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PSICO – COMO VENCER O PECADO

 

41 O QUE É ESTAR PERDIDO? – 1 Reis 19.18

 

42 O QUE É PECAR? – Lucas 8.41-56

 

43 O QUE É ARREPENDIMENTO? – Gênesis 19, Josué 6

 

44 O QUE É CULPA? – Mateus 26 e 27

 

45 O QUE É BOM COMPORTAMENTO? – Mateus 5.48

 

46 O QUE É PECADO? – Lucas 17.3

 

47 O QUE É SALVAÇÃO? – Lucas 15.24

 

 

 

 

 


 


 

41

 

O QUE É ESTAR PERDIDO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

1 REIS 19.1-18 - Elias na caverna.

 

MURO DE DEFESAS

 

Vivia recluso e absolutamente desconhecido em TISBE, próxima ao rio Jaboque, região de Gileade, onde hoje é a Jordânia.

Depois que dá sua mensagem de advertência ao rei Acabe, isola-se junto ao ribeiro de Querite.

Constrói um muro de defesas, como um castelo medieval, e fosso ao seu redor cheio de jacarés, para garantir sua autoproteção.

Assim impede que os outros entrem, e que ele saia, mantendo todos aprisionados em sua dimensão.

Age como se estivesse absolutamente certo do que quer. Sendo assim não sobra energia para construir coisas melhores para sua vida.

 

PERTO, MAS DISTANTE DE TODOS

 

Andava por todo Israel. Viajou ao exterior para ser alimentado pela viúva de Sarepta. Mas no fundo, vive sozinho.

A verdade interior é que se ressente de sempre estar sozinho.

Para não sofrer uma solidão ainda maior, cura suas feridas mantendo-se isolado.

Agora, ali sozinho na caverna, sua vida parece não ter significado porque não acredita em nada maior do que ele mesmo!

 

PARANÓIAS

 

O que sobra na vida para alguém distante dos outros? O MEDO!

Sua paranoia era de todos os que habitavam em Israel: de Acabe, de Jezabel, dos profetas de Baal, dos adoradores de Astarote, dos líderes da nação que eram infiéis, e de qualquer um que queria entregá-lo para receber uma recompensa.

O medo de que as nossas necessidades não serão satisfeitas, nem por Deus, nem pelos outros, nos levam a usar todos os mecanismos de defesa à nossa disposição para evitarmos tamanho caos pessoal.

O problema é que, no nível de psicopatologia, esses mecanismos ao nos afastarem dos outros nos afastam de nosso verdadeiro EGO.

 

SENTIMENTOS NEGATIVOS A RESPEITO DE TODAS AS PESSOAS

 

“Só eu fiquei!” Desapontado, com todos: amigos, líderes, parentes, e até Deus!

Deixou de acreditar nas pessoas.

Os outros se tornam seus adversários.

As pessoas passaram a serem vistas como competidoras em todos os aspectos da vida.

Nesse jogo interminável, precisava saber se não estava sendo enganado.

Elias era um home de sucesso inigualável. Havia predito a seca, e ela havia acontecido já por 3 anos e meio. Prometeu à viúva de Sarepta que não lhe faltaria azeite na botija nem farinha, e isto aconteceu por anos. A alguns dias ele havia tido um sucesso estrondoso: orara a Deus por uma manifestação clara do poder e da presença de Deus sobre o Carmelo, e havia recebido a resposta, por fogo do Céu, queimando o sacrifício, as pedras do altar e lambido a água ao redor. Além disso, por sua oração veio chuva sobre Israel, que já não caía por 3 anos e meio.

O problema é que sem ter com quem dividir a vida, o prazer de qualquer sucesso passa muito rápido. Sobra a velha e temida solidão!

 

SOLUÇÃO DE DEUS PARA ELIAS

 

Você precisa relacionar-se com pessoas!

Volta o teu caminho – não evite contato com seu Inconsciente!

Unge Hazael, rei da Síria – relação com os de fora, os diferentes.

Unge Jeú, rei de Judá – relação com os de dentro, seus iguais.

Unge Eliseu como profeta – legado, eduque alguém, seja referência.

Conservei 7 mil fiéis – olhe e encontre pessoas tão fiéis ante as provações como você.

 

APELO – Mateus 10.39

 

Qualquer ser humano pode alimentar o EGOÍSMO, seja por motivos de prazer pessoal, usando as pessoas para chegar a um objetivo, ou evitando-as.

No aspecto espiritual da vida, necessitamos de um profundo, diário e permanente relacionamento com Deus para sermos completos, plenos.

No aspecto psicológico e emocional, dependemos de bons relacionamentos com os outros para termos saúde mental.

Só temos saúde espiritual e emocional quando nos relacionamos com Deus e com o próximo.

Estamos em pecado, doentes e em declínio quando nos separamos de Deus e nos isolamos dos outros. Não importa se somos da igreja” ou do “mundo”. Se rompemos nossos relacionamentos, quebramos a ética divina, não temos onde exercer a Lei de Deus, não temos como crescer como pessoas, portanto estamos em PECADO!

SAIA da caverna, vá em direção a Deus e aos outros. Revele-se. Ouça os outros. Isto o fará sentir-se pleno, completo, cheio da presença das pessoas em você!

 

O DIA EM QUE NOS TORNAMOS IRMAOS - Albert Dibartolomeo

Minha mãe, achando que eu precisava de mais estrutura e de modelos masculinos, matriculou-me no internato Milton Hershey.

Naquele dia, em fevereiro de 1964, sentia um nó na garganta, que se apertou quando nosso carro se aproximou da escola. Falava comigo mesmo, vezes e mais vezes: “Seja valente, seja o homem que deve ser, agora que seu pai morreu”. Na verdade, eu tinha bem pouca ideia de como ser um homem, a não ser a de que era preciso agir de forma impassível. Não protestei, embora cada fibra de meu corpo resistisse àquela viagem. O que seria de minha vida? Como os outros meninos me tratariam?

Quando chegamos, mamãe e eu visitamos a casa impecavelmente asseada. Alojava 16 garotos de minha unidade, com um apartamento para o casal de pais postiços. Minha mãe ficou para trás enquanto me mostravam O quarto que dividiria com outro menino.

Ao voltar, a sala estava vazia.

- Onde está minha mãe? - perguntei.

- Ah, ela já foi - revelou alguém.

Foi embora? Senti minhas pernas bambas. Depois, soube que o supervisor da escola tinha insistido para que cla saísse "de fininho", sem se despedir, para evitar cena.

Passei a tarde no meu novo quarto. Quando os meninos voltaram das aulas, foram me ver.

- Puxa, mas você é baixinho - disse um garoto.

- Não, Lee. Ele é pequenino.

- Vamos chamá-lo de Formiga – decidiu Lee.

- Não, Micróbio é melhor.

- Gosto desses olhos que ele tem a mais - disse outro, apontando para meus óculos. – Quem sabe a gente deva chamá-lo de Olhos de micróbio?

E com isso eles se foram, para fazer os deveres. Depois do jantar, tínhamos uma hora livre até a etapa de estudos. Peguei um livro e comecei a ler, mas Jim, meu companheiro de quarto, interrompeu-me:

- Tem algo que deve saber se não quiser que riam de você. Podem lhe pedir para pegar um balde de vapor ou uma chave inglesa de canhoto. Sua escova de dentes pode desaparecer. Ah, e é bom estar sempre com os óculos bem à vista.

- Obrigado pelo aviso.

Ele deu de ombros.

- E provavelmente vai ter de brigar com alguém em breve, se não desejar ser tratado como lixo.

Fiquei ali quieto, absorvendo o que ele havia dito. De repente, Jim perguntou:

- Foi seu pai que morreu, certo?

- Foi.

- Ninguém vai querer saber disso.

Naquela noite, fiz o possível para não chorar. Não adiantou.

As previsões de Jim estavam certas. Entrei numa briga quando dois garotos começaram a jogar bola com meus óculos. Furioso, meti a cabeça na barriga de um deles e passamos a nos esmurrar.

Nunca falei de meu pai, e ninguém me falou dos pais ou mães que tinham perdido. O código tácito dos meninos do internato Hershey não era a simples negação do sentimento, mas a negação de que nossos pais mortos tivessem sequer existido.

Um dos jogos preferidos pelos garotos era o de agarrar o adversário (como no futebol americano). Arremessavam a bola no ar e quem apegasse tentava correr diretamente por entre os outros, sem ser derrubado. Aquilo era um pretexto para, propositadamente, chocar os corpos uns contra os outros, com o principal objetivo - descobri mais tarde de amenizar nossa frustração e raiva. No fim daquela primavera, o senhor e a senhora Carney passaram a ser encarregados de nossa casa e soltaram um pouco as rédeas. No entanto, as tarefas não eram mais cumpridas como antes. Além disso, alguns garotos se mostraram grosseiros com o casal.

A reação do senhor Carney foi convocar uma reunião em que os meninos pudessem desabafar suas queixas e os Carneys explicar o que esperavam de nós. Para mim, os Carneys não eram o "inimigo", e sim pais substitutos que realmente se interessavam por nós. Durante a reunião, comentei: "Se há algum problema, é que os Carneys são bons demais. E alguns de vocês estão se aproveitando disso."

Fui logo esnobado pela turma. Para me livrar dos outros, naquela sexta-feira os Carneys levaram-me para sua casa de fim de semana, onde a maior parte do tempo fiquei pescando.

Quando voltei à unidade, Jim avisou-me:

- Todos acham que está bajulando os Carneys. Estão danados com você.

Ótimo. Passara meses tentando me encaixar, e num minuto havia sido banido. Não me espantei quando, na manhã seguinte, encontrei minha escova de dentes dentro do vaso.

Dois meses depois escutei Lee, Bruce e Jim resolvendo o que fazer numa longa tarde de agosto.

- Vamos até o poço - falou Jim.

- Eu proponho o esconderijo - disse Lee, referindo-se a um lugar misterioso que eu ainda não conhecia.

- Por que a gente não sai andando por aí - sugeriu Bruce - e vê onde vai parar?

- Eu topo - concordou Jim.

- Eu também - acrescentei.

- Quem convidou você, seu bolha? - Lee perguntou-me.

- Não me chame disso.

- Tudo bem, Quatro olhos.

Querendo evitar outra briga, controlei a raiva.

- Estou indo para lá - disse Bruce, apontando para o espaço aberto. - Se alguém quiser vir, ótimo. Se não, bye-bye.

Ele foi andando e Jim e Lee O acompanharam. Fiquei ali um instante, e depois me juntei ao grupo.

Após atravessarmos campinas cheias de flores silvestres, encontramos um riacho. Saltando por cima dele, logo chegamos a um milharal que se estendia até onde a vista alcançava.

- Vamos entrar disse Lee. E entramos, sem entusiasmo.

Ficamos escondidos, mas continuamos a penetrar no campo. As folhas batiam em nossos rostos e as espigas em nossas cabeças. Atravessamos talvez umas 30 fileiras antes de parar e sentar no chão.

- É aqui o esconderijo? - perguntei.

- Que nada - revelou Lee, tirando cigarros do bolso da calça.

- Acho que não devia fumar aqui - preveniu Jim.

- Eu também - concordou Bruce.

Lee deu de ombros.

- Tudo bem, na boа.

Fiquei espantado, mas notei que havia algo naquele milharal que mudava nosso comportamento. Era o lugar que desfazia as inibições e as aparências de valentão. Escondidos do mundo, ali nos encontrávamos nos caminhos dentro de nós, os quais só percorríamos na intimidade.

Bruce foi o primeiro a falar.

- Meu pai era vendedor. Certo dia, um caminhão avançou o sinal vermelho e bateu no carro dele. Morreu na hora. Eu estava no colégio e me mandaram ir para casa. Sabia que algo importante havia acontecido, mas nunca pensei que fosse isso.

- O meu teve um ataque cardíaco - contou Jim. - Eu quase não o conhecia. Tinha 4 anos. Ele era professor.

Houve uma pausa. Foi a vez de Lee:

- Meu velho era carpinteiro. Num verão fez para mim um vagão fechado. Levou-me a uns jogos dos Yankees, e um dia fomos ao circo. Teve câncer nos ossos. Era um homem grande, mas quando morreu, parecia uma vagem.

Os olhos de Lee estavam cheios d'água. Virou-se para as profundezas do milharal. Os outros fizeram o mesmo. Tinham expressões que eu nunca vira. Por muito tempo, ninguém falou. Eu só ouvia o farfalhar dos pés de milho e o som da gralha distante.

Bruce rompeu o silêncio:

- Você não contou do seu.

Eu não sabia bem se queria falar. Tinha sobrevivido em Hershey continuando "forte", e agora relutava em fraquejar. Porém, como eles, estava louco para desabafar.

- Meu pai sofreu de diabetes por muito tempo revelei, hesitando - mas os rins foram atacados e isso о matou. Uma noite, chamaram minha mãe ao hospital. Eu estava na cama quando ouvi a porta se abrir. Os passos dela subindo a escada pareciam... tristes. Eu já sabia antes que ela me contasse: "Seu pai morreu."

Não falamos muito sobre o que sentimos quando nossos pais morreram. Os rostos diziam tudo. Em vez disso, falamos da vida deles. Como eram e quem eram. Se tivéssemos fotografias, nós as teríamos partilhado. Contudo, nenhum de nós possuía uma foto, nem mesmo nos quartos, pois nos lembraria muito de uma vida feliz.

A conversa sobre nossos pais cedeu lugar a outros assuntos menos pesados, e logo ficamos mais leves. No momento em que saímos para a luz do sol, fizemos um pacto: a vida distribuía suas perdas, mas não tínhamos de suportá-las sozinhos. Pela primeira vez nos demos conta de que tínhamos em comum não só a perda dos pais, como também a necessidade de liberar a tristeza que isso causava.

No caminho de volta, paramos para beber água no riacho. Jim estava ao meu lado. Vi quando tirou o capacete de beisebol, jogou água no rosto e passou os dedos molhados nos cabelos. Depois, em vez de tornar a colocá-lo, estendeu o braço e o pôs na minha cabeça. Os outros se agruparam à nossa volta e, juntos, pulamos o riacho. Tive certeza, ao voltarmos ao internato, que estávamos caminhando como irmãos.

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 10 de julho de 2025 Artur Nogueira SP

 


 


 

42

O QUE É PECAR?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

LUCAS 8.41-56 – Jairo

 

CÍRCULOS EXCLUSIVISTAS

 

A SINAGOGA era o lugar de reunião local dos judeus para adoração, estudo da Torá e outras práticas religiosas judaicas. E Jairo era o LÍDER da sinagoga de Cafarnaum.

Lugar de pessoas especiais – os que gostavam da intelectualização, de princípios educativos, que viviam valores morais, que tinham planos para a sociedade e que possuíam fortes esperanças, no caso, a vinda de um Messias libertador político.

Lugar de excluir os indesejáveis – qualquer judeu podia frequentá-la, desde que...vivesse os princípios da Torá. Os pecadores, publicanos, meretrizes, ladrões, assassinos, gentios...nunca se sentiam à vontade ali.

 

Deus odeia o EXCLUSIVISMO. Tanto que, mesmo odiando o comportamento depravado dos sodomitas, e por isto a cidade foi destruída, os anjos de Deus entraram neste lugar condenado para salvar Ló e sua família.

 

RAPIDEZ NO PROCESSO E NO RESULTADO

 

“Ela está prestes a morrer. Venha logo, cure-a!”

Esperava-se que vivendo de forma tão moralizante, a vida fosse perfeita. Mas não foi o que aconteceu. De repente, a filha de 12 anos ficou gravemente doente, e logo os médicos lhe disseram que ela morreria.

Jairo ouviu falar de Jesus, de seus discursos e milagres. Passou por cima da vergonha social e foi ter com ele.

Mas chegou mandando, com a receita e o método para o médico: “Corra, e cure!”

Jesus o obedeceu, indo com ele. Mas foi parando, curando pessoas, e deu uma atenção PERSONALISADA à mulher com fluxo de sangue.

 

Deus odeia a PRESSA nos relacionamentos. Tanto que mesmo governando o Universo, e tendo a tantos filhos para atender em suas necessidades, Ele gastou uma noite inteira lutando com Jacó, para fazê-lo entender que apesar de seu pai não lhe dar atenção, Ele, o Deus Criador, dava. O tempo que gastamos em ouvir, ver, estar e conversar com alguém expressa o quanto essa pessoa é importante, principalmente para nós.

 

OBJETIVOS OU RELACIONAMENTOS?

 

“Faça o seu trabalho, e vá embora!”

Jairo levou Jesus à sua casa, não porque quisesse recebê-Lo, homenageá-Lo, ou tornar-se seu seguidor. Jamais. Era uma questão de necessidade, de desespero!

Por isto, seu plano era que Jesus chegasse, entregasse o SERVIÇO e... desse no pé!

 

Deus odeia o PRAGMATISMO nos relacionamentos. Tanto que, para deixar bem claro o quanto Ele quer PERMANECER conosco, pediu aos israelitas, mesmo tão pecadores e inconstantes em sua devoção diária, a construírem um tabernáculo para que pudesse HABITAR no meio deles.

E o apóstolo Paulo vai usar essa refer6encia para dizer que, mesmo morando num lugar perfeito, com pessoas santas, O Espírito de deus escolheu morar no lugar mais sujo do Universo, dentro de nós, pois Ele nos fez seu TEMPLO. 1 Coríntios 6.19-21.

 

USO AS PESSOAS OU ME RELACIONO COM ELAS?

 

Ele queria o poder que Jesus tinha. Queria a cura.

Mas Jesus tinha muito mais para ele: Sua pessoa!

 

Deus odeia o USO das pessoas. Tanto que Ele insiste em manter-se oculto de nossos olhos para que não o idolatremos. Nos convida a um relacionamento diário por fé, e não por troca de favores ou prestação de serviços, seja da parte dEle, seja da nossa. Quando na Terra, Cristo fez a multiplicação dos pães e dos peixes. No dia seguinte o povo veio para proclamá-Lo rei. Ele os frustrou ordenando que comessem Sua carne e bebessem Seu sangue! Acusou-os de o procurarem apenas por causa do milagre e do que este poderia render financeiramente ou politicamente. Convidou a todos a se RELACIONAREM com Ele por amor.

DAVI já havia percebido isto quando afirmou: “O Senhor é o meu pasto, é tudo o que eu preciso!” Sua pessoa, sua presença, seu caráter e a nossa presença é o que nós precisamos. O restante...

 

APELO

 

Tanto nossa saúde plena como nossa salvação eterna dependem de nossas relações, com Deus, com o próximo e conosco.

Se continuarmos exclusivistas, nos relacionando com as mesmas pessoas sempre, não cresceremos, adoecendo a vida e sendo fonte de maldição ao nosso redor.

PECADO é qualquer coisa, comportamento, ideias ou sentimentos que nos SEPARE de Deus, dos outros e de nós mesmos.

Isso inclui EVITAR as pessoas que me são indesejáveis.

Isso inclui a PRESSA nas interações. Deus gastou uma noite inteira lu

Isso inclui a DISPOSIÇÃO em estar, ficar, permanecer ou não na vida das pessoas.

Isso também inclui buscar os outros apenas pelo que me podem OFERECER.

É PECADO me afastar das pessoas, quanto me aproximar delas sendo nocivo: seja para tirar algo ou para impor algo.

Precisamos APRENDER a criar relações equilibradas, plenas de significado. E isto todos nós podemos fazer.

Aprendamos: AS PESSOAS SÃO IMPORTANTES!

 

A FOTO DE ANA

Em 23 de janeiro de 2001 eu estava lendo o National Post quando deparei com um artigo intitulado: “41 coisas para se fazer no inverno”. A sugestão número 12 era: localize no mapa a cidade natal de sua mãe. Em seguida, localize a de sua avó. A título de ilustração havia um mapa de outro país, com nomes estranhos e quase impronunciáveis. Bem no centro do mapa estava uma cidade chamada Leeuwarden.

Senti um frio na espinha. Aquela era a cidade onde minha mãe nascera, no norte da Holanda. E sua mãe também. Minha outra avó nascera a poucos quilômetros de distância, em Groningen - muito longe para caber no minúsculo mapa do jornal. Era uma coincidência incrível, mas nada comparável à forma como as vidas de minhas duas avós se entrelaçaram no tempo e na eternidade.

Muito antes de minha avó, Oma Jantje, tornar-se mãe, sua melhor amiga, Anna Drexhage, deu-lhe uma foto tirada na varanda de casa. Ela sorria enigmaticamente para o fotógrafo, cuja sombra podia ser vista em primeiro plano. No verso ela escreveu: "Anna, 1925".

- Por que você está me dando este retrato? - perguntou Oma Jantje.

- Porque estou me mudando para longe - respondeu Anna. - Pode ser que você nunca mais me veja.

Poucas semanas depois, Anna tomou o trem para Amsterdã, e de lá embarcou num vapor para a Batávia, nas Índias Orientais Holandesas, que mais tarde passou a ser chamada Indonésia. Ela disse à minha avó que escreveria e que voltaria se tudo não corresse bem. Mas minha avó jamais ouviu falar dela novamente.

Oma Jantje pegou o retrato de Anna, colou-o em seu álbum de fotografias e, em 1952, pôs o álbum numa caixa que foi levada quando, com a família, tomou um trem para Amsterdã, onde embarcou num vapor para o Canadá. Algumas semanas depois outro trem os conduziu pelo interior do Canadá para a cidade de Edmonton, nas Montanhas Rochosas de Alberta. Lá, minha avó retirou o álbum da caiха е о colocou numa estante - onde ficou até 1983, quando meu pai o pegou e começou a folheá-lo.

Foi quando minha avó soube, finalmente, o que havia acontecido com sua amiga Anna.

A história é a seguinte: Anna havia tomado o vapor para a Batávia a fim de se casar com um homem que ela nunca vira. Um viúvo holandês expatriado que tinha visto seu retrato sobre a lareira da casa de um amigo. Encantado com sua beleza, ele escreveu uma carta em que propunha a ela um encontro transcontinental. Os termos eram bastante simples: ele pagaria sua passagem até a Batávia, caso ela ao menos considerasse a possibilidade de se casar com ele. Se, no fim, ela não o quisesse, ele pagaria sua passagem de volta.

Quando Anna desembarcou em Semarang, foi recebida por um homem alto e forte, de trinta e poucos anos, bigodes claros e óculos redondos que emolduravam olhos tão tristes, intensos e azuis que ela logo soube que se casaria com ele. Anna era assim: uma mulher prática, com um coração extraordinariamente grande. Algum tempo depois, ela concordou em ser sua mulher.

Viúvo rico, Johannes fazia parte da elite holandesa que governava o arquipélago da Indonésia havia quase 300 anos. Ele era proprietário de inúmeros negócios bem-sucedidos na cidade de Malang, Ilha de Java, e vivia numa enorme fazenda com criados, jardineiros e cozinheiros. Ele era um homem próspero e respeitado, mas não foram estas qualidades que conquistaram Anna.

O que atraiu Anna foi o ar de tristeza de Johannes. Apesar da aparência exterior de sucesso, ele escondia um terrível segredo. Fora abandonado no nascimento e criado em um orfanato de Amsterdã. Até conhecer Anna, ele nunca soube do amor que uma mãe é capaz de dedicar a um filho.

Se Anna sentia saudades da Holanda, nunca demonstrou. Ela se dedicou a criar uma família para ela e Johannes, e montou uma casa tão limpa e bem-organizada quanto qualquer uma das que ladeavam as estreitas ruas de pedra do norte da Holanda, onde ela havia crescido. Tiveram seis filhos - uma menina e cinco meninos. Todos louros e de olhos azuis como os pais.

Em 1942, о Japão invadiu as Índias Orientais Holandesas e derrubou o governo colonial holandês. Por todo o país surgiram cartazes mostrando dois olhos azuis enormes: os olhos do inimigo. Todos aqueles de descendência europeia foram capturados e mandados para campos de concentração. Em poucos dias, Anna e Johannes passaram de senhores de suas terras em Malang a prisioneiros num centro de detenção superlotado. Em seguida, as famílias foram separadas: homens num campo, mulheres em outro. Na confusão, Johannes desapareceu e Anna nunca mais ouviu falar dele.

Anna foi enviada para um campo maior na costa, perto de Semarang. A filha e os dois filhos mais novos foram com ela. Os outros três garotos foram mandados para um campo masculino a cinco quilômetros de distância. Com frequência, Anna achava que aquilo era um sonho e que ela acordaria em sua antiga cama na Holanda. Isso nunca aconteceu.

Anna Drexhage morreu de fome naquele campo de concentração de Semarang, em agosto de 1945, dias antes das tropas aliadas libertarem os campos. Ela achara que sua ração diária de arroz e água seria mais útil alimentando os corpos de seus jovens filhos, e não o seu.

Todos os seus filhos sobreviveram, embora, um deles, por pouco. Seu nome era Aren, um menino franzino, macilento, que havia cortejado a morte desde cedo. Tinha ataques de asma tão frequentes que todos achavam que ele estaria entre os primeiros a morrer nos campos. No entanto, ele sobreviveu. Quando os filhos de Anna foram deportados para o Ceilão, atual Sri Lanka, depois da guerra, Aren parecia um espantalho, somente pele e ossos. Do campo de refugiados no Ceilão, foram despachados de navio para a Holanda.

Ainda se recuperando de suas próprias desgraças, poucas pessoas na Holanda estavam dispostas a ouvir as agruras daqueles jovens órfãos da Indonésia. "Pelo menos vocês estavam num lugar quente", diziam aos órfãos. "Em Amsterdã as pessoas estavam congelando nas ruas."

Os filhos de Anna perceberam depressa que era melhor não falar de seus traumas. Em vez disso, dedicaram-se a aprender a viver naquela terra estranha.

Aren ganhava a vida como fotógrafo. Ele descobriu que, através do visor de sua câmera, podia olhar o mundo de forma mais segura, como se as lentes filtrassem o sofrimento.

Em 1952, cansado da Holanda, Aren pegou um trem para Amsterdã e, de lá, embarcou num vapor para a cidade canadense de Halifax. Ele teria voltado para a Indonésia, mas sabia que as visões e sons familiares desencadeariam emoções dolorosas. De Halifax ele seguiu de trem para Edmonton, onde, sozinho e isolado, encontrou refúgio num bairro de imigrantes holandeses pobres. Ele começou a frequentar os serviços religiosos de domingo.

Foi então que uma das matriarcas da igreja, uma mulher pequena e magra, reparou nele pela primeira vez. Ela não sabia quem ele era, sabia apenas que era fotógrafo. Com seis filhos se aproximando da idade de casar, ela ia precisar de seus serviços. "Por que não convida o rapaz para um café?", sugeriu à filha mais velha. Mas a jovem não estava interessada naquele órfão retraído, cuja natureza acanhada afastava as pessoas.

Entretanto, Amélia, sua irmã mais nova, estava intrigada com Aren e fez o convite. Com o sorriso charmoso e o humor sagaz, ela era o antídoto perfeito para a solidão permanente de Aren, que logo se tornou presença constante no café da manhã de domingo.

Começaram a namorar e casaram-se em três anos. Um ano depois nasceu o primeiro de seus oito filhos. Eu fui o terceiro.

Nas muitas vezes que meu pai tomou café na escura sala da família de Amélia, nunca notou o álbum de fotografias na prateleira que ficava sobre a mesinha de chá. Nunca, até 1983, quando pegou o álbum e começou a folheá-lo. Foi quando deparou com o retrato desbotado da jovem na varanda.

- Ei! - exclamou ele. - Esta é minha mãe!

- Não é não - disse minha avó, rindo. - Esta é minha amiga Anna, que foi para a Indonésia em 1925. Eu nunca mais ouvi falar dela. Olhe. - Tirou a foto do álbum e mostrou o verso, onde ainda estava legível: "Anna, 1925."

- Esta é minha mãe - insistiu ele -, Anna Drexhage. Oma Jantje olhou perplexa para meu pai, incapaz de compreender aquele inacreditável capricho do destino. As lágrimas brotaram em seus olhos. Ela sempre quis descobrir o que havia acontecido com sua querida amiga, e agora sabia da terrível verdade. Sua tristeza foi atenuada pelo fato de que o órfão de Anna era agora seu genro, fato que só podia ser creditado aos misteriosos desígnios do destino.

 

Marcelo Augusto de Carvalho 11 de julho de 2025 Artur Nogueira SP


 

43

O QUE É ARREPENDIMENTO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

GÊNESIS 19.15-26, JOSUÉ 6.20-25

 

A MULHER DE LÓ

 

Nasceu em Ur dos Caldeus, grande centro de comércio e produção.

Cultura idólatra e depravada.

Casou-se com Ló, sobrinho do fiel patriarca Abraão.

Seguiu Abraão em sua visão de fidelidade a Deus até Canaã.

Cobiçou o LUCRO, aconselhando seu marido a afastar-se de Abraão e irem morar em Sodoma, cidade de grande comércio, movimentação financeira, e depravação moral.

Quando Sodoma foi capturada, ela foi deita refém e sabia qual seria seu destino: ser escrava dos invasores até morrer.

Foi salva pelo tio Abraão. Era para ter aprendido a lição. Mesmo com todos os sinais da providência, ela voltou a morar em Sodoma, com toda sua família.

Ela acolheu os dois anjos em sua casa, que lhe deram a chance de salva a ela e toda sua família.

Suas filhas não lhe deram ouvidos para sair da cidade.

A ordem dos anjos foi clara: “Fujam da cidade e não olhem para trás!”

Ela olhou para trás. O que este gesto significou? “Ao mesmo tempo em que seu corpo estava sobre a planície, o coração apegava-se a Sodoma, e ela pereceu com Sodoma.

Rebelara-se contra Deus porque Seus juízos envolviam na ruína as posses e os filhos. Posto que tão grandemente favorecida entendeu que era tratada severamente, porque a riqueza que tinha levado anos para acumular devia ser deixada para a destruição. Em vez de aceitar com gratidão o livramento, presunçosamente olhou para trás, desejando a vida daqueles que haviam rejeitado a advertência divina. Seu pecado mostrou ser ela indigna da vida, por cuja preservação tão pouca gratidão sentira”. Patriarcas e Profetas, capítulo 14.

Foi destruída, tornando-se uma estátua de sal e um símbolo de perdição, citada pelo próprio Cristo como tal.

Levou sua família à ruína, tanto as filhas que estavam na cidade como as que saíram com seu esposo.

A misericórdia de Deus a alcançou, dando à Rute, a moabita, descendente direta de Ló, a oportunidade que ela não aproveitou. Casou-se com Boaz, um grande homem em Israel. Por ter saído de Moabe e abandonado aquela cultura idólatra, Rute entrou na genealogia de Cristo, sendo bisavó de Davi e uma das precursoras do Messias.

 

RAABE

 

Nasceu em Jericó, grande centro de cultura e produção.

cultura idólatra e depravada.

Possivelmente não era casada quando Israel apareceu para a conquista.

Viveu como PROSTITUTA CULTUAL da deusa Astarote.

Cansou-se da DEPRAVAÇÃO de sua cidade natal, ansiando por algo melhor.

Quando Israel chegou para conquistar Jericó, ela sabia qual seria o seu fim: a morte pela espada.

Percebendo os sinais da providência, decidiu renunciar sua vida pregressa, sua cultura idólatra e sua nacionalidade para ser fiel ao Criador.

Acolheu e protegeu os espias, pedindo a eles que lhe dessem uma chance de ser salva.

Toda sua família lhe deu ouvidos para que se preparassem para a queda de Jericó e que se protegessem em sua casa.

A ordem dos espias foi clara: Ate um cordão escarlate em sua janela. Você e toda sua família não saiam até que a cidade seja destruída!”

Ela e todos os seus aguardaram dentro de sua casa, até que foram salvos.

Raabe salvou-se tornando-se um exemplo eterno de fidelidade a Deus, sendo citada por Paulo na galeria dos heróis da fé em Hebreus 11.31.

Levou toda sua família à salvação.

Ao vir morar em Israel, um dos príncipes casou-se com ela. Assim entrou na genealogia de Cristo.

 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESSAS DUAS MULHERES?

 

A mulher de Ló estava tão perto de Deus, mas tão distante Ele.

Raabe estava longe, reconheceu isto e voltou-se para o Salvador.

A mulher de Ló NUNCA se arrependeu porque nunca quis ter intimidade com o Criador do céu e da Terra. Para ela as coisas eram muito mais importantes.

Raabe arrependeu-se de seus inúmeros pecados, e acreditou tanto no perdão divino, Sua salvação e Seu cuidado para com ela e sua família, no presente e no futuro, ao ouvir e ver como deus salvara Israel do Egito e como os mantivera no deserto por 40 anos!

Raabe decidiu amar a Deus, sobre todas as coisas!

 

APELO - Marcos 1:15

 

Só há MUDANÇA de vida e verdadeiro ARREPENDIMENTO quando mudamos de ideia sobre como somos, o que fazemos, e decidimos tomar outro rumo.

Porém essa mudança nunca pode ser BASEADA nisto: no que somos ou no que fazemos. Tem que ser baseada em alguém fora de nós. Essa pessoa tem que ser JESUS, nosso Salvador.

Se o arrependimento for baseado em NÓS, tudo o que fizermos, por bom que seja, será LEGALISMO, ORGULHO SANTO ou FOGO DE PALHA.

Na parábola do FILHO PRÓDIGO o arrependimento acontece quando o filho inconsequente percebe quão AMOROSO era seu pai e quão INGRATO ele havia sido com tanta demonstração de cuidado.

Se você apenas sentir-se MAL a seu respeito não atingirá o motivo real de seu comportamento, pois o pecado é rebelião e rebelião é sempre contra uma PESSOA!

A mulher de Ló tinha tão pouca relação com Deus que Ele existia para muitas coisas: dar bençãos, proteger e enriquecê-la. Ele era uma fonte de prazer, nada mais. Por isto NUNCA arrependeu-se, destruindo-se.

Já RAABE viveu longe, distante, em pecado. Mas percebeu o quanto precisava de Deus. E sabia claramente que sua vida pecaminosa a separava dEle. Para viver com Ele, abandonou tudo, todos os laços com aquela vida que a excluía da presença infinita do Criador. Vivendo por Ele, rendendo-se ao Seu poder, seu arrependimento foi pleno.

Olhe, como Raabe, para o amor de Deus e como Ele tem cuidado de você. É impossível não arrepender-se do que se é nem do que se faz. É impossível não conseguir arrepender-se ao Seu lado. É impossível não ser uma NOVA pessoa.

 

O FIM DE 31 ANOS DE SOFRIMENTO

Charlie Otero voltava para casa da escola, sob o a céu claro de inverno, quase exultante com seu futuro. Tirara nota máxima na prova de Biologia e começava fazer amigos naquela nova cidade. Charlie sempre fora aluno nota 10, bom atleta, extrovertido e popular. Mas, alguns meses antes, a família se mudara do Panamá para Wichita, no Estado americano do Kansas, e desde então ele se sentia meio deslocado. Mas agora tudo parecia melhorar.

Aos 15 anos, Charlie pretendia, após terminar o ensino médio, ir para a Universidade Estadual de Wichita; depois, poderia seguir os passos do pai, primeiro-sargento da Força Aérea, recentemente reformado. Ansiava por distinguir-se como oficial, pilotando jatos e enchendo o peito de medalhas.

"Meu pai esperava muito de mim", diz Charlie. "Queria mostrar a ele do que eu era capaz."

Naquele dia de janeiro de 1974, ele atravessou a rua do subúrbio até a саsinha branca da família e viu que a porta da garagem estava aberta e que o carro da mãe não se encontrava lá. Ela costumava estar em casa para recebê-lo depois da escola. Charlie deu a volta até os fundos, e o cachorro da família correu até ele pela neve. Lucky, um mestiço de pastor alemão com hábito de morder estranhos, nunca ficava sozinho do lado de fora. О menino entrou na cozinha e viu um sanduíche de manteiga de amendoim inacabado sobre a mesa, ao lado de uma merendeira vazia. Depois, viu a carteira do pai jogada no fogão, o conteúdo espalhado ali em cima.

O irmão Danny, de 14 anos, e a irmã Carmen, 13, tinham chegado da escola minutos antes. De repente, Charlie ouviu Carmen gritar:

- Venha depressa! Mamãe e papai estão fazendo uma brincadeira muito esquisita!

Pela porta do quarto dos pais, Charlie viu o pai, Joseph, 38 anos, caído no tapete ao lado da cama. Fora estrangulado com um cinto, e seu rosto estava grotesco e inchado. A mãe de Charlie, Julie, 34 anos, estava na cama; havia um pedaço da corda do varal amarrada em seu pescoço. Ambos tinham os pulsos e os tornozelos atados com uma cordinha fina.

- O que vocês fizeram? - perguntou Charlie, chorando.

O telefone estava mudo, e Danny foi até o vizinho, que chamou a polícia. Quando o carro da polícia chegou, três dos cinco filhos da família Otero choravam no jardim da frente. Charlie contou aos policiais o que vira lá dentro, acrescentando que mais dois irmãos, Josephine (Josie), 11 anos, e Joseph Jr. (Joey), 9, ainda estavam na escola. Mas a busca na casa encontrou as crianças que faltavam. Joey fora asfixiado com um saco plástico no quarto. O corpo meio despido de Josie estava pendurado num cano do porão.

"Odiei Deus por deixar que aquilo acontecesse com a minha família", diz Charlie, que já fora coroinha. "Perdi a fé no instante em que vi minha mãe ali, caída."

A morte dos Oteros deixou perplexas as autoridades de Wichita, mas Charlie suspeitou que a carreira militar do pai o tivesse levado a fazer algum trabalho clandestino e agarrou-se à ideia de que os assassinatos estavam ligados à vida dupla de Joseph. Porto-riquenho que imigrara para Nova York, assim como a esposa, Joseph entrara para a Força Aérea dos Estados Unidos em 1952 e vestira a farda durante mais de duas décadas. A família mudou-se da base na Inglaterra, onde Charlie nasceu, para Camden, Nova Jersey, e depois, cada vez com mais filhos, passaram sete anos no Panamá.

Lá, na Academia Interamericana das Forças Aéreas, Joseph ensinava militares da América Latina a consertar caças Phantom e cargueiros C-130. Charlie diz que o pai costumava desaparecer durante várias semanas em missões que se recusava a comentar. Em Wichita, Joseph se reformou e arranjou emprego como mecânico de aviões particulares num campo de pouso. Certo dia, recorda-se Charlie, quando um técnico apareceu sem avisar, seu pai mandou-o verificar se havia algum caminhão da companhia telefônica estacionado lá fora.

Outra vez, Joseph enxotou Charlie da sala para dar um telefonema. Escutando atrás da porta, o menino ouviu-o mencionar serviços para o Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea, agência de contraespionagem da Aeronáutica. Pouco tempo depois, o carro de Joseph foi misteriosamente jogado para fora da estrada. Quando voltou do hospital, com duas costelas quebradas, ele deu a Charlie seu anel de sinete.

"Se alguma coisa me acontecer", pediu, "quero que fique com isto."

"Eu lhe disse que o mais provável era que vivesse mais do que eu", recorda Charlie. "Ele me mandou guardá-lo." Dias depois, Joseph, a mulher e os filhos mais novos estavam mortos.

Charlie e os irmãos sobreviventes foram morar em Albuquerque, no Novo México, com um colega do pai, da Força Aérea, que se ofereceu para criá-los junto de seus seis filhos. Mas não demorou para que Charlie se afastasse dos irmãos e da nova família. Começou a ficar obcecado com a teoria de que os pais e os irmãos tinham sido mortos por uma equipe de assassinos do trabalho de espionagem do pai, e que voltariam para terminar o serviço.

"Sempre achei que alguém viria me pegar", diz ele.

Em Wichita, os investigadores examinaram várias possibilidades de conspiração. "Tentamos seguir as pistas na direção do serviço militar de Joseph", diz Gary Caldwell, um dos primeiros detetives a trabalhar no caso. "Chegamos a mandar dois investigadores ao Panamá." Nada conseguiram.

Temendo por sua vida e pela dos irmãos, Charlie se afastou de todos, negligenciou a escola e passou a ocupar a maior parte do tempo com corridas de moto. Depois de terminar o ensino médio, conseguiu entrar na Universidade do Novo México, mas as recordações e os pesadelos da cena do crime tornavam difícil sua concentração nos estudos.

Charlie, então, se mudou para Las Cruces, onde uma concessionária Honda o contratou como mecânico. Depois de ferido num acidente de trânsito, acabou brigando com o hospital por causa das contas não pagas. Quando o juiz decidiu contra ele, diz Charlie, "virei fora da lei".

Largou o emprego e passou a trabalhar como autônomo, remontando motocicletas Harley-Davidson, vendendo armas portáteis e criando pit bulls e dobermanns para clientes que não faziam questão de lhe pedir documentos. Imaginou que, sem um rastro documental, seria mais difícil que o esquadrão da morte o encontrasse. Começou a beber demais e a usar drogas, e se perdeu em meio a ideias cada vez mais conflituosas.

Em 1987, morava com a namorada, Lynette Shafer, num lugar distante do deserto do Novo México. Sua casa era um barraco feito de contêineres vindos de uma base de mísseis próxima, cercada de arame farpado e guardada por cães ferozes.

Quando Lynette anunciou que estava grávida, Charlie mandou-a de volta para casa, no Wisconsin, para ter o bebê, que ela chamou de Joseph, como o pai e o irmão de Charlie. Semanas depois, o casal parou de se comunicar. Ambos acreditavam que os possíveis assassinos poderiam atingir o bebê também, e que poderiam interceptar cartas e telefonemas.

Com o tempo, Charlie começou a namorar com uma outra mulher e tornou-se pai de duas meninas.

"Eu as adorava", diz ele. "Íamos ao parque com os cachorros. Eu as levava para passear de motocicleta."

Mas nem Charlie, então com 30 e poucos anos, nem a mãe das meninas, que ainda não chegara aos 20, tinham condições de criá-las direito. Quando as duas completaram 4 e 5 anos, o casal se separou. Charlie tentou manter contato, mas ficou difícil depois que se casou com uma terceira mulher, que sofria de transtorno bipolar e tomava metanfetamina.

Então aconteceu algo que mudaria a vida de Charlie outra vez. Ele foi testemunha num processo aberto pela esposa. Ao fazer a verificação de rotina do histórico de Charlie, o advogado recebeu os arquivos do assassinato da família Otero. Naquele dia, enquanto almoçavam num restaurante mexicano, ele perguntou a Charlie:

- Já ouviu falar do assassino BTK? –

 Não - respondeu Charlie.

O advogado lhe contou que um assassino serial que usava as iniciais BTK - por causa do que fazia com as vítimas, bind, torture e kill em inglês, ou seja, amarrar, torturar e matar - entrara em contato havia muito com um jornal de Wichita e se declarara responsável pela morte da família Otero, prometendo atacar de novo. E atacou. Nos 12 anos seguintes, cometeu pelo menos mais quatro assassinatos na região. As vítimas, todas mulheres, estavam amarradas com nós complicados e tinham sido lentamente estranguladas.

As mensagens subsequentes de BTK aos investigadores assumiram a forma de poesias macabras, charadas e obras de arte pavorosas. Ele sabia detalhes dos assassinatos que a polícia não divulgara. Escreveu que tinha um "monstro" por dentro. Mandou um total de 12 bilhetes, e então, em 1988, toda a correspondência parou. As pistas sumiram.

Charlie ficou aturdido e zangado quando o advogado terminou de contar o que sabia. Os investigadores de Wichita não lhe tinham contado nada quando tudo isso acontecera, 24 anos antes.

"Nesse tipo de investigação, há muita coisa que não revelamos", diz George Scantlin, detetive aposentado que trabalhou no caso. "As primeiras mensagens foram mantidas em segredo e usadas como pista na investigação."

Ainda assim, para Charlie, algo não combinava: como uma pessoa sozinha conseguiria subjugar o pai, ex-soldado, a mãe e os irmãos, todos praticantes de judô? "Eu disse que era bobagem e que não acreditava", recorda Charlie.

Ele ainda não sabia, mas a caçada a BTK acabaria ajudando a transformar-lhe a vida. Naquele momento, entre tanto, seus problemas pareciam infindáveis. A mulher de Charlie chamou a polícia depois de uma discussão e acusou-o de tentar estrangulá-la com um cabide. Ele negou, mas, diante da possibilidade de ser julgado por tentativa de homicídio, aceitou a proposta do promotor e confessou-se culpado de agressão corporal. Em outubro de 2001, começou a cumprir a pena de 44 meses de prisão na Penitenciária do Oeste do Novo México.

Na prisão, Charlie trabalhou como mecânico e fez cursos de programação de computador e astronomia. Passou centenas de horas refletindo sobre a sua história atormentada e voltou até a frequentar a capela.

"Eu estava indo bem na prisão", diz ele. "Foi como uma revitalização."

Charlie passou o trigésimo aniversário da morte da família atrás das grades. Dali a algumas semanas, um dos companheiros de cela chamou-o: "Charlie, sua mãe está na TV!" O noticiário dizia que BTK voltara a se comunicar e mandara uma mensagem em código para o jornal The Wichita Eagle. As fotos das vítimas que BTK dizia ter matado apareceram na tela, uma a uma, inclusive as dos pais e irmãos de Charlie. A volta do assassino reascendeu-lhe a fúria; naquele dia, mais tarde, surrou um saco de pancadas da sala de ginástica.

No dia seguinte, Charlie escreveu aos produtores do programa de TV America's Most Wanted (Os mais procurados dos Estados Unidos), identificando-se como parente de quatro vítimas de Wichita. Pediram para entrevistá-lo na prisão. Os repórteres de jornais também começaram a telefonar, e uma mulher que o viu na televisão se ofereceu para fazer um site na Internet, para que Charlie pudesse responder a perguntas sobre o caso.

Com os holofotes de volta sobre sua família, os antigos pesadelos de Charlie - as imagens do rosto contorcido e do corpo torturado de seus pais e irmãos - voltaram. Mas as horas em que estava acordado lhe davam alguma esperança. Ao romper o silêncio em que se envolvera durante tantos anos, Charlie sonhava provocar o assassino a sair do esconderijo. Achou que talvez BTK deixasse algum vestígio de DNA na próxima carta.

"Desafiei-o a me procurar quando eu estivesse na equipe de trabalho da prisão, na estrada", recorda Charlie. "Pensei: Se ele me atropelar, talvez alguém veja a placa do carro."

Nos meses seguintes, BTK mandou mais nove bilhetes e pacotes para os meios de comunicação e a polícia. Dois estavam decorados com selos do correio com temas do Novo México, que Charlie interpretou como direcionados a ele. Mas a comunicação mais espantosa aconteceu em dezembro. Foi um telefonema para Charlie de um menino de 16 anos chamado Joseph.

"Sou o seu filho", disse a voz ao telefone. "Queria muito conhecê-lo."

Charlie saiu da prisão em 3 de janeiro de 2005 disposto a fazer as pazes com o mundo. A primeira pessoa que visitou foi a irmã Carmen, agora orientadora de crianças em situação de risco em Albuquerque. Pediu-lhe desculpas pelos anos de afastamento, e os dois passaram a tarde conversando como não faziam desde a infância. Depois, telefonou para Danny, que trabalhava como instalador de TV a cabo em Phoenix. A conversa teve o mesmo tom de perdão e prometeram manter contato mais frequente. Ele alugou um quarto numa pensão não muito distante da casa de Carmen e arranjou emprego como diarista.

No mês seguinte, estava capinando numa obra de paisagismo quando recebeu um telefonema de Carmen. "Eles o pegaram", disse ela, e a adrenalina de Charlie subiu tanto que ele arrancou alguns arbustos pela raiz.

Dennis Rader, chefe de lobinhos, 59 anos e pai de dois filhos, confessou ter cometido dez assassinatos como o matador BTK. Ele era supervisor de leis de um subúrbio de Wichita e presidente de uma congregação da Igreja Luterana em Cristo. Durante 31 anos, fora impossível achá-lo, até que mandou à polícia uma mensagem num disquete que foi rastreado até o computador da igreja. Para garantir que Rader era o homem certo, os investigadores conseguiram uma amostra de seu DNA. Apresentava grande semelhança com amostras obtidas nos locais dos vários crimes de BTK.

Charlie e os irmãos compareceram ao julgamento de Rader e ouviram-no descrever sem remorsos como atacara a mãe, Julie, e a pequena Josie, planejando torturá-las até a morte depois de se livrar de Joey, e como cortara o cabo telefônico e esperara junto à porta dos fundos a oportunidade de entrar. Rader disse que ficara surpreso ao encontrar Joseph, o pai, em casa naquela manhã, mas estava com uma pistola para manter a situação sob controle.

Durante o depoimento de Rader, Charlie acalmou-se, pensando em todos os que tinham cuidado dele, nos seus familiares que tinha perdido e nas centenas de estranhos que lhe tinham escrito depois de vê-lo na TV. "Eu queria matá-lo", diz ele sobre Rader, "mas não queria magoar aquelas pessoas."

Na hora da sentença, Charlie, Danny e Carmen choraram quando os promotores mostraram as fotos da cena do crime. Logo BTK seria condenado a dez prisões perpétuas. Mas, para Charlie, a sensação de que a situação fora resolvida ainda teria de esperar.

Durante a pausa do almoço, ele recebeu um telefonema de Lynette, a ex-namorada: o filho Joseph, 17 anos, fora atropelado por um carro quando andava de bicicleta perto de casa. Estava em coma, e os médicos não sabiam se sobreviveria.

As regras da liberdade condicional proibiam que Charlie viajasse sem permissão. Ele deu vários telefonemas, discutindo com as autoridades para que o deixassem voar no dia seguinte para o Wisconsin. Mas, antes de abandonar uma tragédia e seguir para o que talvez fosse o começo de outra, ele queria falar ao tribunal.

Na manhã seguinte, os familiares das vítimas se pronunciaram. Quando chegou a vez de Charlie, ele se levantou e disse, com voz forte e clara: "Dennis Rader não arruinou minha vida. Ele me fez questionar minha fé, me separou dos meus entes queridos e mudou meu futuro para sempre; mas, apesar do esforço de Dennis Rader para destruir minha família, nós sobrevivemos."

Carmen também falou, pranteando os que perdera. Depois, os três irmãos se abraçaram e Charlie embarcou num avião para encontrar seu filho.

Charlie passou uma semana junto à cabeceira do filho. Disse-lhe o quanto o amava e prometeu levá-lo para caçar e pescar assim que melhorasse. E, embora Joseph não desse sinais de ouvir o pai, não morreu. Acabou saindo do coma três meses depois. A mãe cuidou dele em casa até que recuperasse a saúde. Sempre que podia, Charlie ia do Novo México até lá visitá-lo e telefonava várias vezes por semana.

Hoje com 20 anos, Joseph tem alguns problemas de cognição e de memória por causa do acidente, mas se recuperou o bastante para ter dois empregos em meio expediente. Espera algum dia ir para a faculdade. E adora o pai. "Ele é uma pessoa incrível e carinhosa", diz. "Conversamos sobre tudo. É maravilhoso saber que ele finalmente está aqui."

Charlie está decidido a endireitar outros relacionamentos importantes. Está tentando refazer os laços com as duas filhas, hoje adolescentes, que foram entregues ao irmão sob custódia, pouco antes de Charlie ir para a prisão. E encontrou uma companheira protetora em Linda Evans, que compareceu ao julgamento como parte de seu trabalho de ajudar as famílias das vítimas. "Eu o vi desabrochar desde o julgamento", diz ela. "A raiva se foi."

O casal mora num trailer com dois cachorrinhos, em Albuquerque. Em 2007, passaram a viajar pelo país a fim de filmar o documentário Feast of the Assumption: The Otero Family murders (Festa da Assunção: o assassinato da família Otero), dirigido por outro ex-morador de Wichita, Marc Levitz. Charlie agora faz palestras sobre sua história, na esperança de ajudar outras pessoas a encontrarem consolo em períodos difíceis.

Ainda acredita que há mais por trás do assassinato da família Otero do que Rader admitiu; na verdade, nunca abandonou inteiramente a teoria da conspiração. Mas, com o assassino trancado para sempre numa cela de segurança máxima, Charlie não sonha mais com a morte. Em vez disso, está ocupadíssimo refazendo a vida.

"Se o Céu existe, desejo que mamãe e papai olhem para cá e se orgulhem", diz. "Quero que minha família saiba que vou conseguir."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 12 de julho de 2025 Artur Nogueira SP


 


 

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O QUE É CULPA?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

MATEUS 26.69-75, MATEUS 27.1-5.

 

PEDRO

Era um humilde pescador da Galiléia.

Esperava o Messias, não como um Salvador de seus pecados, mas como um líder político, para libertá-los do jugo romano, e dominar o mundo todo.

Foi chamado por Cristo, junto com seu irmão André, e passou a seguí-Lo integralmente.

Passou a fazer parte do grupo mais íntimo dentro dos já íntimos discípulos de Cristo (Pedro, Tiago e João). Com estes chegou a participar da ressurreição da filha de Jairo, da transfiguração no monte Hermom e do momento mais angustiante do Senhor ao suar gotas de sangue no jardim do Getsêmani.

Testemunhou os grandes discursos, as lições das parábolas e os grandes milagres de Cristo.

Sonhava em ser o primeiro discípulo, aquele que se assentaria do lado direito de Jesus, quando reinasse sobre Israel.

No momento da Ceia, ele, orgulhosamente, jura que seus amigos poderiam trair a Cristo, mas ele jamais!

Cristo o adverte, avisando-o que Satanás pediu para cirandá-lo, e o faria. Ele deveria estar atento.

Quando a turba chega no jardim do Getsêmani para prender Jesus, Pedro cumpre sua parte da promessa e tenta proteger a Cristo, sacando uma espada e cortando a orelha do servo do Sumo Sacerdote. Ao ver que o Mestre não se protege dos inimigos, Pedro foge, dando o exemplo a seus amigos.

Corajosamente vai ao falso julgamento do Sinédrio na casa de Anás, e ali, pressionado pelas pessoas e pelas circunstâncias, nega, pragueja e zomba de seu Mestre.

No momento exato em que expressa sua traição, os olhos de Cristo dão de encontro com ele. Desesperado por sua tamanha INGRATIDÃO, ele sai e vai parar exatamente onde o Mestre, há poucas horas, suou gotas de sangue. Em RESPOSTA ao amor de Cristo, arrepende-se de seu orgulho, de suas palavras orgulhosas, de sua atitude covarde diante das pessoas que o acusaram e de quem verdadeiramente ele é.

 

JUDAS

Era um dos mais ilustres seguidores de cristo, e por isto indicado, recomendado e valorizado para fazer parte do grupo seleto dos 12.

De tão alto respeito e capacidade de liderança e financeira que foi escolhido para cuidar da Tesouraria do grupo.

Testemunhou os grandes discursos, as lições das parábolas e os grandes milagres de Cristo.

Sonhava em ser o primeiro discípulo, aquele que se assentaria do lado direito de Jesus, quando reinasse sobre Israel.

No momento da Ceia, ele, presunçosamente pergunta ao Mestre se ele seria o que O trairia. Como Jesus responde: Tu o dizes, ele sai para cumprir seu plano de entregar Cristo aos sacerdotes e escribas.

Seu plano era obrigar Jesus a revelar Sua divindade, a evitar o sofrimento da cruz, proclamar-se rei de Israel e finalmente homenagear com cargos reais os que fielmente ficaram a Seu lado.

Mas no julgamento ante o Sinédrio ele se desespera. Percebe que Jesus não obedece às Suas ordens. Pede então os líderes de Israel que voltem atrás, mas o ignoram. Vendo a loucura de seu ato, sai para se enforcar.

Judas nunca se arrependeu do que fez. Ele se desesperou por “deu ruim”. Por nunca ter amado a Cristo e entregado-se a Ele, não há porque arrepender-se!

 

CULPA FALSA

 

CAIM – aturdido por ter matado seu irmão e por ter sido questionado pelo Criador, aparentemente demonstra contrição. Mas sua culpa é falsa. Ele tem apenas medo das CONSEQUÊNCIAS. Tanto é assim que não há confissão de pecado, mas reclamação de sua pena. Em nenhum momento ele não reflete nem demonstra entender quão hedionda foi sua ação! Deus, demonstrando Seu incrível amor até por um assassino, coloca-lhe um sinal para que ninguém se vingue dele por seu crime. Mesmo assim, ele separa-se de seus pais, de sua família, vai para longe da presença de Deus, e funda uma civilização à sua imagem, onde cada um é estimulado a odiar a Deus.

 

JEROBOÃO – era um servo, que tornou-se um bravo soldado e depois general de Salomão. Deus o escolhe para que governe as 10 tribos do norte, depois da cisão que Roboão provoca por sua teimosia em não ouvir os pedidos do povo. Mas assim que sobe ao poder, Jeroboão revela o que tem em seu coração: apenas rebeldia contra Deus. Por medo que o povo o despreze ao ter que cumprir a ordem de deus de ir participar das 3 festas sagradas em Jerusalém, ele constrói dois lugares de adoração e de entrega de ofertas e dízimos, em e em Betel. Deus envia um profeta que o repreende severamente e anuncia o castigo divino: sua mão ficou seca e estática. Jeroboão pede ao profeta que ore para que seu castigo seja retirado, e depois do milagre ainda o trata muito bem. Mas assim que o profeta vai embora ele volta aos seus pecados e tenazmente os pratica até a sua morte. Para Jeroboão o PODER e o CONTROLE social era tudo; Deus não significava nada para ele!

 

AITÓFEL

Era tão capacitado por Deus com sabedoria que era considerado “a voz de Deus” em Israel. Mas ao saber como Davi humilha sua neta, Bate-Seba, continua na corte, mas cheio de ódio e vingança. Apóia Absalão em sua rebelião pelo trono, e em expressão ao seu abominável caráter, aconselha o novo rei a abusar das esposas de Davi no terraço do palácio real! Mas os odiosos serão odiados, ou no mínimo desprezados. Quando Absalão pede conselho se deve perseguir e matar seu pai, escuta a Husai, que o incentiva a fazê-lo, e despreza a sabedoria de Aitófel. Prevendo com clareza o fracasso dessa perseguição, a vitória de Davi, o fim do filho mimado e a vergonha do seu futuro, Aitófel vai para casa, suicidar-se. Sua história nos mostra IDOLATRAR-SE e ao mesmo tempo MENOSPREZAR os outros a ponto de fazer deles seu trampolim, seu objeto de conquista ou odiá-los como inimigos sempre nos levará à ruína. Aitófel não arrependeu-se nem do que era, nem do que fez, e continuaria agindo daquela forma se pudesse!

 

CULPA VERDADEIRA

 

ZAQUEU

Como cobrador de impostos, usou sua posição para extorquir dinheiro das pessoas e se enriquecer às custas delas. Ele as USOU para benefício próprio. O resultado foi riqueza, mas uma enorme pobreza de espírito. Infelicidade era a sua marca.

Quando cristo se ofereceu a ir à sua casa, tudo mudou. Aquele tempo com o Salvador o mudou tanto, que agora USOU O DINHEIRO para abençoar as pessoas!

 

MANASSËS

Seus crimes foram bárbaros: levou seus súditos à idolatria, queimou seus filhos no fogo e fez de tudo para afastar-se de Deus. No cárcere, sentindo a incrível misericórdia de Deus por ele, arrependeu-se de seus pecados. Ao retornar ao trono de Israel, tentou desfazer todo mal que praticara, tentando levar as pessoas ao RELACIONAMENTO fiel com o deus a quem Ele se rendera.

 

IRMÃOS DE JOSÉ

Seus irmãos o odiaram e o venderam como escravo! Mas ao reencontrá-los e relacionar-se com eles, percebeu que haviam se relacionado com Deus e que haviam mudado de vida. Ele os perdoou totalmente e ainda os salvou da fome que os ameaçava!

 

APELO - João 16:8

 

Jesus acreditava em dois tipos de culpa. O que os psicólogos chamam de verdadeira culpa, ele chamava de culpa baseada no amor. O que chamamos de falsa culpa, segundo ele, era a culpa fundamentada no medo. A verdadeira culpa é o remorso que sentimos quando magoamos aqueles que amamos; ela nos faz ter vontade de corrigir as coisas no nosso relacionamento com os outros. A falsa culpa é o medo da punição que está mais ligada à necessidade de nos protegermos depois que fazemos algo errado.

A falsa culpa raramente beneficia o nosso relacionamento com os outros. Na verdade, ela em geral nos prejudica e nos torna pessoas de convivência mais difícil. Sentimos a verdadeira culpa quando nossos relacionamentos são importantes para nós e nos sentimos motivados a curar as feridas provocadas por nosso comportamento. É esse o tipo de culpa que Jesus queria que sentíssemos.

PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A culpa motivada pelo amor cura a mágoa; a culpa baseada no medo só faz escondê-la.

 

A REDE DE ENZO LO SICCO

Innocenzo Lo Sicco caminhava por uma rua estreita de Florença quando seus olhos pousaram na pequena placa de pedra. Estava instalada em um memorial próximo à famosa Galleria degli dos maiores museus de arte renascentista do mundo.

Sua curiosidade aguçou-se e o empresário de Palermo chegou mais perto do local onde, havia três anos, uma bomba colocada pela Máfia explodira e matara cinco pessoas, entre elas um bebê. "Em 27/5/1993", dizia a inscrição, "uma bomba assassina tirou a vida de uma pequena poetisa (Nadia Nencioni), de sua irmã Caterina, de seus pais Fabrizio e Angela Maria e do estudante Dario Capolicchio. Eles continuam a viver no coração de todos os florentinos."

Parado ali, naquele dia, Enzo, соmo os amigos o chamam, sentiu-se apavorado com o que sabia que deveria fazer. E no entanto, estranhamente, também sentiu algo que não experimentava havia anos: euforia.

Cinco anos antes, o futuro parecia promissor. Então com pouco mais de 40 anos, Enzo era um executivo da construção civil que sempre sonhara ser o próprio patrão - e o sonho estava se tornando realidade.

O homem magro, de cabelos negros e curtos, conhecia o setor da construção civil como a palma da mão. Assim, com suas economias, Enzo montou uma empresa.

No jantar de comemoração com a mulher, Rosalia, e os filhos Giuseppe, 15 anos, e Valentina, 12, ele fez um brinde: "A nova empresa."

Seu primeiro projeto foi um реqueno prédio de apartamentos perto da estação ferroviária. O terreno era barato e as perspectivas, boas. Tudo de que precisava era obter a licença - e pagar a parte dos mafiosi.

Afinal, ali era a Sicília. Mas Enzo não estava preocupado. Com a ajuda de um intermediário, entrou em contato com um homem conhecido por suas ligações com a Máfia e que oficialmente era advogado. As condições eram simples: ele só tinha de usar determinados fornecedores. O trabalho começou.

Toda manhã, ao observar o canteiro de obras, Enzo sentia orgulho de seu pequeno reino, com os equipamentos, as pilhas de areia, os operários empurrando carrinhos de mão e pregando tábuas de madeira. Até que um dia apareceu na obra um homem chamado Sebastiano Lombardo.

Você cometeu um erro grave, ele disse. Os Gravianos deviam ter sido consultados. "Que isso não se repita", avisou Lombardo.

Giuseppe e Filippo Graviano eram gângsteres conhecidos - tão perigosos que ninguém ousava pronunciar seus nomes. Controlavam o bairro de Brancaccio, na zona leste da cidade, onde Enzo morava; e Enzo evitava construir ali por causa deles. No entanto, o recado era claro: os Gravianos não eram donos apenas do território - eram donos dele.

Em meados de 1992, surgiu um local para construção na Corso dei Mille, a larga avenida onde Enzo morava. Então, ele procurou Lombardo.

A permissão para construir, disseram-lhe, custaria a metade de seus lucros. "Isso é ridículo!" As palavras saíram-lhe da boca antes que Enzo pudesse controlá-las. "Diga aos Gravianos que a resposta é não."

Lombardo bateu na própria testa, num gesto que significava que Enzo devia estar maluco. Dias depois, porém, ele voltou, convidando Enzo para uma reunião.

Filippo Fifo Graviano, um homem franzino de 30 e poucos anos, tinha os olhos mais frios que Enzo já vira. Estava envolvido em vários crimes, inclusive na explosão de um carro-bomba, que causara a morte do famoso juiz anti-Máfia Paolo Borsellino. "Pensamos que lhe fazíamos um favor pedindo 50%", disse ele no encontro. "Em geral pedimos 60%."

Nervoso, Enzo engoliu em seco quando Fifo prosseguiu dizendo que os Gravianos confiavam nele e por isso haviam definido um valor equivalente a 174 mil dólares, em dinheiro.

Havia outras condições. Tijolos, argamassa, cimento, aço e até pregos teriam de ser comprados de firmas controladas pela Máfia. O mesmo valeria para equipamentos de terraplenagem e serviços hidráulicos e elétricos. Enzo concordou.

Enzo mergulhou no trabalho, mas agora sem prazer. Não se tratava do preço ou da qualidade dos suprimentos que tinha de comprar - estavam dentro da média. Mas as visitas diárias ao canteiro de obras eram um problema. Lombardo ou outro capanga circulavam pelo local como se fossem os donos. Se ordenassem a demissão de um empregado ou a contratação de outro, Enzo tinha de obedecer. O que acontecera com o sonho de ser o próprio patrão?

Havia ainda os problemas financeiros. Os negócios estavam devagar, e no fim de 1992, Enzo não tinha o dinheiro prometido aos Gravianos.

Ele adiou, até que um dia Fifo lhe deu um ultimato: dois apartamentos no lugar do dinheiro. Os imóveis valiam muito mais do que Enzo devia, mas ele concordou - como também aceitou dar aos Gravianos mais dois apartamentos em outro projeto.

O pai de Enzo costumava dizer que o respeito próprio era o bem mais precioso que um homem pode ter, e ensinou o filho a olhar as pessoas direto nos olhos. Agora Enzo achava difícil até mesmo se olhar no espelho. Desculpe, pai, murmurava. No entanto, só se deu conta do quanto afundara quando o padre de sua paróquia, Dom Giuseppe Puglisi, foi assassinado.

Do púlpito na igreja de San Gaetano, em Brancaccio, Puglisi pregava contra a Máfia todos os domingos. No catecismo, ensinava às crianças que ser mafioso era pecado.

Num dia de setembro de 1993, um homem chegou por trás do destemido padre e atirou em sua nuca. O crime aconteceu a menos de cem metros de uma construção de Enzo.

Centenas de pessoas reuniram-se para protestar, carregando cartazes e gritando slogans desafiadores. Enzo, que os observava por trás de sua cerca de tela metálica, quis chorar. Também gostaria de expressar sua indignação pela morte de Puglisi. Mas não ousava. O que fiz da minha vida?, ele se perguntava.

Quando, no ano seguinte, Fifo Graviano foi preso, Enzo pensou que seus problemas deviam estar terminando. Mas enganava-se.

Outro homem de Graviano, Cesare Lupo, forçou Enzo a ceder mais três apartamentos. Lupo (lobo, em italiano) voltou mais tarde, exigindo outro apartamento e ainda um "presente" de 12 mil dólares. Enzo teve de fazer um empréstimo bancário.

Mas quando demorou a entregar os apartamentos, Lupo ficou exaltado. "Não temos tempo para criadores de caso!", gritou. "Você vai acabar com uma bala na cabeça."

A cena aconteceu diante dos olhos do filho de Enzo.

A situação financeira do construtor estava ficando dramática. A soma do que ele pagara ou devia aos mafiosos se aproximava de 1,3 milhão de dólares. Precisando com urgência de dinheiro, dera os apartamentos ainda vender como por garantia de empréstimos e estava em apuros com os bancos.

O que lhe pesava mais, entretanto, era o efeito disso tudo em sua vida familiar. Vivia abatido e irritado, e, enquanto lutava para manter seu segredo, sentia-se cada vez mais distante de Rosalia e dos filhos.

À noite, Enzo fingia dormir. Não queria que Rosalia soubesse que passava grande parte da noite rolando na cama. Ela, por sua vez, sabia que algo perturbava o marido. E sabia também que, quando ele estivesse pronto, contaria a ela.

Um dia, em 1995, Enzo abriu o jornal e uma fotografia chamou-lhe a atenção. Lupo havia sido preso!

Não fez diferença. Outro comparsa de Graviano, Vittorio Tutino, apareceu e exigiu um apartamento. Quando Enzo tentou adiar, o homem lhe disse para cuidar bem do filho. Giuseppe, então com 21 anos, trabalhava com o pai.

Não muito tempo depois, ao chegar ao trabalho, Enzo soube que Giuseppe tinha saído de carro com Tutino. O desespero tomou conta dele. Mas o que poderia fazer? Se chamasse a polícia, pioraria a situação.

Uma hora se passou, depois outra. Enzo olhava o relógio compulsivamente, com um nó no estômago.

Por fim, o carro de Tutino passou pelo portão e Giuseppe desceu são e salvo. Enzo, trêmulo de alívio, abraçou o filho, que o olhou espantado. Giuseppe não percebera o perigo.

"Viu como teria sido simples?", disse Tutino a Enzo.

Após anos de humilhação, Enzo não podia suportar a visão de um mafioso. Odiava tudo neles - a arrogância, o modo indireto de falar, a violência.

Encheu as páginas de um caderno com detalhes de como os Gravianos e seus homens lhe haviam extorquido uma fortuna. Escondeu o caderno em casa, num local onde Rosalia não olharia normalmente, mas onde o acharia caso algo acontecesse a ele.

Não tinha certeza do que faria em seguida; precisava de tempo para pensar. Foi para a Toscana em busca de paz de espírito.

Enzo estava só naquele dia de junho de 1996, quando deparou com a placa de pedra em Florença. Depois de ler a inscrição, olhou para as mãos. E o que viu foi sangue. Pois, se esses monstros podiam espalhar tanto mal e continuar impunes, era graças a homens como ele. Ainda que não fosse culpado de nenhum crime, percebeu o quanto as verdades que escondia o condenavam. Não podia mais guardar silêncio.

De volta a Palermo, Enzo reuniu a família e contou que havia anos dava dinheiro à Máfia, e como sua vida se transformara em um inferno.

- Não aguento mais - desabafou. - Quero ir à polícia, mas preciso saber a opinião de vocês.

- Faça o que achar melhor - chorando, Rosalia conseguiu dizer.

- O que vai acontecer conosco se você falar com a polícia? - perguntou Giuseppe.

Valentina encerrou a discussão:

- Faça o que for preciso, pai. Não se preocupe conosco. Você sabe que está certo e é isso que importa.

Em janeiro de 1997, Enzo Lo Sicco encontrou-se com chefes de um esquadrão de investigações. À medida que contava sua história, o fardo de medo, dor e culpa ia ficando mais leve. Ele falou durante horas.

Nomes, datas, números de contas bancárias - Enzo deu à polícia uma mina de ouro em informações sobre as atividades dos irmãos Graviano.

Com base nas evidências fornecidas por Enzo, 20 membros do grupo de Graviano foram julgados em 1999 e sentenciados a um total de 136 anos de prisão.

Enzo mudou-se com a família para outra cidade, no programa de proteção à testemunha. Ele teve de recomeçar do zero, sobrevivendo com uma ajuda financeira do governo que corresponde a apenas uma fração do que costumava ganhar.

"Não tem sido fácil, mas a família está unida", disse ele. "Agora posso me olhar no espelho."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 13 de julho de 2025 Artur Nogueira SP


 

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O QUE É BOM COMPORTAMENTO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

MATEUS 5.48

 

Seguramente esse é um dos textos bíblicos mais mal aplicados no cristianismo.

Muitos querem alcançar o nível de impecabilidade nesta vida.

Esforçam-se e até esgotam suas forças por tal façanha, só para chegarem à decepção do evidente fracasso espiritual da irrealidade do que todos conhecemos como PERFECCIONISMO!

 

DEFINIÇÃO

 

O PERFECCIONISMO é um traço de personalidade caracterizado pela busca incessante e rígida por padrões extremamente elevados, muitas vezes inatingíveis, acompanhada de uma autocrítica severa e um medo intenso de cometer erros ou falhar. 

Desde a mais tenra infância a pessoa cria um Eu ideal, a que busca incessantemente se equiparar. 

O pior de tudo é que no fundo a pessoa perfeccionista estabelece METAS IRREAIS e sente que seu valor pessoal (autoestima) DEPENDE inteiramente dos resultados alcançados. 

 

TIPOS DE PERFECCIONISMO

 

1 AUTOCENTRADO: estabelece padrões impossivelmente altos para si mesmo

2 PROJETADO: estabelecer expectativas impossivelmente altas para os outros

3 SOCIALMENTE PRESCRITO: presumir que os outros têm expectativas impossíveis de atender

 

POSSÍVEIS ORIGENS

 

EXPERIÊNCIAS NA INFÂNCIA: frequentemente, o perfeccionismo está ligado a pais ou cuidadores muito exigentes, onde os erros eram severamente punidos ou a aprovação era condicionada ao desempenho impecável.

BAIXA AUTOESTIMA E INSEGURANÇA: pessoas com dificuldades de autoestima buscam a perfeição como uma forma de validar seu valor e evitar a crítica, pois sentem que não são "boas o suficiente" por si mesmas.

MEDO DO FRACASSO E DA AVALIAÇÃO NEGATIVA: o receio de falhar e de ser julgado negativamente pelos outros alimenta a necessidade de um desempenho perfeito.

VÍNCULOS AFETIVOS: pode estar relacionado a padrões de apego e representações vinculativas formados nos primeiros anos de vida. 

 

CONSEQUÊNCIAS

 

PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL: altos níveis de estresse, ansiedade (inclusive social), depressão e, em casos mais graves, distúrbios alimentares ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

AUTOCRÍTICA EXCESSIVA: uma voz interna crítica e implacável que condena o menor deslize, gerando sentimentos de inadequação e culpa.

PARALISAÇÃO E PROCRASTINAÇÃO: devido ao medo de não conseguir realizar uma tarefa perfeitamente, o indivíduo pode adiar o início ou a conclusão de atividades (procrastinação), ou até mesmo evitá-las completamente.

DIFICULDADES EM RELACIONAMENTOS: a rigidez e as expectativas irreais podem ser direcionadas também aos outros, causando problemas interpessoais e dificuldades de convivência.

INSATISFAÇÃO CRÔNICA: a pessoa nunca se sente satisfeita com seus resultados, pois os padrões são inatingíveis, levando a uma sensação constante de sobrecarga e esgotamento. 

 

MILTON

 

É um ótimo ajustador mecânico. Tão bom que todos os anos sua empresa lhe dá certificações de excelência e bônus em seus salários pelos rendimentos alcançados.

Na infância já era o “filho perfeito” e o aluno apreciado pelos professores por seu rendimento escolar.

Tudo em sua vida é feito com tanta excelência que muita gente o admira e muitos outros o invejam por sua performance pessoal.

Mas o que essa capa de eficiência esconde é um enorme senso de rejeição própria. Milton nunca se sentiu plenamente amado por seus pais, estimado pelos irmãos, ou parte integrante de sua classe na escola. Nunca viu em si motivos para os outros o apreciarem. Então fez dos estudos e de seus dons o caminho para que ele tenha certeza do porquê as pessoas o amarão.

O grande problema é que ninguém consegue a perfeição o tempo todo! Quando em algum momento suas notas não foram 10, ou alguma peça que ele produziu ou ajustou não ficou perfeita ele sentiu-se absolutamente fracassado. Ninguém se importou com isso, mas ele se corroeu em angústia porque para ele ninguém mais vai amá-lo! Ele anulou o motivo que ele mesmo estabeleceu para ser amado!

Quando isso acontece, ele surpreende quem vive mais perto com explosões de ira e depois uma depressão profunda! Vive nesse desespero: performar para ser aceito, manter o nível na mais absoluta perfeição, cair por um instante e sentir-se irremediavelmente abandonado por todos e um irrecuperável fracassado.

O incrível é que Milton não é uma pessoa perfeccionista por que gosta de ser assim. Ele é perfeccionista porque para ele (e somente para ele) PRECISA ser desse jeito, senão...nunca se sentirá amado por alguém.

 

SOLUÇÃO

 

A única maneira de resolver a questão do nosso perfeccionismo é ENTENDER QUEM DEUS É, como Ele nos trata, o que espera de nós, para enfim entendermos como podemos nos amar.

 

1 DEUS É AMOR

Ele não sente amor, por isto não muda Seus sentimentos por alguém, nem mesmo tem amor. Ele É amor!

Tudo o que Ele faz é movido por essa incrível capacidade que só Ele possui, sendo sua fonte. 1 João 4.8.

 

2 ELE NÃO DEPENDE DE NINGUÉM PARA AMAR

Há pessoas que só passam amar crianças depois que tem seus filhos.

Deus sempre foi, é e será amor. Mesmo antes que não houvesse uma única criatura, Ele já era totalmente amor. Aliás, o resultado de ser amor foi CRIAR as pessoas para então demonstrar a elas o que Ele é e o quanto as ama! 1 João 4.9-10.

 

3 ELE NÃO DEPENDE DO COMPORTAMENTO DE NINGUÉM PARA AMAR UMA PESSOA

Ele ama todas as Suas criaturas, independente do quelas sejam ou façam. Podem até amá-Lo ou não, aceitarem Seus princípios ou rejeitarem Sua soberania no Universo, Ele inevitavelmente as amará. Romanos 5.8.

 

4 O BOM COMPORTAMENTO NÃO PODE SER USADO PARA CONVENCÊ-LO A ME AMAR. ISSO É UMA OFENSA PARA ELE.

No paganismo o fiel buscar convencer a divindade de que ele é merecedor das bençãos que busca. Então torna-se bonzinho, promete mudar dali para frente ou oferece bens e serviços conforme a prescrição de seu credo.

No cristianismo isso é impensável. Deus é onisciente, portanto, sabe muito bem quem somos e nada o convencerá do contrário. Sabe também do que realmente precisamos. Mas sempre agirá conosco pelo que Ele É! Isaías 1.18.

 

1 EU PRECISO ACEITAR QUE DEUS É AMOR

Ele me ama, isso é um fato. Mas é preciso aceitar tal amor para que seja efetivo em minha vida. João 3.16.

 

2 EU PRECISO ACEITAR QUE MEU COMPORTAMENTO NUNCA COMPROMETERÁ O QUE DEUS SENTE POR MIM

O FILHO PRÓDIGO da parábola desprezou o pai, tomou sua fortuna e foi viver longe, para poder pecar como bem queria. Mas nada disso mudou o que o pai sentia por ele. Tanto que o aceitou de volta, mesmo indigno, sujo e falido. Lucas 15.11-32.

 

3 EU PRECISO ME RENDER AO FATO QUE NADA ME SEPARARÁ DO AMOR DE DEUS POR MIM

Na parábola da OVELHA PERDIDA o bom pastor fez de tudo, até arriscou sua preciosa vida para buscar e salvar sua tola ovelha que se desgarrou do rebanho.

Lucas 15.1-7. Romanos 8.38-39.

 

4 MEU BOM COMPORTAMENTO TEM QUE SER O RESULTADO DE ME SENTIR AMADO POR ELE!

Na parábola da MOEDA PERDIDA não havia nada que a moeda poderia fazer para salvar-se, a não ser sua dona encontrá-la. E foi o que a mulher o fez.

Seu valor estava em ser posse da mulher. Seu valor foi restaurado por ter sido reencontrada. Lucas 15.8-10.

 

APELO

 

Se o que você faz de bom não é resultado de ser AMADO POR DEUS, isso NÃO é bom! É cosmético social. É bijuteria comportamental.

A vida espiritual e o bom comportamento só são reais quando é o RESULTADO de ser amado por Deus, e responder conscientemente aos Seus constantes apelos de vivermos com Ele, hoje e sempre.

Você pode fazer MUITO MAIS e MELHOR quando simplesmente ama porque já é amado!

 

MÉDICA NÚMERO 1 DA TAILÂNDIA

A SAMAPANA deslizava sem ruído pelo rio tropical, pontilhado de lírios, no interior da Tailândia. Junto de mim estava sentada uma mulherzinha quase nanica não devia pesar nem 45 quilos nem ter mais de um metro e meio de altura-que era a mãe adotiva de 689 crianças. Minha companheira era a Dr. PIERRA VEJJABUL, por todos os títulos uma das mulheres mais notáveis do mundo.

Para ser a primeira mulher da Tailândia a formar-se em Medicina, ela travou uma batalha que teria feito fraquejar um espírito de menor envergadura. Sua vida tem sido uma luta contínua: contra a prostituição legalizada, contra o casamento polígamo, contra as doenças venéreas que assolam o seu bonito país.

Por toda a parte na sua displicente Tailândia ela via a tragédia da ilegitimidade-crianças sem amor. destinadas a retribuir mais tarde hostilidade com hostilidade. Se ninguém mais queria esses infelizes órfãos, ela os aceitaria. O primeiro que adotou está agora terminando o seu curso de Medicina em Paris. Outros es tão em universidades da Austrália с da Tailândia; centenas completaram o curso ginasial.

Nesse dia, eu e a Dra. Pierra visitamos uma de suas iniciativas prediletas: um centro de reabilitação de prostitutas. Depois voltamos para Bancoc e sentamo-nos na varanda desconjuntada de sua casa amarela, de estuque. As venezianas verdes estavam desbotadas, a pintura descascando; o jardim era uma selva de ervas daninhas, sombreado por mangueiras. Era o lar de 80 crianças, a mais moça com duas semanas de vida, a mais velha, uma bonita menina de. 17 anos, que estará no próximo ano cursando a universidade.

A Dra. Pierra adivinhou o que eu estava pensando. Seu rosto moreno e seus olhos escuros se abriram num sorriso.

- Não está bonito, não é? -  disse ela.- Mas eu preciso de todo o dinheiro que arranjo para alimentar, vestir e educar estas crianças. Há coisas mais importantes do que pintura e flores.

Ela nasceu em 1909, recebendo о nome de Pierra Hoon, filha única da terceira esposa de um abastado negociante de teca. Foi educada por freiras francesas. Quando tinha 15 anos, sua mãe adoeceu gravemente e não parecia melhorar com as ervas e encantações de um médico da Tailândia. Como último recurso, foi chamado um médico do Instituto Pasteur, que por acaso se encontrava em Bancoc. Em poucos instantes ele fez um diagnóstico е receitou um tratamento. A doente restabeleceu-se rapidamente.

Se a Medicina Científica era capaz de produzir milagres dessa natureza, decidiu Pierra, ela se tornaria médica. Sabia, naturalmente, que a Tailândia-que na época se chamava Sião-nunca tivera uma mulher médica. Mesmo as moças mais felizes não recebiam instrução alguma depois dos 16 anos, quando eram casadas com maridos escolhidos pelos pais.

Aos 16 anos, Pierra comunicou seus planos ao pai. Houve a inevitável explosão. Já fora escolhido um marido para ela, e não se falava mais nisso, declarou êle.

Um dia Pierra soube que uma colega de escola, pertencente à família real da Tailândia, ia fazer uma viagem de três meses pela Europa em companhia dos pais. A menina disse a Pierra que tinha horror à governanta que iria acompanhar a família para tomar conta de seu irmão mais moço.

Pierra viu aí a sua oportunidade. Poderia ela conseguir o emprego? As duas conspiradoras juvenis se puseram a agir, e no fim conseguiram o consentimento dos pais. Quando a família de sua companheira voltou para a Tailândia, Pierra ficou em Paris, conforme planejara.

Começou então para a moça, sem dinheiro e sem amigos, uma luta que parecia interminável. Seu francês era deficiente, suas aptidões quase nulas para qualquer espécie de trabalho. Levou cinco anos para completar o curso vestibular, depois ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris. Aí lavou chão, lavou pratos, fez a limpeza de quartos de estudantes aceitava qualquer serviço que lhe rendesse alguns preciosos francos. Receosa de que o pai a descobrisse e forçasse a sua volta para o Sião, ela evitava qualquer contato com os seus compatriotas. A vida era dura e solitária. Mas em 1936 ela se tornou a Dr. Pierra Hoon, e afinal voltou para sua terra.

Achava que não seria difícil obter uma nomeação para a Faculdade de Medicina de Siriraj. Não foi o que aconteceu: a hostilidade em relação às mulheres médicas continuava a mesma de sempre. Procurou então o Serviço de Saúde Pública. As autoridades desse serviço resolveram livrar-se de uma vez por todas daquela mulherzinha impertinente: ofereceram-lhe um emprego na única clínica de doenças venéreas do país, com um ordenado equivalente a 18 dólares por semana. A Dr. Pierra aceitou jubilosa.

Um espetáculo sinistro a esperava: crianças cegas pela loucura dos pais, um desfile aparentemente interminável de homens e mulheres inválidos ou mentalmente perturbados pela sífilis. Outros médicos aceitavam tudo isso como ordem natural das coisas em seu país; a recém-chegada, não.

A Dra. Pierra chegou à conclusão de que as doenças venéreas no Sião tinham de ser atacadas na fonte. Uma prostituta podia ser responsável por centenas de casos de doenças venéreas, e havia 10000 prostitutas licenciadas só em Bancoc. Se as moças não se dispunham a procurar о ambulatório quando a doença estava na fase inicial, curável, passaria ela a procurá-las.

Armada apenas de uma pequena sacola preta, com remédios, a Dr." Pierra encaminhou-se para um dos bordéis mais conhecidos de Bancoc. O proprietário pô-la na rua. Aconteceu mais ou menos a mesma coisa no segundo, terceiro, quarto e quinto bordel que procurou. Qualquer pessoa desistiria. Mas a Dr. Pierra entrou num sexto bordel e começou a falar depressa. Uma casa sem doenças não faria mais negócio? O proprietário concordou. Ela podia ficar.

Assim começou a campanha. Para torná-la mais rápida, a Dr. Pierra instalou uma clínica própria, com tratamento a preços acessíveis até aos mais pobres. Não tardou a descobrir que seu salário era insuficiente para financiar as suas atividades, e instalou um pequeno consultório particular de ginecologia e obstetrícia.

Um dia, em 1938, foi entregue no seu consultório um bilhete sem assinatura. Poderia ela encontrar-se com quem escrevia, às quatro horas da tarde, numa certa esquina? Havia um tom de súplica tão desesperada no bilhete, que a Dr. Pierra resolveu comparecer ao encontro. Chegou 20 minutos atrasada e não encontrou ninguém na esquina. Mas, 10 minutos depois, precipitou-se para ela uma moça, que desenrolou uma história conhecida: estava grávida e o rapaz não queria casar-se com ela. Tinha esperança de que a Dr. Pierra fizesse um aborto. Como a doutora não aparecera às quatro horas da tarde, a moça tomara veneno. Agora queria viver. A Dra. Pierra levou-a para o hospital a toda pressa, mas era tarde demais: a moça morreu.

Algumas semanas depois, outra moça pediu para fazer um aborto. A Dra. Pierra explicou que nenhum médico respeitável se prestaria a fazer tal trabalho. Mas, se a moça era repelida pela família, por que não ia morar com a Dra. Pierra e esperar o bebê na sua casa? A Dra. Pierra o adotaria legalmente, e a criança passaria então a ter um nome, o nome da Dra. Pierra Hoon. A moça aceitou reconhecida.

Discretamente correu a notícia de que havia quem estendesse uma mão amiga a moças que até então sempre tinham enfrentado o ostracismo. As moças que esperavam filhos recebiam a melhor instrução possível sobre cuidados e nutrição dos bebês... ajudando outras. Dentro de pouco tempo, a velha casa maltratada transbordava de pequenos Hoon. 67

Furioso, o pai da Dra. Pierra mandou chamá-la. Não bastava que ela tivesse maculado o nome da família fugindo de casa? Pretendia dar o nome honrado da família a toda criança ilegítima do país? A Dra. Pierra achou que o pai tinha razão. Solucionou o problema mudando о seu próprio nome para Pierra Vejjabul.

Começaram a chegar pequeninos Vejjabul na média de um por quinzena. Era preciso arranjar um meio de fazer sair algumas das crianças para dar lugar a outras. Usando toda a sua capacidade de persuasão, a Dra. Pierra conseguiu convencer pais e mães solteiros a visitarem os filhos. Muitos o fizeram-e deixaram falar o coração. Houve moças que readotaram os próprios filhos. Dezenas de pais relutantes chegaram à conclusão de que a vida com a criança e a mãe não seria afinal tão ruim. A Dr. Pierra já per leu a conta do número de casamentos que se realizaram.

O dinheiro é um problema sempre atual; a conta bancária da Dr." Pierra está sempre oscilando perigosamente nas proximidades do zero. Os 18 milhões de cruzeiros anuais necessários para sustentar a sua família consomem toda a renda de sua clínica particular, mais o salário do serviço de saúde. Donativos de simpatizantes da causa ajudam a cobrir o déficit.

Há 25 anos (desde 1940) ela vem pressionando o governo não só para tratar as prostitutas contra doenças venéreas, mas também para reabilitá-las. E não conviria também acabar com a prostituição legalizada? Lentamente соmeçaram a mudar costumes seculares, e em 1961 chegou a um termo a prostituição legalizada.

A Dr. Pierra elaborou então um plano para evitar que as prostitutas voltassem à sua antiga profissão. Como eram em geral moças do campo, analfabetas, que não conheciam outra maneira de ganhar a vida na cidade, era preciso ensinar-lhes um ofício e alfabetizá-las. Relutantes as autoridades concederam verbas para tentar pôr em prática a ideia.

Visitei o primeiro desses centros de reabilitação. As 270 moças que lá se encontram dedicam metade do dia a trabalhos braçais, como o de aterrar terrenos cultiváveis para elevar-lhes o nível e evitar enchentes. O resto do dia elas passam em aulas, aprendendo a ler e escrever e aperfeiçoando-se em ofícios variados. Quando о produto de seu trabalho é vendido, a moça tem direito a 70% do lucro, para constituir um fundo destinado a ampará-la quando sair da instituição. As estatísticas mais acuradas indicam que em cada grupo de 20 moças só uma volta à prostituição.

As portas das faculdades de Medicina, outrora hermeticamente fechadas às mulheres na Tailândia, foram arrombadas pela Dr. Pierra. Há hoje 600 médicas na Tailândia e mais 200 moças estudando Medicina. Um país que já foi hostil às suas ideias sobre amparo às crianças ilegítimas hoje lhes dá entusiástico apoio.

Há pouco tempo (1965) foi concluída uma bonita nova creche para a Fundação Pierra de Amparo à Maternidade e à Infância, montando a 35 000 dólares as contribuições de amigos e do Governo da Tailândia para a sua construção. Dentro de pouco tempo será derrubada a velha e precária casa amarela de estuque.

O mundo tem glorificado a Dr. Pierra por uma vida dedicada às lutas desprezadas pelos outros. A França conferiu-lhe a Legião de Honra; a Tailândia conferiu-lhe a Suprema Ordem do Elefante Branco; os Estados Unidos, a Medalha de Espírito de Realização da Faculdade de Medicina Albert Einstein. Apesar dessas honrarias, o grande dia da vida da Dr. Pierra ocorre todos os anos a 1." de janeiro, que na Tailândia é a data tradicional em que os jovens visitam seus pais e avós. Dezenas de seus filhos voltam carregados de presentes, numa tocante homenagem àquela mulher pequenina que lhes deu sua oportunidade de viver uma vida condigna.

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 14 de julho de 2025 Artur Nogueira SP

 

 


 


 

46

O QUE É PECADO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

LUCAS 17.3

 

Quando Deus deu Sua Lei deixou bem claro que o ALVO da vida não é produzir um BOM COMPORTAMENTO, mas construir um bom e satisfatório RELACIONAMENTO, com Ele, com nossos pais e com todos aqueles que virão a ser o nosso próximo.

Quando Jesus veio à Terra fez questão de explicar que o BOM COMPORTAMENTO deve sempre ser o RESULTADO das boas relações que edificamos com Deus, com nossos pais e com nosso próximo. Jamais o objetivo.

Por isto, o PECADO nunca começa nas AÇÕES e sim nas ATITUDES, nas intenções, desejos e motivações que desenvolvemos em nossas relações, e que com o tempo serão exteriorizadas através de nossos atos.

 

CAIM

O primeiro ASSASSINO da história não começou MATANDO seu irmão.

Desde a infância via Abel como dependente dele, depois um seguidor para enfim imaginar que seu irmão mais novo deveria obedecer-lhe em tudo.

Quando Abel decidiu seguir sua consciência e por isto obedeceu ao que Deus lhe pediu, Caim ficou furioso!

Deus o visitou advertindo-o que se não dominasse suas paixões infames ele fatalmente cometeria o crime já imaginado, o que não demorou muito para acontecer.

Caim só quebrou o sexto mandamento da Lei de Deus porque primeiro relacionou-se erradamente com seu irmão, construiu crenças falsas para sim, para enfim ter um hediondo e inaceitável comportamento.

 

PORTANTO PECADO É SEMPRE UM PROBLEMA PESSOAL: COM DEUS, COM OS PAIS, COM O PRÓXIMO E ATÉ CONSIGO!

 

Ele sempre começa em nossa natureza pecaminosa, contamina todas as nossas relações, e finalmente dá à luz em nossos atos, mas sempre expressos contra alguém!

E nunca é demais repetir: não há vida espiritual naquele que insiste em viver distante das RELAÇÕES.

Todo aquele que se esconde por detrás da desculpa de ser TÍMIDO, ou querer EVITAR PROBLEMAS justifica o injustificável. Fomos feitos para nos relacionarmos, e quando não o fazemos NEGAMOS os planos Fomos feitos para nos relacionarmos, e quando não o fazemos NEGAMOS o propósito de nossa existência, nos empobrecemos e negamos aos outros os dons e talentos que Deus nos confiou para enriquecer a vida de outros.

 

HÁ PESSOAS QUE VIVEM EM PECADO E NÃO SABEM (Será?)

 

Ressentidas com os pais – como o FILHO PRÓDIGO.

O pai era carinhoso, generoso até com os servos e tremendamente solícito às necessidades das pessoas. Mas o filho mais moço era tão ingrato e invejoso do pai que lhe pediu sua herança, mesmo este ainda estando vivo. Recebendo seu dinheiro, foi para o mais distante que pôde de casa, e lá, contrariando toda educação recebida, gastou seu dinheiro com o vício e prazeres nocivos. Tudo porque RESSENTIA-SE com o pai e sua bondade!

 

Magoadas com os irmãos – como OS IRMÃOS DE JOSÉ.

Estes rapazes, apesar de se orgulharem por serem filhos de Abraão e herdeiros da promessa messiânica, eram desobedientes ao pai, envergonhavam-no diante da sociedade, eram cruéis e tão vingativos que podiam a qualquer momento serem mortos pelos vizinhos, e com toda razão. Assim não causa surpresa a forma como trataram seu irmão mais novo, planejando matá-lo, mas depois vendendo-o como escravo tendo a certeza que ele nunca mais voltaria para sua casa. Tudo porque INVEJAVAM o amor que Jacó tinha por José. Invejam também seu caráter perfeito, simétrico, como conseguia dominar seus desejos e ser tão obediente a Deus e ao pai.

 

Odeiam amigos ou companheiros de trabalho por décadas – como Saul odiou Davi.

Saul orgulhava-se por ser o primeiro rei do povo de Deus na Terra, e por isto defendia tanto sua posição. Mas não teve nenhum escrúpulo a partir do momento que imaginou que Davi queria tomar-lhe o trono. Perseguiu, acossou, acusou e difamou seu mais fiel e valente soldado. Tudo porque era VAIDOSO e mesmo sendo inapto para o cargo não queria rebaixar-se a perder o status em que vivia.

 

Murmuram baixinho em seu íntimo contra Deus – como JONAS.

Professam amor ao Criador. Até trabalham direta e exclusivamente em Sua causa. Mas debaixo da capa de devoção e testemunho, desconfiam das intenções divinas. Colocam sempre dúvidas “inocentes” nas decisões do Céu. Argumentam que poderia haver outras maneiras melhores para a solução de tantos conflitos na Terra. Guardam um rancor moderado pelo fato de Deus não os responder como querem, nunca os consultar para tomar decisões importantes, ou sequer levar a sério seus pensamentos sobre as coisas. Na realidade gostariam muito de poder dizer que Deus fez algo bom depois de os ter consultado. Tudo porque são loucos por MANDAREM em Deus e ADMINISTRAREM Seu poder!

 

PECADO É NÃO IR AO SEU PRÓXIMO E RESOLVER-SE COM ELE!

 

Por isto a ordem de Jesus é clara: se você tem problemas com seu irmão, vá e converse com ele. Resolva. Faça de tudo o que te é possível para restabelecer os vínculos afetivos. Se isto acontecer, perdoe-o. peça perdão também. E assim prossiga em sua vida!

Ele foi tão firme nesse princípio que disse claramente que se o crente viesse oferecer-lhe sacrifício, mas em seu coração tivesse algo contra alguém, deveria deixar a ovelha, ir resolver-se com o irmão, e só depois cumprir seu dever religioso! Ele não aceitaria o sacrifício no santuário de alguém rancoroso e mal resolvido com seu próximo!

 

PENSE E SEJA HONESTO CONSIGO MESMO: COM QUEM VOCÊ TEM PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO?

 

OS DISCÍPULOS achavam-se bons e dignos do Céu porque aceitaram e andavam com Jesus. Mas Ele os reprovou dizendo:

OS ESCRIBAS E FARISEUS achavam-se os filhos preferidos de Deus. Mas Jesus os advertiu dizendo:

O FARISEU DA PARÁBOLA julgava-se bom o bastante para desprezar o publicano, a quem via como pecador e perdido.

 

APELO

 

Até encontrar-se com Deus no vau do Jaboque Jacó foi um perdedor, manipulado da mãe, enganador do irmão, decepção ao pai, e um marido abusador das feições amorosas de suas esposas.

Mesmo forçado pelas circunstâncias, Jacó decidiu resolveu suas questões com seu tio Labão dizendo-lhe tudo o que sentia por ser tantas vezes enganado e extorquido por ele. Depois com Esaú, pedindo-lhe perdão, e finalmente com seu pai Isaque, perdoando-o por seu desprezo desde à infância.

Agindo assim tornou-se Israel, o Príncipe, que lutou com Deus e prevaleceu! Essa atitude o credenciou à primogenitura espiritual de sua família.

Será que não é isto que falta para você tornar-se o PRÍNCIPE ou a PRINCESA de deus na Terra?

 

O LEGADO DE NED

EDWARD e DEDI TAYLOR tinham seis filhos, três meninos e três meninas. Quando Dedi ficou grávida outra vez, Ned, de nove anos, mostrou-se extremamente interessado e fez toda espécie de planos para depois da chegada de "meu irmãozinho".

Em agosto de 1964 Jacqui nasceu. "Outra menina!", explodiu Ned. "Para que servem meninas?"

Quando Edward Taylor contou a Dedi no hospital o desapontamento de Ned, ela escreveu-lhe um bilhete: "Querido Ned, sei que você está desapontado, mas não somos nós que decidimos se a criança vai ser menina ou menino. Isso está nas mãos de Deus. Pense na nossa sorte de termos um bebê normal e sadio. E sendo você o mais velho dos garotos, talvez seja a hora de ter uma missão especial. Quer encarregar-se de Jacqui, ser o protetor especial dela? Assim, quando ela for ao jardim da infância, nenhum valentão vai querer bulir com ela, pois basta ela ameaçar contar a você. Vamos conversar sobre isso quando eu estiver com você."

Quando Jacqui chegou em casa, todos os irmãos e irmãs estavam ansiosos para pegá-la no colo, dar-lhe de comer, falar com ela - todos menos Ned, que ficou olhando de longe.

Ned estava no quinto ano primário e começava a levar uma vida mais ativa: entregava jornais numa zona da cidade, acampava com os escoteiros, cantava no coro, estudava piano. Praticava esportes, fazia os deveres de casa, montava modelos de aviões. Pouco tempo sobrava para meninas, sobretudo uma bebezinha que não sabia nada.

Mas a curiosidade de Ned começou a levá-lo ao quarto do bebê. "Por que ela chora?", perguntava. Prontificou-se a acalentá-la.

Quando Jacqui estava aprendendo a andar, era em direção a Ned, seu irmão grande, que ela dirigia seus passos incertos. Era para ele que ela arrastava seu carrinho quando queria sair de casa. Era no colo dele que ela trepava para batucar no piano. Encantado, Ned achava graça e sentia-se cada vez mais responsável por ela. Em 1967, quando Jacqui tinha quase três anos, Ned adoeceu.

Para ele o ano começara radioso. Seu mais ardente desejo era educar profissionalmente a voz, mas a família não tinha recursos para isso. Em março ele ganhou em concurso uma bolsa para o curso de verão da Соlumbus Boychoir School. Ao fim do curso foi eleito "o melhor menino do coro" e premiado com uma bolsa de estudo de 1.500 dólares para o sétimo ano da escola. Ele ia entrar para o famoso coro "Meninos Cantores da América", e participaria de excursões pelo mundo.

Pouco antes de sua partida para a escola a família organizou um churrasco no quintal. Foram horas de felicidade e de tristeza, de orgulho mesclado com a consciência da separação iminente.

Ned estava cuidando do fogo quando Dedi notou que o branco dos olhos dele tinha estrias amarelas. Toda a família ajuntou-se ao redor dele, alguém providenciou um espelho para Ned também ver. Ele repuxou as pálpebras e disse: "Ei! Estou virando chinês!" Os irmãos e irmãs riram.

Um exame de sangue revelou hepatite, e o médico mandou Ned para a cama, isolado do resto da família. Mas ao mesmo tempo assegurou aos pais que graças à natural boa saúde e vitalidade do garoto, ele estaria recuperado ainda em tempo de ir à escola.

Um dos Taylor ficou encantado com a situação Jacqui. Assim ela e o irmão maior iam ficar juntos o tempo todo. É verdade que não podia entrar no quarto dele, mas de longe eles podiam conversar e rir. A pele de Ned foi assumindo uma tonalidade amarelada e ele tomou o nome de Foo Yong, e de vez em quando ele sacudia a porta e bradava para Jacqui, que ria a valer: “Abri as portas do templo!"

Quando chegou o dia do terceiro aniversário de Jacqui ela exigiu que a festa fosse feita no corredor em frente ao quarto dele.

Ned começou a parecer "grávido", o que deu origem a nova hilaridade entre os irmãos. Mas o médico não achou engraçada a "gravidez"; êle disse que era ascite, acumulação de líquido no abdome, e que Ned precisava ser hospitalizado.

Jacqui ficou desolada. As "portas do templo" se abriram e Foo Yong foi embora. Apesar da presença de todos os outros irmãos e irmãs, do pai e da mãe, a casa estava vazia.

No centro Médico Columbia-Presbiterian, num arranha-céu de Nova York, Ned não era mais um potentado oriental cercado de súditos afetuosos; de um momento para outro ficou sendo um menino muito pequenino engolfado numa azáfama impessoal entre instrumentos de frio brilho. Depois de vários dias de exames os médicos só podiam dizer com certeza que o rapaz estava gravemente doente de uma forma de hepatite, o fígado mal exercendo ainda sua função

- Quanto tempo vou ficar aqui, mãe? - perguntou Ned.

- Só até ficar bom-respondeu а mãe.

- Quando é que Jacqui vai para o jardim da infância? - perguntou ele, depois de pensar um momento.

- Ainda demora uns dois anos.

- Acho uma boa ideia eu ir com ela no primeiro dia disse.

- Muito boa ideia - concordou a mãe.

Ned foi colocado na sala de tratamento intensivo, onde estava sempre ligado a alguma coisa-tubos para alimentá-lo, para transfusão de sangue, para drenar fluido. Os dias viraram semanas, as semanas meses, enquanto ele ia passando por uma crise depois da outra. Mas através de tudo aquilo ele não perdia o bom humor, mostrando vivo interesse clínico por tudo quanto acontecia, fazendo intermináveis perguntas aos médicos e enfermeiras. Todos os dias, quando os pais o visitavam, ele apresentava um relatório médico objetivo das 24 horas precedentes, quase como se ele fosse o médico e não o paciente.

Uma única vez desmoronou-se sua fachada alegre. Foi no começo do terceiro mês. "Estou cansado de estar doente", disse ele. "Eu gostaria de me apressar, de acabar com isso." Imediatamente arrependido, porém, acrescentou: "Não se preocupe, mãe. As coisas sempre acabam bem..."

Mas a essa altura os pais compreenderam que as coisas não iam acabar bem. Os médicos simplesmente não sabiam o que estava destruindo o fígado do menino. Ned faleceu às 3:30 da manhã do Dia de Ação de Graças, em 1967. Frustrados, os médicos pediram permissão para realizar uma autópsia, o que foi concedido.

Só um ano e meio após a morte de Ned foi que a família começou novamente a acreditar na vida, e aí chegou uma carta ameaçando outro golpe destruidor. Era de um homem do qual nunca tinham ouvido falar, mas que parecia conhecer muito bem a família: o Dr. I. Herbert Scheinberg, da Escola de Medicina Albert Einstein de Nova York. Escrevia ele que sabia do que Ned tinha morrido e que havia a possibilidade de vir о mal-conhecido como doença de Wilson - a ocorrer em outro filho dos Taylor. Assombrados, os pais leram várias vezes a longa carta antes de compreendê-la plenamente.

O Dr. Scheinberg e uma equipe de pesquisadores dedicavam-se ao estudo dessa rara doença hereditária. Tecido retirado por ocasião da autópsia de Ned fora enviado ao Dr. Scheinberg, que agora confirmava ter o menino morrido da doença de Wilson.

As pesquisas revelaram que essa doença, consequente do envenenamento pelo cobre, só ocorre em crianças que herdam um par de genes defeituosos. Tanto o pai como a mãe devem ser portadores do gene raro e, embora não adquiram qualquer doença por isso, os filhos podem contrair a doença de Wilson. As probabilidades de dois adultos assim se casarem são de uma em 40.000, mas acontecera no caso dos Taylor. Não está dito que pais nas condições citadas tenham necessariamente filhos com o defeito, mas era mais do que provável ter um dos filhos sobreviventes dos Taylor herdado um gene imperfeito de cada um dos pais. O Dr. Scheinberg recomendou com insistência um exame de sangue de todos eles, o chamado "teste de ceruloplasmina", que denuncia a presença de um importante indício da doença de Wilson.

Isso foi feito imediatamente, e no dia seguinte o Dr. Scheinberg informou que cinco das crianças estavam livres da doença, mas havia fortes indícios de que uma delas a tinha: Jacqui. Pediu aos Taylor, desesperados ante a possibilidade de perder mais um filho, que levassem Jacqui para uma série completa de testes. Estes confirmaram que Jacqui de fato era portadora da doença de Wilson e que estava se acumulando cobre em seu fígado; mas os médicos também puderam determinar que ainda não havia danos irreparáveis. Fora recentemente criado um método de tratamento. Se Jacqui tomasse quatro cápsulas por dia de um certo medicamento, e mantivesse um regime especial, o excesso de cobre em seu organismo podia ser eliminado, estabelecendo-se o equilíbrio. Seria possível ela ter uma vida normal.

Durante o trajeto de volta para casa, Jacqui dormia enquanto seus pais falavam em voz baixa sobre sua salvação da morte.

- Foi Ned que a salvou, sabe? - disse Edward. - Se não fosse a autópsia a doença dela não teria sido diagnosticada em tempo.

Dedi permaneceu algum tempo em silêncio.

- Lembra-se da carta que escrevi a Ned pedindo-lhe que cuidasse de sua irmãzinha? perguntou depois.

- Lembro-me - disse Edward.

E aqui termina a história tal como Dedi Taylor a contou a mim. Alguns meses mais tarde, porém, recebi uma carta na qual ela me falava de uma visita que fizera com Jacqui ao túmulo de Ned.

"A tristeza e uma sensação de perda sempre me acompanharão", escrevia ela. "Mas naquele dia com Jacqui - os raios do Sol brilhando sobre seus longos cabelos, pernas vigorosas curvadas enquanto ela se concentrava em cavar uma cova para um pé de crisântemos - senti o doce e triste contentamento que vem da aceitação, de ter chegado a um acordo com a vida. O sacrifício fora completado. Ned estava mesmo fazendo bem o seu trabalho."

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 15 de julho de 2025 Artur Nogueira SP


 

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O QUE É SALVAÇÃO?

Marcelo Augusto de Carvalho

 

TOPO

 

LUCAS 15.24

 

Vamos às 3 principais definições que a Bíblia apresenta sobre a SALVAÇÃO!

 

1 NA BÍBLIA SALVAÇÃO É ESTAR PERDIDO E SER ENCONTRADO

 

ADÃO E EVA – DEUS

Eva achou que desconfiando de Deus e de Sua sabedoria seria elevada a um nível muito superior. Ao comer do fruto logo percebeu quanto caiu em sua santidade e perfeição. Veio a vergonha e o desespero.

Mas Deus vou atrás do casal perdido, os encontrou oferecendo-se como a única solução e prometendo morrer por eles, para que um dia pudessem voltar ao Éden e à comunhão com Ele. Gênesis 3.

 

LÓ – ABRAÃO

Afastou-se achando que estaria mais seguro e melhor em Sodoma. Isto o tornou mais vulnerável até ser capturado e levado para ser escravo.

O tio, arriscando sua vida e a de todos os seus servos, salvou-o de sua sorte e ainda lhe devolveu tudo o que amava, bens e família. Mesmo assim Ló escolheu viver longe, distante.

O tio continuou buscando-o. Quando Sodoma foi condenada pelo Céu, Abraão intercedeu por Ló, sendo buscado, tirado e protegido da destruição pelos anjos.

Ele poderia ter voltado a viver com o tio, tão benevolente. Mas escolheu agora isolar-se do mundo, morando em uma caverna. Sua reclusão abriu as portas ao pior. Suas filhas o embebedaram, incestaram com ele gerando filhos, que no futuro se tornaram tão maus que geraram nações infiéis às quais deus precisou castigar severamente. Gênesis 13, 14, 19.

 

ISRAEL – MOISÉS

Desceram ao Egito para salvarem-se da fome. Acabada a seca era para terem voltado à Canaã, mas ficaram pelo Egito. Veio a escravatura. Era tão severa que eles se sentiam desprovidos de qualquer capacidade para se salvarem.

O Senhor ouviu seus gemidos, enviou Moisés, e por ele os libertou. Levou-os ao deserto, ao Sinai, para que por quase dois anos tivesses uma profunda experiencia de intimidade com Ele, Seu reino e suas leis. Êxodo 1-32.

 

2 NA BÍBLIA SALVAÇÃO É VIVER COM QUEM TE SALVA

 

ABRAÃO

Deus convidou este grande homem à Sua intimidade. Disse claramente: “Ande na minha presença e você será perfeito”. Gênesis 17.1.

 

JACÓ

Mesmo depois de ter enganado seu pai e seu irmão e roubado o direito à primogenitura, Deus o buscou na estada a Padã-Arã, oferendo Seu perdão, prometendo que seria seu Deus e protetor.  Gênesis 29.

 

3 TAMBÉM É VIVER COM QUEM DEUS SALVA

 

RAABE

Reconhecendo as ações divinas na história e entre os povos, essa mulher perdida em seus pecados decide ser salva por Deus, e pede uma chance aos seus representantes na Terra. Renega sua cidadania, abandona seus usos e costumes, assume os princípios do reino do Céu e decide morar entre os israelitas.

Seu exemplo de vida é tão marcante que Salmon, um dos líderes em Israel, casa-se com ela, dando-lhe um lugar prestigioso em Israel.

 Por isto é honrada pelo Céu, entrando na linhagem messiânica, sendo uma das ancestrais de Jesus Cristo. Josué 2.

 

RUTE

Mesmo nascida em uma cultura idólatra, Rute, agora viúva, decide deixar para trás tudo o que aprendera e vivera para viver com sua fiel sogra entre os hebreus, seguir os mandamentos de Deus dedicando sua vida a Ele. Não havia nenhuma garantia de prosperidade ou sequer sustento diário. Mas Deus a exaltou, sendo remida por um parente de seu falecido esposo. Também recebeu a honra de um casamento digno, tornou-se a bisavó do maior rei de Israel, Davi e uma das ascendentes de Jesus! Rute 1-4.

 

O QUE APRENDEMOS ENTÃO?

 

Nas três parábolas de Lucas 15 Jesus ensinou que o pecado acontece quando QUEBRAMOS o relacionamento com Ele, com nossos pais e com o próximo, e que a salvação ocorre quando o RESTABELECEMOS. Na parábola do filho pródigo, Jesus mostrava que a salvação envolve o reencontro com o nosso verdadeiro eu.

 

Tudo porque os BONS RELACIONAMENTOS são o REMÉDIO de Deus para nossa vida. Alimentam nossas necessidades emocionais, curam nossas dores, nos completam em nossas carências, estimulam nossa inteligência, desenvolvem nossos dons e capacidades, além de nos prepararem para viver na comunidade do Céu!

Jamais seremos psicologicamente saudáveis se não nos buscarmos relações saudáveis. Precisamos viver LIGADOS aos outros para sermos minimamente plenos. Assim curamos a nós e aos outros dos terríveis efeitos que do pecado.

 

E em toda relação que construirmos, um princípio deve nos nortear: uma alma perdida é ENCONTRADA e não consertada!

 

LOUCURA = DISTÂNCIAMENTO

 

O filho pródigo nos ensina que espiritualmente, loucura é estar LONGE do pai, das pessoas, de si mesmo!

Qualquer pessoa em qualquer tempo e lugar pode passar por isto.

 

ABSALÃO

Era belo, inteligente e muito sagas. Alimentou-se tanto de sua vaidade que, ainda bem jovem, construiu um TÚMULO para si. Tinha tanta certeza que era “o pão do Céu descido à Terra” que em vez de deixarem as pessoas reconhecerem seu valor depois de sua morte, ele mesmo o fez em vida e do jeito que ele gostaria de ser lembrado. Haja autoproclamação, hein?

Tornando-se cada vez mais ensimesmado VINGOU a honra de sua irmã Tamar matando seu meu irmão Amnom por tê-la violentado. Parece nobre, mas o fez de forma espetacular: convidou todos os seus irmãos para um banquete e de forma pública e exibicionista matou-o. O efeito de tal ato não foi a justiça, mas o desespero de toda a casa real. Tanto que ele fugiu e foi morar com seu avô em outro país.

Tempos depois voltou a Israel, apenas para roubar o coração do povo, elaborar planos e tomar o trono das mãos de seu pai.

Como se isto já não fosse insano, seguiu o costume das nações vizinhas; para mostrar desprezo, supremacia e total rompimento com o pai e toda a família, levantou uma tenda no terraço do palácio e à vista de todos possuiu as concubinas do pai.

Por fim, morreu sozinho num bosque, pendurado pelo pescoço, flechado por dardos certeiros e enterrado numa vala comum cheio de pedras por cima, que em sua cultura só era reservado aos piores da sociedade.

 

SAUL

Recebeu o privilégio de ser escolhido para ser o primeiro rei de Israel. Amou tanto o CARGO que para protegê-lo foi afastando-se de tudo e de todos. Essa atitude o ENLONQUECEU tornando-o paranoico, insensível em suas ordens governamentais e desmedido na condução militar.

Um dia, em meio à guerra, ordenou que o solado que comesse algo durante todo o dia seria morto. Queria que ao vencer a batalha todos o exaltassem como um grande estrategista e um privilegiado do Céu. Que tolice: se tem um momento que o soldado mais precisa se alimentar é quando mais usará a força física!

Jônatas, seu filho e príncipe, não ouviu a ordem, e obviamente comeu um pouco de mel. Para manter sua palavra Saul ordenou que fosse morto! O exército não o permitiu.

Depois perseguiu por mais de uma década seu mais destacado e fiel soldado, Davi, aquele que não somente venceu Golias, mas em toda guerra vencia seus inimigos a serviço e a benefício do reino.

Saul terminou seus dias da forma mais lamentável: sozinho, alienado da realidade, nas mãos do inimigo de Deus, tirando sua própria vida por não suportar mais viver para si mesmo.

 

JUDÁ

É um exemplo que terminou bem.

Começou mal, separando-se de seu pai e seus irmãos, ir vivendo no meio dos infiéis cananeus. Lá casou-se. Criou muito mal seus filhos, tanto que dois deles Deus os matou.

Suspeitando que sua nora, Tamar fosse a causadora desses óbitos, negopu-lhe o direito de pela lei casar-se com seu filho mais novo, dando-o a outra esposa.

Viúvo, viu uma prostituta à porta da cidade, dormiu com ela e pagou-a. Meses depois soube que sua nora estava grávida sem ser casada. Ofendido, ordenou que fosse apedrejada para limpar a desonra de sua família. Facilmente ela provou que ele a havia engravidado naquele encontrou às escondidas à porta da cidade.

Arrependeu-se de seu ato, tomando-a por esposa, honrando-a criando seus filhos e dando-lhe as honras e a herança merecida aos filhos. Voltou a morar com seu pai e irmãos, liderando-os na descida ao Egito por causa da fome, defendendo Benjamim e assim mostrando a José o quanto ele e seus irmãos haviam se convertido, pela graça de Deus.

Judá tornou-se o filho escolhido para receber a primogenitura; dele vieram os principais reis de Israel, o maior de todos Davi, e Jesus, o Salvador do mundo!

 

APELO

 

Você está distante? De quem?

Saiba que Deus é LOUCO por salvá-lo(a). Deixe-o trazer-te de volta aos Seus braços.

Deixe-o RESTABELECER as relações rompidas ou sequer construídas com seus pais, amigos, filhos ou conhecidos.

Abandone seu TEMPO DE LOUCURA!!!

Afinal de contas, Ele veio buscar o que se havia perdido, VOCË! Volte para casa!

O MEU MÊS PERDIDO DE LOUCURA

Num certo dia frio de março, senti que havia algo esquisito quando caminhava rumo ao meu trabalho no New York Post. O céu estava tão azul que fazia doer os olhos. Os outdoors da Times Square me atacaram com vermelhos, amarelos e roxos violentos. Era como se o mundo tivesse ficado mais vibrante, mais barulhento, mais doloroso. Quando cheguei à redação, perguntei a uma amiga:

- Já se sentiu como outra pessoa?

- Claro. - Ela riu. - Raramente me sinto como eu mesma.

Ri também, mas por dentro estava preocupada. Eu era uma moça saudável de 24 anos, com um novo namorado e começando uma carreira. Ultimamente, porém, vinha sentindo dormência e formigamento no lado esquerdo do corpo e a cabeça meio "desligada".

Numa sexta-feira, desmoronei. Estava redigindo um texto quando comecei a chorar histericamente, sem motivo. Os colegas de trabalho se reuniram, tentando entender o que acontecia. Momentos depois, enxuguei os olhos e saí dando pulinhos, eufórica. Naquela noite, entrei em pânico. Estaria enlouquecendo?

Consultei um neurologista, que me mandou fazer alguns exames, inclusive duas ressonâncias magnéticas. Nada. "Talvez seja mononucleose", sugeriu ele. "Ou um vírus."

Então ele disse que faria outros testes e fui para casa ficar com meu namorado. Mais tarde, ele me contou que comecei a ranger os dentes, a gemer e morder a língua, até que desmaiei.

Foi a primeira crise convulsiva. E a última coisa de que me lembraria durante um mês. O restante só sei por causa do que contam minha família, meu namorado e os amigos.

Embora a tomografia não mostrasse nada, meu comportamento era cada vez mais esquisito. "Estou morrendo por causa do melanoma", disse ao meu namorado. (Cinco anos antes eu fizera um tratamento bem-sucedido para um melanoma.) Comecei a falar em processar os médicos e a imaginar que eles vinham me pegar.

Mas, mesmo após as convulsões e os delírios paranoicos, o neurologista não parecia preocupado. "Provavelmente é abstinência de álcool", alegou. Estava convencido de que eu era alcoólatra, mas eu raramente bebia.

Minha família, então, resolveu me levar para a casa de minha mãe, onde continuei a piorar.

Não conseguia mais dormir. Eu me recusava a comer. Não controlava os pensamentos incoerentes. Convenci-me de que era bipolar e que estava sofrendo um colapso nervoso.

Então tive uma segunda convulsão. Sangue e espuma escorreram da minha boca no tapete oriental da sala.

Arrasada, minha mãe me levou para passar a noite na casa do meu pai. Os delírios pioraram. Comecei a bater na porta trancada, berrando: "Me tirem daqui!" Imaginava que meu pai tinha matado sua mulher.

No dia seguinte, minha mãe, meu padrasto e meu namorado me levaram de volta ao neurologista para fazer um eletroencefalograma. No caminho, abri a porta do carro e tentei saltar. Meu namorado me segurou e meu padrasto acionou a trava das portas. Gritei até chegarmos ao médico.

Horrorizados com minha paranoia crescente, e apesar da hesitação do neurologista, minha mãe e meu padrasto decidiram ir ao Centro Médico Langone da Universidade de Nova York. Lá, enquanto esperava um leito, tive a terceira convulsão e fui levada para o setor de epilepsia. Os enfermeiros colaram sensores de eletroencefalograma na minha cabeça e fui monitorada o tempo todo por câmeras no teto.

Por duas vezes arranquei os eletrodos da cabeça, puxei o cateter do soro intravenoso, deixando o sangue jorrar da veia, e corri aos berros pelos corredores. Os enfermeiros me seguraram e me deram um sedativo. Hoje é difícil ouvir as coisas em que acreditei durante a loucura. Quando ligava a TV, eu me imaginava no noticiário e pensava que furgões com parabólicas, de todas as grandes redes, estavam acampados diante do meu quarto no hospital. Achava que minha colega de quarto gravava minhas conversas e falava de mim com a família em outro idioma.

Duas semanas se passaram. Todo dia, novos médicos apareciam para me ver: clínicos gerais, especialistas em doenças infecciosas ou em sistema imunológico, psiquiatras e psicofarmacologistas. Pediram ressonâncias, ultrassonografias, radiografias, tomografias por emissão de pósitrons e uma infinidade de exames de sangue. Todos com resultado negativo. Ninguém conseguia uma resposta.

Meu pai vinha pela manhã e me servia o café. Minha mãe vinha à tarde, е, à noite, meu namorado ficava comigo até eu adormecer. Nunca faltaram um dia sequer.

Meu pai rezava. "Pedi a Deus que me levasse, ali, naquela hora, ou fizesse comigo o que quisesse, desde que Susannah fosse curada", escreveu no seu diário.

Os delírios paranoicos começaram a se reduzir quando aumentaram a dose de ziprasidona e lorazepam, mas meu estado geral piorava. Não conseguia mais ler. Minha língua se enrolava, falar era complicado e passei a ter dificuldade para andar. Os amigos estavam alarmados com meu estado passivo e incoerente.

Os médicos começaram a falar de um especialista chamado Dr. Souhel Najjar. "Ele conseguiria descobrir o que é isso", disseram. Chegaram a apelidá-lo de Dr. House. Minha mãe pediu para falar com esse médico e, depois que duas punções de líquido raquidiano revelaram uma contagem elevada de leucócitos, o que indica inchaço do cérebro, o caso foi oficialmente transferido para o Dr. Najjar, neurologista, neuropatologista e epileptologista do Centro Médico da Universidade de Nova York. Minha família se animou com o Dr. Najjar. Ele segurou minhas mãos e disse: "Vou descobrir o que você tem e dar um jeito." Então me deu lápis e papel, e pediu: "Desenhe um relógio."

Peguei o lápis e fiz um círculo. Sentindo-me um pouco confusa, desenhei o fundo do relógio.

Meus pais ficaram boquiabertos.

Todos os números estavam escritos no lado direito do relógio, sem nenhum no lado esquerdo.

O Dr. Najjar agora tinha cinco pistas: convulsões, catatonia, pressão alta, contagem elevada de leucócіtos no líquido raquidiano e o relógio esquisito. Eram provas preliminares de que o lado direito do meu cérebro (que controla o lado esquerdo do corpo) estava inflamado. Ele achava que eu tinha algum tipo de encefalite autoimune: um inchaço do cérebro causado por um ataque de anticorpos malcomportados.

Para confirmar o diagnóstico, ele mandou amostras do meu sangue e do líquido raquidiano para Josep Dalmau, neurologista da Universidade da Pensilvânia, mas teríamos de esperar duas semanas pelo resultado. Enquanto isso, o Dr. Najjar pediu uma biópsia do cérebro.

No dia seguinte, fui levada à UTI. Lembro-me de abrir os olhos enquanto os cirurgiões cortavam meu cérebro e dizer algo como "estou acordada". E de o anestesista me olhar e murmurar: "M***а!"

Minha mãe acha que foi apenas mais uma alucinação. Para mim pareceu muito real, mas não posso confiar na minha mente.

Depois da cirurgia, o exame de sangue e de líquido raquidiano revelou anticorpos raros chamados antirreceptores de N-metil-D-aspartato, ou antirreceptor de NMDA. O nome significa que os receptores do lobo frontal (responsável pelo raciocínio cognitivo superior) e dos lobos temporais (considerados o centro emocional do cérebro) são atacados pelo sistema imunológico. Meu corpo atacava meu cérebro.

O Dr. Dalmau descobriu e batizou esses anticorpos em 2007. Até então, quem sofria com a mesma loucura que eu recebia diagnósticos errados e acabava internado em hospitais psiquiátricos, quando não morria. Os especialistas não têm certeza da causa da encefalite associada ao antirreceptor de NMDA, embora acreditem que seja provocada por uma combinação de tendência genética com algum gatilho ambiental. De acordo com os estudos do Dr. Dalmau, a doença surge por volta dos 20 anos, e cerca de 75% das vítimas são mulheres. Todas mostram formas de comportamento psicótico; algumas apresentam catatonia. Cerca de 80% têm convulsões.

O Dr. Najjar estimou que, na época da minha internação, quase 90% dos casos não eram diagnosticados. Na verdade, fui a primeira no Centro Médico Langone da Universidade de Nova York a receber o diagnóstico da doença. O Dr. Najjar não perdeu tempo para me tratar. Primeiro veio a imunoglobulina intravenosa, que reduz os "anticorpos ruins" que atacam o cérebro. Depois, uma dose elevada de esteroides para reduzir a inflamação. Finalmente, ele utilizou uma máquina de plasmaférese, que extrai os anticorpos prejudiciais por meio de um cateter intravenoso no pescoço.

O tratamento inicial durou cerca de uma semana e logo recebi alta. Seis meses depois, ainda tomava esteroides, mas pude voltar ao trabalho. Dali a um ano, os médicos disseram que eu estava 100% recuperada. Agora, ao folhear o diário do meu pai, parece que leio sobre uma estranha.

"Eu só sabia que ela estava viva e seu espírito, intacto", escreveu ele no fim, palavras que me provocam lágrimas. "Tivemos de lidar com mais internações, consultas médicas e muitos medicamentos, mas minha garotinha estava a CAMINHO DE CASA!"

 

 

Marcelo Augusto de Carvalho 16 de julho de 2025 Artur Nogueira SP

 

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