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PSICO – COMO AGIR MELHOR

 

11 COMO SABER SE SOU BOM OU MAL? – Gênesis 19.1-11

 

12 LADRÃO SÓ ROUBA A SI MESMO – 2 Samuel 15.1-5

 

13 O PROBLEMA DE CLASSIFICAR AS PESSOAS – Mateus 9.9-13

 

14 SÓ OS RELACIONAMENTOS NOS RESGATAM - Rute

 

15 O OBJETIVO DA VIDA – Mateus 4.5-7

 

16 O QUE É A QUEDA NO PECADO – Isaías 14, Ezequiel 28

 

 

 


 


 

11

COMO SABER SE SOU BOM OU MAU?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

GÊNESIS 19.1-11 – Ló salva dois estrangeiros, que o salvam da destruição.

 

Sempre à porta da cidade.

Sempre à espera de alguém. As pessoas eram a sua prioridade!

Todos eram visto como “aquele que precisa de mim”. Não classificava ninguém.

Sempre hospitaleiro.

 

SUAS CRENÇAS

Viver é servir ao próximo.

As pessoas existem para serem amadas

Todos eram vistos como “aqueles que precisam de mim”.

Eu devo acolher os outros para protegê-los

Se preciso for, darei a vida por meu próximo.

 

SODOMITAS

Viviam em meio ao trabalho e afazeres

As pessoas não tinham nenhuma importância.

Cada pessoa era classificada para se saber quem e como seriam usadas.

É cada um por si

 

SUAS CRENÇAS

Viver é buscar o seu prazer pessoal

As pessoas existem para serem usadas

Todos eram visto como “aquele que me deve”.

Se as pessoas fogem de mim, eu abuso delas!

Se preciso for, tirarei a vida de qualquer um que me aparecer.

 

A GRANDE PERGUNTA DA VIDA: COMO NOS RELACIONAMOS COM AS PESSOAS E COM AS COISAS?

 

CAIM – usou a oferta que simbolizava o sacrifício de Cristo por nós para separá-lo do irmão, dos pais e de Deus.

ESAÚ – usou o dinheiro, vindo da herança de seu avô e de seu pai, para separá-lo de seu irmão, do mundo (foi viver nas montanhas), e de Deus.

SAUL – usou a unção do Espírito e a escolha para reinar sobre o povo de Deus para separá-lo de seu filho, do povo que governava, do homem de Deus Samuel, do servo de Deus Davi, e pôr fim do próprio Deus!

 

O QUE GANHAMOS QUANDO SOMOS BONS? (NOS RELACIONAMOS COM AS PESSOAS E DIVIDIMOS A VIDA COM ELAS).

 

LÓ – por ser hospitaleiro, salvou sua vida.

ABRAÃO – por ser hospitaleiro, recebeu em sua casa o próprio Deus, prometendo-lhe que dali 1 ano teria seu amado filho, Isaque.

A VIÚVA DE SAREPTA – por ser hospitaleira, esta mulher que vivia à beira da miséria, salvou a si e ao seu filho da fome, e depois recebeu o maior milagre que uma mãe pode imaginar, a ressurreição de seu garoto.

 

LICÓES

 

1 O aspecto essencial da natureza humana é construir RELACIONAMENTOS amorosos.

2 Uma pessoa define seu CARÁTER moral pelo relacionamento que estabelece com seu próximo: pais, irmãos, parentes, amigos, estranhos e colegas de trabalho.

3 Ló foi considerado BOM por Deus porque parou para estabelecer um relacionamento com os estranhos que apareceram na cidade. Os sodomitas foram considerados MAUS por deus porque viviam com agiram em seu último dia de vida: abominavam o próximo.

4 Se amamos e nos relacionamos com as pessoas que Deus nos ENVIA todos os dias à nossa porta, desenvolvemos nosso caráter à semelhança de Cristo.

5 Através das relações diárias, Deus desenvolve em nós os aspectos MORAIS de Sua santa e eterna Lei. Sem as relações é impossível que sejam praticados tais princípios.

6 Tal visão determina nosso DESTINO diário, bem como nosso destino eterno.

 

APELO

 

Use cada oportunidade de sua vida para construir, estreitar e crescer os relacionamentos com as pessoas que Deus enviar a você!

 

LIVRAI-AS DE TODO O MALSomaly Mam, Phnom Penh, Camboja.

Na enfermaria arruinada de um hospital em Phnom Penh, no Camboja, Somaly Mam, mulher de compleição franzina e olhos castanhos, se curva sobre o leito de uma criança. Ali está deitada uma menina de 5 anos, toda enfaixada, que segura com força um ursinho de pelúcia e fita em silêncio o teto manchado e descascado. O seu nome é Sreytouch.*

Quando vê Somaly, os braços se apertam em torno do ursinho, como se temesse que fossem tomá-lo dela. Dois dias antes, a polícia resgatara a menina num bordel, depois que a mãe a vendeu ao proprietário.

Somaly vê o olhar sem expressão da menina e sabe o que tem de fazer. Pega no colo a criança, que se mostra mole e sem reação, e a abraça.

Engolindo as lágrimas, nina Sreytouch como se fosse um bebê, e diz baixinho, muitas e muitas vezes: "Amo você, Sreytouch." Ela sabe, com toda a certeza, que é disso que a menina precisa. Sabe porque já foi uma criança calada e agredida.

Somaly não conheceu os pais. Eles sumiram quando tinha 4 ou 5 anos, em meados da década de 1970, época em que o tirano Pol Pot e o Khmer Vermelho aterrorizaram o Camboja, expulsando milhares de moradores das cidades para irem arar os campos e chacinando milhares de inocentes. Somaly cresceu como órfa na aldeia minúscula de Bou Sra, nas florestas distantes da província de Mondulkiri,leste do país. Os aldeões moravam em cabanas de palha e bambu, mas Somaly, que na época era chamada de Non, ou "Pequena", costumava dormir sozinha, numa rede na floresta. Comia o que encontrava e dependia da generosidade dos aldeões para sobreviver.

Certo dia, um velho da aldeia chamou Somaly até a sua cabana de bambu e lhe apresentou um visitante. "Ele conheceu o seu pai, Pequena", disse. "Vai levar você para conhecer a família dele."

Somaly ergueu os olhos para o homem e sorriu. Pela primeira vez na vida, alguém tomaria conta dela. "Chame-o de 'Vovô", disse-lhe o velho.

Os dois passaram dias caminhando pela floresta até chegarem a uma estrada onde várias pessoas subiam num caminhão de lenha. Somaly ficou apavorada; nunca tinha visto nada tão grande e ameaçador. Tentou fugir, mas Vovô a agarrou, deu-lhe um bofetão que a fez cair e a arrastou com ele para o caminhão. Ela apertou a mão no rosto que sangrava. Era a primeira vez que apanhava.

Vovô a levou para uma aldeia perto da fronteira do Vietnã, onde a obrigava a limpar a cabana, lavar roupa e cozinhar para ele. Vivia bêbado e batia nela com uma vara de bambu. Os aldeões zombavam de Somaly por causa de sua pele mais escura. "Quanto mais escuros, mais burros são", diziam.

Finalmente, para pagar dívidas, Vovô vendeu Somaly a um dono de bordel em Phnom Penh. Ela estava com 16 anos. Disseram-lhe: "Faça o que os fregueses mandarem, senão vai apanhar."

Quando o primeiro freguês mandou que se despisse, Somaly se recusou. Os donos do bordel decidiram que ela precisava ser "domada" e a puseram no "quarto do castigo", um porão sem janelas. Amarraram-na numa cadeira e despejaram sobre ela cobras que estavam numa caixa. A porta bateu e ela ficou gritando no escuro, com as cobras deslizando pelo corpo. No dia seguinte, quando a tiraram de lá, tinha perdido a vontade de resistir.

Com o passar dos anos, Somaly foi usada por milhares de homens. Às vezes, um freguês a levava a um quarto onde havia até 20 homens esperando. Assim como as outras moças, era obrigada a usar maquiagem branca, para deixar a pele escura mais atraente para os fregueses e esconder os hematomas. Sempre que resistiam, as meninas eram levadas para o quarto do castigo, surradas ou torturadas com choques elétricos, com fios ligados numa bateria. A fuga era impossível; não havia lugar seguro para onde fugir, e os cafetões e donos de bordel perseguiam-nas.

Certo dia, Somaly e uma dezena de outras adolescentes dormiam em esteiras quando Li, marido da dona do bordel, entrou no quarto, gritando: "Cadê ela?" Brandia uma pistola na mão direita e cheirava a vinho. Uma das meninas novas do bordel, de 15 anos, magra e alta, chamada Sreyoun,* fora pega quando tentava escapar.

Enquanto Somaly olhava, paralisada de horror, o homem agarrou Sreyoun, amarrou-lhe os braços atrás das costas e apertou o cano da arma na cabeça da moça. Ela viu os dedos de Li branquearem quando ele apertou o gatilho. Houve uma explosão e Sreyoun caiu no chão, sem vida. Li atirou nela mais duas vezes. Somaly viu Li e os guardas enfiarem o corpo da menina num saco de arroz. Quando Li saiu cambaleando do quarto, Somaly jurou a si mesma: Um dia voltarei para matá-lo!

O tiro provocara em Somaly emoções havia muito sufocadas. Pela primeira vez em anos, sentiu uma confusa mistura de raiva e ódio por Li, e compaixão pelas companheiras.

Com mais idade, sua liberdade para sair do bordel aumentou. Conheceu estrangeiros, inclusive um que a levou para casa e lhe pagou aulas de francês. Outros estrangeiros a contratavam no bordel, como Pierre Legros, trabalhador humanitário francês que falava khmer. Ele de fato se preocupava com ela. Depois de vários encontros, a história da vida da moça veio à tona e ela revelou a Pierre o quanto desejava não ser mais prostituta. Contou-lhe sobre os estupros, as surras e as centenas de outras meninas que vira nos bordéis.

Ela chorou ao descrever a noite em que mataram Sreyoun. "Não quero que isso aconteça com outras meninas", declarou, aos prantos. "Alguém tem de falar por elas", afirmou, e se surpreendeu com as próprias palavras.

Aos 21 anos, considerada "menos valiosa" pelos donos do bordel, Somaly pôde ir morar com Pierre. O casal acabou abrindo um restaurante em Phnom Penh. Quando faliram, Pierre decidiu que já era hora de voltar à França; para que Somaly tirasse o visto, os dois se casaram em 1993.

Pierre e Somaly moraram um ano e meio na França. Durante meses, ele insistiu com ela para que tomasse as próprias decisões. A princípio, Somaly dizia "você está maluco, sou apenas uma mulher", mas acabou aceitando. Arranjou emprego como arrumadeira de um hotel em Nice e desenvolveu o amor-próprio.

Quando voltaram ao Camboja por causa do emprego de Pierre numa entidade de assistência médica, Somaly já era bem diferente da "pequena selvagem", como muitos a chamavam, tímida e atrasada. Agora, casara-se com um barang, ou estrangeiro, e falava francês fluentemente.

Ainda tinha vontade de ajudar as meninas que deixara para trás, mas como conseguiria, sendo uma pessoa só? Começou procurando uma instituição de caridade local, que prestava assistência médica e distribuía preservativos e informações sobre Aids entre as prostitutas, e se ofereceu para ajudar. Sentia-se apavorada toda vez que entrava num bordel. Era comum ficar tão enjoada que tinha de sair correndo para vomitar. Em certa visita, conheceu uma menina que a fez lembrar-se vivamente de si própria quando criança. Tinha a mesma pele escura, os mesmos hematomas das surras. "Não me dê um preservativo", implorou a menina. "Se quer me ajudar, me tire daqui."

Somaly sabia o que precisava fazer. Encorajada pela raiva e ignorando os cafetões da vigia, saiu com a menina e a levou para casa. Com o tempo, Somaly percebeu que outras meninas também ousariam ir embora se não tivessem de perambular pelas ruas sem um tostão, para serem caçadas por cafetões vingativos e torturadas ou mortas como advertência às outras. Com a promessa de um refúgio seguro, mais meninas começaram a escapulir com Somaly para morar com ela e Pierre. Embora o marido lhe desse apoio, o salário dele não era suficiente para tanto. Mas não demorou para que, obtendo dinheiro com amigos e organizações de auxílio, ela conseguisse ajudar até algumas a fugirem para aldeias distantes dos donos dos bordéis e a aprender corte e costura para poderem levar uma vida independente.

Em 1996, um ano depois que ela e Pierre tiveram o primeiro dos três filhos, o casal fundou uma instituição de caridade oficial, chamada Afesip (sigla, em francês, para Ação pelas Mulheres em Situação de Angústia). Na última década, a Afesip resgatou, abrigou e educou mais de cinco mil crianças. Hoje, a entidade mantém três abrigos para mais de 200 meninas no Camboja e tem 106 funcionários.

Em 2007, depois de uma longa separação, Somaly e Pierre se divorciaram, e agora ela dirige sozinha a Afesip, trabalhando 20 horas por dia no resgate de meninas cambojanas presas na prostituição.

Numa favela de Phnom Penh, Somaly contorna pilhas de lixo para chegar ao "Prédio Branco", famoso bordel da cidade. Cães reviram o lixo; há moscas por toda parte. Crianças brincam entre os montes, algumas nuas e descalças. Várias meninas e mulheres veem Somaly e, sorrindo, correm até ela:

- Nossa irmā - diz uma, pegando a mão de Somaly, que já está com 38 anos.

- Como vai? Tem alguém doente? - pergunta Somaly. E logo já está conversando com um grupo de 30 meninas e mulheres, todas prostitutas.

Uma menina emaciada, de camiseta imunda e sarongue, confidencia a Somaly que é forçada a se deitar com até 20 homens numa só noite. Enquanto escuta, os olhos de Somaly se enchem de lágrimas. Aos prantos, uma mulher mais velha se aproxima e diz que a filha de 16 anos desapareceu há alguns dias. Ela agarra a mão de Somaly e implora: "Por favor, me ajude..."

Enquanto Somaly conforta a mulher, prometendo falar com a polícia, um grupo de homens observa de cara feia. A vida de Somaly está constantemente sob ameaça. Em 2005, depois de ajudar a resgatar mais de 200 meninas, bandidos armados com fuzis AK-47 invadiram o abrigo, surraram funcionários e voltaram a sequestrar as meninas. Os cafetões já apontaram armas para a sua cabeça. Hoje, Somaly costuma viajar com guarda-costas e a sua casa é murada e guardada o tempo todo.

Às vezes, o perigo ataca perto. Em 2006, uma filha sua foi sequestrada por traficantes. Graças aos contatos de Somaly com a polícia, a menina foi resgatada em três dias. Para proteger os filhos, ela os mandou estudar na França. Quando lhe perguntam se teme pela vida, ela responde: "Como podem me matar, se já estou morta? Eles me mataram há muito tempo."

Às vezes, parece que Somaly sobreviveu ilesa ao pesadelo da infância. Mas as cicatrizes são profundas. As noites são muito difíceis. Enquanto percorre as caóticas ruas de Phnom Penh, ela confessa que ainda tem pesadelos e raramente dorme mais do que três ou quatro horas seguidas. "Não consigo tirar as meninas da cabeça", diz. "São as minhas meninas, vítimas como eu."

Também não superou o medo е a náusea que sente quando entra nos bordéis. "O cheiro traz lembranças que tentei esquecer", revela.

Ao passar por um bordel que já foi famoso e hoje está fechado graças à pressão que ela fez, Somaly se lembra de uma menina a quem ajudou recentemente.

"Malis* tinha apenas 1l anos quando a tia a vendeu a um estrangeiro por mil dólares", conta. A menina ficou uma semana presa no apartamento do homem, até que fugiu. "Ele achava que, fazendo sexo com uma virgem, ficaria mais forte. Isso acontece muito." O incrível é que, muitas vezes, as meninas são costuradas, num procedimento chamado himenoplastia, e vendidas novamente como se fossem virgens.

Outra menina, Normana,* que só tem um olho, tinha apenas 13 anos quando foi sequestrada e vendida a um bordel. Negociada como virgem, foi costurada e vendida de novo. Engravidou duas vezes e foi obrigada a sofrer dois abortos. Mas o pior ainda estava por vir. Uma mulher a comprou para trabalhar como escrava. Irritada quando Normana pediu para descansar, a mulher pegou um pedaço de metal afiado e, como punição, lhe furou o olho direito.

Somaly Mam sabe que o seu trabalho nunca terá fim. Os traficantes ainda vão de aldeia em aldeia, atraindo meninas ingênuas com promessas de altos salários. No abrigo Siem Reap, da Afesip, a alguns quilômetros de Angkor Wat, ponto turístico visitado por milhares de pessoas todo ano, mora Sanbo. Quando tinha 18 anos, lhe disseram que poderia trabalhar como garçonete num restaurante de Phnom Penh para pagar uma dívida da família. Primeiro, foi vendida por 500 dólares a um cliente chinês que exigiu uma virgem. Ficou dois anos presa num bordel.

"Eles costumavam me surrar com fio elétrico", diz ela, com voz tímida e hesitante. "Eu não tinha para onde ir. Se voltasse para a minha aldeia, passaria vergonha, porque havia sido prostituta. Não tinha a quem recorrer." Hoje ela trabalha como conselheira da equipe do abrigo da Afesip onde mora.

"Salvamos muitas, mas ainda há tantas meninas nos bordéis...", lamenta Somaly.

Depois de chegar a um dos três abrigos da entidade, as meninas recebem tratamento médico e frequentam a escola pública enquanto aprendem uma profissão, como cabeleireira ou costureira. A entidade ajuda a "reintegrar" a menina à sociedade, arranjando-lhe emprego ou dando-lhe auxílio para abrir uma pequena empresa. Cerca de 80% das meninas nunca voltam para a prostituição.

Somaly Mam mudou a vida de milhares de meninas e moças. Malis, a menina de 1l anos que resgatou, é um exemplo das muitas a quem prestou ajuda. Hoje com 14 anos, de olhos vivos e sorriso fácil, Malis mora no abrigo da Afesip em Kampong Cham. Enquanto percorre o centro - uma área bem cuidada, cheia de mamoeiros e mangueiras, que abriga mais 38 meninas resgatadas -, ela revela ao visitante: "Tenho um sonho especial." Para e senta-se num banco de concreto antes de continuar: "Quero ser jornalista. Quero escrever o que acontece aqui a garotas como eu."

Malis tira do pulso um bracelete budista de macramê e o enfia na mão do visitante. "Tome, é seu", diz, no inglês forte e claro que aprendeu no abrigo. "Obrigada por falar com alguém como eu."

Informada da conversa com Malis, Somaly sorri ao dizer: "Não quero mudar o mundo. Só mudar o destino de uma menina, depois de outra, depois de mais outra..."

Em maio de 2008, ela foi a uma pequena aldeia no sudeste do Camboja para um evento especial. Uma das suas A Afesip, entidade de Somaly, resgatou, abrigou e educou mais de cinco mil crianças. meninas, que se formara no programa de treinamento profissional da Afesip, acabara de abrir uma confecção. Melhor ainda: ia se casar.

"É quase inacreditável", espanta-se Somaly. "É raríssimo que uma ex-prostituta seja aceita de volta pela aldeia."

Durante a festa, Somaly, a convidada de honra, brindou ao casal. Depois, olhou para o noivo e acrescentou: "E é melhor você ser bom com a minha menina. Senão, volto aqui para pegá-lo!" Ela sorriu, mas não estava brincando.

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 27 de junho de 2025 Artur Nogueira SP


 

12

LADRÃO SÓ ROUBA A SI MESMO

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

2 SAMUEL 15.1-15 – Absalão e sua revolta contra o pai, Davi.

 

VIVEU PARA ROUBAR

 

LIDERANÇA – roubou o coração do povo.

POSIÇÃO – roubou o trono.

EXÉRCITO – meio pelo qual se mantinha o poder e a ordem.

ESPOSAS – roubou a família e as relações do pai.

PALÁCIO – propriedade privada, local onde seu pai construiu para viver.

 

AS CRENÇAS DE UM LADRÃO

 

A única pessoa a existir neste mundo sou EU!

Só o meu desejo e o meu prazer é que contam em minha vida.

As pessoas existem para me satisfazer.

Não quero relacionamentos. Quero uso permanente das pessoas.

 

FAMOSOS LADRÕES NA BÍBLIA

 

CAIM – roubou a vida de seu irmão.

LABÃO – roubou seu excelente empregado, Jacó, mudando seu salário 10 vezes.

HERODES – roubou a mulher de seu irmão, Herodias.

PROSTITUTA DE JERUSALÉM – roubou o filho de sua amiga.

 

A REAL SITUAÇÃO DE UM LADRÃO

 

Absalão perdeu tudo o que sempre tanto valorizou: poder, influência, status, fama, beleza, o amor do pai e a vida eterna!

Perde o amor, a afeição, a ternura e o cuidado que os outros lhe poderiam dar.

Perde o aprendizado que as pessoas poderiam dividir com ele.

Perde a espontaneidade da vida, pois tudo é um ciclo vicioso nas relações.

Perde a si mesmo.

Perde a salvação em Cristo.

 

QUAL É A SOLUÇÃO DIVINA PARA TODO AQUELE QUE SE COMPORTA COMO UM LADRÃO?

 

JACÓ – roubou o pai e o irmão. Deus o enviou à casa do tio. Ele precisava se relacionar com uma esposa, ter filhos e ter um patrão. Depois Deus o conduziu de volta à sua terra para restabelecer suas estremecidas relações com seu pai e seu irmão.

MULHER SAMARITANA – ela vivia com um homem que havia roubado de outra mulher. Jesus a observou por isto e a enviou à cidade onde ela era odiada. Ela foi e revelou a todos que havia encontrado o Messias. A cidade a ouviu, e todos receberam a Jesus como Salvador.

PAULO – roubou a fé e a vida de centenas de cristãos. Deus o enviou aos discípulos, depois à toda Sua Igreja e finalmente ao mundo para o Evangelizar.

 

APELO – Atos 20.35: “Melhor é dar do que receber!”

 

Em vez de pegar o que é dos outros, contribua com o outro. Você só ganhará.

 

RENASCENDO DAS CINZASCrystal, Elvia e Samatha.

Assim como muitas casas em Los Angeles, as mansões de concreto e vidro de Mandeville Canyon são vulneráveis aos incêndios florestais. Em uma fria manhã de janeiro, um grupo de jovens que cumprem pena numa instituição correcional próxima realiza uma manutenção preventiva ao longo de uma encosta coberta de vegetação cerrada. Usando capacetes laranja e camisas cáqui, dois integrantes do grupo desbastam o matagal com motosserras enquanto outros 12 transportam para o fundo do cânion galhos e ramos cortados. O objetivo é abrir uma clareira entre as mansões nos morros e a vegetação abaixo, passível de pegar fogo.

Em todo o país, grupos de internos prestam serviço semelhante em suas comunidades. Mas essa equipe é diferente. Quando um guarda grita "Curtis, dê uma parada!", esse integrante, que opera uma das motosserras, usando as mãos e os pés, escala a encosta. O capacete é retirado, e Curtis, 19 anos, solta os cabelos em tranças, clareados nas pontas. Os óculos de proteção são retirados, revelando os grandes olhos castanhos realçados por sobrancelhas bem-feitas. Livres das pesadas luvas, brilham unhas pintadas de esmalte cor-de-rosa. Da mochila sai um buquê de verbena-cidrada. "Quer cheirar?", oferece educadamente, para logo mergulhar o rosto nas flores.

CRYSTAL CURTIS faz parte do único programa de combate a incêndios dos Estados Unidos para jovens infratoras. As integrantes da Brigada 6, situada em Camarillo, Califórnia, têm entre18 e 23 anos, mas quase todas já cometeram crimes - incluindo roubo de carro, sequestro e assalto à mão armada. Crystal está presa por homicídio culposo. "Antes de vir para o programa", diz ela, "eu era muito egoísta. Não assumia responsabilidade pelo que acontecia."

Agora, ela passa os dias protegendo casas e parques, e as noites nas aulas da faculdade. Durante a temporada de incêndios, ela luta contra o fogo ao lado de bombeiros experientes do Departamento Florestal da Califórnia (DFC).

A Brigada 6 estava na linha de frente do monstruoso inferno de Moorpark no fim de setembro de 2005, limpando terrenos para conter o fogo e arrastando mangueiras. Em janeiro de 2005, quando um deslizamento de lama soterrou a comunidade de La Conchita, matando dez pessoas, a equipe ajudou a cavar quase dez metros através de uma pilha de destroços, em uma infrutífera busca por sobreviventes. "Elas vêm fazendo um ótimo trabalho", diz Scott Hughes, guarda do Serviço de Conservação das Montanhas da Califórnia. "Estão salvando casas... Salvando vidas." Mas a maior missão do programa é salvar meninas como Cristal. Filha de viciados em anfetaminas (ambos agora em recuperação) que se divorciaram quando tinha 4 anos, Crystal cresceu sob a tutela de uma tia. Saía-se bem nos estudos, mas só quando se dedicava - foi incluída na lista dos melhores alunos, participou da equipe de animadoras de torcidas, entrou para o grupo de teatro da escola. Aos 14 anos, porém, quando a mãe também foi morar na casa da tia, Crystal começou a se revoltar. Faltava às aulas e ficava na rua até tarde, sem respeitar o horário de voltar para casa. Embora insistisse que odiava bebidas alcoólicas e drogas, passou a conviver com jovens que faziam uso dessas substâncias. Foi pega em flagrante dentro do carro que um colega roubara, mas conseguiu liberdade condicional. Em maio de 2003, pouco antes do seu 17º aniversário, fugiu de casa.

Passou meses morando com amigos. Em setembro daquele ano, foi de carro com um deles a uma festa perto de Palm Springs; na manhã seguinte, seu companheiro estava bêbado demais para dirigir, então Crystal assumiu o volante. Ela já havia percorrido um longo trajeto, quando o colega, no banco do carona, gritou seu nome e Crystal acordou a tempo de ver que tinha entrado na pista da contramão. Então freou, fazendo o carro derrapar e atingir uma motocicleta. Ela e o amigo não se feriram. Crystal então ligou para a polícia e depois se escondeu. No dia seguinte, quando telefonou para o pai, soube que um dos ocupantes da motocicleta - uma jovem - tinha morrido. Seguindo as recomendações dos pais, Crystal se entregou e acabou condenada a três anos de reclusão na Instituição Correcional de Jovens Infratoras de Ventura, para onde são levadas as adolescentes da Califórnia.

As mulheres correspondem a apenas 16% da população juvenil em casas de correção nos Estados Unidos, mas, por causa de uma variedade de fatores - drogas, gangues, uma mudança da posição das mulheres na sociedade-, esse número vem aumentando rapidamente. Especialistas dizem que os problemas delas diferem dos de seus colegas. Orientá-las para uma vida produtiva requer estratégias distintas. Mas poucos programas correcionais foram projetados para ajudar a reabilitar moças.

A Brigada 6, fundada em 1990, é um deles. Para poder fazer parte da brigada de incêndio, a interna precisa ter um índice de bom comportamento, sem tentativas de fuga. Ela deve passar por um teste de aptidão física e fazer um curso de 64 horas de duração sobre segurança e extinção de incêndios.

A brigada ocupa uma ala de um chalé de tijolos, numa área arborizada cercada por grades e arames espiralados com lâminas cortantes. Cada interna ocupa, sozinha ou com uma colega, uma cela de 1,80 m por 2,5 m. Quase todos os dias, as bombeiras fazem fila para inspeção às 7 horas e, às 8h30, já estão na van do DFC, a caminho do trabalho - supervisionadas por guardas desarmados e por um comandante - em terrenos públicos dos condados de Ventura e Los Angeles. Às 17 horas, estão de volta atrás dos portões. Depois do jantar, as jovens assistem a aulas e fazem terapia - põem-se no lugar da vítima, recebem aconselhamento contra drogas, aprendem a administrar a própria raiva.

As integrantes da brigada ganham um dólar por dia (ou um dólar por hora, durante o trabalho como bombeiras) e têm permissão de receber pacotes de encomendas e mantimentos extras. Elas podem obter reduções de pena com maior rapidez do que outras internas. Mas, para muitas, o aspecto não-material é que conta. "Em meu primeiro incêndio, as pessoas ficavam sorrindo para nós e aplaudindo", diz ELVIA ESQUIVE, 19 anos, que cumpre pena por roubo. "Não me sinto tão vazia quanto antes."

Os administradores do programa dizem que a taxa de reincidência (a proporção de jovens internas que mais tarde volta a cometer crimes) é de impressionantes 10%, consideravelmente mais baixa do que os estimados 91% que predominam em todos os outros locais do sistema correcional juvenil do Estado. Ex-internas ligam para contar sobre seus novos empregos como enfermeiras, funcionárias de instituições financeiras, recepcionistas de restaurantes e esteticistas. E algumas continuam no ramo e se tornam bombeiras profissionais. "Muitas dessas meninas jamais tiveram um emprego", diz Jeffrey Scarberry, agente de liberdade condicional da brigada.

"Muitas são de cidades da periferia. Você pode vê-las desenvolvendo hábitos de trabalho. Ficam ansiosas para acordar e começar o dia." Algumas voltam a seus bairros de origem e ao antigo modo de vida. Mas, para as que desejam mudar, a Brigada 6 dá as ferramentas da transformação.

SAMANTHA NGUYEN pode comprovar isso. Nascida no Vietnã, dentre oito irmãos, passou seus primeiros anos em um campo de refugiados indonésios antes de se instalar com a família em um bairro operário de San Jose, Califórnia. Seus pais, muito trabalhadores, viviam ocupadíssimos, e Samantha começou a andar com uma gangue - e a frequentar os juizados de menores - aos 13 anos de idade. Aos 16, já estava viciada em crack. Mas aos 17, quando foi enviada para Ventura por ter dirigido o carro em um roubo com sequestro, precisava desesperadamente de uma nova chance. "Eu estava despedaçada e infeliz", conta. "Ver minha mãe chorando no juizado me fez sentir pior do que jamais me sentira."

Foi então que Samantha pôs suas esperanças na Brigada 6. "Eu sempre arriscara minha vida por algo ruim", diz. "Queria fazer o mesmo por algo bom." O programa impõe um período de espera àquelas que cometeram crimes violentos; por isso levou três anos para Samantha se qualificar. Enquanto isso, a morena de sorriso largo obteve o certificado de conclusão do ensino médio e o diploma dos dois primeiros anos da faculdade, frequentou o treinamento de salva-vidas e foi voluntária para os trabalhos do lugar. No início de 2002, finalmente foi aceita.

Samantha logo começou a combater incêndios na mata, mas foi outra operação que revelou sua vocação. Certa manhã, a equipe voltava de um exercício quando um grupo de excursionistas pediu socorro: acima, na trilha, dois alunos com problemas mentais tinham caído de um penhasco, e sua professora se ferira ao tentar salvá-los. Samantha foi um dos dois integrantes da equipe a descer metade do precipício até a saliência onde, sangrando na cabeça, estava a professora. Ela manteve a mulher consciente até que suas colegas pudessem descer uma prancha e içá-la com segurança.

O incidente mexeu muito com Samantha. "Pensei: Puxa, estou fazendo algo certo pela primeira vez." E esse pensamento a guiou a uma meta de longo prazo. No ano seguinte, depois de cumprir sua pena, passou meses concluindo o treinamento dos bombeiros e conseguiu um emprego no departamento florestal estadual.

Hoje Samantha combate incêndios metade do ano. A cada Natal, volta para dar uma palestra no jantar de premiação da Brigada 6. "Agarrem as oportunidades que tiverem", diz às internas. "Se puderem fazer isso, poderão realizar o que quer que seja."

Essa mensagem fez sentido para Crystal Curtis que, segundo afirma, quando chegou a Ventura estava em um estado de negação egocêntrica. Por que isso tinha de acontecer comigo?, ela se perguntava. Foram as canções natalinas na festa das internas que derrubaram suas defesas. Ela correu para o banheiro e chorou de modo incontrolável. Na manhã seguinte, acordou consciente de que uma pessoa tinha morrido por causa do que ela fizera.

Crystal começou a buscar um meio de sair do abismo. "O que eu sabia fazer melhor era fugir dos meus problemas", admite. Agora ela os enfrentaria. Atirou-se às sessões de aconselhamento, revivendo o acidente repetidas vezes, na tentativa de compreender a dor das vítimas. E se concentrou nos estudos; passou a trabalhar com afinco para obter o certificado de conclusão do ensino médio. Assim, em 2004, em reconhecimento por seus esforços, Crystal foi aceita na Brigada 6.

Na equipe da brigada de incêndio há uma hierarquia: no alto está a chefe, que supervisiona a equipe. Depois vêm as serradoras com as motosserras, seguidas pelas extratoras, que limpam as moitas cortadas e carregam as latas de combustível. No fim, estão os pelotões que controlam as ferramentas de corte (enxadas e machados, para desenterrar troncos e tocos) e de limpeza (rastelos, para limpar galhos, ramos e destroços). Mas a Brigada 6 também ensina as internas a lidar com mudanças. Quando os frequentes desastres naturais da Califórnia acontecem, o horário regular da equipe não é obedecido: um turno de combate ao fogo pode durar 48 horas. E a hierarquia é na verdade baseada em mérito.

Crystal Curtis começou como ехtratora. Seu primeiro trabalho importante foi no Parque Nacional de Yosemite, onde ajudou a combater um incêndio numa área de 24 quilômetros quadrados; a fumaça cegava e às vezes os galhos que caíam a derrubavam. "Pensei: Tudo o que quero é desistir... Isso é difícil demais!" Mas Crystal continuou e, quando o incêndio foi controlado, sentou-se num tronco e se maravilhou: "Conseguimos!"

Ela foi promovida a serradora. Carregou seu equipamento para o alto de morros que pareciam inalcançáveis e, ao subir por matas fechadas infestadas de aranhas, venceu sua velha fobia. Então, se ofereceu para falar em escolas locais sobre os perigos da delinquência.

E, apesar do terrível passado, соmeçou a acreditar que talvez pudesse ter um futuro. Embora, profissionalmente, Crystal ainda não esteja certa do que quer ser, hoje ela tem um novo conjunto de prioridades. "Desejo fazer coisas positivas para outras pessoas", afirma. "Quero ser boa por dentro."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 28 de junho de 2025 Artur Nogueira SP


 

13

O PROBLEMA DE CLASSIFICAR PESSOAS

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

MATEUS 9.9-13 – os escribas e fariseus.

 

Os líderes do povo judeu no tempo de Jesus adoravam julgar quem não se comportava como eles, evitar pessoas, restringir relacionamentos e odiar seus inimigos.

Por meio de seu comportamento e ensinos, Jesus mostrou claramente os sérios problemas que as pessoas têm quando agem dessa forma:

 

PROBLEMA 1 – João 8 – DESENVOLVEMOS A VERGONHA DE SERMOS HUMANOS.

Os escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em flagrante adultério. Jogando-a como o fariam a um trapo sujo aos pés do Mestre, acusaram-na, exigindo dEle uma sentença de morte, baseada na Lei de Moisés ou na lei romana. No fundo eles sabiam que tinham pecados secretos, mas os projetavam na mulher para sentirem-se aliviados. Cristo passou a escrever com o dedo no chão revelando os sórdidos pecados internos de cada um deles, para que refletissem em sua condição espiritual, e aceitasse a salvação que só Ele poderia lhes oferecer!

 

PROBLEMA 2 – AFASTAMENTO DAS PESSOAS.

Os judeus passaram a um exclusivismo tal que se achavam as pessoas mais santas da Terra, e viam os outros como perdidos irremediáveis. A Missão de levar o Evangelho a todo mundo morreu, bem como sua religião ritual tornou-se morta e sem       qualquer significado para eles.

 

PROBLEMA 3 – João 9 - ACHAR-SE MAIS ESPIRITUAL DO QUE HUMANO.

Os fariseus, ao verem a extraordinária cura que Jesus realizara em favor do cego de nascença, enciumaram-se. Jesus destruiu a interpretação deles de que toda pessoa doente desde o ventre era um amaldiçoado, tendo pecado ou seus pais ou o feto dentro de sua mãe. Além do que, como o milagre não tinha a participação deles, ou pelo menos sua permissão, não podia ser verdadeiro, coerente com as tradições, ou sequer realizado pelo poder de Deus!

 

PROBLEMA 4 – PERSEGUIR AS PESSOAS POR PURA PARANOIA.

Saul viu Davi, seu mais bravo e fiel soldado como um usurpador do trono. O perseguiu e tentou matá-lo várias vezes. Por detrás dessa fachada de preocupação pela soberania de Israel Saul não queria reconhecer que ele não tinha amis condições alguma de governa, pois além do Espírito de Deus retirar-se sobre ele, apresentava claramente traços de loucura.

 

PROBLEMA 5 – João 4 –PRECONCEITO E CERCEAMENTO DE FALA.

Os judeus odiavam tanto os samaritanos que evitavam qualquer contato social com eles, a tal ponto de não permitir que a sombra desses seus irmãos passasse por seu corpo. A mulher samaritana, por sua vez, demonstrou todo seu ranço repreendendo Jesus por falar a ela sendo ele um homem e um judeu!

 

PROBLEMA 6 – EXCLUSÃO DOS DIFERENTES, E DESUNIÃO NA IGREJA.

Pedro foi enviado por Deus ao sincero Cornélio. Sendo este um pagão, gentio, pelas leis rabínicas e pelo pensamento vigente dos primeiros cristãos Pedro não poderia se relacionar com este home, comer em sua casa, muito menos apresentar-lhe Jesus como Salvador.

 

QUAIS SÃO AS RAZÕES DE VIVERMOS CLASSIFICANDO AS PESSOAS?

 

Classificamos para evitar os estranhos.

Classificamos para que não precisemos cuidar deles.

Classificamos para que estejam tão distantes que eles nunca nos ajudem a vermos o que tanto precisamos de ajuda.

 

CRENÇAS DOS CLASSIFICADORES

 

INDEPENDÊNCIA – eu posso alcançar a plenitude do espírito na vida por mim mesmo. Dependência dos outros é covardia e fraqueza de caráter.

RECIPROCIDADE EXATA – para que eu me interesse a ter uma relação com alguém o outro tem que me render na mesma moeda. Não é só ganhar muito, mas se o outro não me trouxer prazer, serviço e dedicação equivalente, fora!

SUCESSO A QUALQUER CUSTO – qualquer pessoa, fato ou intercorrência que atrapalhe a busca pelo sucesso pessoal, é imediatamente eliminado da vida, pois a chegada vale mais do que todo o caminho, e o prêmio é muito mais interessante do que dividir a alegria com alguém.

 

O QUE DEUS PENSA DE NOSSAS RELAÇÕES, COM ELE E COM OS OUTROS?

 

Cada ser humano precisa conviver com os outros, pois estes nos retratam emocionalmente. Só na convivência descobrimos a verdadeira essência de nosso ser, a originalidade de nosso EGO.

Todos somos PARTE do corpo de Cristo, ovelhas do Seu rebanho.

Cada um, com sua característica e capacidade, CONTRIBUI para o todo, enriquecendo a todos.

Para Deus nunca realizaremos nosso pleno potencial por meio da COMPETIÇÃO, mas pela CONEXÃO.

 

APELO

 

Viva para fazer parte de um todo.

Nunca as relações serão de igual peso.

Por isto o importante não é GANHAR, mas PARTICIPAR da relação.

 

EM CADA CORAÇÃO UM TESOURO

Num frio dia de fevereiro de 1953, 62 reclusos de uniforme cinzento estavam alinhados no hospital da prisão de Sing Sing, em Nova York, despidos da cintura para cima, e estendiam os braços a um médico que empunhava uma seringa. O doutor introduzia a agulha em cada braço, empurrava о êmbolo e injetava em cada homem germes de sífilis.

Os cientistas estavam tentando descobrir se o organismo pode adquirir imunidade à sífilis. Em caso positivo, então poderia ser aperfeiçoada um dia uma vacina. Os presos se haviam oferecido voluntariamente para contrair a terrível moléstia, como uma contribuição à ciência médica.

Cinquenta e quatro deles haviam tido sífilis, numa ou noutra época. Os oito restantes nunca a haviam tido. Eram a chave para o estudo. Seus nomes, hoje mantidos em sigilo, podem um dia aparecer nalguma lista de honra. Porque todos os oito contraíram sífilis com as injeções, ao Don Wharton passo que apenas metade dos que haviam tido sífilis anteriormente tornaram a contrai-la. Assim, obteve a ciência uma indicação quanto à possibilidade de se desenvolver a imunidade entre aqueles que já tenham tido a moléstia.

Além da sífilis, o que ganharam com isso os voluntários? Um maço de cigarros cada um, por ocasião do Natal, uma breve nota em seus registros, e a satisfação de terem feito alguma coisa em benefício de outros.

Não foi esse o primeiro estudo médico que se tornou possível graças a voluntários de Sing Sing. Nem E Sing Sing a única prisão cujos inquilinos se prestam voluntariamente a servir a humanidade. Em 21 dos 48 Estados Unidos da América, os presidiários têm auxiliado os médicos dando seu sangue, sua saúde e, em quatro casos conhecidos, sua própria vida.

Na Penitenciária do Estado de Illinois, conversei no último verão com três voluntários cujas temperaturas haviam atingido naquela semana 42 graus de febre. Um deles estava cumprindo pena por crime de assalto, outro por furtos de automóvel, e о terceiro estava descontando 30 anos por homicídio. Haviam contraído malária voluntariamente, para "alimentar" mosquitos utilizados em ensaios de laboratório. Todos os presos suportaram os calafrios, suores, torturas e dores da malária sem auxílio de sedativos, e depois, dia após dia, deixaram que 200 ávidos mosquitos lhe sugassem o sangue do braço durante meia hora. Podiam-se ver os mosquitos mordendo a carne, deixando nela centenas de picadas, infectando-se, a fim de poderem ser usados para transmitir a malária a outros voluntários.

Em Clinton Farms, instituição correcional de Nova Jersey, duas mulheres trajando desbotado uniforme azul estão cumprindo pena de prisão perpétua por homicídio. Em 1950, ambas submeteram-se voluntariamente a experiências relativas à hepatite. Ingeriram suco de tomate contendo vírus da hepatite, adquiriram a doença, curaram-se e depois auxiliaram os médicos, durante três anos, em ulteriores pesquisas sobre a mesma enfermidade.

Na Penitenciária de Lewisburg, na Pensilvânia, três assaltantes de bancos também se prestaram espontaneamente a estudos sobre a hepatite. Um deles ficou tão doente que foi preciso chamar especialistas para salvar-lhe a vida. Passou dias em estado de coma. Recebeu transfusões e oxigênio, foi alimentado por injeções, contraiu pneumonia, teve gangrena nos pés e seu peso caiu de 95 para 65 quilos.

O primeiro exemplo que se conhece de presos que se submeteram voluntariamente a tais estudos remonta a 1915. Joseph Goldberger, figura de relevo na pesquisa médica, estava procurando descobrir a causa da реlagra. Ele curara-a substituindo uma dieta rica por outra pobre. Isto sugeriu que a doença era causada por um regime alimentar inadequado. Para comprová-lo, teria ele de submeter seres humanos a uma dieta imprópria e observá-los durante meses. Mas quem se arriscaria voluntariamente a contrair esta grave moléstia? Goldberger pensou nos homens da vasta fazenda-penitenciária do Mississipi, que era isenta de pelagra. Entendeu-se com o governador, que assumiu o risco, depois rompeu com todo o formalismo oficial e ofereceu perdão aos prisioneiros que se apresentassem como voluntários.

Em 1915 uma dúzia de prisioneiros-assassinos, ladrões e falsários transferiram-se para um acampamento no centro da fazenda de 1.280 hectares. Durante dois meses se alimentaram normalmente e não apresentaram qualquer sinal de pelagra. Então, em abril, foram submetidos a uma dieta familiar a muitos trabalhadores rurais do sul dos Estados Unidos-biscoito, pão de milho, mingau, arroz, batata doce, angu frito e café puro. Os voluntários соmiam à vontade, mas em poucas semanas começaram a sofrer de enxaquecas, vertigens, dores nas costas e no estômago. No fim do verão os homens estavam macilentos, fracos, incapazes de trabalhar. Cinco deles apresentavam uma erupção sintomática. Goldberger chamou hábeis diagnosticadores, que foram acordes em afirmar que se tratava de pelagra. (Os voluntários foram soltos.)

Uma das mais temerárias experiências a que voluntariamente se prestaram presidiários não comportava nenhuma promessa de recompensa. No verão de 1942, os internados da Colônia Penal do Estado de Massachusetts, situada em Norfolk, foram reunidos no auditório principal. A guerra acarretara escassez de plasma sanguíneo e a Marinha dos Estados Unidos pretendia experimentar um sucedâneo derivado do sangue de bovinos.

Disseram aos internados que um voluntário receberia uma injeção de aproximadamente 30cc do material em sua corrente sanguínea, que sua saúde poderia ser prejudicada, que poderia sobrevir até a morte - e neste caso o governo custearia o enterro. Dentre 750 presidiários, 222 se ofereceram como voluntários; destes, 70% estavam em condições de obter livramento condicional em dois anos ou menos.

Em setembro os pesquisadores injetaram em 64 voluntários uma fração purificada de sangue de boi. Antes do fim do mês, 20 homens estavam reagindo mal, oito se apresentavam gravemente enfermos, com febre alta, erupções e dores nas articulações e um havia morrido. A experiência foi suspensa, mas alguns voluntários que não tinham recebido suas injeções insistiram para que ela fosse levada adiante. "Não deixemos isto pela metade", disseram. Um médico que acompanhou tudo isso declarou mais tarde: "Nas prisões encontra-se a mesma espécie de idealismo que em qualquer outra parte."

Nestes últimos dois anos, três voluntários perderam a vida auxiliando pesquisadores médicos a adquirirem maiores conhecimentos acerca da hepatite serosa. Tais estudos foram empreendidos porque muitos civis e militares estavam contraindo a moléstia após terem recebido uma transfusão de sangue ou de plasma. Os médicos queriam verificar a eficácia de vários métodos para preservar e esterilizar o sangue e produtos sanguíneos. Nenhum animal conhecido era susceptível à hepatite e nenhum exame de laboratório seria suficiente. Graças a voluntários das prisões, averiguaram os médicos que o sangue exposto aos raios ultravioleta ou ao calor, para esterilizar-se, não era seguro, mas que a globulina gama e a albumina serosa, obtidas do plasma sanguíneo, eram indenes, mesmo quando tais frações sanguíneas procediam de plasma contaminado.

Entre os voluntários, havia 533 presidiários de três penitenciárias. Os médicos advertiram-nos de que eles podiam contrair a moléstia, de que não existia tratamento específico para ela e de que a mesma podia ser fatal. Os guardas lhes disseram que a única recompensa seriam nove dólares por mês e uma redução de 30 dias na sentença. Assim mesmo eles se ofereceram como voluntários, e 130 contraíram hepatite. O diretor de uma das prisões, onde quatro voluntários entraram em estado de coma e um morreu, disse: "Não conheço nenhum grupo, no mundo, mais inclinado a uma causa digna do que os presidiários. Talvez procurem compensar assim a impossibilidade em que se acham de tomar parte em acontecimentos de monta, como por exemplo uma guerra."

Todo o moderno arsenal de armas antimaláricas foi rapidamente forjado graças a esses voluntários. A primeira grande conquista ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando a principal fonte de quinina dos aliados fora interceptada pelos japoneses e estavam sendo experimentados numerosos outros agentes antimaláricos. Um grupo de médicos da saúde pública dirigiu-se à Penitenciária de Atlanta, pedindo auxílio; no primeiro dia conseguiram 300 voluntários.

"Tudo o que posso prometer-lhes", disse o médico-chefe, "é uma oportunidade de ficarem doentes. Vocês ficarão tão doentes que haverão de me odiar."

Cada homem foi picado por dez mosquitos infectados. Quando adoecia, era acamado e não se lhe permitia o uso de nenhuma droga enquanto a moléstia não atingisse o clímax; então se lhe ministrava a droga exigida pelo número que ele indicava. Por vezes havia mais de 30 voluntários na seção de malária da Penitenciária de Atlanta, em tarimbas superpostas duas a duas, alguns até com 41 graus de febre. Mediante estas e outras experiências, ficou provado que a droga experimental SN-7618, posteriormente chamada cloroquina, era um medicamento muito superior à quinina. Em 1945 era ela enviada com urgência aos soldados no mundo inteiro.

Cada voluntário de Atlanta recebeu um certificado, cem dólares e o direito de usar em sua camisa um emblema com os dizeres "Voluntário da Malária”. Ao ser-lhe oferecido o seu certificado, um voluntário pôs as mãos atrás das costas e disse: "Não quero tocá-lo - esta é a única coisa decente que fiz em toda a minha vida."

Presidiários da Penitenciária do Estado de Illinois auxiliaram os cientistas no estudo da radioatividade industrial. Ingeriram alimentos contendo um organismo que produz diarreia, tomaram injeções que causam disenteria, e submeteram-se a experiências que duraram três meses e requereram o uso de roupa impregnada de um insetífugo suspeito de ocasionar perturbações na pele. Na primavera passada, no Reformatório Federal de Chillicothe, Ohio, 90% dos presos de mais de 21 anos se prestaram voluntariamente a investigações em que tiveram o nariz e a garganta aspergidos com secreções nasais infectadas. Na Instituição Correcional Federal de Seagoville, Texas, em 1952 e 1953, voluntários se ofereceram para tomar cápsulas contendo parasitos intestinais humanos estreitamente aparentados ao parasito causador da disenteria amebiana; outros, durante semanas beberam unicamente água contaminada.

Por que os prisioneiros se prestam espontaneamente a tais experiências? A pergunta não comporta uma resposta única. Um condenado a muitos anos de reclusão, atacado de malária, me disse: "Estou precisando justamente de vinte e cinco dólares." Outro, três leitos adiante, declarou: "Francamente, desejo ser solto antes de cumprir toda a minha sentença." Uma voluntária da hepatite, uma mulher que cumpria pena de prisão perpétua por homicídio, disse que tinha parentes combatendo na Coréia. Um experimentado psicologista de prisões advertiu sobre o fato de se dar muito crédito às razões alegadas pelos voluntários. "O preso que diz tê-lo feito por dinheiro pode em verdade tê-lo feito por altruísmo."

Afirma o Dr. Austin MacCormick, eminente autoridade em assuntos penitenciários: "Os prisioneiros se oferecem como voluntários principalmente por causa de uma consciência social que muitos deles ignoram possuir. Motivos egoísticos desempenham papel secundário. Eles acolhem de bom grado uma oportunidade de fazer algum bem, a fim de contrabalançar o mal que fizeram. Tais experiências levantam enormemente o moral do indivíduo e guindam às alturas toda a instituição."

Médicos que têm trabalhado em estreito contato com esses voluntários informam que muitos prisioneiros se interessam de tal forma pelas experiências que se prestam espontaneamente a trabalhos de laboratório, ou procuram tornar-se auxiliares de enfermeiros, enfermeiros penitenciários ou técnicos hospitalares. Em Clinton Farms, uma jovem que cumpria uma pena de sete anos de prisão por apropriação indébita colaborou tão eficientemente com os experimentos relativos à hepatite que foi indultada para tornar-se técnica num hospital universitário.

Charles Ickes, condenado à prisão perpétua por assalto a mão armada, serviu em 1944, na Penitenciária do Estado de Illinois, como voluntário da malária. Depois de curado, pediu para trabalhar como enfermeiro e iniciou o aprendizado para tornar-se um técnico. Há três anos, prestou exames e tornou-se tecnologista médico. Trabalhando também no laboratório da prisão está Kenneth Rucker, antigo chofer, condenado a 99 anos de cadeia por homicídio. Tornou-se um perito parasitologista.

Após semanas passadas a visitar prisões e autoridades sanitárias, a conversar com diretores de penitenciárias, médicos, cientistas e voluntários acamados ou não, continua acudindo-me ao espírito uma cena inesquecível, ocorrida no hospital da Penitenciária de Illinois. Rucker, o homem dos 99 anos, está sentado perto de mim, a uma escrivaninha, explicando-me o seu trabalho nos domínios da malária. Entra na sala um voluntário que está cumprindo pena de prisão perpétua por assassínio; deita-se num divã, arregaça a manga e recebe uma inoculação experimental administrada por Ickes, o tecnologista médico, também preso para o resto da vida. Joseph Ragen, o diretor da penitenciária, diz bem: "Ноmens que procuram ajudar outros não estão de todo perdidos."

A mesma coisa, ainda que de outra forma, disse Winston Churchill ao falar sobre presidiários na Câmara dos Comuns: "Para quem sabe descobri-lo, existe um tesouro no coração de cada homem."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 29 de junho de 2025 Artur Nogueira SP


 

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SÓ OS RELACIONAMENTOS NOS RESGATAM

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

O LIVRO DE RUTE - Rute, Noemi e Boaz

 

1 A NATUREZA HUMANA SE MANIFESTA E CRESCE NAS RELAÇÕES.

 

A nobreza do caráter de Noemi resplandeceu em seus relacionamentos, ao casar-se, ter filhos, casá-los com moças estrangeiras.

Ao perder o esposo e os dois filhos, ela revelou sua serena confiança no Deus que tudo dirige, orquestrando a vida para que todas as coisas possam contribuir para o bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8.28.

Por fim revelou desprendimento ao liberar suas noras para voltasse aos seus pais, já que ela não tinha mais filhos para as casar.

 

2 A NECESSIDADE MAIS BÁSICA DO SER HUMANO É RELACIONAR-SE COM OUTROS PARA ENFIM SER SAUDÁVEL E COMPLETO.

 

Quando Noemi enviou as noras para retornarem às suas famílias, Órfa foi, mas Rute entendeu do que precisava. Ela havia construído uma relação tão profunda com sua sogra que jamais sentir-se-ia completa como ser humano se não a tivesse por perto.

Também a via como referência como modelo de mulher, mãe, procedimento moral e espiritual.

Decidiu seguir sua sogra baseado no simples privilégio da relação, afinal de contas que bens, propriedade ou riquezas tinha Noemi a oferecer a ela?

 

3 SOMOS INFLUENCIADOS E INFLUENCIAMOS PELOS NOSSOS RELACIONAMENTOS.

 

A influ6encia de Noemi sobre Rute foi tão determinante que mesmo perdendo o esposo, Rute decidiu continuar sendo fiel.

A influência da fidelidade de Rute, em sair de seu país e seguir sua sogra a Israel, para cuidar dela e poder seguir ao Deus Criador, levou Boaz a assumir a responsabilidade pelos direitos de Noemi e de todos os seus descendentes.

 

4 O PROJETO MAIS IMPORTANTE DE NOSSA VIDA É ESCOLHER CONTRUIR UM RELACIONAMENTO AMOROSO COM AQUELES QUE NOS SURGEM DURANTE A EXISTÊNCIA.

 

NOEMI decidiu amar sua nora. RUTE decidiu dividir a vida, as bençãos e as aflições da vida com Noemi. BOAZ decidiu remir os bens de Noemi e casar-se com Rute.

JOQUEBEDE – mesmo sendo proibido por lei ter um filho homem, e com pouco rendimento financeiro, ela decidiu ter o seu terceiro filho, na esperança de que ele fosse o remidor de Israel. E ela estava certa.

JÔNATAS – ao assistir a gigante vitória de Davi sobre o gigante Golias, decidiu tornar-se amigo deste tão jovem pastor de ovelhas.

 

OS RELACIONAMENTOS SÃO O MAIOR PRESENTE DE DEUS PARA A NOSSA VIDA!

 

FILHO – MARDOQUEU escolheu assumir sua prima órfã, HADASSA. Ele a criou, mentoreou e a incentivou em todos os seus projetos. Mal sabia ele que um dia ela seria a esposa do maior imperador do mundo de seu tempo, e depois seria o instrumento usado por Deus para salvar Israel de um genocídio sem precedentes!

CÔNJUGE – JOSÉ decidiu aceitar MARIA como sua esposa. Ele e todo mundo sabia que o Filho que havia sido gerado nela não era seu. Enfrentou o escárnio e mau olhado de muita gente, para ter o privilégio de ser o pai terreno de Jesus, nosso Salvador.

 

APELO

 

Deus tem planos extraordinários para sua vida. Todos contemplam relacionamentos amorosos. Viva-os! Melhor: d6e a vida pelas pessoas, como Jesus deu a vida para que você pudesse viver com Ele novamente.

 

O AMOR VENCE A MORTE

Era uma tarde sem nuvens e fazia 38 graus em 19 de julho de 1960 na cidade de Brownfield, Texas. Nada fazia prever a catástrofe que, antes do anoitecer, mergulharia a população da cidade no horror e na tristeza e poria à prova a coragem daqueles homens de Brownfield, curtidos pelo sol. De um estranho acidente aprenderia algo sobre amor; de um dos seus habitantes, algo sobre heroísmo.

O estranho era Philip Reeves, de 17 anos, que acompanhara até Brownfield sua noiva, Sandra Wilson, também de 17 anos, da terra natal de ambos na Luisiana. O rapaz conseguira um emprego no elevador de cereais da Goodpasture Grain & Milling Co., e a moça estava morando com a irmã e o cunhado. Casar-se-iam daí a duas semanas. Cinco minutos antes da hora de deixar o serviço naquela tarde quente, Philip estava no último andar da superestrutura da casa das máquinas do elevador, que se erguia 21 metros acima dos tanques de depósito de cimento, que por sua vez subiam a 31 metros do solo. Dessa vertiginosa altura divisava quilômetros e mais quilômetros de terras circunvizinhas, planas, arenosas, batidas de sol.

Naquele momento, Donald Ethington, de 28 anos, capataz da turma de consertos da companhia elétrica da cidade, estava sentado com o seu pessoal no Café Best Yet, distante dois quarteirões. No instante em que a empregadinha colocava o café na mesa, o prédio estremeceu violentamente. Ethington ouviu duas explosões abafadas.

- O elevador explodiu! -gritou alguém.

- Vamos para lá, rapazes-disse Ethington. - Deve haver cabos de 195 corrente quebrados e que precisarão de ser isolados.

Mas Ethington teria mais para fazer. Muito mais.

Segundos antes, observadores nas ruas tinham avistado algo que parecia o clarão de um relâmpago quando uma fagulha fez explodir o pó de trigo fortemente explosivo que se acumulara durante os dois dias de descarga dos tanques. Propagando-se pelo pó, o impacto projetou-se através do túnel atrás dos grandes tanques do depósito. Duas explosões se seguiram, como se fosse uma colisão de vagões de carga, despedaçando vidraças a mais de três quarteirões de distância e arremessando pelos ares pedaços de cimento e madeira a 150 metros de altura.

Quatro homens que trabalhavam numa rampa de descarga perto dos tanques foram atirados ao chão quando o deslocamento do ar despedaçou a parede. Bombardeados por fragmentos de cimento e aço, dois morreram instantaneamente; outro morreu vários dias depois. Através dos tanques do depósito, o operador do túnel foi enterrado vivo num mar de trigo.

O fogo e a fumaça lavravam com tanta intensidade na casa das máquinas que o povo da cidade, que, se reunira no local, tinha certeza de que ninguém preso lá dentro poderia estar vivo. Todos se espantaram quando uma cabeça de homem apareceu através do fogo e da fumaça numa janela do primeiro andar.

Não havia escada externa, nem corda, nem qualquer maneira de descer. Era impossível a um homem saltar além da cobertura que se projetava do tanque do depósito para uma rede de segurança. Entretanto, não tinha ele outro remédio senão tentar. Estava cercado pelo fogo por todos os lados, menos um. Horrorizada, a multidão viu-o saltar. Bateu no teto de zinco de um passadiço e rolou para cima de um tanque de trigo.

Foi só então que se viu Philip Reeves na janela mais alta da casa das máquinas, quase 50 metros acima do solo.

- Socorro! - gritava ele desvairadamente.

- Pelo amor de Deus, socorro! Ele estava naquela angústia e a multidão tinha de ficar ali, olhando! Ele gritou para um homem a quem reconheceu:

- Shorty! Shorty! Vai me deixar morrer queimado?

- Quem é ele, Shorty? - perguntou um homem, receoso de que pudesse ser o seu filho.

- Chama-se Reeves - disse Shorty. - É um rapaz novo na cidade.

A tensão do rosto do homem se atenuou e os que estavam perto pareceram satisfeitos de que não se tratasse de um filho, marido ou irmão de alguém a quem conhecessem. Ao mesmo tempo, sentiram-se envergonhados. Em algum lugar, aquele Reeves tinha pais ou parentes.

A tensão se tornara quase insuportável. Por quanto tempo ainda poderia o rapaz suportar aquele tremendo 197 calor até saltar de lá para a morte certa? Cheios de angústia, os presentes começaram a pensar em coisas que se poderiam fazer.

Pelo rádio receptor-transmissor, os bombeiros que haviam chegado ao local chamaram Chick Clark, piloto que trabalhava na pulverização de plantações e estava naquele momento espalhando inseticida num algodoal perto da cidade. Poderia ele descer uma corda para o homem que se encontrava cercado? Clark pegou quatro pedaços de corda de 30 metros de comprimento e dois centímetros e meio de grossura. Bill Dempsey, empregado do piloto, ia na carlinga da frente. Quando Clark se aproximou do elevador incendiado pelo lado sudeste, mergulhando a uma velocidade de 190 quilômetros por hora, Dempsey deixou pender uma das cordas, na esperança de fazê-la passar sobre a casa das máquinas onde Reeves poderia agarrá-la, amarrá-la a qualquer coisa e descer por ela para o alto do tanque. Em duas tentativas seguidas a corda voou como um papagaio no ar quente em ascensão.

Enquanto isso, deu-se um telefonema para a Base Reese da Força Aérea, em Lubbock, a 65 quilômetros de distância, para pedir um helicóptero. O telefonema foi recebido às 17h e 10m. Às 17h e 15m, um helicóptero H-21 de rotores em fila estava no ar.

Procurando evitar que Reeves saltasse, o Rev. James Tidwell, da Primeira Igreja Metodista de Brown-field, falava-lhe por meio de um megafone eletrônico.

- Tenha calma, rapaz-gritava ele. - Estamos trabalhando e torcendo por você. Vamos tirá-lo daí.

Reeves estava perdendo rapidamente as forças. Moveu a parte superior do corpo para o ponto onde parecia que iria cair e, então, amoleceu-o, batendo com a cabeça na parede abaixo da janela.

- Está morrendo! - gritou uma mulher, e perdeu os sentidos.

A multidão ficou em silêncio.

Tidwell pensou com presteza.

- Não perca a cabeça, Reeves ordenou ele. - Um helicóptero vem aí. Olhe para o lado norte, rapaz. Já o está vendo?

Com um esforço que parecia enorme, Philip ergueu a cabeça.

Mas quando o helicóptero se aproximou, o piloto divisou imediatamente um problema que o povo do lugar não havia pressentido-uma antena de rádio se elevava 15 metros acima do alto da casa das máquinas, impedindo qualquer tentativa de ação perto da estrutura. Outro obstáculo por ele encontrado foi a agitação do ar acima do elevador em chamas. Os rotores tangeram o ar para o fogo e as labaredas subiram de 15 a 30 metros de altura. Ainda assim, o piloto conseguiu chegar a um ponto em que a alça de aço do helicóptero que ele havia descido estava a um metro, se tanto, de Reeves. Para quem estava embaixo, parecia que Reeves poderia de um salto agarrá-la.

O helicóptero foi pouco a pouco chegando mais perto. De repente, paft! - uma das pás do rotor bateu na antena e, enquanto o piloto mudava de direção para aterrissar com o seu aparelho danificado, Reeves gritou:

- Eles me abandonaram!

- Nada disso, rapaz! - replicou o ministro. - O piloto está pedindo outro helicóptero pelo rádio. Dentro em pouco estará aqui.

Reeves parecia não ouvir. Passou uma perna sobre o peitoril da janela, como se fosse tentar o salto. Durante dois minutos ficou assim parado, enquanto Tidwell falava incessantemente. Reeves não deu qualquer sinal de estar ouvindo os apelos do ministro, mas era evidente para a multidão, já a essa altura de umas 3.000 pessoas, que estava mudando de ideia. Era como se houvesse recebido de uma fonte desconhecida novo impulso de coragem. Botou a perna para dentro.

Na Base Reese da Força Aérea a tripulação de um segundo helicóptero se reunia. E numa pista de aterrissagem fora de Brownfield os dois pilotos que expurgavam as plantações - Clark e Dempsey- preparavam-se para investir contra a ameaçadora antena. Amarraram um gancho de ferro a uma corda e Clark dirigiu о seu velho biplano diretamente para a casa das máquinas. O avião penetrou aos solavancos no ar agitado acima daquele incêndio. Houve, então, um estrondo quando o gancho de ferro atingiu a antena e outro quando seis metros desta tombaram.

Reeves estava de novo com o corpo inerte pendido sobre a janela. Não poderia absolutamente agarrar-se a uma alça, ainda que o segundo helicóptero lhe pusesse ao alcance. Nesse momento de crise, o capataz da turma de consertos da rede elétrica, Don Ethington, pai de quatro filhos, abriu caminho por entre o povo. Ethington não conhecia Reeves e nunca estivera num helicóptero em toda a sua vida, mas pediu ao chefe dos bombeiros que desse instruções ao helicóptero para pousar antes de tentar o salvamento.

- Vou buscar o rapaz - disse ele apenas.

Levando o cinto de segurança usado para os consertos nos cabos elétricos e uma corda de 30 metros, Ethington pulou dentro de uma caminhonete.

O Capitão Keaver Holley pousou o seu helicóptero num campo vizinho no momento em que a caminhonete chegava, e o vigoroso Ethington, de 65 quilos de peso, saltou para a porta do meio do aparelho.

- Diga ao piloto que sobrevoe o local, bem acima da antena - disse ele ao médico do voo.

Ao Sargento James Holloway, encarregado dos trabalhos de guindagem, disse:

- Desça ao lado da parede norte da casa das máquinas e ponha-me o mais perto possível da janela.

O Capitão Holley já estava em voo quando Ethington amarrou a sua corda de segurança a um suporte metálico, no interior do helicóptero.

O Sargento Holloway entregou-lhe a alça. Ethington passou-a pelo corpo e prendeu a ela o seu cinto de segurança. Em seguida, enquanto о aparelho lutava para tomar posição no ar em agitação acima da casa das máquinas, Ethington empurrou com o pé a sua corda de segurança para fora da porta.

- Que Deus me acompanhe - disse ele.

A multidão viu Ethington ser descido do helicóptero. Quando parou a descida, o piloto avançou um pouco a máquina. O efeito sôbre Ethington, 24 metros abaixo, foi fazê-lo oscilar no espaço como se estivesse num gigantesco balanço. No ponto mais alto desse balanço, ele agarrou a janela da casa das máquinas. Era impossível ao piloto observar o que acontecia abaixo. Recebia instruções de Holloway, que mesmo àquela altura estava lutando com extrema dificuldade contra o calor e a fumaça.

- À direita! - gritava Holloway. - À direita! Firme, firme!

Segurando-se ao peitoril da janela com a mão esquerda, Ethington passou com a direita uma volta da corda de segurança pelo corpo de Reeves. Passou então o braço por cima do rapaz e puxou-o para fora pela janela. Viu a pele de Reeves empolada pelo calor soltar-se do seu corpo queimado ao roçar no peitoril. Os dois homens deram uma angustiante queda de cerca de dois metros e meio -a linha da alça se afrouxara enquanto o piloto ajustava a posição do helicóptero -mas Ethington continuou a agarrar Reeves com firmeza.

- Ele pegou o homem! - gritou Holloway para o piloto, ao mesmo tempo que começava a içá-los.

Quando chegaram à porta do helicóptero, Ethington se estendeu no chão e puxou Reeves para cima dele, proporcionando-lhe uma espécie de colchão humano. Embaixo, o povo de Brownfield extravasou toda a ansiosa expectativa em que vivera durante uma hora e 40 minutos numa grande ovação a Ethington e ao jovem estranho.

Na manhã seguinte, no hospital, Reeves disse a Sandra Wilson, uma morena de olhos brilhantes, que ela o impedira de saltar para a morte.

- Comecei a dar o salto - disse ele - mas pensei em você, e jurei a mim mesmo não morrer enquanto não pudesse vê-la mais uma vez, ao menos para dar-lhe adeus.

Disse que queria ver Ethington, a quem agradeceu o que fizera.

Bronwfield a bem dizer adotou Reeves enquanto ele lutou pela vida nos dias subsequentes. As visitas se sucediam com flores e presentes, além de palavras confortadoras para Sandra, que não se afastava da cabeceira do rapaz. Então, na noite de 3 de agosto, ele começou a chorar е Sandra foi para junto dele.

- Não adianta mais chamar o médico ou qualquer outra pessoa-disse ele. - Quero apenas você.

Dois dias depois Philip Reeves morria. Ainda depois da autópsia, os médicos não souberam exatamente a causa. Parece que ele havia sucumbido de pura exaustão.

Na sua dor, Sandra aceitou essa explicação. Sabe que se não fosse pelo amor que Philip Reeves lhe tinha e pelo heroísmo de Don Ethington, o rapaz teria deixado esta vida sem dizer-lhe de novo, como dissera tantas vezes no hospital: "Amo-a, Sandra."

Don Ethington foi proposto para ganhar uma Medalha Carnegie de Heroísmo. E a própria cidade chegou a perceber um sentido na tragédia. Esse sentido foi expresso pelo Rev. James Tidwell, o homem do megafone eletrônico.

"Uma vida não é grande pela sua extensão", disse ele. "É grande pela sua qualidade. Todo dia que aquele rapaz viveu foi um sinal de vitória, de uma força superior a nós e apesar disso dentro de nós. Mostrou-nos ele a qualidade do amor e a força de decisão do amor. Mostrou-nos principalmente a força que há em nós.

"Descobrimos que nesta nossa cidade há homens que podiam fazer mais do que julgavam. Para socorrer um moço a quem nem sequer conheciam, houve homens que fizeram o que era preciso até o impossível. Não podemos aprender a ser heróis. Mas podemos aprender a nunca aceitar senão o melhor de nós mesmos.

"Philip Reeves ensinou-nos isto. Nos poucos dias de vida que lhe demos, aquele moço nos revelou um milagre que pode sempre servir bem nos seres humanos: o milagre de nós mesmos."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 30 de junho de 2025 Artur Nogueira SP


 

15

O OBJETIVO DA VIDA

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

MATEUS 4. 5-7 - a segunda tentação de Cristo.

 

O diabo leva Jesus ao pináculo do Templo, e o incita a jogar-se de lá de cima. Cita das escrituras Sagradas o texto de

Por que isto? Os israelitas esperavam que Deus enviasse o Messias de maneira cinematográfica! Inventaram que ele viria tão fantasticamente que desceria do Céu vindo do pináculo do Templo que ele mesmo havia ordenado que fosse erigido, para que ninguém tivesse dúvida que Ele havia chegado.

Mas Jesus negou a obedecer a sugestão de Seu inimigo. Ele deveria vir ao mundo, não para dominá-lo, mas para conquistar o amor e a devoção sincera da humanidade. Para isto seria apresentado da maneira mais simples e humilde, para que as pessoas entendessem que o que Ele desejava era relacionar-Se com elas.

 

PARA QUE VIEMOS AO MUNDO?

 

OS ANTEDILUVIANOS – acreditavam que o objetivo da vida era o prazer, a diversão e a realização de todos os seus desejos pessoais. Por isto a descrição bíblica de seu comportamento é “comiam e bebiam e davam-se em casamento”.

 

OS CONSTRUTORES DA TORRE DE BABEL – criam que vieram ao mundo para salvá-lo. E eles já sabiam como fariam isto. Tinham certeza sobre a maneira certa de como cada indivíduo deveria viver, suas crenças e objetivos. Construiriam uma torre que atingiria o Céu para que dali pudessem ensinar a todos, governá-los, estudar os efeitos da natureza e impedir qualquer desastre por meio do conhecimento que adquiriram.

 

ACABE E JEZABEL – tinham certeza de que o melhor que podiam fazer com suas vidas era difundir a religiosidade e a cultura de seus deuses, Baal e Astarote, fazendo de Israel a sede de sua idolatria a se espalhar para o mundo todo.

 

OS JUDEUS NO TEMPO DE CRISTO – o pensamento que os dominava era que O Messias viria para libertá-los do jugo romano. Ele lideraria Israel em suas batalhas militares, provendo tudo o que precisavam até dominarem todas as nações da Terra. Então o paraíso de Deus seria restaurado no Universo!

 

QUAL TEM SIDO O SEU OBJETIVO DE VIDA?

 

O RICO LOUCO da parábola de Cristo queria ajuntar dinheiro, bens e colheitas até que não tivesse mais onde guardá-las. Deus pediu sua vida. Para quê adiantou tanto esforço e gasto de tempo se não pode desfrutar de mais nada?

O mais sábio rei que já existiu, SALOMÃO, desfrutou de mulheres, da riqueza, da fama e do conhecimento. Na velhice escreveu o livro de Eclesiastes para revelar sua desilusão nesta busca vazia e insana.

NABUCODONOSOR viveu para o poder. Ele exaltou-se tanto que acreditava que seu reino, bem fundado e administrado, seria eterno. De um dia para o outro ficou louco, foi morar com os animais, comportando-se como um deles!

 

O QUE JESUS NOS APELA?

 

Mesmo sendo o Criador do Universo, Ele humilhou-Se para vir à Terra para conviver com Suas criaturas.

Mesmo tendo todo poder e glória, deixou o Céu para vir ao pior lugar que existe para que pudesse andar, comer e conversar com Seus queridos filhos.

Mesmo precisando salvar a Terra de seu pior problema, o pecado, Ele não tinha pressa, parando para curar os doentes, conversar junto ao poço com a samaritana, tocar e ser tocado pelos leprosos, sorrir e abençoar as crianças, pregar e ensinar às multidões famintas de conhecimento.

E hoje, quando nos unimos aos pais, irmãos e amigos podemos sentir sua presença conosco. Podemos desfrutar o prazer real da exist6encia nestas relações. Percebemos nosso caráter se desenvolvendo, e nossa moralidade espiritual fortalecendo-se.

 

APELO

 

Preste atenção às pessoas. Conviva com elas. Importe-se.

 

O REPÓRTER QUE SALVA VIDAS

No sertão do Quênia, a manhã desperta o hospital em Garissa. O avião é o meio mais seguro de chegar ao principal distrito de uma região escassamente povoada. Viajantes arriscam-se a serem agredidos e roubados nas estradas. Aqui, Ingvar Syk, cirurgião sueco de 39 anos, está prestes a receber seu primeiro paciente na África.

Ο cheiro pungente espalha-se pela enfermaria. Através das janelas, Syk vê o rebanho vagando por ali, sujando o terreno do hospital. O paciente apresenta grandes ferimentos causados por mordidas de crocodilos nos braços, pernas e abdome. Syk faz a costura. Por volta da hora do almoço chegam ao hospital dois homens atacados por ladrões de estrada: um levara um tiro no estômago; o outro, na virilha.

O doutor Syk esperava que as condições fossem difíceis naquele calor de 35 graus: "Isso é ainda pior do que eu imaginara."

No meio da noite Anders Mebius, cirurgião de 55 anos, de Gävle, Suécia, é despertado abruptamente no hospital de Chicuque, Moçambique, junto ao Oceano Indico: "O médico tem de vir: essa mulher não consegue parir."

O ambiente assemelha-se ao paraíso, com palmeiras ondulantes e casas de telhado de sapê. Mas as aparências enganam: Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, depois de anos de guerra civil, secas e fome. O doutor Mebius acaba de chegar, após delongas no percurso dramático pelas estradas acidentadas. Na colisão com outro veículo, o ônibus em que viajava foi parar dentro de uma vala, o que atrasou a viagem por várias horas. E agora ele tem de fazer uma cesariana, algo que nunca fez. "Não há escolha", reflete. "Sou o único médico aqui."

Felizmente, já viu outros cirurgiões realizando cesarianas na sua terra natal. Mãe e filho sobrevivem, a despeito das condições primitivas.

Certa mulher leva a neta ao Centro de Saúde de Emkuzweni. Embora nascida nos campos férteis do norte da Suazilândia, fica evidente que a menina está desnutrida. Seu corpinho encontra-se inchado e o cabelo ficou vermelho-claro. О doutor Bodil Haastrup, 50 anos, de Copenhague, Dinamarca, examina a criança apática.

A enfermaria do hospital onde ela está internada encontra-se lotada, com dez camas e colchões espalhados pelo chão. Exame mais atento revela que a menina tem tuberculose e anemia, devido a um parasita intestinal. Recebe medicação, além de ser submetida a dieta nutritiva e variada.

O doutor Haastrup sabe que a principal causa do mau estado físico da menina é a ignorância. Ela vem subsistindo através de carboidratos, como mingau de painço, comida básica na região. Isso lhe dá poucas proteínas e vitaminas. Depois de dois meses no hospital, a garota sorridente pôde voltar para a avó. "Ferva sempre a água e faça a menina comer mais do que mingau. Também deve comer carne, amendoim e legumes", recomendam à avó. A maior parte das crianças gravemente doentes que chegam ao hospital sobrevive. Com medicação e dieta apropriada, dentro de seis meses a menina estará sadia de novo.

Ingvar Syk, Anders Mebius e Bodil Haastrup são apenas três dos quase 500 médicos voluntários que, desde 1988, se apresentaram para trabalhar nos países em desenvolvimento pelo Banco de Médicos do Rotary e o Banco de Médicos da Escandinávia. Já salvaram centenas de milhares de vidas.

A maior parte dos médicos é sueca, mas número crescente vem da Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda e Reino Unido. São enviados aos hospitais onde faltam médicos, competência médica e equipamento moderno - onde as instalações e condições sanitárias são abaixo do padrão.

A organização é fantástica. No entanto, ainda mais notável é o fato de seu fundador ser leigo: o jornalista Lars Braw. Na qualidade de repórter, Braw viajou muito pelos países em desenvolvimento. O que viu o afetou profundamente. Quando chegava às aldeias no deserto da África, muitas vezes as pessoas pensavam que fosse médico. Mostravam-lhe os ferimentos. Crianças atacadas de poliomielite aproximavam-se rastejando. Cegos eram levados até ele, que ficava ali, segurando a câmera e o bloco de notas, sentindo-se impotente.

A princípio, teve vontade de mudar de profissão. No entanto, era casado e tinha dois filhos pequenos. "Não é sensato estudar durante anos para ser médico", disse à mulher. "Mas um dia farei algo por essa gente."

O caminho criar о Ο Banco de Médicos seria longo. Mas a ajuda ao povo sofrido dos países em desenvolvimento corre como um fio por toda a vida profissional de Braw.

Ele nasceu em 1920, em Kosta, província de Småland, na Suécia. Bem cedo começou a trabalhar para jornais locais. Nos anos 50, quando ocupava o cargo de gerente de noticiário e, depois, de editor-chefe do Skånska Dagbladet, não deixara de se dedicar também ao programa "Salve as Crianças". Era editor da revista Extrabladet, com circulação de um milhão de exemplares. O primeiro número tratou do Oriente Médio e seus campos de refugiados. Também viajou à Argélia e ao Iêmen, onde a agitação política causava grande sofrimento.

Foram tempos de provação. Mais tarde, quando era editor-gerente do Kvällsposten, um dos maiores jornais da Suécia, passava todas as horas livres trabalhando em programas assistenciais. Braw e os leitores sustentavam o Auxílio da Igreja da Suécia em seu projeto de perfuração de poços na Índia. Foi à Etiópia dar apoio a Carl Gustaf von Rosen, lendário piloto que levava alimentos de avião para o povo faminto. Braw foi capturado por guerrilheiros na Eritréia e ameaçado de morte. No entanto, seus poderes de persuasão não o traíram e ele conseguiu livrar-se da ameaça, após muita conversa.

Com os anos, foi surgindo a ideia do Banco de Médicos. Braw, роrém, tinha um grande problema: como financiá-lo? Depois de deixar a Kvällsposten em 1985, foi editor do Rotary Norden. Em 1986, visitou a sede do Rotary em Evanston, Illinois, EUA, onde a fundação prometeu financiar viagens e despesas de todos os médicos filiados que desejassem trabalhar nos países em desenvolvimento. Rotarianos da região sul da Suécia doaram 10 coroas cada um, fornecendo 50 mil coroas suecas para a administração necessária. Era o começo!

Como recrutar médicos? A princípio, Braw encontrou atitudes negativas. "Você acha mesmo que um médico aceitaria sem pagamento?" Ele ouvia essas palavras repetidamente, mas respondia: "Estou convencido disso!" Publicou a ideia no Rotary Norden. Dez médicos se ofereceram como voluntários. Foi o momento decisivo.

Para onde enviaria os médicos? Entrou em contato com o Conselho Missionário Sueco, agente coordenador de várias sociedades missionárias, e soube quais hospitais precisavam de médicos. Estava, então, pronto para agir.

HÁKAN SIMONSSON foi um dos primeiros médicos a se apresentar como voluntário. Simonsson, 58 anos, trabalha como pediatra em Ystad, Suécia. Em 1988, enviaram-no ao Centro de Saúde de Emkuzweni, na Suazilândia, onde passou seis semanas, tratando de 40 pacientes por dia. Padeciam de doenças graves que já foram dominadas há muito tempo, ou que nunca existiram na nossa parte do mundo: malária, tuberculose e febre tifoide. Outros sofriam de pneumonia, asma e derrame. Alguns tinham feridas infeccionadas e abscessos.

Não obstante, sua estada representou experiência positiva. Amou o povo e a paisagem linda, com montanhas ondulantes no horizonte e pastagens. As experiências deixaram nele impressão inesquecível. "Nunca somos os mesmos depois de trabalhar no hospital de um país em desenvolvimento", revela.

O Banco de Médicos era agora realidade! Naquele mesmo ano, mais 30 médicos foram enviados ao exterior.

A sede dessa organização não-governamental é o apartamento de Braw em Malmö, Suécia. O escritório é o verdadeiro núcleo da organização; a sala, o centro de conferências.

A máquina de fax apresenta mensagem de Nairobi, com apelo de um hospital do Quênia, que precisa de cirurgião. O telefone toca. Braw fala com médicos que desejam ajudar e com Kaleb Hölén, o coordenador, cuja tarefa principal é colocar o médico certo no hospital certo.

A correspondência chega com relatórios de médicos que completaram seus estágios, descrevendo problemas e sucessos. "Relatórios nos dão notícias sobre condições insatisfatórias que podem ser corrigidas", diz Braw.

Hoje pela manhã, o Banco de Médicos recebeu duas cartas de Zâmbia. A primeira de um hospital para crianças incapacitadas em Lusaka, a capital, e outra de um hospital no Copper Belt. Nenhum dos dois hospitais possui médico. Ambos pedem auxílio. Ao mesmo tempo, chega carta de um hospital em Harare, Zimbábue, solicitando ajuda. Harare precisa de especialistas em doenças venéreas. Lusaka necessita de ortopedistas para crianças incapacitadas.

As cartas mal haviam chegado quando Braw e os colegas começaram os preparativos para três novos hospitais. No Banco de Médicos, todos os assuntos são tratados imediatamente.

Durante o dia, Braw tem várias conversas telefônicas com outros participantes do Banco de Médicos. Cada qual é responsável pelo próprio setor: relações públicas, distribuição, finanças e vendas de produtos que geram recursos para a operação. No total, nove pessoas tratam da parte administrativa. Todos moram em Skåne, e trabalham de graça.

Hoje, os médicos são recrutados de maneira diferente: através de anúncios em publicações médicas. O escritório central distribui o periódico "Notícias do Banco de Médicos Rotary", publicado em sueco e em inglês. Médicos que já estiveram em campo relatam suas experiências aos colegas.

A organização está crescendo e se expandindo rapidamente. Em 1995, 98 médicos foram enviados a 22 hospitais em 12 países. No ano seguinte, foram 117 médicos para o exterior.

Vários médicos acreditam que trabalhar nos países em desenvolvimento é a maior experiência de suas vidas. "Fazer tanto com tão poucos recursos, em comparação ao que tínhamos em nossa terra, foi educativo", conta Ingvar Syk, que normalmente trabalha como cirurgião gastrointestinal no Hospital Geral de Malmö. "O trabalho deu-me satisfação como médico e como ser humano."

Colegas dos outros países nórdicos concordam. Knut Sanderud, 74 anos e cirurgião de Larvik, tem histórico memorável. Já trabalhou como especialista em medicina aeronáutica para as forças de defesa norueguesas. Quando se aposentou, não ficou acomodado. Por dez vezes o Banco de Médicos já o enviou a locais na África. Enquanto esteve lá, bateu o próprio recorde e, com sua equipe, realizou 35 operações em 48 horas.

A capacidade e criatividade profissionais dos médicos estão sempre em teste. Quando John Tylleskär, ginecologista sueco de 61 anos chegou à ilha de Pemba, em Zanzibar, teve de aprender a atender os doentes com uma lanterna na testa, num hospital sem eletricidade a maior parte do tempо.

Trabalhar para o Banco de Médicos não deixa de apresentar riscos. Certa noite, em novembro de 1993, três médicos estavam no hospital em Garissa quando ouviram alguém batendo à porta. Henning Engberg, 60 anos, clínico geral de Malung, Suécia, abriu-a. Lá fora havia seis bandidos. Um deles enfiou o rifle pela porta. Engberg conseguiu fechá-la à força, mas não antes que um dos bandidos ferisse seu braço com machete. Chamaram a polícia e os bandidos desapareceram.

Antigamente, o hospital de Garissa encontrava-se em péssimo estado. Hoje, graças ao Banco de Médicos, é quase vitrine em matéria de cirurgia e ortopedia. Os médicos têm excelente reputação. "Sentimos que podemos confiar na continuidade do serviço de alta qualidade que fornece o Banco de Médicos", diz o doutor Babu Swai, coordenador médico do trabalho da Comissão da ONU entre os refugiados no Quênia. "Os cirurgiões são experientes, dedicados e muito qualificados."

Lars Braw é homem de muitas ideias. Visita os hospitais, conversa com todos, localiza problemas e encontra soluções. Está constantemente desenvolvendo sua ideia básica. Os médicos suecos, por exemplo, podem tirar licença por até seis semanas e, em certos casos, por mais tempo. Mas nos hospitais dos países em desenvolvimento, a continuidade é importante. Foi assim que teve a ideia do revezamento de médicos, em que vários profissionais se alternam durante períodos limitados.

Ele aprendeu que muitos médicos nos países em desenvolvimento jamais conseguem tirar férias. Os voluntários do Banco de Médicos substituem os que precisam urgentemente de repouso e recreação.

A ideia de médicos de jipe é mais um exemplo de criatividade. Em 1992, quando visitou o hospital de Maseno (junto ao Lago Vitória), apenas alguns doentes ocupavam as enfermarias. Pacientes pobres não podiam pagar nem a viagem ao hospital, quanto mais as contas do hospital.

Braw, então, pediu ao doutor Jarl Magnusson para organizar nova operação. Magnusson, 62 anos, clínico geral em Sunne, Suécia, adquiriu experiência em países em desenvolvimento durante a estada de um ano no Sudão.

Magnusson deveria criar rede de dispensários no interior, na distância de duas horas de carro de Maseno, е depois se assegurar de que médicos do hospital os visitariam regularmente. Lá, médicos teriam acesso a todo equipamento, remédios e vacinas necessários. Quando pacientes não podem ir ao hospital, médicos de jipe vão aos pacientes, podendo, desse modo, atender os mais necessitados.

 

A última criação de Braw é o Fundo de Pobreza do Banco de Médicos. "Queremos alcançar os mais necessitados", explica. "Quando hospitais em que trabalham os profissionais do Banco de Médicos exigem pagamento de pacientes que não têm dinheiro, nosso Fundo de Pobreza paga as contas."

Na primavera de 1994, Lars Braw recebeu o título honorário de Medicina da Universidade de Lund. "Lars Braw criou empreendimento humanitário duradouro que atraiu a atenção internacional", frisou Nils Gunnar Toremalm, professor emérito, ao sugerir que Braw fosse promovido a médico honorário. "Ele encheu os doadores de entusiasmo e inspirou muitos médicos a partilharem sua capacidade de curar doenças em locais onde o atendimento médico adequado é precário."

Mas Braw não pretende repousar sobre os louros. "Sonho em criar bancos de médicos no mundo inteiro", diz.

Já surgiram na Grã-Bretanha e Ноlanda. Em seguida virá a Alemanha. Rotarianos e médicos na França, Itália e Malta já demonstraram interesse.

E, o tempo todo, Braw e os colegas concebem novos planos. Agora, o Banco de Médicos pretende dar mais um passo à frente e permitir que estudantes de Medicina das universidades locais façam estágio de internos nos diversos hospitais.

"A meta é que os hospitais assumam o controle da operação", conta Lars Braw. "Isso não acontecerá de imediato, mas é o nosso objetivo."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 1 de julho de 2025 Artur Nogueira SP


 

16

O QUE É A QUEDA NO PECADO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

ISAÍAS 14.12-14, EZEQUIEL 28.1-19. – Lúcifer

 

LÚCIFER

 

Criador por Deus para ser o querubim cobridor.

Era perfeito em sua capacidade física.

Tinha uma sabedoria extraordinária, conhecendo muitos dos mistérios da criação divina.

Seu caráter era puro, expressando a mais bela harmonia em seu comportamento, desejo e pensamentos.

Dotado de talentos especiais, um se destacava, o de ser músico. Usava esse dom para levar os anjos a adorarem o Criador em sua máxima gratidão.

Servia a Deus pessoalmente, e seu maior prazer era obedecer a cada ordem recebida dEle.

Mas toda essa perfeição...ruiu-se! Por quê?

 

QUE PECADO ESSE SER PERFEITO COMETEU?

 

Roubou algum dinheiro ou algum objeto de valor o qual não lhe pertencia?

Dormiu com a esposa de algum liderado?

Matou alguma pessoa que lhe “pisou no calo”?

 

LÚCIFER SIMPLESMENTE ROMPEU SUA RELAÇÃO TÃO ESTREITA COM DEUS!

 

Ele desejou ter tudo o que Deus tinha, ser tudo o que Deus era, para ser maior.

O que ele se esqueceu é que tudo isto só tem uma serventia: ser usado para se relacionar melhor conosco.

O que Deus é e o que Ele tem não existe para ser usado como expressão de um desejo, exaltação do que se é, ou ferramenta de dominação.

Conhecendo a Deus tão intimamente ele deveria ter aproveitado a chance para relacionar-se com mais profundidade com o Criador. E assim seguramente sua natureza seria satisfeita em plenitude. Suas capacidades se desenvolveriam ad infinitum. Ele alcançaria as mais altas alturas das possibilidades que uma criatura pode chegar.

Destruindo sua relação com Deus, Lúcifer cometeu todos os pecados morais. Roubou a glória de Deus, adulterou seduzindo para si quem não tinha direito, os demais anjos, passou a acha-se Deus idolatrando-se, desonrou seu pai, o Criador, cobiçou a posição de Deus, mentiu a respeito do caráter de seu tão benevolente Senhor...

 

FOI EXATAMENTE ISSO QUE JESUS CRISTO FEZ AO SEPARAR-SE DO PAI E VIR À TERRA PARA NOS SALVAR.

 

Tornou-se carne e habitou entre nós.

Humilhou-se, e foi se humilhando até a morte de cruz.

Conectou-se aos homens como ninguém jamais fizera.

Ouviu sua história pessoal, entendeu suas emoções mais íntimas, deu importância a seus pedidos de cura. Socorreu-os no perigo, consolou nas perdas, acalmou na ansiedade, trouxe esperança diante dos desafios.

O mais incrível foi que quanto mais Ele se aproximava dos homens e cumpria o que o Pai lhe pedia, mais próxima tornava-Se do pai, mais força recebia para vencer seu inimigo, e mais consolidado Seu reino se tornava na Terra.

Tudo porque Ele só procurou estar mais perto dos homens e mais perto de Deus!

 

ENFIM, O QUE É A QUEDA NO PECADO?

 

É escolher romper minha relação com Deus.

É ignorar minha relação com o outro.

É usar todas as minhas capacidades para cumprir apenas meus desejos e sonhos, sem dividi-los com Deus ou com o próximo.

É ser tão egoísta que construo minha vida sem a presença ou a consideração de Deus, nem mesmo os demais que me rodeiam.

 

E COMO SE TOMA O CAMINHO DE VOLTA? O QUE É SER SALVO?

 

É restabelecer os relacionamentos rompidos!

É continuar construindo, dia a dia, nossa relação com Deus e com os mais próximos a nós: pais, irmãos de sangue, cônjuge, filhos, amigos, irmãos da igreja e colegas de trabalho.

É tentar construir relacionamentos saudáveis com os diferentes, que nos causam espanto, que pensam e sentem o mundo de uma forma oposta à nossa.

É mudar nossa forma de nos relacionarmos: em vez tratar os outros como máquinas, vê-los como companheiros de jornada, dividindo tudo o que somos e o que temos.

 

Deus conduziu JACÓ para que voltasse para casa e restabelecesse seu relacionamento com seu magoado irmão e seu intolerante pai. Gênesis 33.4.

Deus conduziu os IRMÃOS de JOSÉ a encontrá-lo, confessarem seu pecado, pedirem perdão e assim começarem uma nova maneira de se relacionarem em amor com ele. Gênesis 45.

Deus usou ELISEU a conduzir ISRAEL a tratarem seus odiados inimigos com o amor e consideração que esperavam deles, perdoando-os, tratando-os com simpatia e até saciando sua fome, 2 Reis 6.20-23.

 

APELO

 

O que falta para você construir melhor seus relacionamentos?

O que você precisa fazer para restabelecer seus relacionamentos rompidos?

Quanto tempo você levará para amar, orar e ir até seus inimigos?

 

DÁDIVA NASCIDA DA TRAGÉDIA

Ano novo, 1997. Bob McIntosh, advogado famoso e atleta de Squamish, no Canadá, vai até a casa do vizinho Richard Cudmore, que está de férias no México. A casa ficara sob os cuidados do filho adolescente, Jamie, e Bob foi até lá verificar se estava tudo bem. Ao chegar, encontra quase 200 jovens numa festa regada a bebidas alcoólicas e drogas. Ao tentar tirá-los de lá, é atacado e chutado repetidamente na cabeça. Levado às pressas para o hospital, morre de hemorragia cerebral.

A vida de sua mulher, Katy, e dos filhos gêmeos de 4 anos, Emma e Sam, fica despedaçada. Mas Katy promete aos filhos descobrir uma dádiva nesse horror todo, que cicatrizará não só a dor da família, mas também a do assassino de seu marido.

A BRUTALIDADE DA MORTE de Bob me deixa assustada. Quero encontrar um lugar seguro para Emma e Sam crescerem, e esse lugar não é Squamish. Preciso estar perto do mar, onde a areia e as ondas poderão amenizar nossa perda. Organizo, então, uma viagem à Ilha de Vancouver, onde cresci.

A balsa desliza sobre as águas escuras e observo os gêmeos brincando na área de recreação. Ao meu lado senta-se uma mulher grávida. Puxando conversa, revela que vive em Lions Bay, ao sul de Squamish, e pergunta onde moro. Quando lhe conto, ela comenta: "Que horror o caso daquele advogado... A senhora o conhecia?"

Digo que era meu marido. A mulher começa a chorar e pego sua mão. "Nós ficaremos bem", asseguro. E a aconselho a aproveitar cada dia com sua família, enquanto me reúno a Emma e Sam para caminharmos pelo convés.

Em Victoria, vejo um imóvel a duas quadras da praia, aninhado entre árvores. No minuto em que passo pela porta, sinto-me em casa. Telefono para o sócio de Bob e digo que farei uma oferta pela casa.

De volta a Squamish, tenho dois meses para me mudar. Cada dia é frenético. À noite, o tempo parece se arrastar. Deito-me na cama, mas a tristeza me atormenta. Na maior parte do tempo, o que sinto é medo - de não saber exatamente o que aconteceu a Bob, de criar Emma e Sam sema figura do pai... A polícia continua a interrogar os participantes da festa. Embora os policiais tenham acusado um jovem de homicídio doloso por ter socado Bob na cabeça e o deixado inconsciente, eles acreditam que há mais envolvidos na história.

Depois de conversarmos sobre assuntos pessoais, legais e financeiros, o sócio de Bob sugere que eu arranje um advogado mais próximo de minha nova residência, e me dá o cartão de um amigo, que estudou com ele na faculdade de Direito, em Victoria. "Michael Hutchison é um bom homem", diz. "Parece um jogador de rúgbi e tem um bigode que faz lembrar uma morsa."

Semanas depois, marco uma consulta. Sou levada pela recepcionista à presença de um cavalheiro forte, de terno cinza risca-de-giz. Tem cabelos brancos e bigode farto, igualmente branco, que emolduram um sorriso amistoso.

As palavras escapam antes que eu possa detê-las. "O senhor se parece mesmo com uma morsa!", exclamo. Michael reage surpreso. Mas seus olhos verdes brilham ao me conduzir até sua sala, enquanto expressa seus sentimentos pela morte do meu marido e fala sobre questões legais. Marcamos outra consulta para conversarmos sobre o processo de homicídio doloso. Ele precisa avaliar a possibilidade de uma ação judicial em que Richard Cudmore, dono da casa, Jamie Cudmore, anfitrião da festa, ou as pessoas que atacaram Bob possam ser responsabilizados por sua morte, por causa de negligência, dolo ou imprudência.

Michael me faz ficar tão à vontade em nossa segunda reunião que baixo a guarda, e as lágrimas correm soltas. Ele faz anotações e planeja uma viagem a Squamish para interrogar algumas pessoas. Pelos três meses seguintes, vou ao seu escritório toda semana. Em nossas conversas, descubro que Michael é um pai separado. Seu filho de 17 anos, Adam, vive com ele; Carlie, sua filha de 8, mora com a mãe e visita o pai em fins de semana alternados.

Em uma das reuniões, Michael diz que meu foco parece estar inteiramente em meus filhos. "Já é hora de deixar alguém fazer algo por você", sugere. "Será que posso levá-la para jantar?" Embora eu ache que fez o convite por solidariedade, saio do seu escritório sorrindo.

Em 3 de julho 1998, as crianças estão assistindo a um filme com minha tia Jean, que se oferecera para tomar conta delas, quando a campainha toca. As mãos de minha filha alcançam a maçaneta antes mesmo que eu possa chegar à porta. Michael nem acabou de entrar quando Emma lhe pergunta, abertamente:

- Você vai se casar com minha mãe?

- Bem - responde Michael -, na verdade pensei em levá-la para jantar fora...

Emma não desiste:

- Se você decidir se casar com ela, pode por favor fazer isso antes do primeiro dia de aula? Eu preciso de um novo pai para o jardim-de-infância.

Michael é ótima companhia para um jantar. Conversa com facilidade conta histórias engraçadas. Afasto da cabeça a ideia de que me convidou por sentir pena de mim. Não penso no quanto é estranho estar sentada diante de um homem que não é Bob. Horas depois, quando ele me leva até porta de casa, beijo-o no rosto e digo que a noite foi ótima. Ao entrar, conto os detalhes à minha tia, e ela fica contente que eu tenha gostado do "encontro".

Na noite seguinte, deparo com um buquê de flores na minha porta e reconheço a letra de Michael no envelope. "Katy", leio no bilhete, "obrigado pela noite primorosa... Tenho sorte de tê-la encontrado... Na vida, são raros os momentos envolventes de verdade... Obrigado, Michael."

Pela manhã, levo horas para escrever minha resposta.

Naquela noite, Michael telefona. Ele ficará fora vários dias. Nossa próxima oportunidade de nos encontrarmos será numa entrevista coletiva à imprensa, mais para o fim da semana, quando anunciaremos o processo por homicídio doloso. O que se segue são cinco dias de longas conversas telefônicas e e-mails.

Enquanto delicadamente exploramos o coração um do outro, Michael expressa o que ambos estamos pensando: devo decidir se ele vai ser meu advogado ou meu namorado. O momento é, sem dúvida, inoportuno. Mas será que existe uma hora conveniente para alguém se apaixonar? Concordamos em anunciar a ação judicial e, logo depois, cortar nossa relação profissional.

Na entrevista coletiva, respondo às perguntas previsíveis sobre raiva e vingança. É exaustivo ter de repetir que sinto uma saudade enorme de Bob, mas que isso não significa que tenha de odiar as pessoas que cometeram o crime, pois o ódio simplesmente aumentaria o desespero irremediável da tragédia.

Michael e eu nos casamos em uma cerimônia civil em casa. Para mim, nosso casamento estará para sempre representado na foto tirada quando estávamos prestes a nos beijar: Sam tem as mãos sobre o rosto e Emma está com os olhos voltados para cima. Por volta das oito da noite, os convidados tinham ido embora, a máquina de lavar louça estava funcionando, as roupas foram arrumadas para o primeiro dia de aula e o desejo de Emma tinha sido realizado.

Durante os dois anos seguintes, ainda perco a respiração toda vez que o telefone toca. Será a polícia? Há alguma novidade por parte da investigação? A acusação de homicídio contra o jovem que prenderam é suspensa em setembro de 1998. Os depoimentos das testemunhas são inconsistentes, o promotor público teme que o caso possa ser desmembrado. Embora o rapaz tenha provavelmente derrubado Bob, não está claro o que aconteceu depois. Quanto ao processo por homicídio doloso, em 2000 decido abandoná-lo, sob aconselhamento jurídico.

Por fim, em junho de 2001, recebo uma ligação de Vancouver, da Real Polícia Montada do Canadá: eles em breve efetuarão uma prisão. Mas não о fazem. As provas ainda são inconsistentes. Meses depois, viajo a Squamish para me encontrar com o cabo Hugh Winter, que está no caso desde o início. Ele me diz que a polícia tem um suspeito chamado Ryan Aldridge.

Assim que ouço esse nome, algo acontece. Embora não conheça Ryan, ele se torna real. Quero estar presente quando ele for preso. Hugh parece confuso. "Creio que não vou ter prazer em vê-lo ser retirado do tribunal algemado. O que fará com que eu me sinta melhor será saber que posso encontrá-lo cara a cara", digo. Preciso explicar o impacto que a morte de Bob teve sobre mim e minha família. Preciso lhe perguntar o que o fez matar meu marido.

Hugh explica que minha solicitação não é um procedimento policial padrão. "Nós podemos gravar em vídeo a conversa que a senhora quer ter com Ryan", argumenta. "Farei o possível para mostrá-lo a ele, no caso de efetuarmos a prisão."

Volto a Squamish uma semana depois para a gravação. Ryan precisa saber algo sobre o homem cuja vida tirou. Quero que tome conhecimento do quanto Emma, Sam e eu lutamos para recompor nossas vidas. Digo a Ryan que ele precisa fazer a parte dele. Ele, que se escondeu em Squamish esperando que tudo passasse. Digo-lhe que se ele conseguir se confessar, posso encontrar em meu coração o modo de lhe dar apoio durante seu percurso pelo sistema judiciário. "Tudo o que desejo a você", afirmo, "é o que você tirou de Bob: uma vida feliz e produtiva."

Em 21 de junho de 2002, recebo um telefonema. Ryan Aldridge está sob custódia. Desligo o telefone, tremendo da cabeça aos pés.

Ele assistiu ao meu vídeo. A polícia o interrogou durante duas horas, esperando obter as respostas que vinha procurando desde 31 de dezembro de 1997. Então Ryan lhes pediu que chamassem sua mãe. Diante dela, desmoronou e confessou. A polícia já dispõe do que precisa.

O telefone toca de novo. Depois que a mãe saiu, Ryan voltou para sua cela e escreveu duas cartas pedindo perdão - uma para mim e meus filhos, a outra para a comunidade de Squamish. Ele perguntou à polícia se poderia me entregar as cartas pessoalmente. Ainda tenho interesse em me encontrar com Ryan? Não haverá nenhum policial na sala conosco, mas o encontro será gravado em vídeo. Se eu concordar, a Real Polícia Montada do Canadá me levará de helicóptero até Squamish bem cedo pela manhã.

Encontrar-me com ele será mais doloroso do que virar-lhe as costas? Quero pensar que posso fazer a diferença e quebrar um ciclo. E então me lembro. No dia em que Bob foi morto, prometi a Emma e Sam que nós encontraríamos uma dádiva. Tínhamos nos apegado à crença de que, apesar da desgraça, deveria haver algo que valesse a pena salvar. Deitada sem conseguir dormir, sei que encontrar Ryan me mostrará se a dádiva de fato existe.

Na delegacia, estou numa sala sem janelas. A porta se abre. Ryan parece franzino e muito mais jovem do que eu esperava para seus 25 anos. É impossível imaginar que ele seja capaz de chutar alguém até a morte. A polícia lhe tirou o cinto e os sapatos, assim suas calças pendem da altura dos quadris enquanto ele arrasta os pés calçados com meias em direção à cadeira em frente à minha. Lentamente, levanta a cabeça. Eu quebro o silêncio dizendo que o pior já passou, agora que a verdade foi dita.

Ryan diz que sente muito pelo que aconteceu. Quando lhe pergunto o que ocorreu exatamente, ele não tem explicação. Consegue apenas fazer um relato confuso de uma surra que terminou antes de começar - bêbados encenando uma covardia patética. Eu falo de minha família e lhe pergunto sobre a sua. Explicando meu medo de expor ao trauma de um julgamento as pessoas com quem ele e eu nos importamos, apelo para que se declare culpado pelo assassinato, quando for ao tribunal.

Ryan me dá as cartas que escreveu. Sentimos desespero e medo. Um detetive entra e nos diz que o encontro terminou. Sou conduzida para fora. Ао me dirigir ao escritório de Hugh Winter, vejo em um monitor de circuito fechado a imagem de Ryan sozinho, soluçando, segurando fotos de meus filhos que a polícia deixou lá. Isso ficará na minha memória, ao lado da cena de Bob deitado morto no hospital. Uma vida desperdiçada; outra aguardando uma decisão. Estou determinada a evitar que Ryan seja mais um caso perdido.

Meus 20 minutos com ele significam mais para mim do que qualquer processo de tribunal que eu possa imaginar. O medo se dissipa, para ser substituído por uma profunda tristeza. O que poderia ter acontecido em seu mundo para fazê-lo capaz de algo tão terrível? Creio que nem ele sabe. Mas acho que percebe que, negando, jamais encontrará a resposta na prisão que criara para si mesmo.

Em casa, Michael e eu lemos as cartas de Ryan. Decidimos liberar para a imprensa a endereçada à comunidade de Squamish. A dirigida à nossa família, guardamos.

RYAN ALDRIDGE ENTRA no tribunal de North Vancouver com a confissão de culpa em 17 de outubro. Na audiência da sentença, em 28 de novembro, leio uma declaração do impacto que o crime teve sobre mim. Lentamente, uma voz que eu desconhecia possuir surpreende-se com as palavras no papel: "Ainda revivo a cena na emergência do hospital... Em casa, enfrentei a tarefa de contar a meus filhos que seu pai estava morto. As semanas seguintes foram um misto de polícia, imprensa, família, amigos, a fria cama de casal e uma dor indescritível... Nestes quatro anos e meio desde o assassinato, minha vida tem sido descobrir como sobreviver sem Bob. Não sou a mesma pessoa de antes... Só quero me sentir normal..."

O juiz marca a sentença para 11 de dezembro. Ryan pega cinco anos de prisão. (Um outro acusado confessa a agressão e consegue liberdade condicional... com a exigência de participar de um processo de reconciliação.)

Ainda preciso entender por que Bob morreu. Não é nada específico com Ryan Aldridge. É que estou criando filhos que vão viver neste mundo. O que está acontecendo por aí? Como posso ajudar a diminuir essa violência?

Passo dirigindo por Oak Bay, minha antiga escola secundária, quando me vem a resposta. Ligo para Reta Clark, coordenadora de planejamento pessoal e de carreira da instituição.

No seu escritório, conversamos sobre ideias para uma palestra dirigida aos alunos. Ela me entrega uma pilha de material de leitura e vídeos, junto de uma lista de pessoas que devo procurar.

Recebo uma ligação de Pete Zubersky, policial da Real Polícia Montada: "Ouvi dizer que a senhora preparou uma apresentação para jovens. Tenho um horário reservado na Escola Secundária Parklands, quinta-feira próxima. Venha fazer um 'test drive' da sua apresentação."

Naquela noite, sento-me no chão do escritório, cercada de velhas fotografias. Durante cinco anos tem sido difícil olhar para elas. A ideia de que possam ser usadas para uma boa causa permite que as veja de modo diferente. Usando uma câmera digital, faço fotos de várias delas, transfiro-as para o meu laptop, e monto uma apresentação. Tudo se junta com facilidade. O fato de que Bob era um atleta de sucesso ajuda.

A biografia fotográfica é preenchida com flagrantes em que ele aparece praticando windsurfe, jogando hóquei e dando cambalhotas em saltos de esqui. E as fotos em que é visto cavalgando com amigos e usando trajes malucos certamente criarão um vínculo com a plateia.

A parte difícil acontece no dia seguinte, no escritório de Michael. Durante a ação civil, ele recebeu cópias dos arquivos da polícia e das fotos. Se uma delas pudesse, com dignidade e sem sensacionalismo, mostrar a terrível realidade da morte de Bob, valeria mais do que mil palavras.

Eu mesma não consigo pesquisar os arquivos. Michael é que faz isso. Dali a minutos põe seus braços em torno de mim e diz que há uma foto que acha que seria apropriada. Coloca-a virada para baixo sobre a mesa e sugere que, quando me sentir pronta, eu dê uma olhada.

Há poucos indícios de ferimentos, salvo um machucado na têmpora direita. Mas eu sei que Bob não é aquele corpo deitado diante da câmera. Ele faz parte do meu coração que acredita que todo mundo é inerentemente bom e merece uma chance. E é a constatação de que tenho a tarefa de ajudar a fazer do mundo um lugar mais seguro. A fotografia de Bob morto é o que dará vida ao meu trabalho.

Trinta adolescentes irrompem na sala de aula. Com meu computador ligado a um projetor, uma imagem de Bob ainda bebê surge na parede. Eu apresento Bob, e a garotada toda ri. Ufa! Lá vamos nós. A sequência de fotos em que aparece jogando hóquei, praticando saltos de esqui na rampa e competindo em triatlos deixa a turma interessada. Mais risadas quando eu descrevo algumas das palhaçadas que ele e seus amigos ainda aprontavam depois de adultos. Presos pela biografia, os alunos se esquecem de imaginar qual seria a razão daquilo tudo. A sala fica em silêncio quando eu lhes mostro Bob no necrotério. Impossível. Como o conto de fadas pôde terminar? Enquanto o vídeo do enterro é passado em segundo plano, explico em detalhes nossa passagem de Ano-novo. Trinta rostos me olham fixamente, incrédulos.

Então começo a fazer uma análise sobre responsabilidade e riscos do uso de álcool e drogas, principalmente quando grande número de jovens está reunido. Pergunto quantos já estiveram numa festa com mais de 100 convidados. Muitas mãos se levantam. Pergunto quantos já estiveram numa festa em que nenhum pai estava presente. Ainda mais mãos são levantadas. Assegurando-lhes que provavelmente nunca verão alguém ser morto numa festa, destaco o que verão a seguir.

Amigos poderão beber demais e ficar embriagados. Talvez ter uma overdose. Outros poderão fazer sexo sem proteção e contrair uma doença sexualmente transmissível. Existirão casos de gravidez não desejada. Amigos tomarão a insensata decisão de ser passageiros em um carro dirigido por alguém que está bêbado ou doidão. E haverá enormes danos materiais nas casas onde ocorrem festas sem a supervisão de um responsável.

Cabeças se inclinam em sinal de aprovação quando lhes falo sobre o risco mais comum de todos: simplesmente o de se sentirem arrependidos do próprio comportamento no dia seguinte. Eles acordarão depois de uma noite de bebedeira e não se lembrarão se disseram algo de que possam se arrepender ou se deram em cima de alguém de quem, na verdade, não gostam. Tomo cuidado para minhas palavras não virarem um sermão. Espero que a meninada tire as próprias conclusões. Por fim, lanço um desafio: cuidem uns dos outros e peçam ajuda imediatamente se algo fugir ao controle. Nunca se esqueçam da história de Bob.

A adrenalina ainda está presente quando meto meu laptop de volta na pasta. Assim que Reta Clark descobre que a apresentação foi um sucesso, providencia outra em Oak Bay - uma escola cheia de jovens cujos pais têm alto poder aquisitivo, viajam constantemente e deixam os filhos sozinhos durante o fim de semana.

Depois dessa palestra, uma garota se aproxima de mim chorando. Exatamente no fim de semana anterior, quando seus pais estavam fora, ela convidou alguns amigos a sua casa. Antes que se desse conta, os "alguns" se transformaram em 80. Em questão de minutos, a situação estava fora de controle: móveis encharcados de cerveja; carpetes queimados por pontas de cigarros... Eram três da manhã quando ela conseguiu que todos fossem embora.

Ponho a mão nos seus ombros trêmulos e lhe digo que foi muito corajosa por dividir sua história comigo. Sugiro que ela conte aos pais sobre minha apresentação e o que aprendeu com ela. Talvez seja essa a abertura de que precise para fazê-los entender que agora sabe como a situação que criou poderia ter resultado em tragédia. Por milagre, ninguém ficou ferido. Seus pais podem estar aborrecidos, mas certamente verão que ela aprendeu com a experiência.

Enquanto a menina se afasta, percebo que a palestra me deu a oportunidade de estabelecer vínculos. Se consigo contar uma história que faça com que a meninada desabafe, isso pode fazer a diferença.

Durante o verão, falei para 800 jovens. Acho que descobri o perfeito legado de Bob. Onde quer que eu encontre uma garotada disposta a ouvir e um lugar onde montar meu computador, consigo trazê-lo à vida e passar uma poderosa mensagem.

Em maio de 2003, leio um artigo sobre reconciliação entre vítima e infrator e entro em contato com David Gustafson e Sandi Bergen da Organização Ações de Justiça da Comunidade, em Langley, Colúmbia Britânica. O processo, David explica, acontece depois que um intermediário, um "facilitador" treinado, prepara as partes. Nosso primeiro passo seria fazer indagações junto à Instituição Matsqui, onde Ryan está cumprindo pena. Escrevo a ele, explicando meu desejo em vê-lo. Está interessado, e David e Sandi marcam uma reunião para 27 de outubro.

Quando entramos na Matsqui, sinto um aperto no peito. Um guarda nos conduz por uma série de portões eletronicamente controlados. Um outro nos acompanha até uma sala onde aguardamos Ryan. Enquanto isso, tento dominar os meus maiores temores. E se ele se mostrar desinteressado e incoerente?

Ryan entra na sala. Quando senta, fico aliviada em ver um certo brilho nos olhos dele. David explica as diretrizes. A reunião será filmada, mas não poderá ser exibida a ninguém sem nosso consentimento.

Conversamos sobre nossas vidas cotidianas, cuidadosamente explorando o deserto deixado para trás no Ano-novo de 1997. Consigo me identificar com alguns aspectos do que Ryan diz. Presenciei o uso de drogas e álcool entre meus colegas. Mas nunca vivenciei a violência aparentemente tão preponderante no universo de Ryan.

Depois do almoço, Ryan me mostra um caderno que guardou. Seus desenhos são meticulosos: imagens realistas, detalhadas, em creiom. Entre as páginas, há fotos de familiares. Ele fala com respeito e consideração sobre sua família. O que teria acontecido para que, num átimo de segundo, ele pudesse demonstrar tamanho menosprezo pela minha?

Preciso que ele saiba do trabalho que estou desenvolvendo. É importante que eu não o faça sem o seu conhecimento. Ligo o laptop. Minha mão treme enquanto avanço pelas fotos que iniciam a história. Ryan não tira os olhos da tela.

O trabalho evolui de forma impressionante depois da minha reconciliação com o assassino do meu marido. Recebo solicitações de palestras de lugares como um centro de recreação que, nas noites de sexta-feira, oferece um porto seguro para adolescentes que, de outra forma, estariam perambulando pelas ruas, e uma escola que vem se recuperando de a tragédia de um aluno ter esfaqueado um colega de turma.

As escolas fecham para as férias do inverno de 2003, e percebo que tenho trabalhado a todo vapor. Os 800 jovens que ouviram A história de Bob tornaram-se 1.100 em fins de junho, e estou atolada de pedidos. David Gustafson me liga antes do Natal e diz que há no correio um "maravilhoso presente" para mim. É um envelope de Ryan. Uma nota no envelope diz: "Espero que esta pequena história da minha vida lhe ajude em sua apresentação."

Dobrada dentro do envelope, encontro uma carta datilografada:

 

"MEU NOME É RYAN. Estou cumprindo pena de cinco anos em uma prisão federal por homicídio. Espero que, ajudando Katy com seu programa, eu possa influenciar os jovens a fazer escolhas melhores do que a que eu fiz.

Cresci na pequena cidade de Squamish. Conforme a maioria dos adolescentes do ensino médio, eu estava preocupado em fazer novos amigos е me integrar. Durante os primeiros anos da escola, fui perseguido, intimidado e maltratado. Infelizmente, não contei isso a meus pais e pensei que conseguiria lidar com o problema sozinho.

Acabei fazendo alguns 'amigos', e as bebedeiras e festas começaram. Minhas notas caíram, e quase não consegui me formar. Estive envolvido em três acidentes de carro relacionados com álcool, e também perdi um colega na noite de formatura por causa de um trágico acidente desse tipo. Em vez de sofrer, fiquei revoltado e comecei a procurar respostas em todos os lugares errados. Eu tinha 19 anos, e minha vida era um redemoinho fora de controle.

No ano-novo de 1997, um amigo estava dando uma festa. Não havia nenhum responsável na casa - os pais do meu amigo tinham viajado para fora da cidade. Eram cerca de 150 convidados, a maioria adolescente, e havia drogas e álcool por toda parte. Eu estava muito embriagado e ouvia música no andar de cima. Um convidado que eu não conhecia subiu, sugerindo que deixássemos a casa. Um colega meu começou a discutir com ele e o socou. Quando o estranho caiu no chão, eu o chutei também. (Quatro vezes, disseram-me mais tarde.) A confusão começou. Uma ambulância chegou, seguida da polícia.

Para evitar o confronto, saí com meus companheiros e segui para outra festa, sem saber que acabara de cometer o maior erro da minha vida.

Na manhã seguinte, fiquei sabendo que o homem morrera por causa dos ferimentos. Eu não sabia o que fazer. Não podia acreditar que era o responsável por aquilo. O que minha família pensaria de mim? Eu estava assustado - então o silêncio começou. Fui perseguido por pesadelos. Depois de quatro anos, comecei a desmoronar, até que rompi meu silêncio com um policial disfarçado. Eles agora tinham provas para me acusar. Minha família ficou arrasada. Por causa de meus atos terríveis, uma vida preciosa se perdeu. Um pai foi tirado dos filhos, um marido, de sua mulher, e um homem de sua família e amigos. A pergunta que me atormenta é: por que fiz aquilo? Talvez eu nunca encontre a resposta. Mas o que sei é que cumprir a pena é fácil com parado à culpa com a qual terei de conviver pelo resto da vida!"

 

Nada que eu diga às minhas plateias terá impacto maior do que essa mensagem. Mal posso esperar para incorporar a contribuição de Ryan à história de Bob. Em fevereiro, Ryan é transferido para a Instituição Ferndale. Quando pergunto ao padre Mako, o capelão, como Ryan se sentiria se eu fizesse uma palestra na Ferndale, ele responde: "Acho que ele quer fazer a apresentação com a senhora." Fiquei surpresa.

Há cerca de 80 pessoas na plateia. Ryan está sentado ao lado de um facilitador. Quando chego à parte em que leio sua carta, convido-o a se levantar. Ouvimos atentamente cada palavra dele. Eu lhe agradeço por estar ali comigo e lanço um desafio à plateia: "Ryan e eu temos estado em jornadas paralelas. A oportunidade de nos mantermos unidos e depois partilhar a história com uma plateia tão receptiva é mais uma dádiva. O que fazemos está repleto de boas perspectivas. E insisto que vocês imaginem essas possibilidades."

Depois das férias de verão na Inglaterra, espero com ansiedade nosso primeiro compromisso de palestra do outono. A imagem de nós dois sentados, pensando juntos, planejando as datas das apresentações, me diverte. Somos uma dupla inimaginável. No evento, vejo que as anotações que Ryan antes segurava desapareceram. Ele se coloca confiante no palco e deixa sua história fluir. Mais tarde, um repórter nos pergunta se nos consideramos amigos. Ficamos em silêncio. Ryan mexe os pés nervosamente. Não apresso a resposta.

"Sim, suponho que somos", respondo, e continuo, explicando: "Se um amigo é alguém que você aprendeu a respeitar, alguém com quem você passou por situações e saiu junto do outro lado, então, sim, nós somos amigos."

A audiência do pedido de liberdade condicional de Ryan ocorre em 21 de dezembro de 2005. O Conselho Penitenciário concorda em deixar que eu me dirija a ele diretamente. Descrevo o crescimento que vi nele ao longo do trabalho que fizemos juntos. Depois, espero na capela da Ferndale pelas deliberações do conselho. Imagino a ansiedade que Ryan e sua família devem sentir enquanto aguardam em outra área da instituição. Menos de duas horas depois, somos convocados de volta à sala.

O Conselho Penitenciário decidiu liberar Ryan em regime de prisão semiaberta para uma casa de reabilitação em Vancouver. Ele deve ficar lá até a data da soltura, prevista para abril de 2006. Depois, ficará em liberdade condicional até dezembro de 2007. O conselho quebra o protocolo e permite que eu veja a família de Ryan no saguão da capela. Abraçamo-nos como velhos amigos e nos limitamos a pronunciar a palavra "acabou", repetidamente.

Dez dias depois, deliciosos aromas enchem o ar na nossa cozinha apinhada de gente. Ocupados nos divertindo, nos esquecemos de olhar o relógio. Antes que percebamos, faltam dez minutos para a meia-noite. Eu não fico acordada até essa hora, nessa data, há muitos anos. Em contagem regressiva dos segundos do último minuto, irrompemos em vivas quando o relógio bate meia-noite. Michael me abraça enquanto Emma e Sam dançam lá fora, no escuro, iluminados pela luz dos fogos de artifício que acendemos. Feliz Ano-novo!

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 2 de julho de 2025 Artur Nogueira SP

 

 

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