ameaçar a saúde física. Assim, a solução era botar para fora.  Os  relacionamentos

felizes, nos diziam, exigem  total honestidade. Temos que dizer tudo o que sentimos.

   Intensas expressões de zanga, ressentimento e desagrado não solucionam muitos problemas. Expressar

livremente a zanga geralmente não a faz ir embora, somente a intensifica. Maus hábitos são, assim, reforçados.

   Recentemente, a revista "Psychology Today" (Psicologia Hoje) pesquisou 350 casais que estavam casados há 15 anos ou mais. Ela queria saber o que faz um relacionamento ser duradouro. Descobriu que os casais felizes no casamento concordavam inteiramente com aqueles que enfatizam os efeitos nocivos de expressar intensamente sua raiva.  Eles achavam que era importante o domínio próprio e que uma certa calma é necessária a fim de se lidar construtivamente com o conflito. Eu concordo plenamente.

   Minha esposa Nellie e eu celebramos recentemente nossos cinqüenta anos de casados. Meio século de um companheirismo bem sucedido. Como todo mundo, temos nossos ajustes, é claro! Somos humanos, temos nossas desavenças, mas achamos necessário exteriorizar a nossa zanga a fim de solucionar problemas. Pelo contrário, ainda é verdade que "a resposta delicada desvia o furor". Paciência e bondade solucionam problemas e mantêm as pessoas cada vez mais próximas através das décadas.

   Vamos ver novamente, na Bíblia, em I Coríntios 13, o amor do tipo Taj Mahal. Nos versos 6 e 7, lemos: "O amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.  Tudo  sofre,  tudo crê,tudo espera, tudo suporta." Você sabia que existem muitos casais que parecem "alegrar-se com a injustiça"? Eles registram todos os erros. Imagine que, com o passar dos anos, as pessoas observam cada vez mais as imperfeições e os pontos fracos em seus cônjuges. Aquele noivo bonitão, que parecia tão charmoso e encantador, agora deixa as meias no chão e passa os domingos assistindo esporte na TV. E aquela adorável noiva que parecia tão doce e suave é irritável e passa quase o domingo inteiro ao telefone com a mãe.

   Cedo ou tarde todos nós percebemos que não nos casamos com o Sr. Maravilha ou com a Srta. Perfeição. Todos temos nossas falhas.

Não é muito difícil suportar as imperfeições de nossos colegas e amigos. De perto, no relacionamento íntimo do casamento, essas falhas podem se ampliar. Às vezes nós as ampliamos fora de proporção e às vezes as utilizamos como armas um contra o outro. Dá para imaginar?

   Como alternativa, I Coríntios 13 propõe que "nos regozijemos com a verdade"; confiemos sempre, creiamos  em  todas  as coisas.  Muitos tradutores

vêem isto como um conselho para acreditar no melhor sobre os outros.  Que  diferença  faria,  se

tentássemos acreditar no melhor sobre nosso cônjuge em lugar de manter um registro dos erros? Estas duas coisas se constrastam. Novamente, temos a oposição da vida egocêntrica e o  jeito  de

amar. O egoísmo se defende diminuindo sempre os outros. O amor que vem de Deus, centraliza-se na parte boa dos outros, dá ênfase ao melhor.

   No dia do seu casamento, Alan McGinnis escreveu uma carta a sua noiva. Falou de seu amor por ela, seus sentimentos com relação ao casamento deles e de suas esperanças quanto ao futuro deles juntos. Em cada aniversário de casamento desde então, ele vem escrevendo outra carta. Fala dos momentos especiais com ela, os quais têm significado muito para ele, e do crescimento do seu amor.

   Você aprecia seu cônjuge? Então fale dessa apreciação. Ela poderá diminuir e até morrer se você não mencioná-la, mas florecerá e dará maravilhosos frutos se for expressa.

   Se você ama sua família, diga isso a ela. Se você ama sua esposa, diga isso a ela. Focalizar o lado positivo da vida faz grande diferença, soluciona problemas.

   Uma jovem esposa chamada Sandra entrou no gabinete do seu pastor parecendo   bastante deprimida.  Começou a contar uma história longa e dolorosa sobre seu marido. Ele a tratava com desprezo.  Nada   do  que   ela   fazia  o  agradava.

Todos  os  dias  ela odiava o momento em que ele

voltava do trabalho para casa. Sandra era uma jovem muito bonita, mas seu senso de rejeição a havia transformado numa mulher derrotada,  tensa

e frígida. Quanto mais ela sentia o desdém de seu marido, menos motivada se sentia para agradá-lo. Sandra estava presa a um círculo vicioso.

   Bem, o sábio pastor decidiu que seria melhor visitar Joe, o marido de Sandra. O homem ficou estarrecido ao saber que estava sendo a causa da depressão da esposa. Como a maioria dos homens, ele não entendeu como sua esposa interpretava a atitude dele para com ela.  O pastor apresentou uma sugestão específica: "Selecione dez qualidades positivas em sua esposa e agradeça a Deus por elas. Agradeça a Deus duas vezes ao dia, pela manhã e na volta do trabalho para casa." Aquilo não pareceu muito difícil e Joe concordou. Começou a agradecer a Deus pelas coisas de que ele gostava em Sandra, e em pouco tempo, ela começou a mudar diante dos olhos dele. Tornou-se mais afetiva. Joe continuou a ser agradecido e Sandra teve mais respeito-próprio e motivação.

   Depois de algum tempo, o pastor perguntou a Joe se ele havia memorizado sua lista das dez qualidades positivas, ao que o marido respondeu alegremente: "Eu não apenas a memorizei, mas estou encontrando novas coisas nela para ser agradecido todos os dias."

   Que maravilhoso seria se cada um de nós pudesse achar novas coisas em nosso cônjuge para sermos agradecidos. Em lugar de olhar para as falhas, as coisas que irritam, vamos acreditar nomelhor, vamos focalizar o lado positivo.

   Se você estiver tendo dificuldades para apreciar seu marido ou esposa, eu o desafio a fazer uma coisa simples: anote dez coisas de que você gosta a respeito dele ou dela. Para aqueles que estão enfrentando experiências amargas, isso poderá ser difícil a princípio. O impulso para manter uma lista das coisas ruins é difícil de resistir. Mas procure bastante, procure atentamente. Existem qualidades que você pode apreciar em seu cônjuge. Comece concentrando-se nelas. Agradeça a Deus por elas. Eu creio que você verá o seu parceiro transformado diante dos seus olhos.

   Tenho encontrado muitas qualidades para apreciar em minha esposa Nellie, após 50 anos de casados e tenho tentado me concentrar nelas. De fato, não tem sido difícil. Tenho visto como Deus tem usado suas qualidades para complementar as minhas e para me ajudar em minhas fraquezas. Nellie tem uma coisa muito boa: comunicação fácil com as pessoas, o que eu admiro. Você não permanece um estranho com ela por muito tempo. Tem alguma coisa a respeito dela que faz as pessoas se sentirem à vontade de imediato.

   O amor alegra-se com a verdade, alegra-se com as coisas boas que vemos em nosso parceiro. Esse

é o verdadeiro amor. Esse é o tipo de amor que pode durar a vida toda.

   Amigos, nosso casamento é uma missão sagrada.

A missão mais importante que muitos de nós teremos durante a vida. Deus quer que nós, em nossa união como marido e mulher, construamos um lindo monumento que expresse o tipo de amor que vem de Deus. O casamento não é apenas uma questão de conveniência ou uma questão econômica. Deus o designou para ser muito mais. Como casal, temos o privilégio de refletir alguma coisa divina: a beleza da bondade paciente, a beleza de "crer em todas as coisas". Cada um de nós, em nosso lar, pode construir um Taj Mahal, um monumento duradouro.

   Xá Jeã, o construtor desse esplêndido túmulo, sofreu uma tragédia muito grande algum tempo depois da morte de sua amada esposa. Seu próprio filho sentiu ganância pelo poder e voltou-se contra ele. Em 1658, o filho liderou uma conspiração contra o pai e usurpou o trono. Xá Jeã ficou confinado em seu próprio palácio. Viveu lá os últimos oito anos de sua vida - um prisioneiro em uma jaula de ouro. Mas teve um consolo: por uma janela ele podia olhar através do rio Jumna e ver o lugar do descanso de sua esposa. O monumento ainda está de pé.  O   símbolo   do  seu  amor   permanece tão lindo como sempre. Contam que quando os guardas encontraram Xá Jeã morto, aos 74 anos, seus olhos ainda estavam abertos, fixos na cintilante jóia do Taj Mahal.

   Amigos, Deus quer que cada um de nós tenha

um monumento assim. Uma expressão do amor que dura para sempre. Ele quer que nosso casamento cumpra sua elevada missão. Ele anseia que nosso lar seja uma antecipação do Céu.

   Nós podemos ter esse tipo de casamento se centralizarmos nossa vida no tipo de amor de Deus. Essa pode tornar-se nossa maior fonte: o amor de Deus. Ele o dá. Se alimentarmos nosso coração e mente com isso todos os dias, seremos capazes de ter bondade, paciência e acreditar no melhor, quando isso de fato importar. Você não quer esse tipo de casamento? Esse tipo de monumento em sua vida? Pense sobre o compromisso com o tipo de amor de Deus agora mesmo.


 


 

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ENCONTRO DE HERÓIS

George Vandeman

TOPO

 

O B-17 que levava o ás da aviação da Primeira Guerra Mundial, Eddie Rickenbacker, em uma missão secreta, pousou sobre as ondas a cento e quarenta quilômetros por hora, com as rodas e flaps de pouso erguidos para que nada atrapalhasse a navegação.

    A três metros da superfície, o co-piloto, Tenente James Whittaker, apertou a chave principal, desligando toda a parte elétrica do avião, e o piloto, o Capitão William Cherry, puxou com força o manche para que a cauda tocasse primeiro. Eles estavam descendo no Pacífico, deixando de atingir o seu destino devido a uma avaria no giroscópio.

    Eles desceram a 140 quilômetros por hora tendo que enfrentar todo aquele impacto. O choque foi terrível, alguns tiveram cortes e escoriações, mas todos sobreviveram. Rapidamente pegaram os três botes salva-vidas infláveis do avião e saíram enquanto as ondas invadiam o avião através das janelas quebradas.

    Após unir os botes com cordas, os oito homens analisaram a situação. Eles tinham duas facas, dezoito sinalizadores, duas pistolas, e algumas linhas com anzóis. O que não possuiam era comida e água. Na confusão eles esqueceram de pegar as provisões de emergência. Seu único consolo eram quatro pequenas laranjas que alguém tinha trazido nos bolsos. Decidiram então racioná-las. Cada um receberia um oitavo de laranja por dia.

    A princípio, os homens tinham certeza que aviões de resgate chegariam antes do anoitecer, ou pelo menos, antes do dia seguinte terminar, mas ao terceiro dia à deriva, a fome e a sede tornaram-se agudas e a esperança começou a morrer.

    Durante o dia, eles se cobriam com pedaços de roupas para se proteger do sol escaldante, e à noite, eles se abraçavam para se aquecerem daquele frio cortante. Os homens perceberam que haviam pousado em um daqueles fins de mundo do Pacífico, longe de qualquer ilha, de instalações militares ou das rotas de navios. Mas no quarto dia, de repente, algo totalmente inesperado aconteceu.

    Uma andorinha do mar desceu calmamente e pousou na cabeça de Eddie Rickenbacker. Todos observavam sem respirar, enquanto o pássaro olhava curiosamente para aquele grupo de homens.

Devagar Rickenbacker ergueu a mão pelo queixo, nariz, sombrancelha e agarrou as pernas do pássaro. A andorinha foi cuidadosamente cortada em oito pedaços. Os homens mastigaram aquela carne magra como se suas vidas dependessem dela, e de fato dependiam. Mas bem mais importante, os intestinos da andorinha serviram de isca para os anzóis. Agora começaram a pescar alguns peixes. Mas suas provações não haviam terminado.

    Muitos dias de fome e sede agonizantes se  seguiram e os oito aeronautas começaram a obter coragem na leitura de um Novo Testamento tamanho de bolso, já bem amassado, que o engenheiro de vôo Johnny Bartek sempre carregava consigo. Começaram a realizar cultos diários, leituras de passagens bíblicas e a orar a um Deus que a maioria deles não havia conhecido muito bem antes.

    Na vastidão do Pacífico, Deus tornou-se grande; Sua Palavra assumiu um significado especial e aqueles homens auto-suficientes descobriram a fé. Finalmente, após vinte e um longos dias e mais de uma resposta providencial às orações, todos os homens, menos um, foram resgatados. Três desses sobreviventes teriam um notável encontro em 1984.

    Tudo começou com a leitura de Suzanne Kelly do livro "Pensamos Ouvir Cantar os Anjos". James Whittaker o escreveu. Ela estava lendo para as crianças na escola, que ficaram muito comovidas com esta história de sobrevivência. Veja o que aconteceu.

    Após a leitura, um menino chamado Travis perguntou:

    – Algum deles ainda está vivo?

    Tal pergunta começou a girar as engrenagens. A senhora Kelly percebeu que isso daria um bom projeto para a classe: descobrir o que acontecera com os sobreviventes.

    Eles logo souberam que Rickenbacker, seu ajudante e James Whittaker tinham morrido há poucos anos. A única informação que conseguiram obter sobre os outros era o que estava mencionado no livro: duas cidades natais: Fort Worth e Oakland. E um estado: Nova Jersey. Não parecia muito provável conseguir localizar os sobreviventes com tão pouca informação. Mas as crianças estavam dispostas a tentar.

    Aqueles homens boiando em botes no Pacífico tinham se tornado heróis. Sua coragem e destemor perante as terríveis circunstâncias pareciam a matéria prima de uma grande história. A possibilidade de fazer os distantes aeronautas da Segunda Guerra Mundial reviver, os impulsionava. E assim, os alunos da senhora Kelly começaram a vasculhar as listas telefônicas na Biblioteca Pública Municipal.        

    Sabe, amigo, ao ouvir sobre esses jovens alunos tentando fazer velhos heróis ressuscitarem, fiquei grandemente impressionado e isso me fez pensar. Lembrei de outros heróis e de outros esforços para recuar e fazer o passado reviver.

    Nossas Bíblias estão cheias de exemplos de heróis... Daniel na cova dos leões, Davi contra Golias, Moisés enfrentando Faraó... É assim que se constrói a história e, é claro, o próprio Jesus, o maior dos heróis; tanto em Sua vida corajosa quanto na cruz em heróica resistência ao pecado do homem.      Infelizmente estas histórias permanecem muitas vezes sem vida nas páginas da Bíblia. São todas tão conhecidas! Ficam esquecidas em virtude do longo tempo e da distância. Elas não nos falam com a mesma força que nos falavam quando éramos crianças e ouvíamos de olhos arregalados os nossos professores.

    Como faremos estes personagens bíblicos voltarem à vida? Essa é a pergunta para aqueles os quais a Bíblia perdeu seu poder de mover e iluminar. Como Deus nos fala agora, no presente, através de uma Palavra dita há tanto tempo, que pode ser tão conhecida e que se torna inaudível?

    As crianças de Ames, Iowa, empenhadas em sua busca dos heróis da Segunda Guerra Mundial, também nos dão uma valiosa pista para abrirmos os tesouros da Bíblia. Vasculhando as listas telefônicas na Biblioteca Pública, seguindo pequenas pistas aqui e ali, e fazendo chamadas telefônicas por todo o país, eles conseguiram localizar três dos aeronautas: o co-piloto William Cherry, o engenheiro de vôo Johnny Bartek e o rádio-operador James Reynolds.

    Uma das primeiras perguntas de Reynolds foi:

"como ele conseguiria entrar em contato com Cherry e Bartek?" Foi então que aquelas crianças do curso primário chegaram a uma importante decisão: elas iriam realizar um encontro dos três homens em Iowa. Cherry, Bartek e Reynolds concordaram prontamente.

    As crianças levaram meses nos preparativos do grande dia fazendo pequenos serviços e doando suas mesadas para cobrir as despesas. A sala 14 foi decorada com mapas, manuais e fotos relacionadas aos homens e sua grande história de resistência. Finalmente, em 17 de abril de 1985, os três sobreviventes aterrissaram num 727 no Aeroporto Municipal de Des Moines. Enquanto a multidão assistia emocionada, tendo a classe dos alunos da Sra. Kelly à frente, três bravos homens saíam das páginas da história. Todos aplaudiram; as crianças vibraram; uma guarda de honra da força aérea bateu continência.

    Durante a reunião de três dias, os alunos da senhora Kelly puderam falar com seus heróis face a face. Todas as velhas histórias dos homens à deriva em três botes no Pacífico, assumiram significado e tornaram-se reais.

    Eles viram os antigos, os veteranos aeronautas brincando entre si, relembrando, informando o que havia acontecido após a guerra. Os três beberam suco de morango, suco que tanto desejaram beber durante o sofrimento no mar. As crianças fizeram amigos muitos especiais. Os aeronautas também. O piloto Cherry escreveu a eles depois, agradecendo pela realização da reunião mais maravilhosa já imaginada.

    – Eu jamais conheci jovens tão amorosos, dedicados e curiosos por conhecimento. Chorei quando desci do avião e vi seus lindos rostos e chorei mais ainda quando me despedi deles. Aquilo não foi adeus, porque planejo voltar para ver como estão minhas crianças. Eu amo todos vocês.

    Esta extraordinária reunião produziu amizades duradouras. Visitas, cartas e presentes foram trocados. Aqueles heróis distantes haviam se tornado amigos das crianças. Elas deram a uma história de guerra de 42 anos atrás, um novo final.

    Creio que essas crianças nos mostraram como ter um novo começo em nosso relacionamento com os heróis da Bíblia. Elas nos ajudaram a ver como se faz histórias antigas voltarem à vida. O segredo é apenas este: partilhar algo juntos. Isso mesmo, apenas partilhar algo juntos.

    A princípio, os alunos da senhora Kelly não imaginavam o que era boiar em um bote no Pacífico: eles estavam longe demais dos anos 40 quando todos os continentes estiveram envolvidos numa Guerra Mundial. Seus heróis eram homens que eles admiravam a grande distância e que viveram num mundo totalmente diferente. Mas aí, aqueles heróis desceram do avião e entraram na vida de seus admiradores. As crianças olharam para aqueles rostos cansados e sentiram as emoções dos três sobreviventes lembrando suas provações. Aquelas crianças de 11 e 12 anos fizeram parte da reunião. Quando os três homens verteram lágrimas de alegria, elas também choraram. Elas se tornaram participantes da história, da camaradagem dos homens que lutaram heroicamente. As crianças não estavam mais assistindo do lado de fora. 

    Ocorre o mesmo conosco. Não temos que ficar observando do lado de fora quando se trata das Escrituras. Podemos participar daquelas histórias antigas. Podemos compartilhar das mesmas empolgantes experiências com Deus.

    Qual é o segredo para fazer a Bíblia criar vida? Participação. Digamos que você está lendo sobre Davi fugindo do invejoso rei Saul. Ele fica preso numa caverna escura e clama pela ajuda de Deus. Você alguma vez já se sentiu preso? Já teve circunstâncias que o prenderam sem você querer? Então clame a Deus com o mesmo entusiasmo de Davi. E quando a resposta de Deus vier, você será capaz de regozijar-se como Davi, que foi libertado; você poderá dizer Salmos de Ação de Graças. Você se tornará parte deles em vez de ser apenas um observador do lado de fora. Imagine você lendo sobre Daniel enfrentando a terrível escolha: ele deve desafiar a ordem do seu rei ou parar de adorar a Jeová. O conflito de duas lealdades. Mas Daniel prefere a maior: ele continua orando na direção de Jerusalém, a cidade do seu Deus. Os inimigos de Daniel fazem com que ele seja jogado aos leões, mas Deus livra Seu servo e o consagra como Seu profeta.

    Você já enfrentou decisões muito difíceis? Você já teve que escolher entre a lealdade a alguém no trabalho e a lealdade a Deus? Inspirado pelo exemplo de Daniel você pode fazer a melhor escolha e quando fizer isso você se tornará um participante.

    A história de Daniel criará vida porque você conhece a alegria de primeiro servir a Deus. Quando partilhamos de experiências espirituais em comum, os personagens da Bíblia se tornam um encorajamento bem presente a nós. Era isso que o escritor de hebreus tinha em mente quando escreveu: "...Visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas... Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta." (Hebreus 12:1)

    Sim, amigo, a Bíblia foi escrita para nos tornar participantes dessa corrida comum. As Escrituras são uma coisa viva em que podemos entrar. Jesus disse no livro de S. João: "...as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida." (S. João 6:63)

    Em hebreus, a palavra é descrita como "viva e ativa. Mais afiada que qualquer espada de dois gumes." Não é apenas um livro de história, mas algo que podemos usar agora como uma arma.

    Paulo disse aos Colossenses: "habite ricamente em vós a palavra de cristo." (Colossenses 3:16)

    A palavra habita em nós, rica e produtivamente, fazendo as coisas acontecerem... Esse é o alvo. Cada promessa é um desafio para experimentarmos a fidelidade de Deus. Cada princípio em nós é uma oportunidade para aplicar a sabedoria de Deus em nossos problemas diários. É de fato muito simples. O modo de fazer a Bíblia criar vida é usá-la, é experimentá-la.

    Observadores podem bocejar e cochilar sobre as páginas das Escrituras, mas os participantes não conseguem. A Bíblia é nova cada dia. Eles encontram mais e mais coisas em comum com ela. Você sabia que vários daqueles heróis da Segunda Guerra Mundial tiveram precisamente esse tipo de experiência? Vários deles que tinham um conhecimento apenas casual do Deus da Bíblia, e que admiravam as histórias das Escrituras apenas à distância, encontraram algo em comum com as Escrituras, que mudou suas vidas.

    James Whittaker fala sobre como isso aconteceu. No décimo terceiro dia, à deriva no Pacífico, os homens estavam esperando e murchando rápido sob um sol abrasador. Todos terrivelmente enfraquecidos pela sede e cobertos de feridas feitas pelo mar. Aí, logo após as 10 horas, eles viram uma cortina azul de chuva vindo na sua direção. Os homens oraram alto para que a chuva os atingisse. Não havia mais qualquer inibição a esta altura. Todos eles eram participantes ansiosos nos cultos de adoração diários; estavam todos agarrados às promessas das Escrituras.

    De repente, com a cortina de chuva a menos de 350 metros deles, um forte vento soprou em outra direção. Aqueles homens que lutavam pela vida nos botes salva-vidas ficaram arrasados. Mas a fé de um deles não morreu. James Whittaker começou a liderar os demais em oração. Whittaker parecia o menos indicado para fazer isso. Em toda a sua vida ele tinha sido brigão, egoísta e indiferente à religião. Mas em pleno Pacífico ele começou a ver um Deus que podia cuidar dos desesperados do mesmo modo que havia cuidado dos personagens das Escrituras.

    Whittaker lembrou-se da providência que os havia mantido vivos até então, e clamou: "Deus, Tu sabes o que essa água significa para nós. Está em Tuas mãos, ó Deus, manda de volta essa chuva."

    Vários outros haviam desistido. Um deles resmungou em sua amargura que o vento miserável iria soprar na mesma direção por 40 anos. Whittaker replicou orando: "Deus, o vento é Teu. Tu o possuis. Ordena que sopre de volta e nos dê a chuva ou morreremos sem ela."

    Para surpresa de todos, a cortina de chuva parou onde estava, embora o vento não tivesse mudado, e aí, lentamente, começou a voltar na direção deles. Estava de fato viajando contra o vento. Os homens observavam tudo totalmente deslumbrados. Whittaker mais tarde lembrou: "foi como se uma grande e onipotente mão estivesse nos guiando através da água."

    A chuva logo caiu copiosa sobre os sedentos homens; eles se fartaram e deixaram a água fresca encharcar os seus corpos queimados e ressequidos. Todos se tornaram participantes agradecidos dos milagres de Deus.

    Alguns dias depois, um outro milagre aconteceu. Whittaker e dois companheiros separaram-se dos outros, avistaram uma ilha e remaram em direção a ela. Mas a cerca de 200 metros da praia uma forte correnteza pegou seu bote e o empurrou para o alto mar, bem distante da ilha. Os homens tentaram remar de volta, mas em seu estado de fraqueza não conseguiram ir adiante. Aí, Whittaker lembrou-se do Deus das Escrituras que havia respondido com chuva no décimo terceiro dia. Só um milagre poderia salvá-los agora.

    O Tenente clamou a Deus por forças. Angustiado, desesperado, buscando fundo um resto de fé, ele clamou no meio da ventania a ajuda do seu Deus. James Whittaker começou a mover aquele pequeno bote contra a correnteza. Estava mais fraco do que antes. Antes de batalhar contra a correnteza estava perdendo a luta. A tempestade veio e batia contra ele. Além do mais, tubarões começaram a ameaçar o bote e Whittaker teve que afastá-los com seu remo.

    Mas apesar de todos os obstáculos, Whittaker conseguiu prosseguir. Ele agora estava certo sobre a força que estava atuando em seus ombros e braços cansados.

    Whittaker e seus dois companheiros chegaram até a ilha. Ele havia passado por uma terrível provação de três semanas. Mas, mais importante, ele disse:

    – Encontrei o meu Deus... Foi a maior aventura que alguém pode ter. Foi a maior história que alguém pode contar.

    Você não quer esse tipo de história repetida em sua vida? O Deus da Bíblia ainda é muito ativo; Ele continua com o maior drama dos séculos e você pode participar dele. Nem todos podemos testemunhar o tipo de milagres que Whittaker e seus companheiros presenciaram, mas podemos experimentar Deus agindo através de nós de algum modo...

    Ao usarmos as Escrituras, ao testemunharmos suas promessas, ao aplicarmos seus princípios, tudo isto pode acontecer. Podemos ver Deus em ação. Podemos partilhar das grandes aventuras de Daniel, de Davi e de James Whittaker. Por que não começar agora?

    Torne-se um participante, não apenas um espectador. Faça o compromisso de dedicar tempo à Palavra de Deus cada dia. Separar um tempo regular com a Palavra de Deus é vitalmente importante. Leia a bíblia. Somente a prática pode lhe ensinar como melhor usar os princípios e as promessas da Bíblia. Fixe em um alvo claro: fazer as Escrituras tornarem-se vivas em sua vida, participando dessa grande aventura, não importa o que isto exija.

ORAÇÃO

Querido Pai, obrigado por nos dar uma Palavra poderosa, viva e ativa que pode fazer tanto por nós. Ajuda-nos a separar tempo cada dia para estudá-la, para orar sobre ela e, acima de tudo, usá-la em nosso viver diário. Faz a Tua Palavra criar vida, faz com que ela dê a cada um de nós vida nova. Em nome de Jesus. Amém.

SÚPLICA

Letra e música: Ariney B. Oliveira

Hoje é o tempo de preparo especial,

uma nova vida deve ser nosso ideal,

precisamos confessar nossas faltas ao Senhor,

e, em sincera comunhão, suplicar o Seu perdão

e pedir a Ele um novo coração.

Só então nós poderemos responder ao Seu chamar,

levaremos Sua palavra aos que O buscam aceitar.

Mensageiros do Evangelho nós seremos ao falar,

nossa vida irá mostrar a beleza de Sua luz,

pois fomos salvos pelo sangue de Jesus.

Vem derramar Teu poder sobre nós,

vem nos falar através de Tua voz,

pois só assim Senhor teremos a certeza do amanhã,

vem guiar Teus filhos com Tua santa mão.

Vem derramar Teu poder sobre nós,

vem nos falar através de Tua voz,

nós precisamos receber a Tua bênção de amor,

Teu espírito envia-nos Senhor. (bis)

Gravado por Alessandra Samadello no ABLP 555001 da gravadora ABBO

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PLANTAS MARAVILHOSAS

George Vandeman

TOPO

 

Explorando o parque ou a floresta local, muitos de nós vemas apenas uma massa verde, uma variedade de folhas e galhos espalhados. Mal podemos imaginar, em nossas caminhadas nas tardes de domingo, que somos testemunhas, sem saber, de feitos de arquitetura, de maravilhas químicas, de inovações da aviação e de complexo processamento de dados. Está tudo ali, se observarmos com atenção.

As plantas enfeitam as nossas salas, acrescentam cor às nossas varandas, refrescam escritórios, são boas de se ter por perto e de se ter em casa. Mas nós não as notamos tanto assim. Não notamos, por exemplo, quanta coisa está envolvida no que parece ser algo muito simples: a planta voltando-se em direção à luz. Nós esperamos que elas façam isso naturalmente; elas são atraídas pela luz. Mas como elas fazem isso? Como conseguem esse feito tecnológico de transformar luz diretamente em energia?

Para entrar na vida das plantas vamos primeiro dar uma olhada no céu, nos satélites em órbita que são controlados por estações na terra. Antenas parabólicas enviam sinais aos satélites a trinta e cinco mil quilômetros acima do equador. O satélite funciona, de fato, com baterias solares. Estas células converte, a luz do sol em eletricidade, mesmo que seja em pequenas quantidades, muito parecido com o que o faz o fenômeno de uma câmera fotográfica. Os satélites girando em órbita através do espaço, estão sempre voltados para o sol no ângulo correto. Na verdade, suas baterias solares ficam naturalmente inativas na sombra a maior parte do tempo, e para evitar isso, os técnicos espaciais desenvolveram um sistema rastreador muito complexo, que move os painéis com células solares para fazerem face aos raios solares em exposição ,áxima. Tudo isso envolve processos muito complexos: medir o ângulo da luz dos raios, interpretar os dados de modo lógico, executar movimentos precisos. Como vê, fazer um painel solar virar em direção à luz não é uma tarefa simples. No entanto, ao nosso redor, as planbtas solucionam este intrincado problema todos os dias, e em muitos sentidos, a tecnologia delas é superior à nossa. Sim, superior até à engenhosidade dos cientistas mais brilhantes da NASA.

Muitas informações que vou transmitir a seguir são baseadas num estudo de plantas do escrito científico Félix Paturi, no seu trabalho chamado: "natureza, a Mãe dos Inventos". Vamos ver quão incrivelmente inventiva é a Mãe Natureza, ao examinar as plantas maravilhosas.

As plantas são mestras do que se chama fototropismo, que é o movimento das plantas quanto estimuladas pela luz. Elas possuem toda a mecânica necessária: os meios de medir, interpretar e mover dentro de uma unidade compacta; e são incrivelmente sensíeis. Uma planta mantida num quarto escuro por um dia, reagirá a um simples brilho de luz com dois milésimos de segundo de duração. Emuma árvore ou arbusto, as folhas individualmente vergam-se e viram-se de modo a receber o mínimo possível de sombra para que todas recebam o máximo de radiação exigida.

As plantas solucionaram o problema de enregia que ainda assola nosso mundo industrializado, e fizeram isso numa grande escala. Elas usam energia eficientemente e sem resíduos perigosos. Pense nisso por um momento.

As plantas vêm produzindo refugos há milhares de anos, muito mais tempo que as fábricas, mas se desfazem de seus resíduos sem poluição. Esses resíduos se partem ao cair ao solo para se tornar alimento de novo. A produção e a decomposição se cancelam entre si. Tudo é reciclado e um sistema tão bem balanceado pode continuar funcionando indefinidamente.

A força do sol torna as rosas vermelhas, as violetas azuis e as samambaias verdes. Não é de admirar que o salmista tenha resolvido escrever em louvor a Deus: "Faz crescer a erva para os animais e a verdura para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento." Salmo 104:14. O salmista viu um sábio Criador no maravilhoso crescimento das plantas.

Digamos que você mora em um apartamento no sexto andar, cerca de vinte metros do chão. Digamos, também, que você e sua família usam cerca de 500 litros e água por dia. Será necessário um enorme sistema de encanamento e muita pressão para bombear esses 500 litros a vinte metros de altura. Esta é uma das razões de você receber aquelas enormes contas de condomínio todos os meses.

Mas, você sabia que uma árvore muito alta pode fazer esse mesmo trabalho num dia quente de verão? Ela pode levar 500 litros de água através de seus galhos e folhas todos os dias sem eletricidade, combustível ou bomba d'água. De fato, as próprias árvores não precisam de energia para fazer isso. Tudo é natural quando a água se evapora das folhas. Isso cria uma sucção constante compensando a água de baixo. a sucção é transferida através dos ramos, galhos e tronco até as raízes. Isto acontece porque os canos d'água da árvore são na verdade inúmeros tubos microscópicos.

Nanhuma bomba de sucção feita pelo homem jamais conseguiu empurrar água acima de doze metros. Colunas de água puxadas para alturas maiores que esta em canos comuns, inevitavelmente partem. As árvores mais altas, porém, são capazes de puxar água até seus galhos mais altos devido aos seus 'capilares', aqueles minúsculos tubos com milésimos de milímetros de diâmetro. Quão verdadeiras soam as palavras do Salmo 104:16: "Avigoram-se as árvores do Senhor e os cedros do Líbano que Ele plantou."

Existe ainda mais tecnologia e engenharia nas plantas. Você sabia que as plantas também são extraordinárias arquitetas?

Em 1850, o arquiteto Sir Joseph Paxton, entrou numa concorrência para projetar o edifício que abrigaria a exposição mundial em Londres. Ele desejava vencer seus rivais com um projeto histórico. Paxton idealizou um edifício de dimensões gigantescas que não teria nada pesado nem desajeitado. Ele imaginou uma estrutura que produziria o efeito de leveza e até aparentasse não ter peso. O problema, no entanto, era que não havia como construir um edifício assim naquela época. Grandes estruturas exigiam paredes enormes para sustentá-las. Parecia não haver meios de criar o prédio arejado e gracioso que Paxton tinha em mente. Foi quando ele se lembrou de uma certa planta com a qual havia trabalhado como jardineiro em sua juventude: a vitória-régia.

As folhas flutuantes dessa flor são enormes, chegam a dois metros de diâmetro, são muito finas e a despeito disso, são muito estáveis. Elas conseguem tal estabilidade, através de um complicado escoramento em seu lado inferior que são nervuras saindo do centro da folha e que dividem-se em muitos ramos. A vitória-régia deu a Paxton a chave para que tornasse seu sonho de arquitetura em realidade. Ele usou alguns dos escoramentos principais conectados a inúmeras pequenas nervuras em seu projeto e venceu a concorrência. O resultado foi o Palácio de Cristal de Exposição Mundial, e como dizem por lá, um sucesso arrasador. Provou ser uma grande descoberta em arquitetura. Os grandes arranha-céus de aço e vidro que vemos ao nosso redor hoje, na verdade se espelham naquele gracioso e arejado Palácio de Cristal, que por sua vez, foi inspirado no notável desenho da vitória-régia.

As plantas também inspiram a arte e a ciência da aviação, e elas fizeram isso muito antes daquele memorável dia em Kitty Hawk, o dia em que Orville e Wilbur Wright viajaram no ar, dando mais um passo na era da aviação humana. Vemos a aviação nas plantas pelo modo como as sementes navegam em direção ao solo adequado. Se uma árvore jogasse  suas sementes direto no chão, elas iriam ter que tentar crescer à sombra das árvores mães. Isso acabaria sufocando uma à outra. as sementes precisam ser transportadas para longe da árvore ou planta mãe. Isso é conseguido de diversas maneiras.

O dente-de-leão comum envia suas sementes adiante através de minúsculos pára-quedas. Primeiro a planta mede a umidade relativa do ar, a temperatura, a velocidade do vento e só libera as suas sementes quando as condições são as ideais. Tem de estar soprando um vento forte, e não somente uma brisa. O ar tem que estar quente e seco, indicando que as correntes ascendentes prevalecerão, só então as semente voadoras são soltas e fazem a sua viagem tão importante. Essas sementes de dente-de-leão agarradas em seus guarda-chuvas como inúmeros paraquedistas, são capazes de viajar incríveis distâncias.

Diversas outras plantas também transportam sementes através de pára-quedas, e o mais interessante é que essas plantas pertencem a famílias botânicas totalmente diferentes. Elas não se confinam a uma espécia ou gênero; não são um só tipo de planta.

Ora, isso apresenta um grande problema para a teoria da evolução. Uma coisa é presumir wue um grupo de plantas conseguiu evoluir até este engenhoso pára-quedas como solução para o problema do transporte de sementes. Isso apenas já exigiu muita fé, mas acreditar que um grupo inteiro de diferentes tipos de plantas desenvolvem esta mesma notável solução em um desafio comum, exige mais fé do que eu possa imaginar.

Espero que você esteja começando a ver que por trás de todas essas engenhosas soluções dos problemas técnicos das plantas existe um denominador comum, uma fonte comum: um engenhoso Criador.

Passemos dos pára-quedas aos planadores. O exemplo mais interessante é provavelmente a semente alada da tropical Liana. Ela cresce nos galhos mais altos de sua árvore mãe, entre lindas e brilhantes folhas verdes. A semente da Liana desenvolve duas asas cuuvas, transparentes, brilhantes e muito elásticas. Quando a semente se solta da árvore, sai planando na brisa. Os cientistas objetivos e frios, ficam eloqüentes quando observam esse pedaço da aeronáutica na planta.

Um professor descreveu o planador da Liana deste modo: "Circulando de modo selvagem e balançando graciosamente para frente e para trás, a semente mergulha lente, quase contra a vontade, na terra. Só precisa de um sopro de vento para fazer esta rival da borboleta voar."

Os pioneiros da aviação tam'bém ficaram impressionados com o vôo perfeito da semente da Liana. Ao construírem naves leves o bastante para planar ao vento, a estabilidade era a chave. As primeira máquinas voadoras sempre se esfacelavam, mas as asas do planador da Liana são incrivelmente estáveis.

Assim, dois dos pioneiros dos vôos, Etrich e Wels, utilizaram a semente da Liana para desenhar um planador sem causa. A nave que fizeram em 1904, provou se um marco na história da aviação, planando por cerca de novecentos metros.

Mais uma maravilha tecnológica, indicando a natureza como a mãe das invenções. Bem, nós vimos pára-quedas e planadores no mundo das plantas. Agora, que tal os helicópteros?

Uma semente de Bordo da Noruega é um exemplo. Ela possui pequenas asas curvas e quando cai da árvore, a fricção do ar faz com que ela gire rapidamente. Ela gira numa rota espiral em torno do nó em sua base. O efeito é exatamente igual àquele produzido pelas lâminas do helicóptero que giram. A rotação cria uma superfície circular completa a qual o vento pode agarrar. E assim, a semente cai muito mais lentamente. O mais fraco vento pode empurrá-la para mais de cem metros . Aeronáutica! Quem poderia imaginar que as árvores mostrariam o caminho? Quem pode sondar a mente criativa por trás disso tudo?

Vamos agora ao computador, uma verdadeira conquista da tecnologia moderna. Sua capacidade de armazenar e apresentar dados e computar, buscar e listar é absolutamente de estarrrecer. Os computadores realizam funções numa fração de segundo que os matemáticos levariam semanas ou até meses. Essas máquinas são verdadeiros solucionadores de problemas. Elas estão ficando menores e mais rápidas quase todos os dias. A microeletrônica continua desenvolvendo chips e circuitos menores e mais eficientes.

Por mais impressionante, porém, que um computador possa ser, existe algo mais importante ainda que eu posso segurar na palna da minha mão. Uma minúscula maravilha que rivaliza-se com todo o processamento de informação que uma sala cheia de computadores pode fazer, e que pode se perder entre as frestas de azulejos. Esta maravilha é uma semente.

"Espere um pouco, pastor", você deve estar pensando, "sei que as sementes se transformam em flores e árvores, mas fazer o trablho de um computador? Não está indo longe demais?"

Bem, vamos pensar a respeito. Esta semente deve ter todas as especificações da planta. Toda informação sobre o seu aparecimento e comportamento tem que estar armazenada ali. O tamanho, a forma e a cor da planta, suas reações no calor e no frio, na luz e na sombra, na seca ou nas enchentes, tudo tem que estar determinado de antemão na semente. Ora, quantos megabytes seriam necessários a um computador somente para programar a cor da flor de uma planta? Digamos para codificar matematicamente apenas a forma externa de uma árvore? Pense sobre a programação da forma geométrica exata das folhas, botões, flores, cascas do tronco... Estamos entrando em milhões e milhões de anotações digitais.

Pense sobre a tentativa de programas as qualidades químicas da célula da seiva, a disposição dos vários tipos de rtevidos, e aí tente descobrir como instruir a planta a respeito das técnicas de sobrevivência nos vários meio-ambientes. Como você programaria a incrível gama de adaptações das quais falamos?

O escritor de ciências Félix Paturi, por exemplo, concluiu que a capacidade de armazenamento de um grande computador moderno, mal começaria a armazenar todos esses dados. Mas está tudo ali. Toda aquela informação e mais ainda, está armazenado numa pequena semente. Um incrível computador!

Você quer olhar o horizonte distante da alta tecnologia? Você não tem que conhecer as possibilidades tecnológicas so silício. Basta desencavar uma semente enterrada no solo. Ali existem informações processadas de nos estarrecer.

Aqui está a sólida evidência de um Criador infinitamente sábio. Não posso crer que uma semente seja produto a seleção natural ou da mutação genética. Animais fracos podem ser eliminados pela seleção natural. A mutação genética pode produzir algumas aberrações de vez em quando, mas esses processos cegos não inventam computadores deste tamanho. Sinto muito, isso não pode ser feito. Se não pudermos ver um Deus incrivelmente engenhoso por trás das plaantas, na aviação, arquitetura, química e neste computador, então existe alguma coisa errada com a nossa visão.

Nosso Criador solucionou uma grande soma de problemas técnicos. Ele criou soluções que tem inspirado nossos maiores inventores. Eu não tenho qualquer dúvida. Deus é o solucionador dos problemas. Ele pode solucionar qualquer tipo de problema.

No livro de Hebreus, Jesus é descrito como aquele que é capaz de salvar a todos aqueles que vierem até Ele. Ele salva perfeita e completamente, para sempre. Esse é o tipo de confiança que podemos ter nAquele que faz as plantas em toda parte se voltarem sempre em direção da luz, desabrocharem e dar frutos.

Talvez você esteja profundamente ferido. Talvez você carregue cicatrizes de traumas do passado ou esteja com uma amargura muito grande no momento. Existe um solucionador de problemas pronto para ajudar o quebrantado. Salmo 147:3 fala dele com simples eloqüência: "Sara quebrantados de coração e cura-lhes as feridas."

Sim, o grande Criador da vitória-régia, esse arquiteto da vida das plantas, certamente pode nos apoiar nos momentos de necessidade. Ele pode nos edificar de acordo com Seu engenhoso plano.

As vezes podemos nos sentir perplexos e perdidos. Precisamos de ajuda para tomar decisões importantes. Nem sempre podemos ver muito longe na estrada quando enfrentamos caminhos alternativos, e às vezes existem escolhas em excesso, vozes demais clamando por nossa atemção. Precisamos de orientação clara; precisamos de uma mão segura nos guiando. Aí, então, vem o solucionador de problemas até nós e declara: "Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.:  Salmo 32:8.

Esta é uma grande segurança, você não concorda? Vinda daquele que envia as sementes do Bordo e da Liana em suas viagens, de planador, de pára-quedas, de helicóptero ao encontro do solo fértil. Sem dúvida, este Criador merece confiança para mos propelir na direção certa. Ele é mestre em transformar o mal em bem, como vemos na Bíblia, a promessa sobre este solucionador de problemas: "Sabemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu decreto."Romanos 8:28.

Todas as coisas. Todas as coisas que nos acontecem se encaixam em um plano para o bem. Deus, o engenhoso solucionador de problemas, faz todas as coisas contribuirem para o bem. Isso é muito bom! É uma boa notícia que ecoa nas semente voadoras, nas folhas e nas flores que se voltam em diréção à luz. O poder criativo de Deus está em evidência em toda parte. Tudo proclama que Deus pode cuidar dos seus problemas. Ele pode lidar com os seus desafios. Ele é capaz. Sua sabedoria é ampla o bastante. Sua força profunda o suficiente.

Você pode confiar a Ele todos os seus problemas. Você pode colocar nas mãos dele tudo o que possa enfrentar nos dias futuros. Por quen não faz isso agora?


 


 

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UM MARINHEIRO E O SINAL DE DEUS

George Vandeman

TOPO

 

O ruído das ondas calmas atingia a costa de Guam e as palmeiras balançavam sonolentas sob a brisa. Dois homens da Marinha, caminhando pela areia, pararam e ficaram olhando para um pedaço de madeira à deriva. A noite começava a cair sobre a baía. O capitão Graff já se irritara antes, mas sua voz agora estava calma:

    – Mosley, temos um trabalho importante para fazer aqui; vai exigir todo nosso esforço.

    – Sim senhor – o escrevente Ramon Mosley estava mais calado ainda.

    – Não estamos indo a nenhum piquenique de escola dominical. Isto é a guerra. A Marinha tem que manter total disciplina.

    – Sim senhor.

    – Mosley – o capitão parecia um pai resignado – sabe o que vou ter que fazer, não sabe?

    O escrevente olhou para a areia úmida abaixo e replicou:

    – Sim, capitão. Quando é preciso fazer, o jeito é fazer mesmo. 

    O capitão Graff ergueu-se devagar, jogou uma pedrinha no mar e voltou para o local das barracas. Mosley sabia muito bem o que seu comandante tinha que fazer. Aquele terrível fato o vinha pressionando há algum tempo. Qualquer um que não cumprisse uma ordem na guerra, podia ser executado. Era difícil para Mosley imaginar-se morto por seus próprios compatriotas. Mesmo assim, lenta e persistentemente os confrontos estavam chegando a esse ponto.

    O escrevente Ramon Mosley sentiu-se muito só naquele dia em 1943 diante de um céu cinzento interminável. Sentiu-se como uma estranha sombra à deriva em um mundo virado de cabeça para baixo. Sua única ligação com o resto do mundo eram as cartas que sua jovem esposa lhe escrevia. Mas mesmo aquelas mensagens chegavam em pedaços, pois sendo um marinheiro preso, confinado à base, até sua correspondência era censurada. Mosley pensava às vezes: "talvez tenham razão. Talvez eu esteja louco. Talvez eu seja o único a manter uma opinião tão diferente".

     Como podia um soldado americano tão leal ter se metido em tamanha encrenca, naquele ponto distante no Pacífico?

    Tudo começou quando um pastor cristão italiano bateu à porta de um jovem casal em Nova Orleans. Recém-casados, Ramon e Frances Mosley estavam morando em um apartamento do Exército da Salvação.

    Ramon, que acabara de se alistar na Marinha, foi designado para a patrulha do litoral no Golfo. Quando aquele pastor perguntou se eles gostariam de estudar a Bíblia com ele, o casal concordou.

     O pastor, um adventista do sétimo dia, começou a mostrar verdades da Bíblia que eles nunca tinham visto. Ramon e Frances viram temas emocionantes emergirem das páginas das Escrituras. Eles viram o quadro completo do Éden perdido ao Éden recuperado e tudo foi se encaixando. Uma das verdades que descobriram foi o sábado, instituído por Deus como um memorial da criação.

      O pastor revelou que o sábado é um sinal muito importante, um sinal especial por toda a Bíblia. Ele disse que esse sinal havia começado logo no princípio, no Jardim do Éden: "e abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou." (Gênesis 2:3)

    Nesse dia estabelecido pelo Criador, era para a humanidade achar descanso e renovação espiritual.  O quarto mandamento declara: "Lembra-te do dia do sábado para o santificar, porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra e ao sétimo dia descansou..." (Êxodo 20:8,11)

    Ramon e Frances aprenderam que o sábado aponta o nosso Criador. O livro de Deuteronômio nos dá mais uma razão para guardarmos esse dia especial: "Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado". (Deuteronômio 5:15)

      Aqui, o sábado é um memorial da redenção, Deus salvando Seu povo da escravidão. O descanso no sábado dos labores diários simbolizava o salvamento das agruras do trabalho escravo. E este salvamento dramático do cativeiro breve assumiu um sentido espiritual. Deus disse a Seu povo: "...certamente guardareis os meus sábados: porquanto isso é um sinal entre mim e vós pelas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica." (Êxodo 31:13)

    O Deus que nos santifica e nos separa é o nosso Redentor. Ele não apenas salva da escravidão física mas também do cativeiro espiritual. Nosso Redentor nos salva do pecado, e o sábado é um lembrete semanal disso, até futuras gerações. A cada sábado somos lembrados de que nosso Deus é Criador e Redentor. E assim, naturalmente, os hebreus se fixaram neste dia como um símbolo de seu relacionamento pactuado com o Deus Celeste.              Algumas das horas mais difíceis para o povo de Israel foram as do cativeiro na Babilônia. E mesmo naquela terra de exílio e humilhação, o povo de Deus ainda se lembrava desse símbolo. O profeta Ezequiel exortou os exilados a não se esquecerem dAquele que disse: "E santificai os meus sábados; e eles servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus" (Ezequiel 20:20)

.    O pastor também disse aos Mosley que no Novo Testamento Jesus passou grande parte do tempo defendendo o sábado, que Ele havia santificado, de uma lista de regras opressivas. O sábado foi feito para o benefício do homem, ele declarou. É um dia para se fazer o bem, não apenas para evitar a aparência do mal. Jesus Se identificou aos Seus oponentes desta maneira: "O Filho do homem até do sábado é Senhor."  (Mateus 12:8)

    O livro de Hebreus relaciona o descanso do sábado ao descanso da fé. "Portanto resta ainda um repouso sabático para o povo de Deus." (Hebreus 4:9)

    Como vê, o sábado é um belo sinal, tanto depois da cruz como antes, um modo de mostrar nossa lealdade ao Criador e Redentor. Ele ainda pode nos dar um senso de identidade mesmo em um mundo que tem esquecido amplamente a obra deste Criador-Redentor.

    Bem, Ramon e Frances Mosley ouviram com atenção enquanto o pastor explicava os textos das Escrituras sobre como o sábado serve de importante sinal para nós, hoje. Eles se convenceram e quiseram guardar o sábado também, como sinal de sua dedicação a Deus. Mas assim que começaram a se aprofundar, perceberam que isso iria provocar conflitos. A Marinha não estava muito interessada em dedicar um memorial ao Criador-Redentor ou descansar no sétimo dia. Ramon, soldado na ativa, tinha que se apresentar para o serviço sempre que fosse chamado.

    Os dois, recém-casados, passaram muito tempo orando no terraço de seu apartamento em Nova Orleans. Agora tinham que enfrentar uma questão bem difícil: quanto significava de fato aquele sinal? Significava o bastante para enfrentarem conflitos?       Finalmente o casal tomou a decisão: eles guardariam o sinal especial de Deus e confiariam nEle para cuidar das conseqüências.

    Num dia de sábado, em 1943, Ramon e Francis Mosley foram batizados na Igreja Adventista do Sétimo Dia em Nova Orleans. Durante alguns meses os recém-batizados conseguiram desfrutar uma fase de alegria e paz.

    Por um tempo, trabalhando na patrulha da Orla no Golfo, Mosley havia conseguido folgar aos sábados. Mas finalmente a inevitável situação surgiu à sua frente: uma ordem direta para trabalhar no sábado.

    Mosley tentou explicar porque não podia, mas ninguém entendeu. Ele escreveu cartas pedindo um serviço alternativo, mas todos os pedidos foram recusados. Ele, após conversas ásperas com diversos oficiais, foi alvo de uma engenhosa solução:

    – Bem, Mosley, vamos ver o que você fará no sábado quando os japoneses perseguirem.

    O marinheiro problemático foi transferido para as Ilhas Salomão e designado para um veículo "higgins" de desembarque.

    Mosley despediu-se de sua esposa e zarpou de Nova Orleans em um pesado navio de transporte. Inclinado no parapeito de aço do convés, recebendo a brisa salgada, ele sabia exatamente por que estava viajando. Mas sua fé não permitiria qualquer concessão. O sinal de Deus ainda tinha significado, mesmo se ninguém mais parecesse reconhecê-lo.

    Mosley passou os meses que se seguiram cercado pelo triste e cinzento pacífico, sempre perdido em algum ponto ali, ouvindo o espocar das armas, circulando por incontáveis ilhas, imaginando quando chegaria a sua vez de desembarcar nas praias. Felizmente, Mosley foi promovido a escrevente-chefe de bordo e designado para o trabalho com o pessoal.

    Após os fuzileiros estabelecerem um comando em Guam, ele foi encarregado no escritório pessoal da ilha como sub-chefe oficial. Como os demais, Mosley estava tecnicamente em uma semana de trabalho de sete dias. Mas ele conseguiu em silêncio arranjar uma folga durante o sábado, até que num sábado o oficial comandante, capitão Graff, entrou em sua barraca e o encontrou estudando sua lição da Escola Sabatina.

    O problema começou de novo. Mosley havia desobedecido ordens diretas de trabalhar no sábado. O capitão começou fazendo "sessões" regulares para fazê-lo ceder. Mosley lembra-se de uma delas em particular, quando foi chamado até a barraca do capitão. Lá, Graff com vários oficiais executivos, marechais e o capelão, usando fardamento completo, formaram um círculo em torno dele e dispararam acusações:

    – Você tem um dever para com sua pátria.

    – Homens estão sendo mortos ao seu redor.

    – Por que tem tanta certeza de que você é o único a estar certo?

    Cada um, por sua vez, reforçou suas razões ameaçando, apelando, e envergonhando esse homem que não conseguiam entender. Após uma hora, o rosto do escrevente-chefe revelava seu cansaço e confusão. Ele não conseguia responder todas as acusações. Aí o capitão Graff desferiu o golpe final:

    – Mosley, diante da situação não tempos escolha. Não pode desobedecer uma ordem direta. Irá trabalhar aos sábados, quando escalado.

    Saindo de seu atordoamento, o marinheiro solitário respondeu:

    – Senhor, tenho que fazer a única coisa que me restou. É impossível executar...

    Aí Graff esbravejou

    – Você vai trabalhar, Mosley. Se pensa que pode desafiar todo este comando, vai ter uma grande surpresa, marinheiro.

    E continuou a dizer uma série de impropérios antes de gritar:

    – Dispensado!

    Finalmente, Mosley recebeu ordens para comparecer perante uma comissão da Marinha chamada de "tribunal de convés". A princípio haviam marcado para ele a corte marcial, mas um médico adventista do sétimo dia, comandante de um navio da marinha, escreveu uma carta em seu favor para o almirante Nimitz. Ele destacou que a liberdade de culto das pessoas, segundo os ditames de sua consciência, era uma das coisas que a Marinha estava defendendo no Pacífico. Provavelmente, como resultado daquela carta, Mosley enfrentou um tribunal de convés menos severo. Chegou o dia e Mosley ficou ao lado de duas bandeiras e três oficiais. O capitão Graff leu as acusações e o veredito preparado. Mosley foi rebaixado para escrevente de primeira classe, sendo repreendido por insubordinação e afastado de suas funções no setor pessoal. O capitão o designou para um barcaça enferrujada que tinha cubículos como escritórios. Mosley ficou trabalhando na base. Ele passou meses pouco à vontade, esforçando-se para encontrar um trabalho que o livrasse de outros confrontos, mas sentia-se grato por ter sobrevivido sem ter traído o seu Deus.

    Um dia, uma ambulância estacionou perto das barcaças. Um jovem com divisas de tenente desceu e começou a perguntar por alguém chamado Mosley. Todos sabiam a respeito de Mosley. O escrevente foi trazido rapidamente. Mosley bateu continência e identificou-se. O tenente estendeu o braço e disse:

    – Prazer em conhecê-lo – ele disse – também sou adventista do sétimo dia.

    Mosley ficou ali atônito por um instante. Durante muito tempo ele vinha se sentindo completamente isolado em sua crença. Mas agora sabia que havia pelo menos um outro homem igual a ele no mundo. Talvez não estivesse maluco afinal. De repente, surgiram lágrimas nos olhos de Mosley. Ele procurou dizer algo que impedisse aquela miragem de desaparecer. Aí falou:

    – Como você descobriu?

    O tenente respondeu:

    – Bem, nosso navio-hospital atracou do outro lado da ilha na semana passada, e ouvi a respeito de um rapaz estranho que estava tendo problemas com sua religião.

    Mosley disse:

    – Não consegui localizar um adventista desde que saí dos Estados Unidos.

    O tenente tinha boas notícias:

    – Existem mais alguns rapazes adventistas no navio e estamos pensando em tentar uma espécie de culto aqui.

    – Parece ótimo!

    Após terem ido para o pequeno escritório de Mosley, o tenente explicou que aquela talvez fosse uma oportunidade providencial. Guam tinha sido dominada por um poderoso bispo que não permitia que outras missões religiosas entrassem na ilha. Quando os japoneses tomaram Guam, capturaram o bispo e o mandaram para as Filipinas; de modo que se eles agissem rápido conseguiriam iniciar algum trabalho pois havia pessoas interessadas em Guam. Mas o tenente explicou:

    – Só tem um problema: precisamos de um local para as reuniões.

    Permaneceu para sempre um mistério para Mosley como ele conseguiu entrar no gabinete do oficial comandante que vira pela última vez no tribunal do convés. Mas lá estava ele com seu pedido, batendo continência para o frio capitão Graff.

    – Capitão – ele começou – temos alguns marinheiros adventistas do sétimo dia numa companhia no hospital aqui que gostariam de se reunir e precisamos de algum lugar para fazermos culto. O oficial-comandante abaixou a cabeça em sua escrivaninha e começou a escrever. Mas Mosley decidiu prosseguir:

    – Eu vi uma barraca velha no depósito, senhor, perto dos alojamentos e que ninguém está usando. Quem sabe poderíamos tomá-la emprestada, capitão? De repente Graff ergueu-se e encarou o escrevente:

    – Ouça, Mosley – ele disse apontando seu dedo – vocês não precisam usar aquela coisa velha; vou-lhes arrumar uma boa barraca.

    O capitão saiu do seu gabinete e conduziu Mosley até um armazém de metal. Ele ordenou ao oficial intendente que desse uma boa barraca àquele homem, do tamanho que ele quisesse. Em seguida Graff levou Mosley até o capelão luterano.

    – Este homem vai iniciar reuniões de culto. Forneça a ele tudo o que precisar.

    Num instante, os braços de Mosley estavam repletos de pratos, copos e crucifixos de ouro e prata. E Graff não havia terminado. Ele disse:

    – Agora, Mosley, você vai precisar de um transporte para essas coisas. Vou providenciar um caminhão com motorista.

    Um caminhão foi requisitado e carregado. Mosley correu para se apresentar em seu barco. Quando retornou, o capitão havia acrescentado ao material para a igreja um órgão portátil, como cortesia. Também providenciou a folga sem restrições para seu marinheiro. Mosley tentou agradecer-lhe, mas Graff apenas acenou para que fosse para o caminhão. E assim, rodando em um caminhão que transportara cereais e bombas, o escrevente de primeira classe Ramon Mosley transportou as sementes da primeira igreja protestante em Guam.      Ele olhava com carinho para seu carregamento de material sagrado que era, afinal, símbolo de um mundo reivindicado, um modo de celebrar o corpo de Cristo que havia se tornado invisível por um longo período naquele local. No futuro, esses símbolos se transformariam em uma missão frutífera em Guam.

    Mas naquele momento, Mosley estava feliz. Ele permanecera preso ao sinal. Sua lealdade continuava intacta.

    Como está sua lealdade? Você tem onde se agarrar mesmo nos piores momentos? Aquele marinheiro solitário mostrou o quanto valorizava o memorial da criação e da redenção de Deus, o sábado. Ordens diretas dos homens, apoiadas pela autoridade militar, não conseguiram mudar o que ele sabia ser um dos mandamentos de Deus. 

     Que cada um de nós possa ter uma fé que se agarre ao nosso Senhor em todos os momentos. 

MAIS SEMELHANTE A JESUS

Letra e Música: Wiliams Costa Jr

Mais semelhante a Jesus

é o que mais eu desejo na vida.

Mais semelhante a Jesus

é a vontade sincera nascida em meu ser.

Mais semelhante a Jesus

é o ponto de minha partida;

para ter nesta vida alegria e poder

quero ser mais semelhante a Jesus.

Mais semelhante a Jesus

é a mensagem cantada e vivida.

Mais semelhante a Jesus

é a vontade incontida de sempre louvar.

Mais semelhante a Jesus

 é o alvo de minha corrida;

para ter nesta vida alegria e poder

quero ser mais semelhante a Jesus.

Mais semelhante a Jesus

é a minha comida e bebida.

Mais semelhante a Jesus

é a vontade acolhida no meu coração.

Mais semelhante a Jesus

é a certeza da luta vencida;

para ter nesta vida alegria e poder

quero ser mais semelhante a Jesus.

Gravado por Sonete no EELP nº - 0194 do Ministério Está Escrito

ORAÇÃO

Pai querido, o Senhor tem sido tão fiel a mim como Criador e Redentor. O Senhor tem me dado muitos presentes maravilhosos... inclusive o sábado. Ajuda-me a ser leal a Ti, a seguir Teus mandamentos aonde quer que possam me levar, a ouvir as Tuas palavras, aonde quer que elas possam me guiar. Dá-me força para declarar como Martinho Lutero uma vez declarou: "aqui estou". Em nome de Jesus, amém.

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FAMOSAS ÚLTIMAS PALAVRAS

George Vandeman

TOPO

 

Últimas palavras. Às vezes elas dizem muito a nosso respeito. Algumas engraçadas, algumas trágicas e algumas triunfantes. Napoleão terminou sua vida com um breve sumário daquilo pelo qual vivera. Ele murmurou: "Amigo, exército, chefes do exército, Josefina." O compositor Gustav Mahler disse simplesmente: "Mozart". As últimas palavras do General Winfield foram um pedido. Ele pediu para seu criado cuidar bem do seu cavalo. O colunista O. MacIntire pediu à sua esposa no final: "Você pode por favor se virar para este lado? Eu gostaria de olhar o seu rosto." Mas entre inúmeras palavras, temos a do escritor G.K. Chestertton. Ele disse: "O assunto não está muito claro. Está entre a luz e a escuridão e todos terão que escolher o seu lado."

As últimas palavras muitas vezes revelam como as pessoas entram naquela noite escura. Para muitos, a morte vem de surpresa, é claro. As últimas palavras do ator Douglas Fairbanks foram: "Nunca me senti melhor." E um lorde inglês chamado Palmerston foi informado por seu médico que o seu estado de saúde havia se tornado bastante grave. Palmerston respondeu indignado: "Morrer, meu caro doutor, é a última coisa que eu farei." E ele estava certo.

Outros vêem a morte chegando com toda a clareza. Dr. Walter Raleigh, condenado pelo rei da Inglaterra, sentiu o fio do machado erguido pelo seu carrasco e disse: "Esse é um remédio afiado, mas sem dúvida, um remédio para todos os males." E a última palavra de um médico chamado Joseph Green foi um verdadeiro auto-diagnóstico. Após sentir seu próprio pulso por alguns momentos ele disse simplesmente: "Parou." Alguns expressam um anseio indefinido em suas últimas palavras. Mas o escritor alemão Goethe clamou: "Mais luz! Mais luz!" Outros só conseguem expressar perplexidade. Um filósofo chamado Pierre Gassendi disse: "Eu nasci sem saber a razão. Eu vivi sem saber a razão e estou morrendo sem saber a razão."

Alguns tentam disfarçar o seu medo e agem de modo desafiador. Quando o herói revolucionário americano Ethan Allen estava enfrentando o fim, um pastor tentou confortá-lo dizendo que os anjos o estavam esperando. "Eles estão esperando?" Replicou Allen de modo grosseiro. Em seguida disse com um palavrão: "Eles que esperem."

O pintor Perugino recusou-se a receber um padre. Suas últimas palavras: "Estou curioso para ver o que acontece no mundo futuro àquele que morre sem se confessar."

O poeta Henrick Heine disse arrogantemente: "Deus me perdoará. É a Sua profissão."

Outros expressam temor humano de modo honesto e nos comovem mais profundamente. O escritor O'Henry pediu para as luzes do seu quarto serem acesas: "Não quero ir para casa no escuro", ele disse. Estas foram suas últimas palavras e Henry Ward Beecher murmurou: "Agora vem o mistério."

É apenas um mistério? Uma queixa a respeito do escuro? Como enfrentamos o fim? Com raiva? Amargura? Ou com certa dose de paz?

Gostaria de lhes mostrar vários personagens que enfrentaram o fim admiravelmente. Suas últimas palavras me parecem bem verdadeiras. E suas histórias nos ajudarão a vislumbrar o que existe do outro lado porque elas vieram das Escrituras.

Vamos começar há algum tempo com um homem chamado Jacó. Ele sabia que estava próximo do fim de sua longa vida. Assim, chamou seus filhos ao redor, todos os doze, e disse o que está registrado em Gênesis 49:1: "Ajuntai-vos e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros." Aí está um homem que recebera de Deus o dom da profecia. Já havia passado muito tempo desde que Jacó enganara seu irmão Esaú roubando-lhe a primogenitura e fugindo de casa em desgraça e desprezo.

Este é o Jacó que lutou com um ser celestial até receber a bênção de Deus. Ele adquiriu uma confiança pacífica no plano de Deus. Por alguns instantes, ele viu com os olhos de Deus. Em seu leito de morte, suas últimas palavras abriram a janela do futuro para seus filhos.

Jacó disse a Judá que a sua descendência iria herdar o cetro do legislador. Zebulom, Jacó disse, iria "morar junto ao mar e se tornaria como um porto para os navios." Dã proveria justiça para o seu povo e Aser seria rico. Ele proveria manjares dignos de um rei.

Então, o velho moribundo descreveu seu filho mais jovem Naftali como uma gazela livre que profere palavras formosas. José seria "um ramo frutífero junto à fonte."

Que bênção poder dizer isso a seus filhos! Tenho certeza de que eles apreciaram essas palavras pelo resto da vida. Para Jacó, a morte não foi uma tragédia que pesava sobre ele. Tornou-se uma oportunidade de olhar para o futuro. Um futuro brilhante com as promessas de Deus. Jacó não ficou revoltado nem triste; ele olhou além por sua família.

Esta é a primeira coisa que notamos sobre a morte nas Escrituras. Não é um final. Ela aponta para o futuro. Os planos de Deus continuam, não terminam com a morte de um homem. Deus continua seguindo para o futuro e Jacó teve o privilégio de vislumbrá-lo com Ele.

Agora vamos passar para muitos anos adiante e ver uma cena em Jerusalém. O seguidor de Cristo chamado Estevão estava perante o temível Sinédrio para ser julgado. Ele era acusado de falar contra a lei e o templo. Estevão fez uma defesa bastante eloqüente mostrando como toda a história de Israel tinha como clímax o ministério de Jesus e aí, de repente, o acusado tornou-se o acusador. Ele gritou: "Vocês traíram e assassinaram o Justo."

Isso era demais para os juízes suportarem. Estavam determinados a pôr fim em Estevão mesmo antes de ele ter entrado no tribunal. Mas agora eles estavam furiosos. Exigiram que ele fosse apedrejado imediatamente.

Estevão sabia que estava liquidado. Ninguém se atreveria a apelar por ele. Seus juízes estavam prontos a se levantar de suas cadeiras e o arrastarem para fora da cidade, ao local do apedrejamento. Mas nesse exato momento, este jovem discípulo de Cristo fez uma coisa extraordinária. Ele olhou para o alto. Ele olhou para o céu. Atos, capítulo 7:55-57 registra exatamente o que ele viu: "Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus."

Bem, os acusadores de Estevão tornaram-se seus carrascos. Nos arredores de Jerusalém eles apedrejaram aquele jovem cujo rosto brilhava com a luz celestial. E aí Estevão pronunciou suas últimas palavras. Capítulo 7, versículos 59 e 60: "E apedrejavam a Estevão que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Com essas palavras adormeceu."

Que coragem e confiança vemos aqui! Que capacidade extraordinária de erguer-se acima das cruéis paixões dos seus carrascos! Estevão ainda olhava para o alto e viu Jesus em pé à direita de Deus. Em pé pelo Seu discípulo e assim Estevão teve a confiança de entregar a sua vida nas mãos do Salvador. Receba o meu espírito. Estevão encarou a morte corajosamente porque olhou para o alto, entregou-se totalmente a Jesus.

Esta é a segunda coisa que notamos a respeito da morte nas Escrituras: a esperança está ligada a Jesus. Vocês se lembram que Jacó demonstrou ser um homem que podia olhar através da morte para os planos de Jesus no futuro. Agora vemos algo específico a respeito desse plano. Eles envolvem a pessoa de Jesus.

Amigo, jamais poderemos separar a nossa esperança em Jesus daquilo que Ele faz. Algumas pessoas tentam encontrar esperança em uma fagulha de imortalidade com Ele ou em algum traço de almas reencarnadas ou em alguma vaga experiência extra-corpórea. Mas nas Escrituras, a esperança da vida eterna está sempre ligada a uma pessoa: Jesus Cristo.

Agora vamos seguir adiante nas Escrituras e veremos exatamente porque e como Cristo criou tal esperança e coragem especialmente diante da morte.

Passemos para as últimas palavras de um outro homem. As do apóstolo Paulo na carta que chamamos de segunda a Timóteo. É a mensagem final que Paulo deixou para o mundo na prisão, em Roma. Ele aguardava a execução, mas este homem não tremeu ao enfrentar a morte. II Timóteo 4:7 diz: "Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé." Vocês viram o tom de triunfo aqui? Ele não sai chorando pela noite. Ele marcha de cabeça levantada. No versículo 8 da mesma carta ele conta o segredo da sua coragem diante da morte: "Já agora a coroa da justiça me está guardada a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda."

Agora vemos de modo ainda mais claro a base da esperança apresentada pelas Escrituras. Paulo estava aguardando ansioso um certo dia, o dia em que o reto Juiz apareceria. Ele estava aguardando para receber a sua recompensa juntamente com todos os que crêem e que amam a Sua vinda. Bem, qual é a esperança aqui? É a segunda vinda de Cristo. Paulo, enfrentando a morte, depositou sua confiança naquele glorioso evento futuro. Aí as malhas das Escrituras se juntam. No Velho Testamento, patriarcas como Jacó olham através da morte para o futuro. Eles descansaram pela fé nos planos de Deus; no Novo Testamento, vemos Jesus como centro de esperança para a vida eterna. Agora Paulo une os dois.

A esperança cristã está na futura vinda de Cristo. Esta é toda a base da nossa esperança para a vida além-túmulo. Em primeira aos Tessalonicenses, Paulo escreve algumas palavras para aqueles que pranteavam a morte de irmãos que morreram. Como ele os confortou? No quarto capítulo ele falou de uma coisa: Cristo descendo do céu com alarido e os mortos em Cristo erguendo-se da sepultura. Ele confortou os que velavam com a segunda vinda. Ele não falou de imortalidade humana. Ele não falou de almas desencarnadas subindo após a morte. Não. Ele se fixou em uma coisa: Jesus e a Sua vinda. Agora vamos olhar mais uma cena envolvendo últimas palavras que ajudarão a esclarecer alguns conceitos errados.

Estas são as mais importantes de todas as palavras porque pertencem a Cristo. Jesus estava pregado na cruz tendo que suportar o que o ódio dos homens jogava sobre Ele, tendo que suportar o terrível fardo de culpa dos homens. Mas mesmo no meio daquele inferno que Ele estava experimentando, Jesus conseguiu expressar esperança. Lucas 23:46 diz: "Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou."

Vemos aqui uma nota de triunfo que Estevão e Paulo ecoaram tão corajosamente. A coragem do seu Deus tinha ido adiante deles. Alguns vêem esse triunfo apenas nas palavras "nas tuas mãos eu entrego o meu espírito."

Estevão bradou essa mesma esperança quando entregou o seu espírito a Jesus. O que isto quer dizer? Alguns vêem esse espírito como uma entidade separada que vai para Deus após a morte. A alma sobe para o céu então? Tais palavras podem ser interpretadas assim.

Bem, vamos examinar o que de fato aconteceu com Cristo. Três dias depois, numa manhã de domingo, a inconsolável Maria Madalena foi até o túmulo de Jesus para velar o corpo do falecido Mestre. Mas ao chegar lá, ela ficou atônita ao encontrar o túmulo vazio. Ela avistou um homem que aparentava ser o jardineiro e perguntou a ele onde haviam colocado o corpo. Aí o homem lhe disse uma palavra: "Maria". E ela reconheceu o Mestre.

O Mestre havia ressuscitado dos mortos. Numa emoção incontrolável ela jogou-se aos Seus pés e O abraçou. Agora ouçam atentamente o que Jesus disse a ela. João 20:17: "Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai, para meu Deus e vosso Deus."

Ora, este é o mesmo Jesus que entregou o seu espírito nas mãos do Pai. Seu espírito ainda não havia subido até o céu. Quando Cristo ressuscitou, Ele ressuscitou tudo junto. Corpo, alma e espírito. Ele estava aguardando para ascender ao céu tudo junto. Corpo, alma e espírito.

Amigo! Ocorre o mesmo conosco. Podemos aguardar a ressurreição do corpo, alma e espírito na segunda vinda de Cristo. Esta é a esperança que as Escrituras apresentam. É um evento futuro  centralizado em Jesus e é por isso que podemos entregar nosso espírito a Ele e então pegar no sono.

Sabe, a palavra "espírito" na Bíblia significa literalmente "fôlego". Está arraigada à idéia "fôlego de vida" e quando entregamos nosso espírito a Cristo, nosso fôlego de vida, o entregamos diretamente ao Criador. Somente Ele pode colocar esse fôlego de vida de volta em nosso corpo no dia da ressurreição. Esta é a nossa esperança. Não a imortalidade em nossa alma. Apenas em Cristo nós adormecemos em paz porque temos confiança de que Ele detém o fôlego da vida. Isto é o que há por trás do triunfo de Estevão e Paulo ao enfrentarem a morte. A esperança em Cristo naquele dia no futuro da Sua vinda.

Num hospital infantil em Londres, seis crianças queriam aprender a cantar em coro em apenas três semanas. Bem, a tarefa era difícil, mas a enfermeira Mary Joseph decidiu tentar. As crianças, todas elas morrendo de leucemia, queriam estar prontas para um concerto muito especial para um amiguinha de sua ala chamada Elizabeth. Ela completaria onze anos e em breve iria ficar surda. Ela havia sofrido uma cirurgia para checar um tumor maligno em seus ouvidos e que resultaria numa perda irreversível de sua audição. Assim, seus amigos queriam que ela se lembrasse de algumas palavras muito especiais antes de ficar completamente surda. Palavras do seu concerto surpresa.

Todos os dias, quando Elizabeth saía para a terapia, as crianças se juntavam ao redor da enfermeira Mary e ensaiavam diligentemente. Lentamente as seis crianças, que não tinham nenhum talento musical, foram transformadas num coral aceitável. Mesmo o garoto chamado Joseph, que havia perdido suas cordas vocais numa cirurgia, participava. A enfermeira Mary pediu a ele para virar as páginas da música enquanto ela tocasse o piano. Joseph escreveu em sua prancheta de comunicação: "Enfermeira, não sei ler música!" Mas ela respondeu com toda confiança: "Ele lerá. Nosso Deus e eu conseguiremos isso."

Bem, chegou o aniversário de Elizabeth e ela foi levada até a capela do hospital para a grande surpresa. Emocionada, ela viu os seus amigos perfilados para cantar. A enfermeira Mary sussurrou: "Vocês sabem, ela ouve muito pouco, portanto, tratem de dar o máximo." E é claro, eles deram. Fortes vozes saíram daqueles corpos pequenos e frágeis. Os pais e os médicos que assistiam acharam aquela a música mais linda que já haviam ouvido. A presença de Joseph sentado ali ao lado de Mary, no banco do piano e aqueles sons, um dos últimos que Elizabeth ouviu, foram lembrados por ela pelo resto de sua vida. Ela se lembrou de um trecho em especial. Um trecho muito especial: "Jesus me ama, isto eu sei, pois é o que a Bíblia me diz."

Últimas palavras. Quais serão nossas últimas palavras? Seremos capazes de cantar com uma nota de triunfo no final? Seremos capazes de entregar nossas esperanças com segurança a Jesus que nos ama? E a Ele apenas? Depende de cada um de nós. Você pode fazer a escolha certa agora. Você já entregou a sua vida a Jesus Cristo? Por favor, faça isto neste exato momento. Coloque o seu presente e o seu futuro em Suas mãos. Aceite-O como Senhor e Salvador e junte-se àqueles que aguardam Sua aparição.


 

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CONDENADO AO NASCER

George Vandeman

TOPO

 

Você já imaginou chegar do hospital com o bebê errado? E somente após criar o filho de outro durante 13 anos, você de repente descobre que ele não tem o seu sangue? Isso aconteceu com uma família na Califórnia. E a descoberta ocorreu durante uma crise dramática que ameaçava uma vida.

O ano era 1979. Numa viagem ao México, o menino Efren De Loa, de 13 anos, adoeceu. Um hospital local tratou dos sintomas, mas o seu estado de saúde não melhorou. A família do garoto, ansiosa, levou-o de volta para a Califórnia. Os médicos do Hospital Infantil de Oakland diagnosticaram a doença de Efren como "anemia aplástica", uma doença rara e possivelmente fatal. A única chance de o garoto sobreviver era o transplante de medula óssea de um doador compatível, de preferência um membro da família. Seus pais, além de seus sete irmãos, fizeram o teste para ver se serviam como doadores. Então veio a surpresa. Não somente o sangue não era compatível, como os testes mostraram claramente que Efren nem sequer era membro biológico da família. Sua mãe deduziu imediatamente o que havia acontecido. Uma coisa bastante incomum, como você verá por esta entrevista feita logo após Efren ter vencido sua crise.

Assistente Social: Pastor Vandeman, quero apresentar-lhe a família De Loa. Este é o Efren. A mãe dele, senhora De Loa teve o bebê há 14 anos num hospital em Mexicali. Logo após o nascimento, ela o levou ao cartório para registrar. Na ocasião, uma enfermeira colocou seu bebê no berçário com outro bebê. Eles foram trocados e a senhora De Loa levou para casa o outro bebê. Ela só ficou sabendo disso 13 anos mais tardem quando Efren precisou de um transplante de medula. Ele veio para o hospital infantil e, com minha ajuda, tentou localizar os verdadeiros pais biológicos. Um jornal em Mexicali publicou vários anúncios e artigos descrevendo a busca. Cinco dias após os artigos serem publicados, nós conseguimos localizar os verdadeiros pais biológicos.

Vandeman: As duas mães se abraçaram e cada uma conheceu seu verdadeiro filho, que nunca tinham visto. Efren teve nova chance de viver, agora que o sangue era compatível.Você consegue ver-se nesta história? O problema de Efren foi o seu e o meu também, pois você e eu, juntamente com todos os demais habitantes deste planeta, fomos condenados ao nascer. De fato, mesmo antes de nascermos, toda a raça humana havia perdido seu caminho de volta ao jardim do Éden. No princípio, você se lembra, Deus criou a família humana para ter comunhão com Ele. Adão e Eva tiveram a chance de fazer isso, quer tenham ou não realizado tal relacionamento. Tragicamente, eles abandonaram seu Criador, condenando a si próprios e ao mundo inteiro à ruína e à morte.

"Isso não é justo", você pode estar pensando. "Por que eu sofreria agora pelo que Adão e Eva fizeram?"

Infelizmente, o simples fato é que tudo o que os pais fazem afeta o bem-estar de seus filhos. As sementes que eles plantam são colhidas por gerações que ainda irão nascer, sejam boas ou más. Suponha que George Washington tivesse se afogado naquela noite de verão, quando atravessava o rio Delaware a caminho de Valley Forge. A América do século vinte teria morrido com o pai e fundador naquela ocasião.

De várias maneiras, os feitos de nossos ancestrais afetam nossa herança hoje. Deixe-me falar sobre Levi, o antigo patriarca da tribo de sacerdotes de Israel. Você sabia que Levi obteve crédito por uma coisa que seu bisavô Abraão tinha feito muitos anos antes? Deus considerou Levi um dizimista porque Abraão fora fiel com seus dízimos.

"Por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos." Hebreus 7:9. Como pode ser isso? Ele não havia sequer

nascido. O versículo 10 explica. Diz, falando de Levi: "Porque ainda estava ele nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro." Hebreus 7:10. Foi quando ele pagou o dízimo. Portanto, Levi estava "em Abraão" quando Abraão pagou o dízimo. E assim ele recebeu crédito pela obediência de seu ancestral. Temos aqui uma ilustração vital do que significa para nós encontrar salvação "em Cristo".

Vê? Por mais estranho que possa parecer, a Bíblia ensina que todos nós morremos há muitos séculos. "Um morreu por todos, logo todos morreram." II Croíntios 5:14.

Interessante. Toda a raça humana morreu ao mesmo tempo. Morremos duas vezes, de fato. Primeiro, no jardim do Éden, quando Adão pecou. Depois, mais tarde, na cruz, com Cristo.

Fascinante, você não acha? Não é interessante? Vamos examinar um pouco mais isto. Leiamos aqui: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram." Romanos 5:12.

Interessante de fato. A Bíblia diz "todos pecaram" com Adão, lá no jardim do Éden e, por causa disso, todos encontraram a morte há seis mil anos.

"Mas isso não é justo", protestamos. "Por que Deus nos responsabilizaria por algo que nunca fizemos?" Bem, não seria justo se Ele esperasse que nós mesmo resolvêssemos o pecado de adão. Ao invés disso, Deus mandou Jesus para salvar este mundo, trazendo perdão em lugar de condenação. Observem o que lemos: "Porque assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação que dá vida." Romanos 5:18.

Justificação e perdão vieram para nós no Calvário. Isto cura o que nos aconteceu no Éden. Estávamos em Adão quando ele pecou e isso trouxe condenação para toda a família humana. Mas, graças a Deus, também estávamos em Cristo quando Ele trouxe salvação para todos os homens. Isto levanta uma outra questão importante: se esses eventos aconteceram a nós além de nosso controle, como fica nossa liberdade pessoal de escolha? Certamente, nada é mais importante para Deus do que nossa liberdade de amá-Lo ou de reter nosso amor. Através do evangelho, Deus restaura esta liberdade de escolha.

Agora podemos escolher nosso pai: Adão ou Cristo. Podemos até escolher nosso veredito no julgamento: a condenação de Adão ou a justificação de Cristo. Vamos ver isso deste modo: você e eu estávamos perdidos há seis mil anos, no Éden. Aí fomos reconciliados com Deus, há dois mil anos, no Calvário. A salvação depende do evento sobre o qual escolhemos construir nossa vida.

Gostaria que tivéssemos todo o dia juntos para falar sobre o que o sangue de Jesus significa para nós. Você pode estar pensando: "Ó, Pastor Vandeman, por favor, resuma isso tudo da maneira mais simples possível. Como é que eu acho a nova vida que Jesus oferece? Como eu posso nascer de novo?"

Há muito tempo, na velha Jerusalém, um homem chamado Nicodemos fez a mesma pergunta. Ele sempre fora um homem bom, um devotado e sábio membro do conselho nacional judeu. A despeito de sua sinceridade e piedade, Nicodemos havia se tornado estranhamente preocupado quanto a sua vida e espiritualidade. O que havia despertado toda essa insegurança? Bem, um jovem carpinteiro da região montanhosa da Galiléia havia chegado a Jerusalém. Os boatos eram de que Ele fazia milagres, transformando água em vinho. Muitas pessoas estavam impressionadas, mas os líderes religiosos rapidamente consideravam Jesus e seu grupo de companheiros pescadores como fanáticos incultos. Tal ridicularização e rejeição transformou-se em fúria após um incidente no templo, quando Jesus, afirmando falar por Seu Pai no céu, tomou sobre Si a tarefa de expulsar os gananciosos cambistas e vendedores de animais.

Nicodemos não se uniu aos seus colegas no desprezo ao ministério de Jesus. Ele, há muito, vinha se preocupando com coisas que ocorreram no templo. Este precisava ser limpo, precisava ser restaurado.

A divina autoridade demonstrada por Cristo impressionou Nicodemos. Ficou imaginando se sua própria vida poderia, de algum modo, ser abençoada por Jesus. Poderia esse jovem carpinteiro ser um profeta? Nicodemos decidiu descobrir, mas não teve coragem de ser visto com Jesus. Resolveu fazer-Lhe uma visita durante a noite. Encontrou Jesus entre as oliveiras, nos arredores de Jerusalém. Afinal, o Salvador não tinha uma casa dele mesmo. Passava, com freqüência, as noites ao ar livre.

Quando Nicodemos chegou à presença de Jesus, o destacado líder sentiu uma estranha timidez, que tentou esconder sob uma fachada de profissionalismo.

"Rabi", disse ele, "sabemos que és mestre vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele." João 3:2.

Nicodemos esperava conquistar a confiança de Jesus através do elogio, e assim abrir caminho para uma estimulante discussão, mas, na verdade, sua declaração inicial revelou hesitação e dúvida. Nicodemos, de fato, se contradisse. Ele mencionou os sinais de Cristo, ou milagres, todavia O reconheceu apenas como um professor. Como poderia um professor operar milagres de Deus? Jesus deveria ser muito mais, pelo menos um profeta, talvez até o Messias, mas Nicodemos disfarçou suas convicções ao abordar Jesus.

Claro que Cristo entendeu tudo isso. Lendo Nicodemos como se ele fosse um livro aberto, Ele deixou de lado as formalidades vazias e foi direto ao âmago da questão. Observe o que Ele disse: "Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3.

Palavras chocantes! Nicodemos era um homem bom e religioso, respeitado por todos e aqui, esse jovem que apenas começava, lhe diz que ele não está apto para o reino de Deus. Jesus até disse que ele teria que renascer como um bebê espiritual, com mais do que traço de sarcasmo. Nicodemos questionou a possibilidade de um adulto nascer uma segunda vez, mas lá no fundo, ele entendeu alguma coisa do que Cristo estava dizendo.

Na religião judaica, dizia-se que os convertidos haviam nascido de novo como seres espirituais. Entretanto, a afirmação de Cristo de que ele precisava de tal experiência, o ofendeu profundamente. Jesus não Se deixou intimidar por Nicodemos ou por seu ceticismo. Cristo insistiu no que dizia, explicando que o renascimento espiritual vem através do recebimento de uma nova vida no Espírito Santo.

Nicodemos continuava não aceitando o que Cristo dizia. "Como podem ser essas coisas?" ele protestou. Foi então que Jesus lembrou a Nicodemos a respeito da experiência que o Israel antigo tivera no deserto. Depois que Deus os tirou do cativeiro egípcio, o povo esqueceu-se de seu poderoso Libertador e se rebelou. Quando, porém, foram atacados por uma porção de cobras venenosas, o povo logo se voltou ao Senhor, à medida em que a morte se espalhava pelo acampamento. Nicodemos lembrou-se de que Deus ouviu o clamor do povo de Israel por salvação dando um remédio muito interessante aos pecadores mordidos pelas cobras. O Senhor disse a Moisés para fazer uma serpente de metal, colocá-la em uma haste e levantá-la bem acima do acampamento. Os que estivessem morrendo e olhassem para a serpente, seriam salvos.

Isso, como se pode ver, exigia o reconhecimento de seu problema.

Olhar para a serpente de metal também envolvia a colocação da fé na salvação de Deus, em vez de confiar em remédios humanos. Jesus fez menção desse notável incidente: "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o filho do homem seja levantado," João 3:14.

Você pode estar pensando: "Como poderia Jesus, o Salvador, Se comparar a uma serpente de metal?" A serpente é o símbolo da maldição do pecado, a maldição que Adão trouxe sobre a raça humana no princípio. Bem Jesus suportou nossa maldição na cruz. Ele pagou o preço total do pecado de Adão, de modo que agora, através de Cristo, podemos achar a aceitação plena e gratuita por parte de Deus. Jesus recebeu nosso castigo, nossa coroa de espinhos, para que pudéssemos receber sua eterna coroa de glória. Ele suportou nossa morte, para que pudéssemos receber Seu dom de vida pela fé.

Cristo, explicando isso a Nicodemos, resumiu o evangelho naquele versículo preferido. Nós o lemos repetidas vezes e vamos lê-lo mais uma vez. Leia-o em voz  alta: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16.

Que mensagem! Deus, o Rei do universo, amou este mundo de pecadores teimosos e rebeldes. Deu Sua preciosa vida. Como resultado, todos nós, não importa quem sejamos ou o que fizemos, todos os que escolhemos entregar sua vida a Ele, escaparão da morte eterna e desfrutarão a vida eterna com Ele.

Crer em Jesus, portanto, nos proporciona a experiência do novo nascimento, Salvação, nova vida, vem quando recebemos o sacrifício do Salvador como se fosse nosso. Nicodemos foi para casa pensando muito a respeito de seu encontro à meia-noite com Jesus. Durante meses ele ponderou a respeito dessas verdades. Finalmente, no mesmo dia em que a predição de Cristo a respeito de Sua morte realizou-se, o distinto líder judeu tomou sua decisão no Calvário.

E quanto a você, meu amigo? Lembre-se: cada um de nós está envolvido com o que aconteceu na cruz. Nossa decisão de aceitar Jesus é um assunto sério, uma questão e vida ou morte. Observe o seguinte versículo: "Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado porquanto não crê no nome do filho unigênito de Deus." João 3:18. Nenhuma condenação em Cristo. Imagine! Tornamo-nos filhos de Deus, aceitos em Seu reino como cidadãos do Céu.

Este novo nascimento espiritual envolve um profundo compromisso pessoal, uma decisiva mudança de estilo de vida. Voltamo-nos dos tolos pecados do mundo para encontrar realização em Jesus. Isto é arrependimento, um elemento vital de fé em Cristo. Abre caminho para o poder de Cristo superar o pecado em nossa vida. Nas horas de tentação, podemos ser mais do que conquistadores através do novo nascimento.

Às vezes esta experiência é comparada ao recebimento de um novo coração.

Dan Krainert, de 18 anos, tinha somente um desejo para o Natal de 1980: um novo coração. Sem ele, os médicos deram a Dan menos de um ano de vida. A situação tornou-se mais crítica, quando Dan sofreu um ataque cardíaco. Os médicos do Centro Médico da Universidade de Stanford o colocaram no topo da lista para transplante de coração. Colegas de estudo e amigos em Napa, Califórnia, onde ele morava, levantaram o dinheiro para a operação. Três dias antes do Natal, entretanto, não havia nenhum coração disponível, de modo que a família deixou Palo Alto, onde estavam esperando, retornando a Napa para um Natal tranqüilo em casa.

Cinco minutos após Dan e seus familiares saírem, o hospital foi informado que um coração estava a caminho e que Dan deveria retornar ao centro imediatamente. Sem conseguir localizá-lo, o hospital emitiu um ultimato. Se ele não chegasse até as quatro e meia da tarde, o coração seria doado a outra pessoa. A polícia foi chamada para interceptar a viagem da família, mas suas tentativas de encontrá-la não foram bem sucedidas.

Assim que chegaram, um ajudante do delegado local trouxe a notícia. Com as luzes piscando e a sirene tocando intermitentemente, Dan e sua mãe foram levados até o aeroporto de Napa, onde eles voaram num vôo especial. Em Palo Alto, uma ambulância que os aguardava os levou às pressas para o Centro Médico Stanford. Dá para acreditar? Eram 4h25, apenas cinco minutos mais e Dan teria perdido sua chance de um novo coração.

Existe um paralelo aqui para você e para mim e nossa aceitação de Jesus Cristo. O tempo é um fator. O tempo está se esgotando. Agora é o dia da salvação. Eu o conclamo a abrir seu coração e aceitar seu Salvador.


 

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UMA ESTRELA NA NOITE

George Vandeman

TOPO

 

Aconteceu pela manhã sobre o céu do cabo Kennedy, Flórida. O gigantesco foguete Apolo 12 saiu da plataforma de lançamento e subiu para o espaço, em direção da lua. Tudo estava perfeito durante os primeiros 32 segundos. Aí aconteceu. Um raio atingiu a espaçonave. Atingida por um raio, começou um pesadelo para a tripulação da Apolo 12. O alarme principal imediatamente soou. Luzes de alerta piscavam no painel de instrumentos enquanto os astronautas tentavam solucionar a emergência. Um deles, Dick Gordon, disse mais tarde:

    – Em todo o nosso treinamento jamais vimos tantas luzes de alarme se acenderem de uma só vez. Se alguma coisa assim tivesse ocorrido durante os treinamentos, nós teríamos dito: "O que estão tentando fazer? Isto é impossível."

    Impossível... Mas estava acontecendo à tripulação da Apolo 12. O que deveriam fazer? Bem, a melhor coisa no momento era não fazer nada. Eles já estavam no ar indo na direção da lua. Ao atingir a órbita sobre a Terra eles poderiam tentar resolver o problema. E sua tentativa teria que ser bem sucedida pois se não conseguissem consertar o sistema guia de inércia eles ficariam perdidos para sempre no espaço.

    A responsabilidade da vida e da morte caiu sobre os ombros do astronauta Gordon. Ele entrou rastejando no setor de equipamentos e tentou avistar algumas estrelas a fim de realinhar a plataforma guia. Mas ao olhar através do telescópio, não havia estrela em parte alguma. Parecia que as estrelas tinham  desaparecido, como se alguém as tivesse desligado. Finalmente, quando os olhos de Gordon se acostumaram com a escuridão, ele conseguiu avistar a Constelação de Órion. Aí ele avistou a Real, e depois a Sirius. Essas três... Era tudo o que ele precisava... e a Apolo 12 estava de volta em sua rota. Essas estrelas trouxeram a espaçonave de volta ao curso em perfeito alinhamento. A Apolo 12 prosseguiu até a lua, depois disso. Graças a Deus, eles voltaram a salvo para a Terra.

    Nós também estamos em uma espaçonave hoje. Nós a chamamos de planeta Terra. Estamos viajando pelo espaço a 108 mil quilômetros por hora, com o nosso sistema guia totalmente desajustado. Ao seguirmos pelos críticos anos 90, cada alarme em nossa cápsula tem disparado. Temos sido bombardeados com problemas aparentemente insolúveis. A economia mundial, antes confiável, está ruindo. A instabilidade política balança a Europa, o Oriente Médio e a África. Na América, o crime espreita nas ruas. A epidemia da AIDS está acelerando, e é um símbolo da crise moral de nossa sociedade. Quer gostemos ou não, estamos todos presos em um planeta aparentemente fora de controle, mudando radicalmente seus valores e seus objetivos.

    Estamos fora do curso. Precisamos avistar algumas estrelas. Estrelas na noite, eu diria. Precisamos delas neste mundo de trevas. Precisamos delas para nos conduzir a um futuro seguro e brilhante. Para reencontrarmos o nosso rumo, precisamos voltar ao princípio... voltar à criação, voltar ao Criador.

    Como podemos esperar que uma mão nos guie no futuro, se não crermos que essa mesma mão nos colocou aqui no passado? Deixe-me falar sobre o senhor Packer, um homem que conheci em Sydney, Austrália. Ele era dono da maior emissora de TV daquela grande cidade, além de possuir vários jornais. Ele também tinha um iate que disputava a Copa da América. Talvez você já tenha ouvido falar dele. O senhor Packer, por muito tempo, teve uma grande reputação como playboy. Muitos pensavam que ele não tinha nenhum pensamento sério na cabeça. Aí, por alguma razão, ele passou a gostar do programa "Está Escrito". De fato, em uma de minhas visitas lá, ele colocou as câmeras num parque. Cinco mil pessoas compareceram ali e ele transmitiu o programa para toda a nação, sem nos custar nada. Aí ele teve uma outra idéia, ele disse:

    – Quero que compareça em nosso Show da Noite.

    – Ao show da noite? Por que não? Gosto de aproveitar todas as oportunidades para divulgar as boas novas de nosso amantíssimo Deus.

    Eu sabia que o  apresentador do show, que era judeu, teria algumas perguntas sobre a validade do cristianismo. Mas no palco estava também um antigo apresentador do show, um homem hostil com todas as religiões.

    Quando me sentei para ser entrevistado, os dois começaram sua própria discussão sobre questões espirituais. De fato foi uma discussão e tanto. Quando o apresentador afirmou sua crença no velho testamento, (ele era judeu) o outro retrucou:

    – E quanto ao dilúvio? Você não acredita nisso, acredita? Você não acredita na criação, acredita?

    Os dois estavam a ponto de se atracar. Finalmente, eu ri bem alto e disse:

    – Cavalheiros, estou aqui para ser entrevistado por vocês, mas vocês estão entrevistando um ao outro. Bem, permitam que eu diga duas frases.

    E é claro, eles também riram. Eis o que eu disse a eles e ao público naquela noite na Austrália: "Se nossas idéias sobre as origens forem confusas e distorcidas, nossas idéias sobre o nosso destino também serão confusas e distorcidas. Se nossas idéias sobre o princípio deste mundo forem turvas e complicadas, nossas idéias sobre o seu final serão turvas e complicadas também."

    Jesus ligou claramente o futuro com o passado quando discutiu o fim do mundo: "Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem, porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem" (Mateus 24:37 a 39).

    "Assim foi e também será",  Jesus disse.  E eis mais uma passagem do Novo Testamento que aumenta as nossas convicções a respeito da importância do nosso passado: "Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Eles voluntariamente ignoram isto: que pela Palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com águas do dilúvio. Mas os céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios" (II Pedro 3:3 a 7).

    Dois autênticos marcos do nosso passado são apresentados aqui: a criação e o dilúvio. Dois pontos de referência totalmente confiáveis numa noite escura; duas estrelas, num universo de trevas, as quais temos que avistar. Jesus colocou a autoridade da Sua missão, a certeza da Sua volta, na realidade destes dois  pontos.

    Não, amigo. Não precisamos ficar confusos. Não precisamos perder a nossa identidade. Não precisamos procurar uma mensagem mais relevante do que a Palavra de Deus.

    Recentemente chegou uma carta em minha mesa que eu gostaria de compartilhar com você: 'Caro pastor Vandeman, obrigado por trazer a público em seu programa o livro do  dr. Robert Gentry "O Pequeno Mistério da Criação". Ele foi o ponto decisivo na minha experiência cristã. Agora sou um cristão batizado, apoiado firmemente no relato bíblico da criação, aos 26 anos." A carta continua: "Meu avô havia sido um ateu, meu pai foi um ateu. Minha mãe também. Meus irmãos ateus. E eu era ateu. Minha família era de humanistas amorosos e educados, mas totalmente sem Deus. Aprendemos a ser corteses e a respeitarmos os outros como cidadãos gentis e cumpridores da lei. Aprendemos também que a Bíblia era um conto de fadas inventada pelos homens que temiam morrer. Não recebemos nenhum tipo de instrução bíblica. Portanto, lá estava eu, com um curso superior, solteiro e saudável. Ganhei mais dinheiro do que podia gastar. Eu tinha um relacionamento com uma mulher maravilhosa. Eu não tinha qualquer preocupação no mundo... A não ser uma coisa: Eu sabia que um dia eu ia morrer. E que a morte é para sempre. Com lágrimas no travesseiro eu olhava para a eternidade e nada via além do vazio."

    De algum modo Deus guiou aquele jovem a assistir o nosso programa. No meio da sua confusão ele finalmente encontrou a Jesus, o qual é agora a estrela guia da sua vida.

    O dr. Robert Gentry também encontrou a Cristo através do "Está Escrito". Ele trabalhava como cientista nuclear para o governo, ocupando um dos mais altos cargos de confiança. Mas ele não tinha nenhuma estrela na noite para iluminar a escuridão de sua incredulidade. De algum modo Deus achou seu caminho até a mente e o coração do doutor Gentry. E agora ele deu uma enorme contribuição para a credibilidade da criação na comunidade científica ao desafiar a teoria da evolução.

    O pai da teoria da evolução é Charles Darwin, todos sabem disso. O que talvez muitos não saibam é que ele não era nem de longe dogmático sobre a evolução. Darwin era na verdade um homem bem modesto que não fazia muitos pronunciamentos contundentes sobre a sua pesquisa. Talvez você tenha lido seu livro Origem das Espécies, a bíblia dos evolucionistas. Você observou quantas vezes ele usa as palavras "provável" e "talvez"? Ele termina as suas pesquisas dizendo: "Estou bem ciente de que raramente surge um simples ponto neste livro em que os fatos não possam ser analisados. E, com freqüência, eles nos levam a conclusões diretamente opostas às que tenho chegado".

    Eu respeito Darwin por ser honesto, mas você pode imaginar! Aqui está o pai da evolução admitindo que você pode examinar as suas pesquisas e chegar a conclusões opostas! Acredite ou não, Darwin tinha certeza da existência de Deus... ou pelo menos de algum tipo de deidade. A última palavra dos pesquisadores biográficos é que Darwin era teísta, ou seja, ele cria que existe um ser divino por trás do cosmo. Ele disse: "Chame esse ser divino de criador se você quiser, deve ter existido uma primeira causa".

    Os evolucionistas em geral talvez se surpreendam em saber que Darwin disse realmente isso.

    Eis uma outra coisa que talvez lhe interesse. Em 1867, Darwin fez uma viagem de volta às Ilhas dos Mares do Sul, onde 34 anos antes ele havia estudado uma população nativa. Naquela ocasião ele se convenceu de que havia descoberto a humanidade em seu estado mais primitivo entre os canibais. Tratava-se do estágio mais baixo da humanidade que se enquadrava em sua teoria da evolução. Mas nessa última viagem ele ficou surpreso... Nas mesmas ilhas antes ocupadas por tribos da Idade da Pedra em guerra... havia lares estáveis, escolas e igrejas. Darwin perguntou como aquela sociedade havia sido transformada. Ficou sabendo que um missionário chamado John Peyton tinha chegado às ilhas e começado a ensinar ao povo sobre Jesus Cristo e Seu poder salvador. Bem, Darwin ficou tão comovido com as mudanças que presenciou, que deu uma generosa contribuição para a sociedade missionária em Londres.

    Uma informação muito interessante, você não acha? Somente Deus pode ser o juiz de Charles Darwin. O que podemos saber com certeza é que Darwin não era um ateu e que ele tinha muitas dúvidas sobre a sua própria teoria da evolução.

    É pena que milhões dos que hoje crêem na evolução não tenham qualquer esperança para o futuro, porque não tem nenhum conceito do passado... da nossa história passada em que Deus criou filhos e filhas. O Senhor sabia que a raça humana tenderia a esquecer-se Dele como o nosso Criador. Por isso que Ele disse: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar."

    "Lembra-te". Lembra-te do sábado, pois ele é o presente de Deus para nos lembrar semana após semana que Ele é o nosso Criador.

    Não, nós não descendemos de uma mistura química... somos os filhos preciosos de Deus. Essa é a mensagem do sábado. Você pode visualizar em sua imaginação o lindo Jardim do Éden. É a tarde de sexta-feira da semana da criação. O Criador acaba de coroar a sua obra apresentando-se aos nossos primeiros pais. Enquanto Adão e Eva olham extasiados para seu glorioso lar-jardim, Deus lhes ordena o seguinte: "Frutificai e multiplicai-vos", Ele diz, "enchei a terra, e sujeitai-a."  Mas antes de Adão e Eva tomarem posse de seu paraíso, Deus estabelece um encontro semanal com eles... o sábado. Ele sabia que eles poderiam se tornar tão envolvidos com seu trabalho e um com o outro que poderiam se esquecer Dele.

    O sábado continuamente nos lembra que existe mais na vida do que voar pelas estradas. Mais do que a rotina de nossa correria diária. O grande propósito de nossa vida é preencher nosso lugar no coração de Deus. Graças a Deus nós não evoluímos pura e simplesmente de algum acidente cósmico. Ele nos criou para sermos seus filhos preciosos. Somos realeza, sabia? O sábado revigora o nosso senso de auto-estima! O sábado não é uma restrição que nos atrapalha, não é uma cerimônia sem sentido; não é um conservadorismo irrelevante de um passado  desatualizado. O sábado é uma estrela na noite para nos apontar para Jesus Cristo.

    No mundo inteiro  atualmente, há dúvida no ar. Mas também há pássaros, que voam sobre nós melhor equipados para a navegação do que os mais modernos caças da força aérea, capazes de atravessar mares não mapeados com seus instrumentos naturais. A controvérsia gira ao nosso redor. Mas os morcegos também, os quais operam sem esforço seu radar ultra-sônico, nos fazendo lembrar que nem a tecnologia, nem a sabedoria são exclusivas da mente humana. O ceticismo rodeia a Terra. Mas as estrelas também, girando velozmente em suas órbitas precisas, mantendo seus itinerários com uma precisão que nos embevece. Ninguém pode escapar da grande harmonia quando toda a natureza se une num inconfundível coral: "existe um Criador!"

    Mas aquele que fez este mundo também deixou suas criaturas o pregarem numa rude e dilacerante cruz nos arredores de Jerusalém, para que os pecadores perdidos pudessem encontrar nEle a vida eterna. E mesmo a evidência dos pássaros e morcegos, dos sóis e das velozes constelações, por mais convincentes que sejam, se apequenam diante do poderoso argumento da cruz!

    Talvez você conheça a história do ateu que salvou um menino órfão, de um prédio em  chamas. Tendo perdido a própria esposa e filho, ele quis adotar o menino. Os vizinhos cristãos eram céticos quanto á prudência em se colocar um menino no lar de um ateu. Mas o candidato conseguiu a adoção quando ergueu a mão, bastante queimada por salvar o menino, e disse:

    – Eu tenho apenas um argumento, este aqui.

    Ele provou ser um bom pai, e o pequeno Jorge jamais se cansava de ouvir como o papai havia lhe salvado do fogo. E o que mais gostava era de ouvir sobre a mão com as cicatrizes.

    Um dia ele foi com o pai visitar uma exposição de arte. Uma pintura o interessou em especial. Aquela de Jesus reprovando Tomé por sua incredulidade e erguendo a sua mão com a cicatriz:

    – Me conte a história desse quadro, papai, – o garotinho suplicou.

    – Não, essa aí não.

    –Por que não?

    – Porque eu não acredito nela.

    – Mas o senhor me conta a história de João e o pé de feijão, mas não acredita nela.

    Aí o pai contou a história. E Jorge disse:

    – É igual à de nós dois, papai.

    E ele prosseguiu:

    – Não foi bonito Tomé não acreditar depois do bom Homem ter morrido por ele. E se eles tivessem me contado como o senhor me salvou do incêndio, e eu tivesse dito que não acreditava que tivesse feito isso?

    O pai não pôde deixar de pensar no raciocínio certo do menino. Ele havia usado as suas próprias cicatrizes na mão para conquistar o coração do menino. Poderia ele continuar resistindo à mão marcada do homem que tinha morrido por ele... e que ele dizia não acreditar?

    O mais poderoso de todos os argumentos é a cruz do calvário. As chagas nas mãos de Jesus. Mãos que foram feridas em seu encontro com as forças do mal, para que você e eu pudéssemos viver!

    Ó meu amigo, eu lhe peço para olhar para Jesus. Aquela maravilhosa estrela salvadora na noite. O que podemos fazer além de cair em seus pés e dizer como Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!"

SOMENTE DEUS

Letra e música: Phill Machug

Versão: Edison e Eclair Ercole

Deus, somente Deus,

é o criador do mundo ao redor.

Sua glória e seu poder,

a todos guiará.

Sim, Deus, somente Deus!

Deus, somente Deus,

nós dá Sua luz na escuridão;

e o plano eterno que traçou

nenhum homem mudará

de Deus, somente Deus.

Deus, somente Deus!

Digno é do trono universal.

Que toda a criação O adore sem cessar.

A Deus, somente Deus.

Deus, somente Deus,

será o louvor que haverá no céu.

Nosso coração ali jamais se cansará

de Deus, somente Deus!

Deus, somente Deus,

digno é do trono universal.

Que toda a criação O adore sem cessar.

A Deus somente.

Que toda a criação O adore sem cessar.

A Deus, somente a Deus.

Gravado por Eclair Ercole no LP 106 da gravadora CBCR

ORAÇÃO

Pai, na escuridão e na confusão de nosso mundo, obrigado pela luz da Tua Palavra. Eu te agradeço por Jesus Cristo, meu Criador, a brilhante estrela da manhã sobre todas as estrelas. Mantenha-me fiel até aquele dia alegre e glorioso quando Jesus voltará e me levará para o Céu, para viver Contigo por toda a eternidade. Em nome de Jesus, amém.

 

 

 

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