
11 COMO SABER SE SOU BOM OU MAL? –
Gênesis 19.1-11
12 LADRÃO SÓ ROUBA A SI MESMO – 2
Samuel 15.1-5
13 O PROBLEMA DE CLASSIFICAR AS
PESSOAS – Mateus 9.9-13
14 SÓ OS RELACIONAMENTOS NOS RESGATAM
- Rute
15 O OBJETIVO DA VIDA – Mateus 4.5-7
16 O QUE É A QUEDA NO PECADO – Isaías
14, Ezequiel 28
11
COMO SABER SE SOU BOM OU MAU?
Marcelo
Augusto de Carvalho
GÊNESIS
19.1-11 – Ló salva dois estrangeiros, que o salvam da destruição.
LÓ
Sempre
à porta da cidade.
Sempre
à espera de alguém. As pessoas eram a sua prioridade!
Todos
eram visto como “aquele que precisa de mim”. Não
classificava ninguém.
Sempre
hospitaleiro.
SUAS CRENÇAS
Viver
é servir ao próximo.
As
pessoas existem para serem amadas
Todos
eram vistos como “aqueles que precisam de mim”.
Eu
devo acolher os outros para protegê-los
Se
preciso for, darei a vida por meu próximo.
SODOMITAS
Viviam
em meio ao trabalho e afazeres
As
pessoas não tinham nenhuma importância.
Cada
pessoa era classificada para se saber quem e como seriam usadas.
É cada
um por si
SUAS CRENÇAS
Viver
é buscar o seu prazer pessoal
As
pessoas existem para serem usadas
Todos
eram visto como “aquele que me deve”.
Se as
pessoas fogem de mim, eu abuso delas!
Se
preciso for, tirarei a vida de qualquer um que me aparecer.
A GRANDE PERGUNTA DA VIDA: COMO NOS RELACIONAMOS COM AS PESSOAS
E COM AS COISAS?
CAIM –
usou a oferta que simbolizava o sacrifício de Cristo por nós para separá-lo do
irmão, dos pais e de Deus.
ESAÚ –
usou o dinheiro, vindo da herança de seu avô e de seu pai, para separá-lo de
seu irmão, do mundo (foi viver nas montanhas), e de Deus.
SAUL –
usou a unção do Espírito e a escolha para reinar sobre o povo de Deus para
separá-lo de seu filho, do povo que governava, do homem de Deus Samuel, do
servo de Deus Davi, e pôr fim do próprio Deus!
O QUE GANHAMOS QUANDO SOMOS BONS? (NOS RELACIONAMOS COM AS
PESSOAS E DIVIDIMOS A VIDA COM ELAS).
LÓ –
por ser hospitaleiro, salvou sua vida.
ABRAÃO
– por ser hospitaleiro, recebeu em sua casa o próprio Deus, prometendo-lhe que
dali 1 ano teria seu amado filho, Isaque.
A
VIÚVA DE SAREPTA – por ser hospitaleira, esta mulher que vivia à beira da
miséria, salvou a si e ao seu filho da fome, e depois recebeu o maior milagre
que uma mãe pode imaginar, a ressurreição de seu garoto.
LICÓES
1 O
aspecto essencial da natureza humana é construir RELACIONAMENTOS amorosos.
2 Uma
pessoa define seu CARÁTER moral pelo relacionamento que estabelece com seu
próximo: pais, irmãos, parentes, amigos, estranhos e colegas de trabalho.
3 Ló
foi considerado BOM por Deus porque parou para estabelecer um relacionamento
com os estranhos que apareceram na cidade. Os sodomitas foram considerados MAUS
por deus porque viviam com agiram em seu último dia de vida: abominavam o
próximo.
4 Se
amamos e nos relacionamos com as pessoas que Deus nos ENVIA todos os dias à
nossa porta, desenvolvemos nosso caráter à semelhança de Cristo.
5 Através
das relações diárias, Deus desenvolve em nós os aspectos MORAIS de Sua santa e
eterna Lei. Sem as relações é impossível que sejam praticados tais princípios.
6 Tal
visão determina nosso DESTINO diário, bem como nosso destino eterno.
APELO
Use
cada oportunidade de sua vida para construir, estreitar e crescer os
relacionamentos com as pessoas que Deus enviar a você!
LIVRAI-AS DE TODO O MAL – Somaly Mam, Phnom Penh, Camboja.
Na
enfermaria arruinada de um hospital em Phnom Penh, no Camboja, Somaly Mam, mulher de compleição
franzina e olhos castanhos, se curva sobre o leito de uma criança. Ali está
deitada uma menina de 5 anos, toda enfaixada, que segura com força um ursinho
de pelúcia e fita em silêncio o teto manchado e descascado. O seu nome é Sreytouch.*
Quando
vê Somaly, os braços se apertam em torno do ursinho,
como se temesse que fossem tomá-lo dela. Dois dias antes, a polícia resgatara a
menina num bordel, depois que a mãe a vendeu ao proprietário.
Somaly vê o
olhar sem expressão da menina e sabe o que tem de fazer. Pega no colo a
criança, que se mostra mole e sem reação, e a abraça.
Engolindo
as lágrimas, nina Sreytouch como se fosse um bebê, e
diz baixinho, muitas e muitas vezes: "Amo você, Sreytouch."
Ela sabe, com toda a certeza, que é disso que a menina precisa. Sabe porque já foi uma criança calada e agredida.
Somaly não
conheceu os pais. Eles sumiram quando tinha 4 ou 5 anos, em meados da década de
1970, época em que o tirano Pol Pot e o Khmer
Vermelho aterrorizaram o Camboja, expulsando milhares de moradores das cidades
para irem arar os campos e chacinando milhares de inocentes. Somaly cresceu como órfa na
aldeia minúscula de Bou Sra, nas florestas distantes
da província de Mondulkiri,leste
do país. Os aldeões moravam em cabanas de palha e bambu, mas Somaly, que na época era chamada de Non, ou
"Pequena", costumava dormir sozinha, numa rede na floresta. Comia o
que encontrava e dependia da generosidade dos aldeões para sobreviver.
Certo
dia, um velho da aldeia chamou Somaly
até a sua cabana de bambu e lhe apresentou um visitante. "Ele conheceu o
seu pai, Pequena", disse. "Vai levar você para conhecer a família
dele."
Somaly
ergueu os olhos para o homem e sorriu. Pela primeira vez na vida, alguém
tomaria conta dela. "Chame-o de 'Vovô", disse-lhe o velho.
Os
dois passaram dias caminhando pela floresta até chegarem a uma estrada onde
várias pessoas subiam num caminhão de lenha. Somaly
ficou apavorada; nunca tinha visto nada tão grande e ameaçador. Tentou fugir,
mas Vovô a agarrou, deu-lhe um bofetão que a fez cair e a arrastou com ele para
o caminhão. Ela apertou a mão no rosto que sangrava. Era a primeira vez que
apanhava.
Vovô a
levou para uma aldeia perto da fronteira do Vietnã, onde a obrigava a limpar a
cabana, lavar roupa e cozinhar para ele. Vivia bêbado e batia nela com uma vara
de bambu. Os aldeões zombavam de Somaly por causa de
sua pele mais escura. "Quanto mais escuros, mais burros são", diziam.
Finalmente,
para pagar dívidas, Vovô vendeu Somaly a um dono de
bordel em Phnom Penh. Ela estava com 16 anos. Disseram-lhe: "Faça o que os
fregueses mandarem, senão vai apanhar."
Quando
o primeiro freguês mandou que se despisse, Somaly se
recusou. Os donos do bordel decidiram que ela precisava ser "domada"
e a puseram no "quarto do castigo", um porão sem janelas.
Amarraram-na numa cadeira e despejaram sobre ela cobras que estavam numa caixa.
A porta bateu e ela ficou gritando no escuro, com as cobras deslizando pelo
corpo. No dia seguinte, quando a tiraram de lá, tinha perdido a vontade de
resistir.
Com o
passar dos anos, Somaly foi usada por milhares de
homens. Às vezes, um freguês a levava a um quarto onde havia até 20 homens
esperando. Assim como as outras moças, era obrigada a usar maquiagem branca,
para deixar a pele escura mais atraente para os fregueses e esconder os
hematomas. Sempre que resistiam, as meninas eram levadas para o quarto do
castigo, surradas ou torturadas com choques elétricos, com fios ligados numa
bateria. A fuga era impossível; não havia lugar seguro para onde fugir, e os
cafetões e donos de bordel perseguiam-nas.
Certo
dia, Somaly e uma dezena de outras adolescentes
dormiam em esteiras quando Li, marido da dona do bordel, entrou no quarto,
gritando: "Cadê ela?" Brandia uma pistola na mão direita e cheirava a
vinho. Uma das meninas novas do bordel, de 15 anos, magra e alta, chamada Sreyoun,*
fora pega quando tentava escapar.
Enquanto
Somaly olhava, paralisada de horror, o homem agarrou Sreyoun, amarrou-lhe os braços atrás das costas e apertou o
cano da arma na cabeça da moça. Ela viu os dedos de Li branquearem quando ele
apertou o gatilho. Houve uma explosão e Sreyoun caiu
no chão, sem vida. Li atirou nela mais duas vezes. Somaly
viu Li e os guardas enfiarem o corpo da menina num saco de arroz. Quando Li
saiu cambaleando do quarto, Somaly jurou a si mesma:
Um dia voltarei para matá-lo!
O tiro
provocara em Somaly emoções havia muito sufocadas.
Pela primeira vez em anos, sentiu uma confusa mistura de raiva e ódio por Li, e
compaixão pelas companheiras.
Com
mais idade, sua liberdade para sair do bordel aumentou. Conheceu estrangeiros,
inclusive um que a levou para casa e lhe pagou aulas de francês. Outros
estrangeiros a contratavam no bordel, como Pierre Legros,
trabalhador humanitário francês que falava khmer. Ele de fato se preocupava com
ela. Depois de vários encontros, a história da vida da moça veio à tona e ela
revelou a Pierre o quanto desejava não ser mais prostituta. Contou-lhe sobre os
estupros, as surras e as centenas de outras meninas que vira nos bordéis.
Ela
chorou ao descrever a noite em que mataram Sreyoun.
"Não quero que isso aconteça com outras meninas", declarou, aos
prantos. "Alguém tem de falar por elas", afirmou, e se surpreendeu
com as próprias palavras.
Aos 21
anos, considerada "menos valiosa" pelos donos do bordel, Somaly pôde ir morar com Pierre. O casal acabou abrindo um
restaurante em Phnom Penh. Quando faliram, Pierre decidiu que já era hora de
voltar à França; para que Somaly tirasse o visto, os
dois se casaram em 1993.
Pierre
e Somaly moraram um ano e meio na França. Durante
meses, ele insistiu com ela para que tomasse as próprias decisões. A princípio,
Somaly dizia "você está maluco, sou apenas uma
mulher", mas acabou aceitando. Arranjou emprego como arrumadeira de um
hotel em Nice e desenvolveu o amor-próprio.
Quando
voltaram ao Camboja por causa do emprego de Pierre numa entidade de assistência
médica, Somaly já era bem diferente da "pequena
selvagem", como muitos a chamavam, tímida e atrasada. Agora, casara-se com
um barang, ou estrangeiro, e falava francês
fluentemente.
Ainda
tinha vontade de ajudar as meninas que deixara para trás, mas como conseguiria, sendo uma pessoa só?
Começou procurando uma instituição de caridade local, que prestava assistência
médica e distribuía preservativos e informações sobre Aids entre as
prostitutas, e se ofereceu para ajudar. Sentia-se apavorada toda vez que
entrava num bordel. Era comum ficar tão enjoada que tinha de sair correndo para
vomitar. Em certa visita, conheceu uma menina que a fez lembrar-se vivamente de
si própria quando criança. Tinha a mesma pele escura, os mesmos hematomas das
surras. "Não me dê um preservativo", implorou a menina. "Se quer
me ajudar, me tire daqui."
Somaly sabia
o que precisava fazer. Encorajada pela raiva e ignorando os cafetões da vigia,
saiu com a menina e a levou para casa. Com o tempo, Somaly
percebeu que outras meninas também ousariam ir embora se não tivessem de
perambular pelas ruas sem um tostão, para serem caçadas por cafetões vingativos
e torturadas ou mortas como advertência às outras. Com a promessa de um refúgio
seguro, mais meninas começaram a escapulir com Somaly
para morar com ela e Pierre. Embora o marido lhe desse apoio, o salário dele
não era suficiente para tanto. Mas não demorou para que, obtendo dinheiro com
amigos e organizações de auxílio, ela conseguisse ajudar até algumas a fugirem
para aldeias distantes dos donos dos bordéis e a aprender corte e costura para
poderem levar uma vida independente.
Em
1996, um ano depois que ela e Pierre tiveram o primeiro dos três filhos, o
casal fundou uma instituição de caridade oficial, chamada Afesip
(sigla, em francês, para Ação pelas Mulheres em Situação de Angústia). Na
última década, a Afesip resgatou, abrigou e educou
mais de cinco mil crianças. Hoje, a entidade mantém três abrigos para mais de
200 meninas no Camboja e tem 106 funcionários.
Em
2007, depois de uma longa separação, Somaly e Pierre
se divorciaram, e agora ela dirige sozinha a Afesip,
trabalhando 20 horas por dia no resgate de meninas cambojanas presas na
prostituição.
Numa
favela de Phnom Penh, Somaly contorna pilhas de lixo
para chegar ao "Prédio Branco", famoso bordel da cidade. Cães reviram
o lixo; há moscas por toda parte. Crianças brincam entre os montes, algumas
nuas e descalças. Várias meninas e mulheres veem Somaly
e, sorrindo, correm até ela:
-
Nossa irmā - diz uma, pegando a mão de Somaly, que já está com 38 anos.
- Como
vai? Tem alguém doente? - pergunta Somaly. E logo já
está conversando com um grupo de 30 meninas e mulheres, todas prostitutas.
Uma
menina emaciada, de camiseta imunda e sarongue, confidencia a Somaly que é forçada a se deitar com até 20 homens numa só
noite. Enquanto escuta, os olhos de Somaly se enchem
de lágrimas. Aos prantos, uma mulher mais velha se aproxima e diz que a filha
de 16 anos desapareceu há alguns dias. Ela agarra a mão de Somaly
e implora: "Por favor, me ajude..."
Enquanto
Somaly conforta a mulher, prometendo falar com a
polícia, um grupo de homens observa de cara feia. A vida de Somaly
está constantemente sob ameaça. Em 2005, depois de ajudar a resgatar mais de
200 meninas, bandidos armados com fuzis AK-47 invadiram o abrigo, surraram
funcionários e voltaram a sequestrar as meninas. Os cafetões já apontaram armas
para a sua cabeça. Hoje, Somaly costuma viajar com
guarda-costas e a sua casa é murada e guardada o tempo todo.
Às
vezes, o perigo ataca perto. Em 2006, uma filha sua foi sequestrada por
traficantes. Graças aos contatos de Somaly com a
polícia, a menina foi resgatada em três dias. Para proteger os filhos, ela os
mandou estudar na França. Quando lhe perguntam se teme pela vida, ela responde:
"Como podem me matar, se já estou morta? Eles me mataram há muito
tempo."
Às
vezes, parece que Somaly sobreviveu ilesa ao pesadelo
da infância. Mas as cicatrizes são profundas. As noites são muito difíceis.
Enquanto percorre as caóticas ruas de Phnom Penh, ela confessa que ainda tem
pesadelos e raramente dorme mais do que três ou quatro horas seguidas. "Não
consigo tirar as meninas da cabeça", diz. "São as minhas meninas,
vítimas como eu."
Também
não superou o medo е a náusea que sente quando entra nos bordéis. "O
cheiro traz lembranças que tentei esquecer", revela.
Ao
passar por um bordel que já foi famoso e hoje está fechado graças à pressão que
ela fez, Somaly se lembra de uma menina a quem ajudou
recentemente.
"Malis*
tinha apenas 1l anos quando a tia a vendeu a um estrangeiro por mil
dólares", conta. A menina ficou uma semana presa no apartamento do homem,
até que fugiu. "Ele achava que, fazendo sexo com uma virgem, ficaria mais
forte. Isso acontece muito." O incrível é que, muitas vezes, as meninas
são costuradas, num procedimento chamado himenoplastia,
e vendidas novamente como se fossem virgens.
Outra
menina, Normana,* que só tem um olho, tinha apenas 13 anos quando foi
sequestrada e vendida a um bordel. Negociada como virgem, foi costurada e
vendida de novo. Engravidou duas vezes e foi obrigada a sofrer dois abortos.
Mas o pior ainda estava por vir. Uma mulher a comprou para trabalhar como
escrava. Irritada quando Normana pediu para
descansar, a mulher pegou um pedaço de metal afiado e, como punição, lhe furou
o olho direito.
Somaly Mam sabe que o seu trabalho nunca terá fim. Os traficantes
ainda vão de aldeia em aldeia, atraindo meninas ingênuas com promessas de altos
salários. No abrigo Siem Reap, da Afesip,
a alguns quilômetros de Angkor Wat, ponto turístico visitado por milhares de
pessoas todo ano, mora Sanbo. Quando tinha 18 anos,
lhe disseram que poderia trabalhar como garçonete num restaurante de Phnom Penh
para pagar uma dívida da família. Primeiro, foi vendida por 500 dólares a um
cliente chinês que exigiu uma virgem. Ficou dois anos presa num bordel.
"Eles
costumavam me surrar com fio elétrico", diz ela, com voz tímida e
hesitante. "Eu não tinha para onde ir. Se voltasse para a minha aldeia,
passaria vergonha, porque havia sido prostituta. Não tinha a quem
recorrer." Hoje ela trabalha como conselheira da equipe do abrigo da Afesip onde mora.
"Salvamos
muitas, mas ainda há tantas meninas nos bordéis...", lamenta Somaly.
Depois
de chegar a um dos três abrigos da entidade, as meninas recebem tratamento
médico e frequentam a escola pública enquanto aprendem uma profissão, como
cabeleireira ou costureira. A entidade ajuda a "reintegrar" a menina
à sociedade, arranjando-lhe emprego ou dando-lhe auxílio para abrir uma pequena
empresa. Cerca de 80% das meninas nunca voltam para a prostituição.
Somaly Mam mudou a vida de milhares de meninas e moças. Malis, a
menina de 1l anos que resgatou, é um exemplo das muitas a
quem prestou ajuda. Hoje com 14 anos, de olhos vivos e sorriso fácil, Malis
mora no abrigo da Afesip em Kampong
Cham. Enquanto percorre o centro - uma área bem
cuidada, cheia de mamoeiros e mangueiras, que abriga mais 38 meninas resgatadas
-, ela revela ao visitante: "Tenho um sonho especial." Para e
senta-se num banco de concreto antes de continuar: "Quero ser jornalista.
Quero escrever o que acontece aqui a garotas como eu."
Malis
tira do pulso um bracelete budista de macramê e o enfia na mão do visitante.
"Tome, é seu", diz, no inglês forte e claro que aprendeu no abrigo.
"Obrigada por falar com alguém como eu."
Informada
da conversa com Malis, Somaly sorri ao dizer:
"Não quero mudar o mundo. Só mudar o destino de uma menina, depois de
outra, depois de mais outra..."
Em
maio de 2008, ela foi a uma pequena aldeia no sudeste do Camboja para um evento
especial. Uma das suas A Afesip, entidade de Somaly, resgatou, abrigou e educou mais de cinco mil
crianças. meninas, que se formara no programa de treinamento profissional da Afesip, acabara de abrir uma confecção. Melhor ainda: ia se
casar.
"É
quase inacreditável", espanta-se Somaly. "É
raríssimo que uma ex-prostituta seja aceita de volta
pela aldeia."
Durante
a festa, Somaly, a convidada de honra, brindou ao
casal. Depois, olhou para o noivo e acrescentou: "E é melhor você ser bom
com a minha menina. Senão, volto aqui para pegá-lo!" Ela sorriu, mas não
estava brincando.
Marcelo Augusto de Carvalho 27 de
junho de 2025 Artur Nogueira SP
12
LADRÃO SÓ ROUBA A SI MESMO
Marcelo
Augusto de Carvalho
2
SAMUEL 15.1-15 – Absalão e sua revolta contra o pai,
Davi.
VIVEU PARA ROUBAR
LIDERANÇA
– roubou o coração do povo.
POSIÇÃO
– roubou o trono.
EXÉRCITO
– meio pelo qual se mantinha o poder e a ordem.
ESPOSAS
– roubou a família e as relações do pai.
PALÁCIO
– propriedade privada, local onde seu pai construiu para viver.
AS CRENÇAS DE UM LADRÃO
A
única pessoa a existir neste mundo sou EU!
Só o
meu desejo e o meu prazer é que contam em minha vida.
As
pessoas existem para me satisfazer.
Não
quero relacionamentos. Quero uso permanente das pessoas.
FAMOSOS LADRÕES NA BÍBLIA
CAIM –
roubou a vida de seu irmão.
LABÃO
– roubou seu excelente empregado, Jacó, mudando seu salário 10 vezes.
HERODES
– roubou a mulher de seu irmão, Herodias.
PROSTITUTA
DE JERUSALÉM – roubou o filho de sua amiga.
A REAL SITUAÇÃO DE UM LADRÃO
Absalão
perdeu tudo o que sempre tanto valorizou: poder, influência, status, fama,
beleza, o amor do pai e a vida eterna!
Perde
o amor, a afeição, a ternura e o cuidado que os outros lhe poderiam dar.
Perde
o aprendizado que as pessoas poderiam dividir com ele.
Perde
a espontaneidade da vida, pois tudo é um ciclo vicioso nas relações.
Perde
a si mesmo.
Perde
a salvação em Cristo.
QUAL É A SOLUÇÃO DIVINA PARA TODO AQUELE QUE SE COMPORTA COMO UM
LADRÃO?
JACÓ –
roubou o pai e o irmão. Deus o enviou à casa do tio. Ele precisava se
relacionar com uma esposa, ter filhos e ter um patrão. Depois Deus o conduziu
de volta à sua terra para restabelecer suas estremecidas relações com seu pai e
seu irmão.
MULHER
SAMARITANA – ela vivia com um homem que havia roubado de outra mulher. Jesus a
observou por isto e a enviou à cidade onde ela era odiada. Ela foi e revelou a
todos que havia encontrado o Messias. A cidade a ouviu, e todos receberam a
Jesus como Salvador.
PAULO
– roubou a fé e a vida de centenas de cristãos. Deus o enviou aos discípulos,
depois à toda Sua Igreja e finalmente ao mundo para o Evangelizar.
APELO – Atos 20.35: “Melhor é dar do que receber!”
Em vez
de pegar o que é dos outros, contribua com o outro. Você só ganhará.
RENASCENDO DAS CINZAS – Crystal,
Elvia e Samatha.
Assim
como muitas casas em Los Angeles, as mansões de concreto e vidro de Mandeville Canyon são vulneráveis aos incêndios florestais.
Em uma fria manhã de janeiro, um grupo de jovens que cumprem pena numa
instituição correcional próxima realiza uma manutenção preventiva ao longo de
uma encosta coberta de vegetação cerrada. Usando capacetes laranja e camisas
cáqui, dois integrantes do grupo desbastam o matagal com motosserras enquanto
outros 12 transportam para o fundo do cânion galhos e ramos cortados. O objetivo
é abrir uma clareira entre as mansões nos morros e a vegetação abaixo, passível
de pegar fogo.
Em
todo o país, grupos de internos prestam serviço semelhante em suas comunidades.
Mas essa equipe é diferente. Quando um guarda grita "Curtis, dê uma
parada!", esse integrante, que opera uma das motosserras,
usando as mãos e os pés, escala a encosta. O capacete é retirado, e Curtis, 19
anos, solta os cabelos em tranças, clareados nas pontas. Os óculos de proteção
são retirados, revelando os grandes olhos castanhos realçados por sobrancelhas
bem-feitas. Livres das pesadas luvas, brilham unhas pintadas de esmalte
cor-de-rosa. Da mochila sai um buquê de verbena-cidrada.
"Quer cheirar?", oferece educadamente, para logo mergulhar o rosto
nas flores.
CRYSTAL
CURTIS faz parte do único programa de combate a incêndios dos Estados Unidos
para jovens infratoras. As integrantes da Brigada 6, situada em Camarillo, Califórnia, têm entre18 e 23 anos, mas quase
todas já cometeram crimes - incluindo roubo de carro, sequestro e assalto à mão
armada. Crystal está presa por homicídio culposo. "Antes de vir para o
programa", diz ela, "eu era muito egoísta. Não assumia
responsabilidade pelo que acontecia."
Agora,
ela passa os dias protegendo casas e parques, e as noites nas aulas da
faculdade. Durante a temporada de incêndios, ela luta contra o fogo ao lado de
bombeiros experientes do Departamento Florestal da Califórnia (DFC).
A
Brigada 6 estava na linha de frente do monstruoso inferno de Moorpark no fim de setembro de 2005, limpando terrenos para
conter o fogo e arrastando mangueiras. Em janeiro de 2005, quando um
deslizamento de lama soterrou a comunidade de La Conchita, matando dez pessoas,
a equipe ajudou a cavar quase dez metros através de uma pilha de destroços, em
uma infrutífera busca por sobreviventes. "Elas vêm fazendo um ótimo
trabalho", diz Scott Hughes, guarda do Serviço de Conservação das
Montanhas da Califórnia. "Estão salvando casas... Salvando vidas."
Mas a maior missão do programa é salvar meninas como Cristal. Filha de viciados
em anfetaminas (ambos agora em recuperação) que se divorciaram quando tinha 4
anos, Crystal cresceu sob a tutela de uma tia. Saía-se bem nos estudos, mas só
quando se dedicava - foi incluída na lista dos melhores alunos, participou da
equipe de animadoras de torcidas, entrou para o grupo de teatro da escola. Aos
14 anos, porém, quando a mãe também foi morar na casa da tia, Crystal começou a
se revoltar. Faltava às aulas e ficava na rua até tarde, sem respeitar o
horário de voltar para casa. Embora insistisse que odiava bebidas alcoólicas e
drogas, passou a conviver com jovens que faziam uso dessas substâncias. Foi
pega em flagrante dentro do carro que um colega roubara, mas conseguiu
liberdade condicional. Em maio de 2003, pouco antes do seu 17º aniversário,
fugiu de casa.
Passou
meses morando com amigos. Em setembro daquele ano, foi de carro com um deles a
uma festa perto de Palm Springs; na manhã seguinte, seu companheiro estava
bêbado demais para dirigir, então Crystal assumiu o volante. Ela já havia
percorrido um longo trajeto, quando o colega, no banco do carona, gritou seu
nome e Crystal acordou a tempo de ver que tinha entrado na pista da contramão.
Então freou, fazendo o carro derrapar e atingir uma motocicleta. Ela e o amigo
não se feriram. Crystal então ligou para a polícia e depois se escondeu. No dia
seguinte, quando telefonou para o pai, soube que um dos ocupantes da
motocicleta - uma jovem - tinha morrido. Seguindo as recomendações dos pais,
Crystal se entregou e acabou condenada a três anos de reclusão na Instituição
Correcional de Jovens Infratoras de Ventura, para onde são levadas as
adolescentes da Califórnia.
As
mulheres correspondem a apenas 16% da população juvenil em casas de correção
nos Estados Unidos, mas, por causa de uma variedade de fatores - drogas,
gangues, uma mudança da posição das mulheres na sociedade-, esse número vem
aumentando rapidamente. Especialistas dizem que os problemas delas diferem dos
de seus colegas. Orientá-las para uma vida produtiva requer estratégias
distintas. Mas poucos programas correcionais foram projetados para ajudar a
reabilitar moças.
A
Brigada 6, fundada em 1990, é um deles. Para poder fazer parte da brigada de
incêndio, a interna precisa ter um índice de bom comportamento, sem tentativas
de fuga. Ela deve passar por um teste de aptidão física e fazer um curso de 64
horas de duração sobre segurança e extinção de incêndios.
A
brigada ocupa uma ala de um chalé de tijolos, numa área arborizada cercada por
grades e arames espiralados com lâminas cortantes. Cada interna ocupa, sozinha
ou com uma colega, uma cela de 1,80 m por 2,5 m. Quase todos os dias, as
bombeiras fazem fila para inspeção às 7 horas e, às 8h30, já estão na van do
DFC, a caminho do trabalho - supervisionadas por guardas desarmados e por um
comandante - em terrenos públicos dos condados de Ventura e Los Angeles. Às 17
horas, estão de volta atrás dos portões. Depois do jantar, as jovens assistem a
aulas e fazem terapia - põem-se no lugar da vítima, recebem aconselhamento
contra drogas, aprendem a administrar a própria raiva.
As
integrantes da brigada ganham um dólar por dia (ou um dólar por hora, durante o
trabalho como bombeiras) e têm permissão de receber pacotes de encomendas e
mantimentos extras. Elas podem obter reduções de pena com maior rapidez do que
outras internas. Mas, para muitas, o aspecto não-material é que conta. "Em
meu primeiro incêndio, as pessoas ficavam sorrindo para nós e aplaudindo",
diz ELVIA ESQUIVE, 19 anos, que cumpre pena por roubo. "Não me sinto tão
vazia quanto antes."
Os
administradores do programa dizem que a taxa de reincidência (a proporção de
jovens internas que mais tarde volta a cometer crimes) é de impressionantes
10%, consideravelmente mais baixa do que os estimados 91% que predominam em
todos os outros locais do sistema correcional juvenil do Estado. Ex-internas ligam para contar sobre seus novos empregos
como enfermeiras, funcionárias de instituições financeiras, recepcionistas de
restaurantes e esteticistas. E algumas continuam no ramo e se tornam bombeiras
profissionais. "Muitas dessas meninas jamais tiveram um emprego", diz
Jeffrey Scarberry, agente de liberdade condicional da
brigada.
"Muitas
são de cidades da periferia. Você pode vê-las desenvolvendo hábitos de
trabalho. Ficam ansiosas para acordar e começar o dia." Algumas voltam a
seus bairros de origem e ao antigo modo de vida. Mas, para as que desejam
mudar, a Brigada 6 dá as ferramentas da transformação.
SAMANTHA
NGUYEN pode comprovar isso. Nascida no Vietnã, dentre oito irmãos, passou seus
primeiros anos em um campo de refugiados indonésios antes de se instalar com a
família em um bairro operário de San Jose, Califórnia. Seus pais, muito
trabalhadores, viviam ocupadíssimos, e Samantha começou a andar com uma gangue
- e a frequentar os juizados de menores - aos 13 anos de idade. Aos 16, já
estava viciada em crack. Mas aos 17, quando foi enviada para Ventura por ter
dirigido o carro em um roubo com sequestro, precisava desesperadamente de uma
nova chance. "Eu estava despedaçada e infeliz", conta. "Ver
minha mãe chorando no juizado me fez sentir pior do que jamais me
sentira."
Foi
então que Samantha pôs suas esperanças na Brigada 6. "Eu sempre arriscara
minha vida por algo ruim", diz. "Queria fazer o mesmo por algo
bom." O programa impõe um período de espera àquelas que cometeram crimes
violentos; por isso levou três anos para Samantha se qualificar. Enquanto isso,
a morena de sorriso largo obteve o certificado de conclusão do ensino médio e o
diploma dos dois primeiros anos da faculdade, frequentou o treinamento de
salva-vidas e foi voluntária para os trabalhos do lugar. No início de 2002,
finalmente foi aceita.
Samantha
logo começou a combater incêndios na mata, mas foi outra operação que revelou
sua vocação. Certa manhã, a equipe voltava de um exercício quando um grupo de
excursionistas pediu socorro: acima, na trilha, dois alunos com problemas
mentais tinham caído de um penhasco, e sua professora se ferira ao tentar
salvá-los. Samantha foi um dos dois integrantes da equipe a descer metade do
precipício até a saliência onde, sangrando na cabeça, estava a professora. Ela
manteve a mulher consciente até que suas colegas pudessem descer uma prancha e
içá-la com segurança.
O
incidente mexeu muito com Samantha. "Pensei: Puxa, estou fazendo algo
certo pela primeira vez." E esse pensamento a guiou a uma meta de longo
prazo. No ano seguinte, depois de cumprir sua pena, passou meses concluindo o
treinamento dos bombeiros e conseguiu um emprego no departamento florestal
estadual.
Hoje
Samantha combate incêndios metade do ano. A cada Natal, volta para dar uma
palestra no jantar de premiação da Brigada 6. "Agarrem as oportunidades
que tiverem", diz às internas. "Se puderem fazer isso, poderão
realizar o que quer que seja."
Essa
mensagem fez sentido para Crystal Curtis que, segundo afirma, quando chegou a
Ventura estava em um estado de negação egocêntrica. Por que isso tinha de
acontecer comigo?, ela se perguntava. Foram as canções
natalinas na festa das internas que derrubaram suas defesas. Ela correu para o
banheiro e chorou de modo incontrolável. Na manhã seguinte, acordou consciente
de que uma pessoa tinha morrido por causa do que ela fizera.
Crystal
começou a buscar um meio de sair do abismo. "O que eu sabia fazer melhor
era fugir dos meus problemas", admite. Agora ela os enfrentaria. Atirou-se
às sessões de aconselhamento, revivendo o acidente repetidas vezes, na
tentativa de compreender a dor das vítimas. E se concentrou nos estudos; passou
a trabalhar com afinco para obter o certificado de conclusão do ensino médio.
Assim, em 2004, em reconhecimento por seus esforços, Crystal foi aceita na
Brigada 6.
Na
equipe da brigada de incêndio há uma hierarquia: no alto está a chefe, que
supervisiona a equipe. Depois vêm as serradoras com as
motosserras, seguidas pelas extratoras, que limpam as moitas cortadas e
carregam as latas de combustível. No fim, estão os pelotões que controlam as
ferramentas de corte (enxadas e machados, para desenterrar troncos e tocos) e
de limpeza (rastelos, para limpar galhos, ramos e destroços). Mas a Brigada 6
também ensina as internas a lidar com mudanças. Quando
os frequentes desastres naturais da Califórnia acontecem, o horário regular da
equipe não é obedecido: um turno de combate ao fogo pode durar 48 horas. E a
hierarquia é na verdade baseada em mérito.
Crystal
Curtis começou como ехtratora. Seu
primeiro trabalho importante foi no Parque Nacional de Yosemite,
onde ajudou a combater um incêndio numa área de 24 quilômetros quadrados; a
fumaça cegava e às vezes os galhos que caíam a derrubavam. "Pensei: Tudo o
que quero é desistir... Isso é difícil demais!" Mas Crystal continuou e,
quando o incêndio foi controlado, sentou-se num tronco e se maravilhou:
"Conseguimos!"
Ela
foi promovida a serradora. Carregou seu equipamento para o alto de morros que
pareciam inalcançáveis e, ao subir por matas fechadas infestadas de aranhas,
venceu sua velha fobia. Então, se ofereceu para falar em escolas locais sobre
os perigos da delinquência.
E,
apesar do terrível passado, соmeçou a
acreditar que talvez pudesse ter um futuro. Embora, profissionalmente, Crystal
ainda não esteja certa do que quer ser, hoje ela tem um novo conjunto de
prioridades. "Desejo fazer coisas positivas para outras pessoas",
afirma. "Quero ser boa por dentro."
Marcelo Augusto de Carvalho 28 de
junho de 2025 Artur Nogueira SP
13
O PROBLEMA DE CLASSIFICAR PESSOAS
Marcelo
Augusto de Carvalho
MATEUS 9.9-13 – os escribas e
fariseus.
Os
líderes do povo judeu no tempo de Jesus adoravam julgar quem não se comportava
como eles, evitar pessoas, restringir relacionamentos e odiar seus inimigos.
Por
meio de seu comportamento e ensinos, Jesus mostrou claramente os sérios
problemas que as pessoas têm quando agem dessa forma:
PROBLEMA 1 – João 8 – DESENVOLVEMOS A VERGONHA DE SERMOS HUMANOS.
Os
escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em flagrante adultério.
Jogando-a como o fariam a um trapo sujo aos pés do Mestre, acusaram-na,
exigindo dEle uma sentença de morte, baseada na Lei
de Moisés ou na lei romana. No fundo eles sabiam que tinham pecados secretos,
mas os projetavam na mulher para sentirem-se aliviados. Cristo passou a
escrever com o dedo no chão revelando os sórdidos pecados internos de cada um
deles, para que refletissem em sua condição espiritual, e aceitasse a salvação
que só Ele poderia lhes oferecer!
PROBLEMA 2 – AFASTAMENTO DAS PESSOAS.
Os judeus passaram a um
exclusivismo tal que se achavam as pessoas mais santas da Terra, e viam os
outros como perdidos irremediáveis. A Missão de levar o Evangelho a todo mundo
morreu, bem como sua religião ritual tornou-se morta e sem qualquer significado para eles.
PROBLEMA 3 – João 9 - ACHAR-SE MAIS ESPIRITUAL DO QUE HUMANO.
Os
fariseus, ao verem a extraordinária cura que Jesus realizara em favor do cego
de nascença, enciumaram-se. Jesus destruiu a interpretação deles de que toda
pessoa doente desde o ventre era um amaldiçoado, tendo pecado ou seus pais ou o
feto dentro de sua mãe. Além do que, como o milagre não tinha a participação
deles, ou pelo menos sua permissão, não podia ser verdadeiro, coerente com as
tradições, ou sequer realizado pelo poder de Deus!
PROBLEMA 4 – PERSEGUIR AS PESSOAS POR PURA PARANOIA.
Saul viu
Davi, seu mais bravo e fiel soldado como um usurpador do trono. O perseguiu e
tentou matá-lo várias vezes. Por detrás dessa fachada de preocupação pela
soberania de Israel Saul não queria reconhecer que ele não tinha amis condições
alguma de governa, pois além do Espírito de Deus retirar-se sobre ele,
apresentava claramente traços de loucura.
PROBLEMA 5 – João 4 –PRECONCEITO E CERCEAMENTO DE FALA.
Os
judeus odiavam tanto os samaritanos que evitavam qualquer contato social com
eles, a tal ponto de não permitir que a sombra desses seus irmãos passasse por
seu corpo. A mulher samaritana, por sua vez, demonstrou todo seu ranço repreendendo
Jesus por falar a ela sendo ele um homem e um judeu!
PROBLEMA 6 – EXCLUSÃO DOS DIFERENTES, E DESUNIÃO NA IGREJA.
Pedro
foi enviado por Deus ao sincero Cornélio. Sendo este um pagão, gentio, pelas
leis rabínicas e pelo pensamento vigente dos primeiros cristãos Pedro não poderia
se relacionar com este home, comer em sua casa, muito menos apresentar-lhe
Jesus como Salvador.
QUAIS SÃO AS RAZÕES DE VIVERMOS CLASSIFICANDO AS PESSOAS?
Classificamos
para evitar os estranhos.
Classificamos
para que não precisemos cuidar deles.
Classificamos
para que estejam tão distantes que eles nunca nos ajudem a vermos o que tanto
precisamos de ajuda.
CRENÇAS DOS
CLASSIFICADORES
INDEPENDÊNCIA
– eu posso alcançar a plenitude do espírito na vida por mim mesmo. Dependência
dos outros é covardia e fraqueza de caráter.
RECIPROCIDADE
EXATA – para que eu me interesse a ter uma relação com alguém o outro tem que
me render na mesma moeda. Não é só ganhar muito, mas se o outro não me trouxer
prazer, serviço e dedicação equivalente, tô
fora!
SUCESSO
A QUALQUER CUSTO – qualquer pessoa, fato ou intercorrência que atrapalhe a
busca pelo sucesso pessoal, é imediatamente eliminado da vida, pois a chegada
vale mais do que todo o caminho, e o prêmio é muito mais interessante do que
dividir a alegria com alguém.
O QUE DEUS PENSA
DE NOSSAS RELAÇÕES, COM ELE E COM OS OUTROS?
Cada
ser humano precisa conviver com os outros, pois estes nos retratam
emocionalmente. Só na convivência descobrimos a verdadeira essência de nosso
ser, a originalidade de nosso EGO.
Todos
somos PARTE do corpo de Cristo, ovelhas do Seu rebanho.
Cada
um, com sua característica e capacidade, CONTRIBUI para o todo, enriquecendo a
todos.
Para
Deus nunca realizaremos nosso pleno potencial por meio da COMPETIÇÃO, mas pela
CONEXÃO.
APELO
Viva para fazer parte de um
todo.
Nunca as relações serão de
igual peso.
Por isto o importante não é
GANHAR, mas PARTICIPAR da relação.
Num frio dia de fevereiro de 1953, 62
reclusos de uniforme cinzento estavam alinhados no hospital da prisão de Sing Sing, em Nova York, despidos da cintura para cima, e
estendiam os braços a um médico que empunhava uma seringa. O doutor introduzia
a agulha em cada braço, empurrava о êmbolo e injetava em cada homem
germes de sífilis.
Os cientistas estavam tentando descobrir se o
organismo pode adquirir imunidade à sífilis. Em caso positivo, então poderia
ser aperfeiçoada um dia uma vacina. Os presos se haviam oferecido voluntariamente
para contrair a terrível moléstia, como uma contribuição à ciência médica.
Cinquenta e quatro deles haviam tido sífilis,
numa ou noutra época. Os oito restantes nunca a haviam tido. Eram a chave para
o estudo. Seus nomes, hoje mantidos em sigilo, podem um dia aparecer nalguma
lista de honra. Porque todos os oito contraíram sífilis com as injeções, ao Don
Wharton passo que apenas metade dos que haviam tido sífilis anteriormente
tornaram a contrai-la. Assim, obteve a ciência uma indicação quanto à
possibilidade de se desenvolver a imunidade entre aqueles que já tenham tido a
moléstia.
Além da sífilis, o que ganharam com isso os
voluntários? Um maço de cigarros cada um, por ocasião do Natal, uma breve nota
em seus registros, e a satisfação de terem feito alguma coisa em benefício de
outros.
Não foi esse o primeiro estudo médico que se
tornou possível graças a voluntários de Sing Sing.
Nem E Sing Sing a única prisão cujos inquilinos se
prestam voluntariamente a servir a humanidade. Em 21 dos 48 Estados Unidos da
América, os presidiários têm auxiliado os médicos dando seu sangue, sua saúde
e, em quatro casos conhecidos, sua própria vida.
Na Penitenciária do Estado de Illinois,
conversei no último verão com três voluntários cujas temperaturas haviam
atingido naquela semana 42 graus de febre. Um deles estava cumprindo pena por
crime de assalto, outro por furtos de automóvel, e о terceiro estava
descontando 30 anos por homicídio. Haviam contraído malária voluntariamente,
para "alimentar" mosquitos utilizados em ensaios de laboratório.
Todos os presos suportaram os calafrios, suores, torturas e dores da malária
sem auxílio de sedativos, e depois, dia após dia, deixaram que 200 ávidos
mosquitos lhe sugassem o sangue do braço durante meia hora. Podiam-se ver os
mosquitos mordendo a carne, deixando nela centenas de picadas, infectando-se, a
fim de poderem ser usados para transmitir a malária a outros voluntários.
Em Clinton Farms,
instituição correcional de Nova Jersey, duas mulheres trajando desbotado
uniforme azul estão cumprindo pena de prisão perpétua por homicídio. Em 1950,
ambas submeteram-se voluntariamente a experiências
relativas à hepatite. Ingeriram suco de tomate contendo vírus da hepatite,
adquiriram a doença, curaram-se e depois auxiliaram os médicos, durante três
anos, em ulteriores pesquisas sobre a mesma enfermidade.
Na Penitenciária de Lewisburg,
na Pensilvânia, três assaltantes de bancos também se prestaram espontaneamente
a estudos sobre a hepatite. Um deles ficou tão doente que foi preciso chamar
especialistas para salvar-lhe a vida. Passou dias em estado de coma. Recebeu
transfusões e oxigênio, foi alimentado por injeções, contraiu pneumonia, teve
gangrena nos pés e seu peso caiu de 95 para 65 quilos.
O primeiro exemplo que se conhece de presos
que se submeteram voluntariamente a tais estudos remonta a 1915. Joseph Goldberger, figura de relevo na pesquisa médica, estava
procurando descobrir a causa da реlagra.
Ele curara-a substituindo uma dieta rica por outra pobre. Isto sugeriu que a
doença era causada por um regime alimentar inadequado. Para comprová-lo, teria ele
de submeter seres humanos a uma dieta imprópria e observá-los durante meses.
Mas quem se arriscaria voluntariamente a contrair esta grave moléstia? Goldberger pensou nos homens da vasta fazenda-penitenciária
do Mississipi, que era isenta de pelagra. Entendeu-se com o governador, que
assumiu o risco, depois rompeu com todo o formalismo oficial e ofereceu perdão
aos prisioneiros que se apresentassem como voluntários.
Em 1915 uma dúzia de prisioneiros-assassinos,
ladrões e falsários transferiram-se para um acampamento no centro da fazenda de
1.280 hectares. Durante dois meses se alimentaram normalmente e não
apresentaram qualquer sinal de pelagra. Então, em abril, foram submetidos a uma
dieta familiar a muitos trabalhadores rurais do sul dos Estados
Unidos-biscoito, pão de milho, mingau, arroz, batata doce, angu frito e café
puro. Os voluntários соmiam à vontade,
mas em poucas semanas começaram a sofrer de enxaquecas, vertigens, dores nas
costas e no estômago. No fim do verão os homens estavam macilentos, fracos,
incapazes de trabalhar. Cinco deles apresentavam uma erupção sintomática. Goldberger chamou hábeis diagnosticadores, que foram
acordes em afirmar que se tratava de pelagra. (Os voluntários foram soltos.)
Uma das mais temerárias experiências a que voluntariamente
se prestaram presidiários não comportava nenhuma promessa de recompensa. No
verão de 1942, os internados da Colônia Penal do Estado de Massachusetts,
situada em Norfolk, foram reunidos no auditório principal. A guerra acarretara
escassez de plasma sanguíneo e a Marinha dos Estados Unidos pretendia
experimentar um sucedâneo derivado do sangue de bovinos.
Disseram aos internados que um voluntário
receberia uma injeção de aproximadamente 30cc do material em sua corrente
sanguínea, que sua saúde poderia ser prejudicada, que poderia sobrevir até a
morte - e neste caso o governo custearia o enterro. Dentre 750 presidiários,
222 se ofereceram como voluntários; destes, 70% estavam em condições de obter
livramento condicional em dois anos ou menos.
Em setembro os pesquisadores injetaram em 64
voluntários uma fração purificada de sangue de boi. Antes do fim do mês, 20
homens estavam reagindo mal, oito se apresentavam gravemente enfermos, com febre
alta, erupções e dores nas articulações e um havia morrido. A experiência foi
suspensa, mas alguns voluntários que não tinham recebido suas injeções
insistiram para que ela fosse levada adiante. "Não deixemos isto pela
metade", disseram. Um médico que acompanhou tudo isso declarou mais tarde:
"Nas prisões encontra-se a mesma espécie de idealismo que em qualquer
outra parte."
Nestes últimos dois anos, três voluntários
perderam a vida auxiliando pesquisadores médicos a adquirirem maiores
conhecimentos acerca da hepatite serosa. Tais estudos foram empreendidos porque
muitos civis e militares estavam contraindo a moléstia após terem recebido uma
transfusão de sangue ou de plasma. Os médicos queriam verificar a eficácia de
vários métodos para preservar e esterilizar o sangue e produtos sanguíneos.
Nenhum animal conhecido era susceptível à hepatite e nenhum exame de
laboratório seria suficiente. Graças a voluntários das prisões, averiguaram os
médicos que o sangue exposto aos raios ultravioleta ou ao calor, para
esterilizar-se, não era seguro, mas que a globulina gama e a albumina serosa,
obtidas do plasma sanguíneo, eram indenes, mesmo quando tais frações sanguíneas
procediam de plasma contaminado.
Entre os voluntários, havia 533 presidiários
de três penitenciárias. Os médicos advertiram-nos de que eles podiam contrair a
moléstia, de que não existia tratamento específico para ela e de que a mesma podia ser fatal. Os guardas lhes disseram que a
única recompensa seriam nove dólares por mês e uma redução de 30 dias na
sentença. Assim mesmo eles se ofereceram como voluntários, e 130 contraíram
hepatite. O diretor de uma das prisões, onde quatro voluntários entraram em
estado de coma e um morreu, disse: "Não conheço nenhum grupo, no mundo,
mais inclinado a uma causa digna do que os presidiários. Talvez procurem
compensar assim a impossibilidade em que se acham de tomar parte em
acontecimentos de monta, como por exemplo uma guerra."
Todo o moderno arsenal de armas antimaláricas
foi rapidamente forjado graças a esses voluntários. A primeira grande conquista
ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando a principal fonte de quinina
dos aliados fora interceptada pelos japoneses e estavam sendo experimentados
numerosos outros agentes antimaláricos. Um grupo de médicos da saúde pública
dirigiu-se à Penitenciária de Atlanta, pedindo auxílio; no primeiro dia
conseguiram 300 voluntários.
"Tudo o que posso prometer-lhes",
disse o médico-chefe, "é uma oportunidade de ficarem doentes. Vocês
ficarão tão doentes que haverão de me odiar."
Cada homem foi picado por dez mosquitos
infectados. Quando adoecia, era acamado e não se lhe permitia o uso de nenhuma
droga enquanto a moléstia não atingisse o clímax; então se lhe ministrava a
droga exigida pelo número que ele indicava. Por vezes havia mais de 30
voluntários na seção de malária da Penitenciária de Atlanta, em tarimbas
superpostas duas a duas, alguns até com 41 graus de febre. Mediante estas e
outras experiências, ficou provado que a droga experimental SN-7618,
posteriormente chamada cloroquina, era um medicamento muito superior à quinina. Em 1945 era ela enviada com urgência aos soldados
no mundo inteiro.
Cada voluntário de Atlanta recebeu um
certificado, cem dólares e o direito de usar em sua camisa um emblema com os
dizeres "Voluntário da Malária”. Ao ser-lhe oferecido o seu certificado,
um voluntário pôs as mãos atrás das costas e disse: "Não quero tocá-lo - esta
é a única coisa decente que fiz em toda a minha vida."
Presidiários da Penitenciária do Estado de
Illinois auxiliaram os cientistas no estudo da radioatividade industrial.
Ingeriram alimentos contendo um organismo que produz diarreia, tomaram injeções
que causam disenteria, e submeteram-se a experiências que duraram três meses e
requereram o uso de roupa impregnada de um insetífugo suspeito de ocasionar
perturbações na pele. Na primavera passada, no Reformatório Federal de Chillicothe, Ohio, 90% dos presos de mais de 21 anos se
prestaram voluntariamente a investigações em que tiveram o nariz e a garganta
aspergidos com secreções nasais infectadas. Na Instituição Correcional Federal
de Seagoville, Texas, em 1952 e 1953, voluntários se
ofereceram para tomar cápsulas contendo parasitos intestinais humanos
estreitamente aparentados ao parasito causador da disenteria amebiana; outros,
durante semanas beberam unicamente água contaminada.
Por que os prisioneiros se prestam espontaneamente
a tais experiências? A pergunta não comporta uma resposta única. Um condenado a
muitos anos de reclusão, atacado de malária, me disse: "Estou precisando
justamente de vinte e cinco dólares." Outro, três leitos adiante,
declarou: "Francamente, desejo ser solto antes de cumprir toda a minha
sentença." Uma voluntária da hepatite, uma mulher que cumpria pena de
prisão perpétua por homicídio, disse que tinha parentes combatendo na Coréia.
Um experimentado psicologista de prisões advertiu sobre o fato de se dar muito
crédito às razões alegadas pelos voluntários. "O preso que diz tê-lo feito
por dinheiro pode em verdade tê-lo feito por altruísmo."
Afirma o Dr. Austin MacCormick,
eminente autoridade em assuntos penitenciários: "Os prisioneiros se
oferecem como voluntários principalmente por causa de uma consciência social
que muitos deles ignoram possuir. Motivos egoísticos desempenham papel
secundário. Eles acolhem de bom grado uma oportunidade de fazer algum bem, a
fim de contrabalançar o mal que fizeram. Tais experiências levantam enormemente
o moral do indivíduo e guindam às alturas toda a instituição."
Médicos que têm trabalhado em estreito
contato com esses voluntários informam que muitos prisioneiros se interessam de
tal forma pelas experiências que se prestam espontaneamente a trabalhos de
laboratório, ou procuram tornar-se auxiliares de enfermeiros, enfermeiros
penitenciários ou técnicos hospitalares. Em Clinton Farms,
uma jovem que cumpria uma pena de sete anos de prisão por apropriação indébita
colaborou tão eficientemente com os experimentos relativos à hepatite que foi
indultada para tornar-se técnica num hospital universitário.
Charles Ickes,
condenado à prisão perpétua por assalto a mão armada, serviu em 1944, na
Penitenciária do Estado de Illinois, como voluntário da malária. Depois de
curado, pediu para trabalhar como enfermeiro e iniciou o aprendizado para
tornar-se um técnico. Há três anos, prestou exames e tornou-se tecnologista
médico. Trabalhando também no laboratório da prisão está Kenneth Rucker, antigo chofer, condenado a 99 anos de cadeia por
homicídio. Tornou-se um perito parasitologista.
Após semanas passadas a visitar prisões e
autoridades sanitárias, a conversar com diretores de penitenciárias, médicos,
cientistas e voluntários acamados ou não, continua acudindo-me ao espírito uma
cena inesquecível, ocorrida no hospital da Penitenciária de Illinois. Rucker, o homem dos 99 anos, está sentado perto de mim, a
uma escrivaninha, explicando-me o seu trabalho nos domínios da malária. Entra
na sala um voluntário que está cumprindo pena de prisão perpétua por
assassínio; deita-se num divã, arregaça a manga e recebe uma inoculação
experimental administrada por Ickes, o tecnologista
médico, também preso para o resto da vida. Joseph Ragen,
o diretor da penitenciária, diz bem: "Ноmens
que procuram ajudar outros não estão de todo perdidos."
A mesma coisa, ainda que de outra forma,
disse Winston Churchill ao falar sobre presidiários na Câmara dos Comuns:
"Para quem sabe descobri-lo, existe um tesouro no coração de cada
homem."
Marcelo Augusto de Carvalho 29 de
junho de 2025 Artur Nogueira SP
14
SÓ OS RELACIONAMENTOS NOS RESGATAM
Marcelo
Augusto de Carvalho
O LIVRO
DE RUTE - Rute, Noemi e Boaz
1 A NATUREZA HUMANA SE MANIFESTA E CRESCE NAS RELAÇÕES.
A
nobreza do caráter de Noemi resplandeceu em seus relacionamentos, ao casar-se,
ter filhos, casá-los com moças estrangeiras.
Ao
perder o esposo e os dois filhos, ela revelou sua serena confiança no Deus que
tudo dirige, orquestrando a vida para que todas as coisas possam contribuir
para o bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8.28.
Por
fim revelou desprendimento ao liberar suas noras para voltasse aos seus pais,
já que ela não tinha mais filhos para as casar.
2 A NECESSIDADE MAIS BÁSICA DO SER HUMANO É RELACIONAR-SE COM
OUTROS PARA ENFIM SER SAUDÁVEL E COMPLETO.
Quando
Noemi enviou as noras para retornarem às suas famílias, Órfa
foi, mas Rute entendeu do que precisava. Ela havia construído uma relação tão
profunda com sua sogra que jamais sentir-se-ia completa como ser humano se não
a tivesse por perto.
Também
a via como referência como modelo de mulher, mãe, procedimento moral e
espiritual.
Decidiu
seguir sua sogra baseado no simples privilégio da relação, afinal de contas que
bens, propriedade ou riquezas tinha Noemi a oferecer a ela?
3 SOMOS INFLUENCIADOS E INFLUENCIAMOS PELOS NOSSOS
RELACIONAMENTOS.
A
influ6encia de Noemi sobre Rute foi tão determinante que mesmo perdendo o
esposo, Rute decidiu continuar sendo fiel.
A
influência da fidelidade de Rute, em sair de seu país e seguir sua sogra a
Israel, para cuidar dela e poder seguir ao Deus Criador, levou Boaz a assumir a responsabilidade pelos direitos de Noemi e
de todos os seus descendentes.
4 O PROJETO MAIS IMPORTANTE DE NOSSA VIDA É ESCOLHER CONTRUIR UM
RELACIONAMENTO AMOROSO COM AQUELES QUE NOS SURGEM DURANTE A EXISTÊNCIA.
NOEMI
decidiu amar sua nora. RUTE decidiu dividir a vida, as bençãos e as aflições da
vida com Noemi. BOAZ decidiu remir os bens de Noemi e casar-se com Rute.
JOQUEBEDE
– mesmo sendo proibido por lei ter um filho homem, e com pouco rendimento
financeiro, ela decidiu ter o seu terceiro filho, na esperança de que ele fosse
o remidor de Israel. E ela estava certa.
JÔNATAS
– ao assistir a gigante vitória de Davi sobre o gigante Golias, decidiu
tornar-se amigo deste tão jovem pastor de ovelhas.
OS RELACIONAMENTOS SÃO O MAIOR PRESENTE DE DEUS PARA A NOSSA
VIDA!
FILHO
– MARDOQUEU escolheu assumir sua prima órfã, HADASSA. Ele a criou, mentoreou e
a incentivou em todos os seus projetos. Mal sabia ele que um dia ela seria a
esposa do maior imperador do mundo de seu tempo, e depois seria o instrumento
usado por Deus para salvar Israel de um genocídio sem precedentes!
CÔNJUGE
– JOSÉ decidiu aceitar MARIA como sua esposa. Ele e todo mundo sabia que o
Filho que havia sido gerado nela não era seu. Enfrentou o escárnio e mau olhado
de muita gente, para ter o privilégio de ser o pai terreno de Jesus, nosso
Salvador.
APELO
Deus
tem planos extraordinários para sua vida. Todos contemplam relacionamentos amorosos.
Viva-os! Melhor: d6e a vida pelas pessoas, como Jesus deu a vida para que você
pudesse viver com Ele novamente.
Era
uma tarde sem nuvens e fazia 38 graus em 19 de julho de 1960 na cidade de Brownfield, Texas. Nada fazia prever a catástrofe que,
antes do anoitecer, mergulharia a população da cidade no horror e na tristeza e
poria à prova a coragem daqueles homens de Brownfield,
curtidos pelo sol. De um estranho acidente aprenderia algo sobre amor; de um
dos seus habitantes, algo sobre heroísmo.
O
estranho era Philip Reeves, de 17 anos, que acompanhara até Brownfield
sua noiva, Sandra Wilson, também de 17 anos, da terra natal de ambos na
Luisiana. O rapaz conseguira um emprego no elevador de cereais da Goodpasture Grain & Milling
Co., e a moça estava morando com a irmã e o cunhado. Casar-se-iam daí a duas
semanas. Cinco minutos antes da hora de deixar o serviço naquela tarde quente,
Philip estava no último andar da superestrutura da casa das máquinas do
elevador, que se erguia 21 metros acima dos tanques de depósito de cimento, que
por sua vez subiam a 31 metros do solo. Dessa vertiginosa altura divisava
quilômetros e mais quilômetros de terras circunvizinhas, planas, arenosas,
batidas de sol.
Naquele
momento, Donald Ethington, de 28 anos, capataz da
turma de consertos da companhia elétrica da cidade, estava sentado com o seu
pessoal no Café Best Yet, distante dois quarteirões.
No instante em que a empregadinha colocava o café na mesa, o prédio estremeceu
violentamente. Ethington ouviu duas explosões
abafadas.
- O
elevador explodiu! -gritou alguém.
- Vamos
para lá, rapazes-disse Ethington. - Deve haver cabos
de 195 corrente quebrados e que precisarão de ser isolados.
Mas Ethington teria mais para fazer. Muito mais.
Segundos
antes, observadores nas ruas tinham avistado algo que parecia o clarão de um
relâmpago quando uma fagulha fez explodir o pó de trigo fortemente explosivo
que se acumulara durante os dois dias de descarga dos tanques. Propagando-se
pelo pó, o impacto projetou-se através do túnel atrás dos grandes tanques do
depósito. Duas explosões se seguiram, como se fosse uma colisão de vagões de
carga, despedaçando vidraças a mais de três quarteirões de distância e
arremessando pelos ares pedaços de cimento e madeira a 150 metros de altura.
Quatro
homens que trabalhavam numa rampa de descarga perto dos tanques foram atirados
ao chão quando o deslocamento do ar despedaçou a parede. Bombardeados por
fragmentos de cimento e aço, dois morreram instantaneamente; outro morreu
vários dias depois. Através dos tanques do depósito, o operador do túnel foi
enterrado vivo num mar de trigo.
O fogo
e a fumaça lavravam com tanta intensidade na casa das máquinas que o povo da
cidade, que, se reunira no local, tinha certeza de que ninguém preso lá dentro
poderia estar vivo. Todos se espantaram quando uma cabeça de homem apareceu
através do fogo e da fumaça numa janela do primeiro andar.
Não
havia escada externa, nem corda, nem qualquer maneira de descer. Era impossível
a um homem saltar além da cobertura que se projetava do tanque do depósito para
uma rede de segurança. Entretanto, não tinha ele outro remédio senão tentar.
Estava cercado pelo fogo por todos os lados, menos um. Horrorizada, a multidão
viu-o saltar. Bateu no teto de zinco de um passadiço e rolou para cima de um
tanque de trigo.
Foi só
então que se viu Philip Reeves na janela mais alta da casa das máquinas, quase
50 metros acima do solo.
- Socorro!
- gritava ele desvairadamente.
- Pelo
amor de Deus, socorro! Ele estava naquela angústia e a multidão tinha de ficar
ali, olhando! Ele gritou para um homem a quem reconheceu:
- Shorty! Shorty! Vai me deixar
morrer queimado?
- Quem
é ele, Shorty? - perguntou um homem, receoso de que
pudesse ser o seu filho.
- Chama-se
Reeves - disse Shorty. - É um rapaz novo na cidade.
A
tensão do rosto do homem se atenuou e os que estavam perto pareceram
satisfeitos de que não se tratasse de um filho, marido ou irmão de alguém a
quem conhecessem. Ao mesmo tempo, sentiram-se envergonhados. Em algum lugar, aquele
Reeves tinha pais ou parentes.
A
tensão se tornara quase insuportável. Por quanto tempo ainda poderia o rapaz
suportar aquele tremendo 197 calor até saltar de lá para a morte certa? Cheios
de angústia, os presentes começaram a pensar em coisas que se poderiam fazer.
Pelo rádio
receptor-transmissor, os bombeiros que haviam chegado ao local chamaram Chick
Clark, piloto que trabalhava na pulverização de plantações e estava naquele
momento espalhando inseticida num algodoal perto da cidade. Poderia ele descer
uma corda para o homem que se encontrava cercado? Clark pegou quatro pedaços de
corda de 30 metros de comprimento e dois centímetros e meio de grossura. Bill
Dempsey, empregado do piloto, ia na carlinga da frente. Quando Clark se
aproximou do elevador incendiado pelo lado sudeste, mergulhando a uma
velocidade de 190 quilômetros por hora, Dempsey deixou pender uma das cordas,
na esperança de fazê-la passar sobre a casa das máquinas onde Reeves poderia
agarrá-la, amarrá-la a qualquer coisa e descer por ela para o alto do tanque.
Em duas tentativas seguidas a corda voou como um papagaio no ar quente em
ascensão.
Enquanto
isso, deu-se um telefonema para a Base Reese da Força Aérea, em Lubbock, a 65
quilômetros de distância, para pedir um helicóptero. O telefonema foi recebido
às 17h e 10m. Às 17h e 15m, um helicóptero H-21 de rotores em fila estava no
ar.
Procurando
evitar que Reeves saltasse, o Rev. James Tidwell, da
Primeira Igreja Metodista de Brown-field, falava-lhe
por meio de um megafone eletrônico.
- Tenha
calma, rapaz-gritava ele. - Estamos trabalhando e torcendo por você. Vamos
tirá-lo daí.
Reeves
estava perdendo rapidamente as forças. Moveu a parte superior do corpo para o
ponto onde parecia que iria cair e, então, amoleceu-o, batendo com a cabeça na
parede abaixo da janela.
- Está
morrendo! - gritou uma mulher, e perdeu os sentidos.
A
multidão ficou em silêncio.
Tidwell
pensou com presteza.
- Não
perca a cabeça, Reeves ordenou ele. - Um helicóptero vem aí. Olhe para o lado
norte, rapaz. Já o está vendo?
Com um
esforço que parecia enorme, Philip ergueu a cabeça.
Mas
quando o helicóptero se aproximou, o piloto divisou imediatamente um problema
que o povo do lugar não havia pressentido-uma antena de rádio se elevava 15
metros acima do alto da casa das máquinas, impedindo qualquer tentativa de ação
perto da estrutura. Outro obstáculo por ele encontrado foi a agitação do ar
acima do elevador em chamas. Os rotores tangeram o ar para o fogo e as
labaredas subiram de 15 a 30 metros de altura. Ainda assim, o piloto conseguiu
chegar a um ponto em que a alça de aço do helicóptero que ele havia descido
estava a um metro, se tanto, de Reeves. Para quem estava embaixo, parecia que
Reeves poderia de um salto agarrá-la.
O
helicóptero foi pouco a pouco chegando mais perto. De repente, paft! - uma das pás do rotor bateu na antena e, enquanto o piloto
mudava de direção para aterrissar com o seu aparelho danificado, Reeves gritou:
- Eles
me abandonaram!
- Nada
disso, rapaz! - replicou o ministro. - O piloto está pedindo outro helicóptero
pelo rádio. Dentro em pouco estará aqui.
Reeves
parecia não ouvir. Passou uma perna sobre o peitoril da janela, como se fosse
tentar o salto. Durante dois minutos ficou assim parado, enquanto Tidwell falava incessantemente. Reeves não deu qualquer
sinal de estar ouvindo os apelos do ministro, mas era evidente para a multidão,
já a essa altura de umas 3.000 pessoas, que estava mudando de ideia. Era como
se houvesse recebido de uma fonte desconhecida novo impulso de coragem. Botou a
perna para dentro.
Na
Base Reese da Força Aérea a tripulação de um segundo helicóptero se reunia. E
numa pista de aterrissagem fora de Brownfield os dois
pilotos que expurgavam as plantações - Clark e Dempsey- preparavam-se para
investir contra a ameaçadora antena. Amarraram um gancho de ferro a uma corda e
Clark dirigiu о seu velho biplano diretamente para a casa das máquinas. O
avião penetrou aos solavancos no ar agitado acima daquele incêndio. Houve, então,
um estrondo quando o gancho de ferro atingiu a antena e outro quando seis
metros desta tombaram.
Reeves
estava de novo com o corpo inerte pendido sobre a janela. Não poderia
absolutamente agarrar-se a uma alça, ainda que o segundo helicóptero lhe
pusesse ao alcance. Nesse momento de crise, o capataz da turma de consertos da rede
elétrica, Don Ethington, pai de quatro filhos, abriu
caminho por entre o povo. Ethington não conhecia
Reeves e nunca estivera num helicóptero em toda a sua vida, mas pediu ao chefe
dos bombeiros que desse instruções ao helicóptero para pousar antes de tentar o
salvamento.
- Vou
buscar o rapaz - disse ele apenas.
Levando
o cinto de segurança usado para os consertos nos
cabos elétricos e uma corda de 30 metros, Ethington
pulou dentro de uma caminhonete.
O
Capitão Keaver Holley pousou o seu helicóptero num
campo vizinho no momento em que a caminhonete chegava,
e o vigoroso Ethington, de 65 quilos de peso, saltou
para a porta do meio do aparelho.
- Diga
ao piloto que sobrevoe o local, bem acima da antena - disse ele ao médico do voo.
Ao
Sargento James Holloway, encarregado dos trabalhos de
guindagem, disse:
- Desça
ao lado da parede norte da casa das máquinas e ponha-me o mais perto possível
da janela.
O
Capitão Holley já estava em voo quando Ethington
amarrou a sua corda de segurança a um suporte metálico, no interior do
helicóptero.
O
Sargento Holloway entregou-lhe a alça. Ethington passou-a pelo corpo e prendeu a ela o seu cinto
de segurança. Em seguida, enquanto о aparelho lutava para tomar posição
no ar em agitação acima da casa das máquinas, Ethington
empurrou com o pé a sua corda de segurança para fora da porta.
- Que
Deus me acompanhe - disse ele.
A
multidão viu Ethington ser descido do helicóptero.
Quando parou a descida, o piloto avançou um pouco a máquina. O efeito sôbre Ethington, 24 metros
abaixo, foi fazê-lo oscilar no espaço como se estivesse num gigantesco balanço.
No ponto mais alto desse balanço, ele agarrou a janela da casa das máquinas.
Era impossível ao piloto observar o que acontecia abaixo. Recebia instruções de
Holloway, que mesmo àquela altura estava lutando com
extrema dificuldade contra o calor e a fumaça.
- À
direita! - gritava Holloway. - À direita! Firme,
firme!
Segurando-se
ao peitoril da janela com a mão esquerda, Ethington
passou com a direita uma volta da corda de segurança pelo corpo de Reeves.
Passou então o braço por cima do rapaz e puxou-o para fora pela janela. Viu a
pele de Reeves empolada pelo calor soltar-se do seu corpo queimado ao roçar no
peitoril. Os dois homens deram uma angustiante queda de cerca de dois metros e
meio -a linha da alça se afrouxara enquanto o piloto ajustava a posição do
helicóptero -mas Ethington continuou a agarrar Reeves
com firmeza.
- Ele
pegou o homem! - gritou Holloway para o piloto, ao
mesmo tempo que começava a içá-los.
Quando
chegaram à porta do helicóptero, Ethington se
estendeu no chão e puxou Reeves para cima dele, proporcionando-lhe uma espécie
de colchão humano. Embaixo, o povo de Brownfield
extravasou toda a ansiosa expectativa em que vivera durante uma hora e 40
minutos numa grande ovação a Ethington e ao jovem
estranho.
Na
manhã seguinte, no hospital, Reeves disse a Sandra Wilson, uma morena de olhos
brilhantes, que ela o impedira de saltar para a morte.
- Comecei
a dar o salto - disse ele - mas pensei em você, e jurei a mim mesmo não morrer
enquanto não pudesse vê-la mais uma vez, ao menos para dar-lhe adeus.
Disse
que queria ver Ethington, a quem agradeceu o que
fizera.
Bronwfield a bem
dizer adotou Reeves enquanto ele lutou pela vida nos dias subsequentes. As
visitas se sucediam com flores e presentes, além de palavras confortadoras para
Sandra, que não se afastava da cabeceira do rapaz. Então, na noite de 3 de agosto,
ele começou a chorar е Sandra foi para junto dele.
- Não
adianta mais chamar o médico ou qualquer outra pessoa-disse ele. - Quero apenas
você.
Dois
dias depois Philip Reeves morria. Ainda depois da autópsia, os médicos não
souberam exatamente a causa. Parece que ele havia sucumbido de pura exaustão.
Na sua
dor, Sandra aceitou essa explicação. Sabe que se não fosse pelo amor que Philip
Reeves lhe tinha e pelo heroísmo de Don Ethington, o
rapaz teria deixado esta vida sem dizer-lhe de novo, como dissera tantas vezes
no hospital: "Amo-a, Sandra."
Don Ethington foi proposto para ganhar uma Medalha Carnegie de
Heroísmo. E a própria cidade chegou a perceber um sentido na tragédia. Esse
sentido foi expresso pelo Rev. James Tidwell, o homem
do megafone eletrônico.
"Uma
vida não é grande pela sua extensão", disse ele. "É grande pela sua
qualidade. Todo dia que aquele rapaz viveu foi um sinal de vitória, de uma força
superior a nós e apesar disso dentro de nós. Mostrou-nos ele a qualidade do
amor e a força de decisão do amor. Mostrou-nos principalmente a força que há em
nós.
"Descobrimos
que nesta nossa cidade há homens que podiam fazer mais do que julgavam. Para
socorrer um moço a quem nem sequer conheciam, houve homens que fizeram o que
era preciso até o impossível. Não podemos aprender a ser heróis. Mas podemos
aprender a nunca aceitar senão o melhor de nós mesmos.
"Philip
Reeves ensinou-nos isto. Nos poucos dias de vida que lhe demos, aquele moço nos
revelou um milagre que pode sempre servir aо
bem nos seres humanos: o milagre de nós mesmos."
Marcelo Augusto de Carvalho 30 de
junho de 2025 Artur Nogueira SP
15
O OBJETIVO DA VIDA
Marcelo
Augusto de Carvalho
MATEUS
4. 5-7 - a segunda tentação de Cristo.
O
diabo leva Jesus ao pináculo do Templo, e o incita a jogar-se de lá de cima.
Cita das escrituras Sagradas o texto de
Por
que isto? Os israelitas esperavam que Deus enviasse o Messias de maneira
cinematográfica! Inventaram que ele viria tão fantasticamente que desceria do
Céu vindo do pináculo do Templo que ele mesmo havia ordenado que fosse erigido,
para que ninguém tivesse dúvida que Ele havia chegado.
Mas
Jesus negou a obedecer a sugestão de Seu inimigo. Ele deveria vir ao mundo, não
para dominá-lo, mas para conquistar o amor e a devoção sincera da humanidade.
Para isto seria apresentado da maneira mais simples e humilde, para que as
pessoas entendessem que o que Ele desejava era relacionar-Se com elas.
PARA QUE VIEMOS AO MUNDO?
OS
ANTEDILUVIANOS – acreditavam que o objetivo da vida era o prazer, a diversão e
a realização de todos os seus desejos pessoais. Por isto a descrição bíblica de
seu comportamento é “comiam e bebiam e davam-se em casamento”.
OS
CONSTRUTORES DA TORRE DE BABEL – criam que vieram ao mundo para salvá-lo. E
eles já sabiam como fariam isto. Tinham certeza sobre a maneira certa de como
cada indivíduo deveria viver, suas crenças e objetivos. Construiriam uma torre
que atingiria o Céu para que dali pudessem ensinar a todos, governá-los,
estudar os efeitos da natureza e impedir qualquer desastre por meio do
conhecimento que adquiriram.
ACABE
E JEZABEL – tinham certeza de que o melhor que podiam fazer com suas vidas era
difundir a religiosidade e a cultura de seus deuses, Baal e Astarote,
fazendo de Israel a sede de sua idolatria a se espalhar para o mundo todo.
OS
JUDEUS NO TEMPO DE CRISTO – o pensamento que os dominava era que O Messias
viria para libertá-los do jugo romano. Ele lideraria Israel em suas batalhas
militares, provendo tudo o que precisavam até dominarem todas as nações da
Terra. Então o paraíso de Deus seria restaurado no Universo!
QUAL TEM SIDO O SEU OBJETIVO DE VIDA?
O RICO
LOUCO da parábola de Cristo queria ajuntar dinheiro, bens e colheitas até que
não tivesse mais onde guardá-las. Deus pediu sua vida. Para quê adiantou tanto
esforço e gasto de tempo se não pode desfrutar de mais nada?
O mais
sábio rei que já existiu, SALOMÃO, desfrutou de mulheres, da riqueza, da fama e
do conhecimento. Na velhice escreveu o livro de Eclesiastes para revelar sua
desilusão nesta busca vazia e insana.
NABUCODONOSOR
viveu para o poder. Ele exaltou-se tanto que acreditava que seu reino, bem
fundado e administrado, seria eterno. De um dia para o outro ficou louco, foi
morar com os animais, comportando-se como um deles!
O QUE JESUS NOS APELA?
Mesmo
sendo o Criador do Universo, Ele humilhou-Se para vir à Terra para conviver com
Suas criaturas.
Mesmo
tendo todo poder e glória, deixou o Céu para vir ao pior lugar que existe para
que pudesse andar, comer e conversar com Seus queridos filhos.
Mesmo
precisando salvar a Terra de seu pior problema, o pecado, Ele não tinha pressa,
parando para curar os doentes, conversar junto ao poço com a samaritana, tocar
e ser tocado pelos leprosos, sorrir e abençoar as crianças, pregar e ensinar às
multidões famintas de conhecimento.
E
hoje, quando nos unimos aos pais, irmãos e amigos podemos sentir sua presença
conosco. Podemos desfrutar o prazer real da exist6encia nestas relações.
Percebemos nosso caráter se desenvolvendo, e nossa moralidade espiritual fortalecendo-se.
APELO
Preste
atenção às pessoas. Conviva com elas. Importe-se.
No
sertão do Quênia, a manhã desperta o hospital em Garissa.
O avião é o meio mais seguro de chegar ao principal distrito de uma região
escassamente povoada. Viajantes arriscam-se a serem agredidos e roubados nas
estradas. Aqui, Ingvar Syk,
cirurgião sueco de 39 anos, está prestes a receber seu primeiro paciente na
África.
Ο
cheiro pungente espalha-se pela enfermaria. Através das janelas, Syk vê o rebanho vagando por ali, sujando o terreno do
hospital. O paciente apresenta grandes ferimentos causados por mordidas de
crocodilos nos braços, pernas e abdome. Syk faz a
costura. Por volta da hora do almoço chegam ao hospital dois homens atacados
por ladrões de estrada: um levara um tiro no estômago; o outro, na virilha.
O
doutor Syk esperava que as condições fossem difíceis
naquele calor de 35 graus: "Isso é ainda pior do que eu imaginara."
No
meio da noite Anders Mebius, cirurgião de 55 anos, de
Gävle, Suécia, é despertado abruptamente no hospital
de Chicuque, Moçambique, junto ao Oceano Indico:
"O médico tem de vir: essa mulher não consegue parir."
O
ambiente assemelha-se ao paraíso, com palmeiras ondulantes e casas de telhado
de sapê. Mas as aparências enganam: Moçambique é um dos países mais pobres do
mundo, depois de anos de guerra civil, secas e fome. O doutor Mebius acaba de chegar, após delongas no percurso dramático
pelas estradas acidentadas. Na colisão com outro veículo, o ônibus em que
viajava foi parar dentro de uma vala, o que atrasou a viagem por várias horas.
E agora ele tem de fazer uma cesariana, algo que nunca fez. "Não há
escolha", reflete. "Sou o único médico aqui."
Felizmente,
já viu outros cirurgiões realizando cesarianas na sua terra natal. Mãe e filho
sobrevivem, a despeito das condições primitivas.
Certa
mulher leva a neta ao Centro de Saúde de Emkuzweni. Embora nascida nos campos
férteis do norte da Suazilândia, fica evidente que a menina está desnutrida.
Seu corpinho encontra-se inchado e o cabelo ficou vermelho-claro. О
doutor Bodil Haastrup, 50 anos, de Copenhague, Dinamarca, examina a criança
apática.
A
enfermaria do hospital onde ela está internada encontra-se lotada, com dez
camas e colchões espalhados pelo chão. Exame mais atento revela que a menina
tem tuberculose e anemia, devido a um parasita intestinal. Recebe medicação,
além de ser submetida a dieta nutritiva e variada.
O
doutor Haastrup sabe que a principal causa do mau
estado físico da menina é a ignorância. Ela vem subsistindo através de
carboidratos, como mingau de painço, comida básica na região. Isso lhe dá
poucas proteínas e vitaminas. Depois de dois meses no hospital, a garota sorridente
pôde voltar para a avó. "Ferva sempre a água e faça a menina comer mais do
que mingau. Também deve comer carne, amendoim e legumes", recomendam à
avó. A maior parte das crianças gravemente doentes que chegam ao hospital
sobrevive. Com medicação e dieta apropriada, dentro de seis meses a menina
estará sadia de novo.
Ingvar Syk, Anders Mebius e Bodil Haastrup são apenas três
dos quase 500 médicos voluntários que, desde 1988, se apresentaram para
trabalhar nos países em desenvolvimento pelo Banco de Médicos do Rotary e o
Banco de Médicos da Escandinávia. Já salvaram centenas de milhares de vidas.
A
maior parte dos médicos é sueca, mas número crescente vem da Noruega,
Dinamarca, Finlândia, Holanda e Reino Unido. São enviados aos hospitais onde
faltam médicos, competência médica e equipamento moderno - onde as instalações
e condições sanitárias são abaixo do padrão.
A
organização é fantástica. No entanto, ainda mais notável é o fato de seu
fundador ser leigo: o jornalista Lars Braw. Na
qualidade de repórter, Braw viajou muito pelos países
em desenvolvimento. O que viu o afetou profundamente. Quando chegava às aldeias
no deserto da África, muitas vezes as pessoas pensavam que fosse médico.
Mostravam-lhe os ferimentos. Crianças atacadas de poliomielite aproximavam-se
rastejando. Cegos eram levados até ele, que ficava ali, segurando a câmera e o
bloco de notas, sentindo-se impotente.
A
princípio, teve vontade de mudar de profissão. No entanto, era casado e tinha
dois filhos pequenos. "Não é sensato estudar durante anos para ser
médico", disse à mulher. "Mas um dia farei algo por essa gente."
O
caminho criar о Ο Banco de Médicos seria longo. Mas a ajuda ao povo
sofrido dos países em desenvolvimento corre como um fio por toda a vida
profissional de Braw.
Ele
nasceu em 1920, em Kosta, província de Småland, na Suécia. Bem cedo começou a trabalhar para
jornais locais. Nos anos 50, quando ocupava o cargo de gerente de noticiário e,
depois, de editor-chefe do Skånska Dagbladet, não deixara de se
dedicar também ao programa "Salve as Crianças". Era editor da revista
Extrabladet, com circulação de um milhão de
exemplares. O primeiro número tratou do Oriente Médio e seus campos de
refugiados. Também viajou à Argélia e ao Iêmen, onde a agitação política
causava grande sofrimento.
Foram
tempos de provação. Mais tarde, quando era editor-gerente do Kvällsposten, um dos maiores jornais da Suécia, passava
todas as horas livres trabalhando em programas assistenciais. Braw e os leitores sustentavam o Auxílio da Igreja da
Suécia em seu projeto de perfuração de poços na Índia. Foi à Etiópia dar apoio
a Carl Gustaf von Rosen, lendário piloto que levava alimentos de avião para o
povo faminto. Braw foi capturado por guerrilheiros na
Eritréia e ameaçado de morte. No entanto, seus poderes de persuasão não o
traíram e ele conseguiu livrar-se da ameaça, após muita conversa.
Com os
anos, foi surgindo a ideia do Banco de Médicos. Braw, роrém, tinha um
grande problema: como financiá-lo? Depois de deixar a Kvällsposten
em 1985, foi editor do Rotary Norden. Em 1986,
visitou a sede do Rotary em Evanston, Illinois, EUA,
onde a fundação prometeu financiar viagens e despesas de todos os médicos
filiados que desejassem trabalhar nos países em desenvolvimento. Rotarianos da
região sul da Suécia doaram 10 coroas cada um, fornecendo 50 mil coroas suecas
para a administração necessária. Era o começo!
Como
recrutar médicos? A princípio, Braw encontrou
atitudes negativas. "Você acha mesmo que um médico aceitaria sem
pagamento?" Ele ouvia essas palavras repetidamente, mas respondia:
"Estou convencido disso!" Publicou a ideia no Rotary Norden. Dez médicos se ofereceram como voluntários. Foi o
momento decisivo.
Para
onde enviaria os médicos? Entrou em contato com o Conselho Missionário Sueco,
agente coordenador de várias sociedades missionárias, e soube quais hospitais
precisavam de médicos. Estava, então, pronto para agir.
HÁKAN
SIMONSSON foi um dos primeiros médicos a se apresentar como voluntário. Simonsson, 58 anos, trabalha como pediatra em Ystad, Suécia. Em 1988, enviaram-no ao Centro de Saúde de Emkuzweni, na Suazilândia, onde passou seis semanas,
tratando de 40 pacientes por dia. Padeciam de doenças graves que já foram
dominadas há muito tempo, ou que nunca existiram na nossa parte do mundo:
malária, tuberculose e febre tifoide. Outros sofriam de pneumonia, asma e
derrame. Alguns tinham feridas infeccionadas e abscessos.
Não
obstante, sua estada representou experiência positiva. Amou o povo e a paisagem
linda, com montanhas ondulantes no horizonte e pastagens. As experiências
deixaram nele impressão inesquecível. "Nunca somos os mesmos depois de
trabalhar no hospital de um país em desenvolvimento", revela.
O
Banco de Médicos era agora realidade! Naquele mesmo ano, mais 30 médicos foram
enviados ao exterior.
A sede
dessa organização não-governamental é o apartamento de Braw
em Malmö, Suécia. O escritório é o verdadeiro núcleo da organização; a sala, o
centro de conferências.
A
máquina de fax apresenta mensagem de Nairobi, com apelo de um hospital do
Quênia, que precisa de cirurgião. O telefone toca. Braw
fala com médicos que desejam ajudar e com Kaleb Hölén, o coordenador, cuja tarefa principal é colocar o
médico certo no hospital certo.
A
correspondência chega com relatórios de médicos que completaram seus estágios,
descrevendo problemas e sucessos. "Relatórios nos dão notícias sobre
condições insatisfatórias que podem ser corrigidas", diz Braw.
Hoje
pela manhã, o Banco de Médicos recebeu duas cartas de Zâmbia. A primeira de um
hospital para crianças incapacitadas em Lusaka, a capital, e outra de um
hospital no Copper Belt. Nenhum dos dois hospitais
possui médico. Ambos pedem auxílio. Ao mesmo tempo, chega carta de um hospital
em Harare, Zimbábue, solicitando ajuda. Harare precisa de especialistas em
doenças venéreas. Lusaka necessita de ortopedistas para crianças incapacitadas.
As
cartas mal haviam chegado quando Braw e os colegas
começaram os preparativos para três novos hospitais. No Banco de Médicos, todos
os assuntos são tratados imediatamente.
Durante
o dia, Braw tem várias conversas telefônicas com
outros participantes do Banco de Médicos. Cada qual é responsável pelo próprio
setor: relações públicas, distribuição, finanças e vendas de produtos que geram
recursos para a operação. No total, nove pessoas tratam da parte
administrativa. Todos moram em Skåne, e trabalham de
graça.
Hoje,
os médicos são recrutados de maneira diferente: através de anúncios em
publicações médicas. O escritório central distribui o periódico "Notícias
do Banco de Médicos Rotary", publicado em sueco e em inglês. Médicos que
já estiveram em campo relatam suas experiências aos colegas.
A
organização está crescendo e se expandindo rapidamente. Em 1995, 98 médicos
foram enviados a 22 hospitais em 12 países. No ano seguinte, foram 117 médicos
para o exterior.
Vários
médicos acreditam que trabalhar nos países em desenvolvimento é a maior
experiência de suas vidas. "Fazer tanto com tão poucos recursos, em
comparação ao que tínhamos em nossa terra, foi educativo", conta Ingvar Syk, que normalmente
trabalha como cirurgião gastrointestinal no Hospital Geral de Malmö. "O
trabalho deu-me satisfação como médico e como ser humano."
Colegas
dos outros países nórdicos concordam. Knut Sanderud,
74 anos e cirurgião de Larvik, tem histórico
memorável. Já trabalhou como especialista em medicina aeronáutica para as
forças de defesa norueguesas. Quando se aposentou, não ficou acomodado. Por dez
vezes o Banco de Médicos já o enviou a locais na
África. Enquanto esteve lá, bateu o próprio recorde e, com sua equipe, realizou
35 operações em 48 horas.
A
capacidade e criatividade profissionais dos médicos estão sempre em teste.
Quando John Tylleskär, ginecologista sueco de 61 anos
chegou à ilha de Pemba, em Zanzibar, teve de aprender a atender os doentes com
uma lanterna na testa, num hospital sem eletricidade a maior parte do tempо.
Trabalhar
para o Banco de Médicos não deixa de apresentar riscos. Certa noite, em
novembro de 1993, três médicos estavam no hospital em Garissa
quando ouviram alguém batendo à porta. Henning Engberg,
60 anos, clínico geral de Malung, Suécia, abriu-a. Lá
fora havia seis bandidos. Um deles enfiou o rifle pela porta. Engberg conseguiu fechá-la à força, mas não antes que um
dos bandidos ferisse seu braço com machete. Chamaram
a polícia e os bandidos desapareceram.
Antigamente,
o hospital de Garissa encontrava-se em péssimo
estado. Hoje, graças ao Banco de Médicos, é quase vitrine em matéria de
cirurgia e ortopedia. Os médicos têm excelente reputação. "Sentimos que
podemos confiar na continuidade do serviço de alta qualidade que fornece o Banco
de Médicos", diz o doutor Babu Swai, coordenador
médico do trabalho da Comissão da ONU entre os refugiados no Quênia. "Os
cirurgiões são experientes, dedicados e muito qualificados."
Lars Braw é homem de muitas ideias. Visita os hospitais,
conversa com todos, localiza problemas e encontra soluções. Está constantemente
desenvolvendo sua ideia básica. Os médicos suecos, por exemplo, podem tirar
licença por até seis semanas e, em certos casos, por mais tempo. Mas nos
hospitais dos países em desenvolvimento, a continuidade é importante. Foi assim
que teve a ideia do revezamento de médicos, em que vários profissionais se
alternam durante períodos limitados.
Ele
aprendeu que muitos médicos nos países em desenvolvimento jamais conseguem
tirar férias. Os voluntários do Banco de Médicos substituem os que precisam
urgentemente de repouso e recreação.
A ideia
de médicos de jipe é mais um exemplo de criatividade. Em 1992, quando visitou o
hospital de Maseno (junto ao Lago Vitória), apenas
alguns doentes ocupavam as enfermarias. Pacientes pobres não podiam pagar nem a
viagem ao hospital, quanto mais as contas do hospital.
Braw,
então, pediu ao doutor Jarl Magnusson
para organizar nova operação. Magnusson, 62 anos,
clínico geral em Sunne, Suécia, adquiriu experiência
em países em desenvolvimento durante a estada de um ano no Sudão.
Magnusson
deveria criar rede de dispensários no interior, na distância de duas horas de
carro de Maseno, е depois se assegurar de que
médicos do hospital os visitariam regularmente. Lá, médicos teriam acesso a
todo equipamento, remédios e vacinas necessários. Quando pacientes não podem ir
ao hospital, médicos de jipe vão aos pacientes, podendo, desse modo, atender os
mais necessitados.
A
última criação de Braw é o Fundo de Pobreza do Banco
de Médicos. "Queremos alcançar os mais necessitados", explica.
"Quando hospitais em que trabalham os profissionais do Banco de Médicos
exigem pagamento de pacientes que não têm dinheiro, nosso Fundo de Pobreza paga
as contas."
Na
primavera de 1994, Lars Braw recebeu o título
honorário de Medicina da Universidade de Lund. "Lars Braw
criou empreendimento humanitário duradouro que atraiu a atenção
internacional", frisou Nils Gunnar Toremalm,
professor emérito, ao sugerir que Braw fosse
promovido a médico honorário. "Ele encheu os doadores de entusiasmo e
inspirou muitos médicos a partilharem sua capacidade de curar doenças em locais
onde o atendimento médico adequado é precário."
Mas Braw não pretende repousar sobre os louros. "Sonho em
criar bancos de médicos no mundo inteiro", diz.
Já
surgiram na Grã-Bretanha e Ноlanda. Em
seguida virá a Alemanha. Rotarianos e médicos na França, Itália e Malta já
demonstraram interesse.
E, o
tempo todo, Braw e os colegas concebem novos planos.
Agora, o Banco de Médicos pretende dar mais um passo à frente e permitir que
estudantes de Medicina das universidades locais façam estágio de internos nos
diversos hospitais.
"A
meta é que os hospitais assumam o controle da operação", conta Lars Braw. "Isso não acontecerá de imediato, mas é o nosso
objetivo."
Marcelo Augusto de Carvalho 1 de
julho de 2025 Artur Nogueira SP
16
O QUE É A QUEDA NO PECADO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
ISAÍAS
14.12-14, EZEQUIEL 28.1-19. – Lúcifer
LÚCIFER
Criador
por Deus para ser o querubim cobridor.
Era
perfeito em sua capacidade física.
Tinha
uma sabedoria extraordinária, conhecendo muitos dos mistérios da criação
divina.
Seu
caráter era puro, expressando a mais bela harmonia em seu comportamento, desejo
e pensamentos.
Dotado
de talentos especiais, um se destacava, o de ser músico. Usava esse dom para
levar os anjos a adorarem o Criador em sua máxima gratidão.
Servia
a Deus pessoalmente, e seu maior prazer era obedecer a cada ordem recebida dEle.
Mas
toda essa perfeição...ruiu-se! Por quê?
QUE PECADO ESSE SER PERFEITO COMETEU?
Roubou
algum dinheiro ou algum objeto de valor o qual não lhe pertencia?
Dormiu
com a esposa de algum liderado?
Matou alguma
pessoa que lhe “pisou no calo”?
LÚCIFER SIMPLESMENTE ROMPEU SUA RELAÇÃO TÃO ESTREITA COM DEUS!
Ele
desejou ter tudo o que Deus tinha, ser tudo o que Deus era, para ser maior.
O que
ele se esqueceu é que tudo isto só tem uma serventia: ser usado para se
relacionar melhor conosco.
O que
Deus é e o que Ele tem não existe para ser usado como expressão de um desejo,
exaltação do que se é, ou ferramenta de dominação.
Conhecendo
a Deus tão intimamente ele deveria ter aproveitado a chance para relacionar-se
com mais profundidade com o Criador. E assim seguramente sua natureza seria
satisfeita em plenitude. Suas capacidades se desenvolveriam ad infinitum. Ele alcançaria as mais altas alturas das
possibilidades que uma criatura pode chegar.
Destruindo
sua relação com Deus, Lúcifer cometeu todos os pecados morais. Roubou a glória
de Deus, adulterou seduzindo para si quem não tinha direito, os demais anjos,
passou a acha-se Deus idolatrando-se, desonrou seu pai, o Criador, cobiçou a
posição de Deus, mentiu a respeito do caráter de seu tão benevolente Senhor...
FOI EXATAMENTE ISSO QUE JESUS CRISTO FEZ AO SEPARAR-SE DO PAI E
VIR À TERRA PARA NOS SALVAR.
Tornou-se
carne e habitou entre nós.
Humilhou-se,
e foi se humilhando até a morte de cruz.
Conectou-se
aos homens como ninguém jamais fizera.
Ouviu
sua história pessoal, entendeu suas emoções mais íntimas, deu importância a
seus pedidos de cura. Socorreu-os no perigo, consolou nas perdas, acalmou na
ansiedade, trouxe esperança diante dos desafios.
O mais
incrível foi que quanto mais Ele se aproximava dos homens e cumpria o que o Pai
lhe pedia, mais próxima tornava-Se do pai, mais força recebia para vencer seu
inimigo, e mais consolidado Seu reino se tornava na Terra.
Tudo porque
Ele só procurou estar mais perto dos homens e mais perto de Deus!
ENFIM, O QUE É A QUEDA NO PECADO?
É
escolher romper minha relação com Deus.
É
ignorar minha relação com o outro.
É usar
todas as minhas capacidades para cumprir apenas meus desejos e sonhos, sem
dividi-los com Deus ou com o próximo.
É ser
tão egoísta que construo minha vida sem a presença ou a consideração de Deus,
nem mesmo os demais que me rodeiam.
E COMO SE TOMA O CAMINHO DE VOLTA? O QUE É SER SALVO?
É
restabelecer os relacionamentos rompidos!
É
continuar construindo, dia a dia, nossa relação com Deus e com os mais próximos
a nós: pais, irmãos de sangue, cônjuge, filhos, amigos, irmãos da igreja e
colegas de trabalho.
É
tentar construir relacionamentos saudáveis com os diferentes, que nos causam
espanto, que pensam e sentem o mundo de uma forma oposta à nossa.
É
mudar nossa forma de nos relacionarmos: em vez tratar os outros como máquinas,
vê-los como companheiros de jornada, dividindo tudo o que somos e o que temos.
Deus
conduziu JACÓ para que voltasse para casa e restabelecesse seu relacionamento
com seu magoado irmão e seu intolerante pai. Gênesis 33.4.
Deus
conduziu os IRMÃOS de JOSÉ a encontrá-lo, confessarem seu pecado, pedirem
perdão e assim começarem uma nova maneira de se relacionarem em amor com ele.
Gênesis 45.
Deus
usou ELISEU a conduzir ISRAEL a tratarem seus odiados inimigos com o amor e
consideração que esperavam deles, perdoando-os, tratando-os com simpatia e até
saciando sua fome, 2 Reis 6.20-23.
APELO
O que
falta para você construir melhor seus relacionamentos?
O que
você precisa fazer para restabelecer seus relacionamentos rompidos?
Quanto
tempo você levará para amar, orar e ir até seus inimigos?
Ano
novo, 1997. Bob McIntosh, advogado famoso e atleta de
Squamish, no Canadá, vai até a casa do vizinho
Richard Cudmore, que está de férias no México. A casa
ficara sob os cuidados do filho adolescente, Jamie, e Bob foi até lá verificar
se estava tudo bem. Ao chegar, encontra quase 200 jovens numa festa regada a
bebidas alcoólicas e drogas. Ao tentar tirá-los de lá, é atacado e chutado
repetidamente na cabeça. Levado às pressas para o hospital, morre de hemorragia
cerebral.
A vida
de sua mulher, Katy, e dos filhos gêmeos de 4 anos, Emma e Sam, fica
despedaçada. Mas Katy promete aos filhos descobrir uma dádiva nesse horror
todo, que cicatrizará não só a dor da família, mas também a do assassino de seu
marido.
A
BRUTALIDADE DA MORTE de Bob me deixa assustada. Quero encontrar um lugar seguro
para Emma e Sam crescerem, e esse lugar não é Squamish.
Preciso estar perto do mar, onde a areia e as ondas poderão amenizar nossa
perda. Organizo, então, uma viagem à Ilha de Vancouver, onde cresci.
A
balsa desliza sobre as águas escuras e observo os gêmeos brincando na área de
recreação. Ao meu lado senta-se uma mulher grávida. Puxando conversa, revela
que vive em Lions Bay, ao sul de Squamish,
e pergunta onde moro. Quando lhe conto, ela comenta: "Que horror o caso
daquele advogado... A senhora o conhecia?"
Digo
que era meu marido. A mulher começa a chorar e pego sua mão. "Nós
ficaremos bem", asseguro. E a aconselho a aproveitar cada dia com sua
família, enquanto me reúno a Emma e Sam para caminharmos pelo convés.
Em
Victoria, vejo um imóvel a duas quadras da praia, aninhado entre árvores. No
minuto em que passo pela porta, sinto-me em casa. Telefono para o sócio de Bob
e digo que farei uma oferta pela casa.
De
volta a Squamish, tenho dois meses para me mudar.
Cada dia é frenético. À noite, o tempo parece se arrastar. Deito-me na cama,
mas a tristeza me atormenta. Na maior parte do tempo, o que sinto é medo - de
não saber exatamente o que aconteceu a Bob, de criar Emma e Sam sema figura do
pai... A polícia continua a interrogar os participantes da festa. Embora os
policiais tenham acusado um jovem de homicídio doloso por ter socado Bob na
cabeça e o deixado inconsciente, eles acreditam que há mais envolvidos na
história.
Depois de conversarmos sobre assuntos
pessoais, legais e financeiros, o sócio de Bob sugere que eu arranje um
advogado mais próximo de minha nova residência, e me dá o cartão de um amigo,
que estudou com ele na faculdade de Direito, em Victoria. "Michael
Hutchison é um bom homem", diz. "Parece um jogador de rúgbi e tem um
bigode que faz lembrar uma morsa."
Semanas depois, marco uma consulta. Sou
levada pela recepcionista à presença de um cavalheiro forte, de terno cinza
risca-de-giz. Tem cabelos brancos e bigode farto, igualmente branco, que
emolduram um sorriso amistoso.
As palavras escapam antes que eu possa
detê-las. "O senhor se parece mesmo com uma morsa!", exclamo. Michael
reage surpreso. Mas seus olhos verdes brilham ao me conduzir até sua sala,
enquanto expressa seus sentimentos pela morte do meu marido e fala sobre
questões legais. Marcamos outra consulta para conversarmos sobre o processo de
homicídio doloso. Ele precisa avaliar a possibilidade de uma ação judicial em
que Richard Cudmore, dono da casa, Jamie Cudmore, anfitrião da festa, ou as pessoas que atacaram Bob
possam ser responsabilizados por sua morte, por causa de negligência, dolo ou
imprudência.
Michael me faz ficar tão à vontade em nossa
segunda reunião que baixo a guarda, e as lágrimas correm soltas. Ele faz
anotações e planeja uma viagem a Squamish para
interrogar algumas pessoas. Pelos três meses seguintes, vou ao seu escritório
toda semana. Em nossas conversas, descubro que Michael é um pai separado. Seu
filho de 17 anos, Adam, vive com ele; Carlie, sua
filha de 8, mora com a mãe e visita o pai em fins de semana alternados.
Em uma das reuniões, Michael diz que meu foco
parece estar inteiramente em meus filhos. "Já é hora de deixar alguém
fazer algo por você", sugere. "Será que posso levá-la para
jantar?" Embora eu ache que fez o convite por solidariedade, saio do seu
escritório sorrindo.
Em 3 de julho 1998, as crianças estão
assistindo a um filme com minha tia Jean, que se oferecera para tomar conta
delas, quando a campainha toca. As mãos de minha filha alcançam a maçaneta
antes mesmo que eu possa chegar à porta. Michael nem acabou de entrar quando Emma
lhe pergunta, abertamente:
- Você vai se casar com minha mãe?
- Bem - responde Michael -, na verdade pensei
em levá-la para jantar fora...
Emma não desiste:
- Se você decidir se casar com ela, pode por
favor fazer isso antes do primeiro dia de aula? Eu preciso de um novo pai para
o jardim-de-infância.
Michael é ótima companhia para um jantar.
Conversa com facilidade conta histórias engraçadas. Afasto da cabeça a ideia de
que me convidou por sentir pena de mim. Não penso no quanto é estranho estar
sentada diante de um homem que não é Bob. Horas depois, quando ele me leva até
porta de casa, beijo-o no rosto e digo que a noite foi ótima. Ao entrar, conto
os detalhes à minha tia, e ela fica contente que eu tenha gostado do
"encontro".
Na noite seguinte, deparo com um buquê de
flores na minha porta e reconheço a letra de Michael no envelope.
"Katy", leio no bilhete, "obrigado pela noite primorosa... Tenho
sorte de tê-la encontrado... Na vida, são raros os momentos envolventes de
verdade... Obrigado, Michael."
Pela manhã, levo horas para escrever minha
resposta.
Naquela noite, Michael telefona. Ele ficará
fora vários dias. Nossa próxima oportunidade de nos encontrarmos será numa
entrevista coletiva à imprensa, mais para o fim da semana, quando anunciaremos
o processo por homicídio doloso. O que se segue são cinco dias de longas
conversas telefônicas e e-mails.
Enquanto delicadamente exploramos o coração
um do outro, Michael expressa o que ambos estamos pensando: devo decidir se ele
vai ser meu advogado ou meu namorado. O momento é, sem dúvida, inoportuno. Mas
será que existe uma hora conveniente para alguém se apaixonar? Concordamos em
anunciar a ação judicial e, logo depois, cortar nossa relação profissional.
Na entrevista coletiva, respondo às perguntas
previsíveis sobre raiva e vingança. É exaustivo ter de repetir que sinto uma
saudade enorme de Bob, mas que isso não significa que tenha de odiar as pessoas
que cometeram o crime, pois o ódio simplesmente aumentaria o desespero
irremediável da tragédia.
Michael e eu nos casamos em uma cerimônia
civil em casa. Para mim, nosso casamento estará para sempre representado na
foto tirada quando estávamos prestes a nos beijar: Sam tem as mãos sobre o
rosto e Emma está com os olhos voltados para cima. Por volta das oito da noite,
os convidados tinham ido embora, a máquina de lavar louça estava funcionando,
as roupas foram arrumadas para o primeiro dia de aula e o desejo de Emma tinha
sido realizado.
Durante os dois anos seguintes, ainda perco a
respiração toda vez que o telefone toca. Será a polícia? Há alguma novidade por
parte da investigação? A acusação de homicídio contra o jovem que prenderam é
suspensa em setembro de 1998. Os depoimentos das testemunhas são
inconsistentes, o promotor público teme que o caso possa ser desmembrado.
Embora o rapaz tenha provavelmente derrubado Bob, não está claro o que
aconteceu depois. Quanto ao processo por homicídio doloso, em 2000 decido
abandoná-lo, sob aconselhamento jurídico.
Por fim, em junho de 2001, recebo uma ligação
de Vancouver, da Real Polícia Montada do Canadá: eles em breve efetuarão uma
prisão. Mas não о fazem. As provas ainda são inconsistentes. Meses
depois, viajo a Squamish para me encontrar com o cabo
Hugh Winter, que está no caso desde o início. Ele me
diz que a polícia tem um suspeito chamado Ryan Aldridge.
Assim que ouço esse nome, algo acontece.
Embora não conheça Ryan, ele se torna real. Quero estar presente quando ele for
preso. Hugh parece confuso. "Creio que não vou ter prazer em vê-lo ser
retirado do tribunal algemado. O que fará com que eu me sinta melhor será saber
que posso encontrá-lo cara a cara", digo. Preciso explicar o impacto que a
morte de Bob teve sobre mim e minha família. Preciso lhe perguntar o que o fez
matar meu marido.
Hugh explica que minha solicitação não é um
procedimento policial padrão. "Nós podemos gravar em vídeo a conversa que
a senhora quer ter com Ryan", argumenta. "Farei o possível para
mostrá-lo a ele, no caso de efetuarmos a prisão."
Volto a Squamish
uma semana depois para a gravação. Ryan precisa saber algo sobre o homem cuja
vida tirou. Quero que tome conhecimento do quanto Emma, Sam e eu lutamos para
recompor nossas vidas. Digo a Ryan que ele precisa fazer a parte dele. Ele, que
se escondeu em Squamish esperando que tudo passasse.
Digo-lhe que se ele conseguir se confessar, posso encontrar em meu coração o
modo de lhe dar apoio durante seu percurso pelo sistema judiciário. "Tudo
o que desejo a você", afirmo, "é o que você tirou de Bob: uma vida
feliz e produtiva."
Em 21 de junho de 2002, recebo um telefonema.
Ryan Aldridge está sob custódia. Desligo o telefone,
tremendo da cabeça aos pés.
Ele assistiu ao meu vídeo. A polícia o
interrogou durante duas horas, esperando obter as respostas que vinha
procurando desde 31 de dezembro de 1997. Então Ryan lhes pediu que chamassem
sua mãe. Diante dela, desmoronou e confessou. A polícia já dispõe do que
precisa.
O telefone toca de novo. Depois que a mãe
saiu, Ryan voltou para sua cela e escreveu duas cartas pedindo perdão - uma
para mim e meus filhos, a outra para a comunidade de Squamish.
Ele perguntou à polícia se poderia me entregar as cartas pessoalmente. Ainda
tenho interesse em me encontrar com Ryan? Não haverá nenhum policial na sala
conosco, mas o encontro será gravado em vídeo. Se eu concordar, a Real Polícia
Montada do Canadá me levará de helicóptero até Squamish
bem cedo pela manhã.
Encontrar-me com ele será mais doloroso do
que virar-lhe as costas? Quero pensar que posso fazer a diferença e quebrar um
ciclo. E então me lembro. No dia em que Bob foi morto, prometi a Emma e Sam que
nós encontraríamos uma dádiva. Tínhamos nos apegado à crença de que, apesar da
desgraça, deveria haver algo que valesse a pena salvar. Deitada sem conseguir
dormir, sei que encontrar Ryan me mostrará se a dádiva de fato existe.
Na delegacia, estou numa sala sem janelas. A
porta se abre. Ryan parece franzino e muito mais jovem do que eu esperava para
seus 25 anos. É impossível imaginar que ele seja capaz de chutar alguém até a
morte. A polícia lhe tirou o cinto e os sapatos, assim suas calças pendem da
altura dos quadris enquanto ele arrasta os pés calçados com meias em direção à
cadeira em frente à minha. Lentamente, levanta a cabeça. Eu quebro
o silêncio dizendo que o pior já passou, agora que a verdade foi dita.
Ryan diz que sente muito pelo que aconteceu.
Quando lhe pergunto o que ocorreu exatamente, ele não tem explicação. Consegue
apenas fazer um relato confuso de uma surra que terminou antes de começar -
bêbados encenando uma covardia patética. Eu falo de minha família e lhe
pergunto sobre a sua. Explicando meu medo de expor ao trauma de um julgamento
as pessoas com quem ele e eu nos importamos, apelo para que se declare culpado
pelo assassinato, quando for ao tribunal.
Ryan me dá as cartas que escreveu. Sentimos
desespero e medo. Um detetive entra e nos diz que o encontro terminou. Sou
conduzida para fora. Ао me dirigir ao
escritório de Hugh Winter, vejo em um monitor de
circuito fechado a imagem de Ryan sozinho, soluçando, segurando fotos de meus
filhos que a polícia deixou lá. Isso ficará na minha memória, ao lado da cena
de Bob deitado morto no hospital. Uma vida desperdiçada; outra aguardando uma
decisão. Estou determinada a evitar que Ryan seja mais um caso perdido.
Meus 20 minutos com ele significam mais para
mim do que qualquer processo de tribunal que eu possa imaginar. O medo se
dissipa, para ser substituído por uma profunda tristeza. O que poderia ter
acontecido em seu mundo para fazê-lo capaz de algo tão terrível? Creio que nem
ele sabe. Mas acho que percebe que, negando, jamais encontrará a resposta na
prisão que criara para si mesmo.
Em casa, Michael e eu lemos as cartas de
Ryan. Decidimos liberar para a imprensa a endereçada à comunidade de Squamish. A dirigida à nossa família, guardamos.
RYAN ALDRIDGE ENTRA no tribunal de North
Vancouver com a confissão de culpa em 17 de outubro. Na audiência da sentença,
em 28 de novembro, leio uma declaração do impacto que o crime teve sobre mim.
Lentamente, uma voz que eu desconhecia possuir surpreende-se com as palavras no
papel: "Ainda revivo a cena na emergência do hospital... Em casa,
enfrentei a tarefa de contar a meus filhos que seu pai estava morto. As semanas
seguintes foram um misto de polícia, imprensa, família, amigos, a fria cama de casal
e uma dor indescritível... Nestes quatro anos e meio desde o assassinato, minha
vida tem sido descobrir como sobreviver sem Bob. Não sou a mesma pessoa de
antes... Só quero me sentir normal..."
O juiz marca a sentença para 11 de dezembro.
Ryan pega cinco anos de prisão. (Um outro acusado confessa a agressão e
consegue liberdade condicional... com a exigência de participar de um processo
de reconciliação.)
Ainda preciso entender por que Bob morreu.
Não é nada específico com Ryan Aldridge. É que estou
criando filhos que vão viver neste mundo. O que está acontecendo por aí? Como
posso ajudar a diminuir essa violência?
Passo dirigindo por Oak Bay,
minha antiga escola secundária, quando me vem a resposta. Ligo para Reta Clark,
coordenadora de planejamento pessoal e de carreira da instituição.
No seu escritório, conversamos sobre ideias
para uma palestra dirigida aos alunos. Ela me entrega uma pilha de material de
leitura e vídeos, junto de uma lista de pessoas que devo procurar.
Recebo uma ligação de Pete Zubersky, policial da Real Polícia Montada: "Ouvi
dizer que a senhora preparou uma apresentação para jovens. Tenho um horário
reservado na Escola Secundária Parklands,
quinta-feira próxima. Venha fazer um 'test drive' da
sua apresentação."
Naquela noite, sento-me no chão do
escritório, cercada de velhas fotografias. Durante cinco anos tem sido difícil
olhar para elas. A ideia de que possam ser usadas para uma boa causa permite
que as veja de modo diferente. Usando uma câmera digital, faço fotos de várias
delas, transfiro-as para o meu laptop, e monto uma apresentação. Tudo se junta
com facilidade. O fato de que Bob era um atleta de sucesso ajuda.
A biografia fotográfica é preenchida com
flagrantes em que ele aparece praticando windsurfe, jogando hóquei e dando
cambalhotas em saltos de esqui. E as fotos em que é visto cavalgando com amigos
e usando trajes malucos certamente criarão um vínculo com a plateia.
A parte difícil acontece no dia seguinte, no
escritório de Michael. Durante a ação civil, ele recebeu cópias dos arquivos da
polícia e das fotos. Se uma delas pudesse, com dignidade e sem sensacionalismo,
mostrar a terrível realidade da morte de Bob, valeria mais do que mil palavras.
Eu mesma não consigo pesquisar os arquivos.
Michael é que faz isso. Dali a minutos põe seus braços em torno de mim e diz
que há uma foto que acha que seria apropriada. Coloca-a virada para baixo sobre
a mesa e sugere que, quando me sentir pronta, eu dê uma olhada.
Há poucos indícios de ferimentos, salvo um
machucado na têmpora direita. Mas eu sei que Bob não é aquele corpo deitado
diante da câmera. Ele faz parte do meu coração que acredita que todo mundo é
inerentemente bom e merece uma chance. E é a constatação de que tenho a tarefa
de ajudar a fazer do mundo um lugar mais seguro. A fotografia de Bob morto é o
que dará vida ao meu trabalho.
Trinta adolescentes irrompem na sala de aula.
Com meu computador ligado a um projetor, uma imagem de Bob ainda bebê surge na
parede. Eu apresento Bob, e a garotada toda ri. Ufa! Lá vamos nós. A sequência
de fotos em que aparece jogando hóquei, praticando saltos de esqui na rampa e
competindo em triatlos deixa a turma interessada. Mais risadas quando eu
descrevo algumas das palhaçadas que ele e seus amigos ainda aprontavam depois
de adultos. Presos pela biografia, os alunos se esquecem de imaginar qual seria
a razão daquilo tudo. A sala fica em silêncio quando eu lhes mostro Bob no
necrotério. Impossível. Como o conto de fadas pôde terminar? Enquanto o vídeo
do enterro é passado em segundo plano, explico em
detalhes nossa passagem de Ano-novo. Trinta rostos me olham fixamente,
incrédulos.
Então começo a fazer uma análise sobre
responsabilidade e riscos do uso de álcool e drogas, principalmente quando
grande número de jovens está reunido. Pergunto quantos já estiveram numa festa
com mais de 100 convidados. Muitas mãos se levantam. Pergunto quantos já
estiveram numa festa em que nenhum pai estava presente. Ainda mais mãos são
levantadas. Assegurando-lhes que provavelmente nunca verão alguém ser morto
numa festa, destaco o que verão a seguir.
Amigos poderão beber demais e ficar
embriagados. Talvez ter uma overdose. Outros poderão fazer sexo sem proteção e
contrair uma doença sexualmente transmissível. Existirão casos de gravidez não
desejada. Amigos tomarão a insensata decisão de ser passageiros em um carro
dirigido por alguém que está bêbado ou doidão. E haverá enormes danos materiais
nas casas onde ocorrem festas sem a supervisão de um responsável.
Cabeças se inclinam em sinal de aprovação
quando lhes falo sobre o risco mais comum de todos: simplesmente o de se
sentirem arrependidos do próprio comportamento no dia seguinte. Eles acordarão
depois de uma noite de bebedeira e não se lembrarão se disseram algo de que
possam se arrepender ou se deram em cima de alguém de quem, na verdade, não
gostam. Tomo cuidado para minhas palavras não virarem um sermão. Espero que a
meninada tire as próprias conclusões. Por fim, lanço um desafio: cuidem uns dos
outros e peçam ajuda imediatamente se algo fugir ao controle. Nunca se esqueçam
da história de Bob.
A adrenalina ainda está presente quando meto
meu laptop de volta na pasta. Assim que Reta Clark descobre que a apresentação
foi um sucesso, providencia outra em Oak Bay - uma
escola cheia de jovens cujos pais têm alto poder aquisitivo, viajam
constantemente e deixam os filhos sozinhos durante o fim de semana.
Depois dessa palestra, uma garota se aproxima
de mim chorando. Exatamente no fim de semana anterior, quando seus pais estavam
fora, ela convidou alguns amigos a sua casa. Antes que se desse conta, os
"alguns" se transformaram em 80. Em questão de minutos, a situação
estava fora de controle: móveis encharcados de cerveja; carpetes queimados por
pontas de cigarros... Eram três da manhã quando ela conseguiu que todos fossem
embora.
Ponho a mão nos seus ombros trêmulos e lhe
digo que foi muito corajosa por dividir sua história comigo. Sugiro que ela
conte aos pais sobre minha apresentação e o que aprendeu com ela. Talvez seja
essa a abertura de que precise para fazê-los entender que agora sabe como a
situação que criou poderia ter resultado em tragédia. Por milagre, ninguém
ficou ferido. Seus pais podem estar aborrecidos, mas certamente verão que ela
aprendeu com a experiência.
Enquanto a menina se afasta, percebo que a
palestra me deu a oportunidade de estabelecer vínculos. Se consigo contar uma
história que faça com que a meninada desabafe, isso pode fazer a diferença.
Durante o verão, falei para 800 jovens. Acho
que descobri o perfeito legado de Bob. Onde quer que eu encontre uma garotada
disposta a ouvir e um lugar onde montar meu computador, consigo trazê-lo à vida
e passar uma poderosa mensagem.
Em maio de 2003, leio um artigo sobre
reconciliação entre vítima e infrator e entro em contato com David Gustafson e Sandi Bergen da
Organização Ações de Justiça da Comunidade, em Langley,
Colúmbia Britânica. O processo, David explica, acontece depois que um
intermediário, um "facilitador" treinado, prepara as partes. Nosso
primeiro passo seria fazer indagações junto à Instituição Matsqui,
onde Ryan está cumprindo pena. Escrevo a ele, explicando meu desejo em vê-lo.
Está interessado, e David e Sandi marcam uma reunião
para 27 de outubro.
Quando entramos na Matsqui,
sinto um aperto no peito. Um guarda nos conduz por uma série de portões
eletronicamente controlados. Um outro nos acompanha até uma sala onde
aguardamos Ryan. Enquanto isso, tento dominar os meus maiores temores. E se ele
se mostrar desinteressado e incoerente?
Ryan entra na sala. Quando senta,
fico aliviada em ver um certo brilho nos olhos dele. David explica as
diretrizes. A reunião será filmada, mas não poderá ser exibida a ninguém sem
nosso consentimento.
Conversamos sobre nossas vidas cotidianas,
cuidadosamente explorando o deserto deixado para trás no Ano-novo de 1997.
Consigo me identificar com alguns aspectos do que Ryan diz. Presenciei o uso de
drogas e álcool entre meus colegas. Mas nunca vivenciei a violência
aparentemente tão preponderante no universo de Ryan.
Depois do almoço, Ryan me mostra um caderno
que guardou. Seus desenhos são meticulosos: imagens realistas, detalhadas, em
creiom. Entre as páginas, há fotos de familiares. Ele fala com respeito e
consideração sobre sua família. O que teria acontecido para que, num átimo de
segundo, ele pudesse demonstrar tamanho menosprezo pela minha?
Preciso que ele saiba do trabalho que estou
desenvolvendo. É importante que eu não o faça sem o seu conhecimento. Ligo o
laptop. Minha mão treme enquanto avanço pelas fotos que iniciam a história.
Ryan não tira os olhos da tela.
O trabalho evolui de forma impressionante
depois da minha reconciliação com o assassino do meu marido. Recebo
solicitações de palestras de lugares como um centro de recreação que, nas
noites de sexta-feira, oferece um porto seguro para adolescentes que, de outra
forma, estariam perambulando pelas ruas, e uma escola que vem se recuperando de
a tragédia de um aluno ter esfaqueado um colega de turma.
As escolas fecham para as férias do inverno
de 2003, e percebo que tenho trabalhado a todo vapor.
Os 800 jovens que ouviram A história de Bob tornaram-se 1.100 em fins de junho,
e estou atolada de pedidos. David Gustafson me liga
antes do Natal e diz que há no correio um "maravilhoso presente" para
mim. É um envelope de Ryan. Uma nota no envelope diz: "Espero que esta
pequena história da minha vida lhe ajude em sua apresentação."
Dobrada dentro do envelope, encontro uma
carta datilografada:
"MEU NOME É RYAN. Estou cumprindo pena
de cinco anos em uma prisão federal por homicídio. Espero que, ajudando Katy
com seu programa, eu possa influenciar os jovens a fazer
escolhas melhores do que a que eu fiz.
Cresci na pequena cidade de Squamish. Conforme a maioria dos adolescentes do ensino
médio, eu estava preocupado em fazer novos amigos е me integrar. Durante
os primeiros anos da escola, fui perseguido, intimidado e maltratado.
Infelizmente, não contei isso a meus pais e pensei que conseguiria lidar com o
problema sozinho.
Acabei fazendo alguns 'amigos', e as
bebedeiras e festas começaram. Minhas notas caíram, e quase não consegui me
formar. Estive envolvido em três acidentes de carro relacionados com álcool, e também perdi um colega na noite de formatura por causa de
um trágico acidente desse tipo. Em vez de sofrer, fiquei revoltado e comecei a
procurar respostas em todos os lugares errados. Eu tinha 19 anos, e minha vida
era um redemoinho fora de controle.
No ano-novo de 1997,
um amigo estava dando uma festa. Não havia nenhum responsável na casa - os pais
do meu amigo tinham viajado para fora da cidade. Eram cerca de 150 convidados,
a maioria adolescente, e havia drogas e álcool por toda parte. Eu estava muito
embriagado e ouvia música no andar de cima. Um convidado que eu não conhecia
subiu, sugerindo que deixássemos a casa. Um colega meu começou a discutir com
ele e o socou. Quando o estranho caiu no chão, eu o chutei também. (Quatro
vezes, disseram-me mais tarde.) A confusão começou. Uma ambulância chegou,
seguida da polícia.
Para evitar o confronto, saí com meus
companheiros e segui para outra festa, sem saber que acabara de cometer o maior
erro da minha vida.
Na manhã seguinte, fiquei sabendo que o homem
morrera por causa dos ferimentos. Eu não sabia o que fazer. Não podia acreditar
que era o responsável por aquilo. O que minha família pensaria de mim? Eu
estava assustado - então o silêncio começou. Fui perseguido por pesadelos.
Depois de quatro anos, comecei a desmoronar, até que rompi meu silêncio com um
policial disfarçado. Eles agora tinham provas para me acusar. Minha família
ficou arrasada. Por causa de meus atos terríveis, uma vida preciosa se perdeu.
Um pai foi tirado dos filhos, um marido, de sua mulher, e um homem de sua
família e amigos. A pergunta que me atormenta é: por que fiz aquilo? Talvez eu
nunca encontre a resposta. Mas o que sei é que cumprir a pena é fácil com
parado à culpa com a qual terei de conviver pelo resto da vida!"
Nada que eu diga às minhas plateias terá
impacto maior do que essa mensagem. Mal posso esperar para incorporar a
contribuição de Ryan à história de Bob. Em fevereiro, Ryan é transferido para a
Instituição Ferndale. Quando pergunto ao padre Mako,
o capelão, como Ryan se sentiria se eu fizesse uma palestra na Ferndale, ele responde: "Acho que ele quer fazer a
apresentação com a senhora." Fiquei surpresa.
Há cerca de 80 pessoas na plateia. Ryan está
sentado ao lado de um facilitador. Quando chego à parte em que leio sua carta,
convido-o a se levantar. Ouvimos atentamente cada palavra dele. Eu lhe agradeço
por estar ali comigo e lanço um desafio à plateia: "Ryan e eu temos estado
em jornadas paralelas. A oportunidade de nos mantermos unidos e depois
partilhar a história com uma plateia tão receptiva é mais uma dádiva. O que
fazemos está repleto de boas perspectivas. E insisto que vocês imaginem essas
possibilidades."
Depois das férias de verão na Inglaterra,
espero com ansiedade nosso primeiro compromisso de palestra do outono. A imagem
de nós dois sentados, pensando juntos, planejando as datas das apresentações,
me diverte. Somos uma dupla inimaginável. No evento, vejo que as anotações que
Ryan antes segurava desapareceram. Ele se coloca confiante no palco e deixa sua
história fluir. Mais tarde, um repórter nos pergunta se nos
consideramos amigos. Ficamos em silêncio. Ryan mexe os pés nervosamente. Não
apresso a resposta.
"Sim, suponho que somos", respondo,
e continuo, explicando: "Se um amigo é alguém que
você aprendeu a respeitar, alguém com quem você passou por situações e saiu
junto do outro lado, então, sim, nós somos amigos."
A audiência do pedido de liberdade
condicional de Ryan ocorre em 21 de dezembro de 2005. O Conselho Penitenciário
concorda em deixar que eu me dirija a ele diretamente. Descrevo o crescimento
que vi nele ao longo do trabalho que fizemos juntos. Depois, espero na capela
da Ferndale pelas deliberações do conselho. Imagino a
ansiedade que Ryan e sua família devem sentir enquanto aguardam em outra área
da instituição. Menos de duas horas depois, somos convocados de volta à sala.
O Conselho Penitenciário decidiu liberar Ryan
em regime de prisão semiaberta para uma casa de reabilitação em Vancouver. Ele
deve ficar lá até a data da soltura, prevista para abril de 2006. Depois,
ficará em liberdade condicional até dezembro de 2007. O conselho quebra o
protocolo e permite que eu veja a família de Ryan no saguão da capela.
Abraçamo-nos como velhos amigos e nos limitamos a pronunciar a palavra
"acabou", repetidamente.
Dez dias depois, deliciosos aromas enchem o
ar na nossa cozinha apinhada de gente. Ocupados nos divertindo, nos esquecemos
de olhar o relógio. Antes que percebamos, faltam dez minutos para a meia-noite.
Eu não fico acordada até essa hora, nessa data, há muitos anos. Em contagem
regressiva dos segundos do último minuto, irrompemos em vivas quando o relógio
bate meia-noite. Michael me abraça enquanto Emma e Sam dançam lá fora, no
escuro, iluminados pela luz dos fogos de artifício que
acendemos. Feliz Ano-novo!
Marcelo Augusto de Carvalho 2 de
julho de 2025 Artur Nogueira SP