
41 O QUE É ESTAR PERDIDO? – 1 Reis 19.18
42 O QUE É PECAR? – Lucas 8.41-56
43 O QUE É ARREPENDIMENTO? – Gênesis 19, Josué 6
44 O QUE É CULPA? – Mateus 26 e 27
45 O QUE É BOM COMPORTAMENTO? – Mateus 5.48
46 O QUE É PECADO? – Lucas 17.3
47 O QUE É SALVAÇÃO? – Lucas 15.24
41
O QUE É ESTAR PERDIDO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
1 REIS
19.1-18 - Elias na caverna.
MURO DE DEFESAS
Vivia
recluso e absolutamente desconhecido em TISBE, próxima ao rio Jaboque, região de Gileade, onde hoje é a Jordânia.
Depois
que dá sua mensagem de advertência ao rei Acabe, isola-se junto ao ribeiro de
Querite.
Constrói
um muro de defesas, como um castelo medieval, e fosso ao seu redor cheio de
jacarés, para garantir sua autoproteção.
Assim
impede que os outros entrem, e que ele saia, mantendo
todos aprisionados em sua dimensão.
Age
como se estivesse absolutamente certo do que quer. Sendo assim não sobra
energia para construir coisas melhores para sua vida.
PERTO, MAS DISTANTE DE TODOS
Andava
por todo Israel. Viajou ao exterior para ser alimentado pela viúva de Sarepta. Mas no fundo, vive sozinho.
A
verdade interior é que se ressente de sempre estar sozinho.
Para
não sofrer uma solidão ainda maior, cura suas feridas mantendo-se isolado.
Agora,
ali sozinho na caverna, sua vida parece não ter significado porque não acredita
em nada maior do que ele mesmo!
PARANÓIAS
O que
sobra na vida para alguém distante dos outros? O MEDO!
Sua
paranoia era de todos os que habitavam em Israel: de Acabe, de Jezabel, dos profetas de Baal, dos adoradores de Astarote, dos líderes da nação que eram infiéis, e de
qualquer um que queria entregá-lo para receber uma recompensa.
O medo
de que as nossas necessidades não serão satisfeitas, nem por Deus, nem pelos
outros, nos levam a usar todos os mecanismos de defesa à nossa disposição para
evitarmos tamanho caos pessoal.
O
problema é que, no nível de psicopatologia, esses mecanismos ao nos afastarem
dos outros nos afastam de nosso verdadeiro EGO.
SENTIMENTOS NEGATIVOS A RESPEITO DE TODAS AS PESSOAS
“Só eu
fiquei!” Desapontado, com todos: amigos, líderes, parentes, e até Deus!
Deixou
de acreditar nas pessoas.
Os
outros se tornam seus adversários.
As
pessoas passaram a serem vistas como competidoras em todos os aspectos da vida.
Nesse
jogo interminável, precisava saber se não estava sendo enganado.
Elias
era um home de sucesso inigualável. Havia predito a seca, e ela havia
acontecido já por 3 anos e meio. Prometeu à viúva de Sarepta
que não lhe faltaria azeite na botija nem farinha, e isto aconteceu por anos. A
alguns dias ele havia tido um sucesso estrondoso: orara a Deus por uma
manifestação clara do poder e da presença de Deus sobre o Carmelo, e havia
recebido a resposta, por fogo do Céu, queimando o sacrifício, as pedras do
altar e lambido a água ao redor. Além disso, por sua oração veio chuva sobre
Israel, que já não caía por 3 anos e meio.
O
problema é que sem ter com quem dividir a vida, o prazer de qualquer sucesso
passa muito rápido. Sobra a velha e temida solidão!
SOLUÇÃO DE DEUS PARA ELIAS
Você
precisa relacionar-se com pessoas!
Volta
o teu caminho – não evite contato com seu Inconsciente!
Unge Hazael, rei da Síria – relação com os de fora, os
diferentes.
Unge Jeú, rei de Judá – relação com os de dentro, seus iguais.
Unge
Eliseu como profeta – legado, eduque alguém, seja referência.
Conservei
7 mil fiéis – olhe e encontre pessoas tão fiéis ante as provações como você.
APELO – Mateus 10.39
Qualquer
ser humano pode alimentar o EGOÍSMO, seja por motivos de prazer pessoal, usando
as pessoas para chegar a um objetivo, ou evitando-as.
No
aspecto espiritual da vida, necessitamos de um profundo, diário e permanente
relacionamento com Deus para sermos completos, plenos.
No aspecto
psicológico e emocional, dependemos de bons relacionamentos com os outros para
termos saúde mental.
Só
temos saúde espiritual e emocional quando nos relacionamos com Deus e com o
próximo.
Estamos
em pecado, doentes e em declínio quando nos separamos de Deus e nos isolamos
dos outros. Não importa se somos da igreja” ou do “mundo”. Se rompemos nossos
relacionamentos, quebramos a ética divina, não temos onde exercer a Lei de
Deus, não temos como crescer como pessoas, portanto estamos em PECADO!
SAIA
da caverna, vá em direção a Deus e aos outros. Revele-se. Ouça os outros. Isto
o fará sentir-se pleno, completo, cheio da presença das pessoas em você!
O DIA EM QUE NOS TORNAMOS IRMAOS - Albert
Dibartolomeo
Minha mãe,
achando que eu precisava de mais estrutura e de modelos masculinos,
matriculou-me no internato Milton Hershey.
Naquele
dia, em fevereiro de 1964, sentia um nó na garganta, que se apertou quando
nosso carro se aproximou da escola. Falava comigo mesmo, vezes e mais vezes: “Seja
valente, seja o homem que deve ser, agora que seu pai morreu”. Na verdade, eu
tinha bem pouca ideia de como ser um homem, a não ser a de que era preciso agir
de forma impassível. Não protestei, embora cada fibra de meu corpo resistisse
àquela viagem. O que seria de minha vida? Como os outros meninos me tratariam?
Quando
chegamos, mamãe e eu visitamos a casa impecavelmente asseada. Alojava 16
garotos de minha unidade, com um apartamento para o casal de pais postiços.
Minha mãe ficou para trás enquanto me mostravam O quarto que dividiria com
outro menino.
Ao
voltar, a sala estava vazia.
- Onde
está minha mãe? - perguntei.
- Ah,
ela já foi - revelou alguém.
Foi
embora? Senti minhas pernas bambas. Depois, soube que o supervisor da escola
tinha insistido para que cla saísse "de
fininho", sem se despedir, para evitar cena.
Passei
a tarde no meu novo quarto. Quando os meninos voltaram das aulas, foram me ver.
-
Puxa, mas você é baixinho - disse um garoto.
- Não,
Lee. Ele é pequenino.
-
Vamos chamá-lo de Formiga – decidiu Lee.
- Não,
Micróbio é melhor.
-
Gosto desses olhos que ele tem a mais - disse outro, apontando para meus
óculos. – Quem sabe a gente deva chamá-lo de Olhos de micróbio?
E com
isso eles se foram, para fazer os deveres. Depois do jantar, tínhamos uma hora
livre até a etapa de estudos. Peguei um livro e comecei a ler, mas Jim, meu
companheiro de quarto, interrompeu-me:
- Tem
algo que deve saber se não quiser que riam de você. Podem lhe pedir para pegar
um balde de vapor ou uma chave inglesa de canhoto. Sua escova de dentes pode
desaparecer. Ah, e é bom estar sempre com os óculos bem à vista.
-
Obrigado pelo aviso.
Ele
deu de ombros.
- E
provavelmente vai ter de brigar com alguém em breve, se não desejar ser tratado
como lixo.
Fiquei
ali quieto, absorvendo o que ele havia dito. De repente, Jim perguntou:
- Foi
seu pai que morreu, certo?
- Foi.
-
Ninguém vai querer saber disso.
Naquela
noite, fiz o possível para não chorar. Não adiantou.
As
previsões de Jim estavam certas. Entrei numa briga quando dois garotos
começaram a jogar bola com meus óculos. Furioso, meti a cabeça na barriga de um
deles e passamos a nos esmurrar.
Nunca
falei de meu pai, e ninguém me falou dos pais ou mães que tinham perdido. O
código tácito dos meninos do internato Hershey não era a simples negação do
sentimento, mas a negação de que nossos pais mortos tivessem sequer existido.
Um dos
jogos preferidos pelos garotos era o de agarrar o adversário (como no futebol
americano). Arremessavam a bola no ar e quem apegasse tentava correr
diretamente por entre os outros, sem ser derrubado. Aquilo era um pretexto
para, propositadamente, chocar os corpos uns contra os outros, com o principal
objetivo - descobri mais tarde de amenizar nossa frustração e raiva. No fim
daquela primavera, o senhor e a senhora Carney
passaram a ser encarregados de nossa casa e soltaram um pouco as rédeas. No
entanto, as tarefas não eram mais cumpridas como antes. Além disso, alguns
garotos se mostraram grosseiros com o casal.
A
reação do senhor Carney foi convocar uma reunião em
que os meninos pudessem desabafar suas queixas e os Carneys
explicar o que esperavam de nós. Para mim, os Carneys
não eram o "inimigo", e sim pais substitutos que realmente se
interessavam por nós. Durante a reunião, comentei: "Se há algum problema,
é que os Carneys são bons demais. E alguns de vocês
estão se aproveitando disso."
Fui
logo esnobado pela turma. Para me livrar dos outros, naquela sexta-feira os Carneys levaram-me para sua casa de fim de semana, onde a
maior parte do tempo fiquei pescando.
Quando
voltei à unidade, Jim avisou-me:
-
Todos acham que está bajulando os Carneys. Estão
danados com você.
Ótimo.
Passara meses tentando me encaixar, e num minuto havia sido banido. Não me
espantei quando, na manhã seguinte, encontrei minha escova de dentes dentro do
vaso.
Dois
meses depois escutei Lee, Bruce e Jim resolvendo o que fazer numa longa tarde
de agosto.
-
Vamos até o poço - falou Jim.
- Eu
proponho o esconderijo - disse Lee, referindo-se a um lugar misterioso que eu
ainda não conhecia.
- Por
que a gente não sai andando por aí - sugeriu Bruce - e vê onde vai parar?
- Eu
topo - concordou Jim.
- Eu
também - acrescentei.
- Quem
convidou você, seu bolha? - Lee perguntou-me.
- Não
me chame disso.
- Tudo
bem, Quatro olhos.
Querendo
evitar outra briga, controlei a raiva.
-
Estou indo para lá - disse Bruce, apontando para o espaço aberto. - Se alguém
quiser vir, ótimo. Se não, bye-bye.
Ele
foi andando e Jim e Lee O acompanharam. Fiquei ali um instante, e depois me
juntei ao grupo.
Após
atravessarmos campinas cheias de flores silvestres, encontramos um riacho.
Saltando por cima dele, logo chegamos a um milharal que se estendia até onde a
vista alcançava.
-
Vamos entrar disse Lee. E entramos, sem entusiasmo.
Ficamos
escondidos, mas continuamos a penetrar no campo. As folhas batiam em nossos
rostos e as espigas em nossas cabeças. Atravessamos talvez umas 30 fileiras
antes de parar e sentar no chão.
- É
aqui o esconderijo? - perguntei.
- Que
nada - revelou Lee, tirando cigarros do bolso da calça.
- Acho
que não devia fumar aqui - preveniu Jim.
- Eu
também - concordou Bruce.
Lee
deu de ombros.
- Tudo
bem, na boа.
Fiquei
espantado, mas notei que havia algo naquele milharal que mudava nosso
comportamento. Era o lugar que desfazia as inibições e as aparências de
valentão. Escondidos do mundo, ali nos encontrávamos nos caminhos dentro de
nós, os quais só percorríamos na intimidade.
Bruce
foi o primeiro a falar.
- Meu
pai era vendedor. Certo dia, um caminhão avançou o
sinal vermelho e bateu no carro dele. Morreu na hora. Eu estava no colégio e me
mandaram ir para casa. Sabia que algo importante havia acontecido, mas nunca
pensei que fosse isso.
- O
meu teve um ataque cardíaco - contou Jim. - Eu quase não o conhecia. Tinha 4
anos. Ele era professor.
Houve
uma pausa. Foi a vez de Lee:
- Meu
velho era carpinteiro. Num verão fez para mim um vagão fechado. Levou-me a uns
jogos dos Yankees, e um dia fomos ao circo. Teve câncer nos ossos. Era um homem
grande, mas quando morreu, parecia uma vagem.
Os
olhos de Lee estavam cheios d'água. Virou-se para as profundezas do milharal.
Os outros fizeram o mesmo. Tinham expressões que eu nunca vira. Por muito
tempo, ninguém falou. Eu só ouvia o farfalhar dos pés de milho e o som da
gralha distante.
Bruce
rompeu o silêncio:
- Você
não contou do seu.
Eu não
sabia bem se queria falar. Tinha sobrevivido em Hershey continuando
"forte", e agora relutava em fraquejar. Porém, como eles, estava
louco para desabafar.
- Meu
pai sofreu de diabetes por muito tempo revelei, hesitando - mas os rins foram
atacados e isso о matou. Uma noite, chamaram minha mãe ao hospital. Eu
estava na cama quando ouvi a porta se abrir. Os passos dela subindo a escada
pareciam... tristes. Eu já sabia antes que ela me contasse: "Seu pai
morreu."
Não
falamos muito sobre o que sentimos quando nossos pais morreram. Os rostos
diziam tudo. Em vez disso, falamos da vida deles. Como eram e quem eram. Se
tivéssemos fotografias, nós as teríamos partilhado. Contudo, nenhum de nós
possuía uma foto, nem mesmo nos quartos, pois nos lembraria muito de uma vida
feliz.
A
conversa sobre nossos pais cedeu lugar a outros assuntos menos pesados, e logo
ficamos mais leves. No momento em que saímos para a
luz do sol, fizemos um pacto: a vida distribuía suas perdas, mas não tínhamos
de suportá-las sozinhos. Pela primeira vez nos demos conta de que tínhamos em
comum não só a perda dos pais, como também a necessidade de liberar a tristeza
que isso causava.
No
caminho de volta, paramos para beber água no riacho. Jim estava ao meu lado. Vi
quando tirou o capacete de beisebol, jogou água no rosto e passou os dedos
molhados nos cabelos. Depois, em vez de tornar a colocá-lo, estendeu o braço e
o pôs na minha cabeça. Os outros se agruparam à nossa volta e, juntos, pulamos
o riacho. Tive certeza, ao voltarmos ao internato, que estávamos caminhando
como irmãos.
Marcelo Augusto de Carvalho 10 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
42
O QUE É PECAR?
Marcelo
Augusto de Carvalho
LUCAS 8.41-56 – Jairo
CÍRCULOS EXCLUSIVISTAS
A
SINAGOGA era o lugar de reunião local dos judeus para adoração, estudo da Torá
e outras práticas religiosas judaicas. E Jairo era o LÍDER da sinagoga de Cafarnaum.
Lugar de pessoas especiais – os que gostavam
da intelectualização, de princípios educativos, que viviam valores morais, que
tinham planos para a sociedade e que possuíam fortes esperanças, no caso, a
vinda de um Messias libertador político.
Lugar de excluir os indesejáveis – qualquer
judeu podia frequentá-la, desde que...vivesse os princípios da Torá. Os
pecadores, publicanos, meretrizes, ladrões, assassinos, gentios...nunca se
sentiam à vontade ali.
Deus odeia o EXCLUSIVISMO. Tanto que, mesmo
odiando o comportamento depravado dos sodomitas, e por isto a cidade foi
destruída, os anjos de Deus entraram neste lugar condenado para salvar Ló e sua
família.
RAPIDEZ NO PROCESSO E NO RESULTADO
“Ela está prestes a morrer. Venha logo,
cure-a!”
Esperava-se que vivendo de forma tão
moralizante, a vida fosse perfeita. Mas não foi o que aconteceu. De repente, a
filha de 12 anos ficou gravemente doente, e logo os médicos lhe disseram que
ela morreria.
Jairo ouviu falar de Jesus, de seus discursos
e milagres. Passou por cima da vergonha social e foi ter com ele.
Mas chegou mandando, com a receita e o método
para o médico: “Corra, e cure!”
Jesus o obedeceu, indo com ele. Mas foi
parando, curando pessoas, e deu uma atenção PERSONALISADA à mulher com fluxo de
sangue.
Deus odeia a PRESSA nos relacionamentos.
Tanto que mesmo governando o Universo, e tendo a tantos filhos para atender em
suas necessidades, Ele gastou uma noite inteira lutando com Jacó, para fazê-lo
entender que apesar de seu pai não lhe dar atenção, Ele, o Deus Criador, dava.
O tempo que gastamos em ouvir, ver, estar e conversar com alguém expressa o
quanto essa pessoa é importante, principalmente para nós.
OBJETIVOS OU RELACIONAMENTOS?
“Faça o seu trabalho, e vá embora!”
Jairo levou Jesus à sua casa, não porque
quisesse recebê-Lo, homenageá-Lo, ou tornar-se seu seguidor. Jamais. Era uma
questão de necessidade, de desespero!
Por isto, seu plano era que Jesus chegasse,
entregasse o SERVIÇO e... desse no pé!
Deus odeia o PRAGMATISMO nos relacionamentos.
Tanto que, para deixar bem claro o quanto Ele quer PERMANECER conosco, pediu
aos israelitas, mesmo tão pecadores e inconstantes em sua devoção diária, a
construírem um tabernáculo para que pudesse HABITAR no meio deles.
E o apóstolo Paulo vai usar essa refer6encia
para dizer que, mesmo morando num lugar perfeito, com pessoas santas, O
Espírito de deus escolheu morar no lugar mais sujo do Universo, dentro de nós,
pois Ele nos fez seu TEMPLO. 1 Coríntios 6.19-21.
USO AS PESSOAS OU ME RELACIONO COM ELAS?
Ele
queria o poder que Jesus tinha. Queria a cura.
Mas Jesus
tinha muito mais para ele: Sua pessoa!
Deus odeia o USO das pessoas. Tanto que Ele
insiste em manter-se oculto de nossos olhos para que não o idolatremos. Nos
convida a um relacionamento diário por fé, e não por troca de favores ou
prestação de serviços, seja da parte dEle, seja da
nossa. Quando na Terra, Cristo fez a multiplicação dos pães e dos peixes. No
dia seguinte o povo veio para proclamá-Lo rei. Ele os frustrou ordenando que
comessem Sua carne e bebessem Seu sangue! Acusou-os de o procurarem apenas por
causa do milagre e do que este poderia render financeiramente ou politicamente.
Convidou a todos a se RELACIONAREM com Ele por amor.
DAVI já havia percebido isto quando afirmou:
“O Senhor é o meu pasto, é tudo o que eu preciso!” Sua pessoa, sua presença,
seu caráter e a nossa presença é o que nós precisamos. O restante...
APELO
Tanto nossa saúde plena como nossa salvação
eterna dependem de nossas relações, com Deus, com o próximo e conosco.
Se
continuarmos exclusivistas, nos relacionando com as mesmas pessoas sempre, não
cresceremos, adoecendo a vida e sendo fonte de maldição ao nosso redor.
PECADO
é qualquer coisa, comportamento, ideias ou sentimentos que nos SEPARE de Deus,
dos outros e de nós mesmos.
Isso
inclui EVITAR as pessoas que me são indesejáveis.
Isso
inclui a PRESSA nas interações. Deus gastou uma noite inteira lu
Isso
inclui a DISPOSIÇÃO em estar, ficar, permanecer ou não na vida das pessoas.
Isso
também inclui buscar os outros apenas pelo que me podem OFERECER.
É
PECADO me afastar das pessoas, quanto me aproximar delas sendo nocivo: seja para
tirar algo ou para impor algo.
Precisamos
APRENDER a criar relações equilibradas, plenas de significado. E isto todos nós
podemos fazer.
Aprendamos:
AS PESSOAS SÃO IMPORTANTES!
Em 23 de janeiro de 2001 eu estava lendo o National Post quando deparei com um artigo intitulado: “41
coisas para se fazer no inverno”. A sugestão número 12 era: localize no mapa a
cidade natal de sua mãe. Em seguida, localize a de sua avó. A título de
ilustração havia um mapa de outro país, com nomes estranhos e quase
impronunciáveis. Bem no centro do mapa estava uma cidade chamada Leeuwarden.
Senti um frio na espinha. Aquela era a cidade
onde minha mãe nascera, no norte da Holanda. E sua mãe também. Minha outra avó
nascera a poucos quilômetros de distância, em Groningen - muito longe para
caber no minúsculo mapa do jornal. Era uma coincidência incrível, mas nada
comparável à forma como as vidas de minhas duas avós se entrelaçaram no tempo e
na eternidade.
Muito antes de minha avó, Oma
Jantje, tornar-se mãe, sua melhor amiga, Anna Drexhage, deu-lhe uma foto tirada na varanda de casa. Ela
sorria enigmaticamente para o fotógrafo, cuja sombra podia ser vista em
primeiro plano. No verso ela escreveu: "Anna, 1925".
- Por que você está me dando este retrato? -
perguntou Oma Jantje.
- Porque estou me mudando para longe -
respondeu Anna. - Pode ser que você nunca mais me veja.
Poucas semanas depois, Anna tomou o trem para
Amsterdã, e de lá embarcou num vapor para a Batávia, nas Índias Orientais
Holandesas, que mais tarde passou a ser chamada Indonésia. Ela disse à minha
avó que escreveria e que voltaria se tudo não corresse bem. Mas minha avó
jamais ouviu falar dela novamente.
Oma Jantje pegou o retrato de Anna, colou-o em
seu álbum de fotografias e, em 1952, pôs o álbum numa caixa que foi levada
quando, com a família, tomou um trem para Amsterdã, onde embarcou num vapor
para o Canadá. Algumas semanas depois outro trem os conduziu pelo interior do
Canadá para a cidade de Edmonton, nas Montanhas Rochosas de Alberta. Lá, minha
avó retirou o álbum da caiха е
о colocou numa estante - onde ficou até 1983, quando meu pai o pegou e
começou a folheá-lo.
Foi quando minha avó soube, finalmente, o que
havia acontecido com sua amiga Anna.
A história é a seguinte: Anna havia tomado o
vapor para a Batávia a fim de se casar com um homem que ela nunca vira. Um
viúvo holandês expatriado que tinha visto seu retrato sobre a lareira da casa
de um amigo. Encantado com sua beleza, ele escreveu uma carta em que propunha a
ela um encontro transcontinental. Os termos eram bastante simples: ele pagaria
sua passagem até a Batávia, caso ela ao menos considerasse a possibilidade de
se casar com ele. Se, no fim, ela não o quisesse, ele pagaria sua passagem de
volta.
Quando Anna desembarcou em Semarang, foi
recebida por um homem alto e forte, de trinta e poucos anos, bigodes claros e
óculos redondos que emolduravam olhos tão tristes, intensos e azuis que ela
logo soube que se casaria com ele. Anna era assim: uma mulher prática, com um
coração extraordinariamente grande. Algum tempo depois, ela concordou em ser
sua mulher.
Viúvo rico, Johannes fazia parte da elite
holandesa que governava o arquipélago da Indonésia havia quase 300 anos. Ele
era proprietário de inúmeros negócios bem-sucedidos na cidade de Malang, Ilha
de Java, e vivia numa enorme fazenda com criados, jardineiros e cozinheiros.
Ele era um homem próspero e respeitado, mas não foram estas qualidades que
conquistaram Anna.
O que atraiu Anna foi o ar de tristeza de
Johannes. Apesar da aparência exterior de sucesso, ele escondia um terrível
segredo. Fora abandonado no nascimento e criado em um orfanato de Amsterdã. Até
conhecer Anna, ele nunca soube do amor que uma mãe é capaz de dedicar a um
filho.
Se Anna sentia saudades da Holanda, nunca
demonstrou. Ela se dedicou a criar uma família para ela e Johannes, e montou
uma casa tão limpa e bem-organizada quanto qualquer uma das que ladeavam as
estreitas ruas de pedra do norte da Holanda, onde ela havia crescido. Tiveram
seis filhos - uma menina e cinco meninos. Todos louros
e de olhos azuis como os pais.
Em 1942, о Japão invadiu as Índias
Orientais Holandesas e derrubou o governo colonial holandês. Por todo o país
surgiram cartazes mostrando dois olhos azuis enormes: os olhos do inimigo.
Todos aqueles de descendência europeia foram capturados e mandados para campos
de concentração. Em poucos dias, Anna e Johannes passaram de senhores de suas
terras em Malang a prisioneiros num centro de detenção superlotado. Em seguida,
as famílias foram separadas: homens num campo, mulheres em outro. Na confusão,
Johannes desapareceu e Anna nunca mais ouviu falar dele.
Anna foi enviada para um campo maior na
costa, perto de Semarang. A filha e os dois filhos mais novos foram com ela. Os
outros três garotos foram mandados para um campo masculino a cinco quilômetros
de distância. Com frequência, Anna achava que aquilo era um sonho e que ela
acordaria em sua antiga cama na Holanda. Isso nunca aconteceu.
Anna Drexhage
morreu de fome naquele campo de concentração de Semarang, em agosto de 1945,
dias antes das tropas aliadas libertarem os campos. Ela achara que sua ração
diária de arroz e água seria mais útil alimentando os corpos de seus jovens
filhos, e não o seu.
Todos os seus filhos sobreviveram, embora, um
deles, por pouco. Seu nome era Aren, um menino franzino, macilento, que havia
cortejado a morte desde cedo. Tinha ataques de asma tão frequentes que todos
achavam que ele estaria entre os primeiros a morrer nos campos. No entanto, ele
sobreviveu. Quando os filhos de Anna foram deportados para o Ceilão, atual Sri
Lanka, depois da guerra, Aren parecia um espantalho, somente pele e ossos. Do
campo de refugiados no Ceilão, foram despachados de navio para a Holanda.
Ainda se recuperando de suas próprias
desgraças, poucas pessoas na Holanda estavam dispostas a ouvir as agruras
daqueles jovens órfãos da Indonésia. "Pelo menos vocês estavam num lugar
quente", diziam aos órfãos. "Em Amsterdã as pessoas estavam
congelando nas ruas."
Os filhos de Anna perceberam depressa que era
melhor não falar de seus traumas. Em vez disso, dedicaram-se a aprender a viver
naquela terra estranha.
Aren ganhava a vida como fotógrafo. Ele
descobriu que, através do visor de sua câmera, podia olhar o mundo de forma
mais segura, como se as lentes filtrassem o sofrimento.
Em 1952, cansado da Holanda, Aren pegou um
trem para Amsterdã e, de lá, embarcou num vapor para a cidade canadense de
Halifax. Ele teria voltado para a Indonésia, mas sabia que as visões e sons
familiares desencadeariam emoções dolorosas. De Halifax ele seguiu de trem para
Edmonton, onde, sozinho e isolado, encontrou refúgio num bairro de imigrantes
holandeses pobres. Ele começou a frequentar os serviços religiosos de domingo.
Foi então que uma das matriarcas da igreja,
uma mulher pequena e magra, reparou nele pela primeira vez. Ela não sabia quem
ele era, sabia apenas que era fotógrafo. Com seis filhos se aproximando da
idade de casar, ela ia precisar de seus serviços.
"Por que não convida o rapaz para um café?", sugeriu à filha mais
velha. Mas a jovem não estava interessada naquele órfão retraído, cuja natureza
acanhada afastava as pessoas.
Entretanto, Amélia, sua irmã mais nova,
estava intrigada com Aren e fez o convite. Com o sorriso charmoso e o humor
sagaz, ela era o antídoto perfeito para a solidão permanente de Aren, que logo
se tornou presença constante no café da manhã de domingo.
Começaram a namorar e casaram-se em três
anos. Um ano depois nasceu o primeiro de seus oito filhos. Eu fui o terceiro.
Nas muitas vezes que meu pai tomou café na
escura sala da família de Amélia, nunca notou o álbum de fotografias na
prateleira que ficava sobre a mesinha de chá. Nunca, até 1983, quando pegou o
álbum e começou a folheá-lo. Foi quando deparou com o retrato desbotado da
jovem na varanda.
- Ei! - exclamou ele. - Esta é minha mãe!
- Não é não - disse minha avó, rindo. - Esta
é minha amiga Anna, que foi para a Indonésia em 1925. Eu nunca mais ouvi falar
dela. Olhe. - Tirou a foto do álbum e mostrou o verso, onde ainda estava
legível: "Anna, 1925."
- Esta é minha mãe - insistiu ele -, Anna Drexhage. Oma Jantje
olhou perplexa para meu pai, incapaz de compreender aquele inacreditável
capricho do destino. As lágrimas brotaram em seus olhos. Ela sempre quis
descobrir o que havia acontecido com sua querida amiga, e agora sabia da
terrível verdade. Sua tristeza foi atenuada pelo fato de que o órfão de Anna
era agora seu genro, fato que só podia ser creditado aos misteriosos desígnios
do destino.
Marcelo Augusto de Carvalho 11 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
43
O QUE É ARREPENDIMENTO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
GÊNESIS 19.15-26, JOSUÉ 6.20-25
A MULHER DE LÓ
Nasceu em Ur dos Caldeus, grande centro de
comércio e produção.
Cultura idólatra e depravada.
Casou-se com Ló, sobrinho do fiel patriarca
Abraão.
Seguiu Abraão em sua visão de fidelidade a
Deus até Canaã.
Cobiçou o LUCRO, aconselhando seu marido a
afastar-se de Abraão e irem morar em Sodoma, cidade de grande comércio,
movimentação financeira, e depravação moral.
Quando Sodoma foi capturada, ela foi deita
refém e sabia qual seria seu destino: ser escrava dos invasores até morrer.
Foi salva pelo tio Abraão. Era para ter
aprendido a lição. Mesmo com todos os sinais da providência, ela voltou a morar
em Sodoma, com toda sua família.
Ela acolheu os dois anjos em sua casa, que
lhe deram a chance de salva a ela e toda sua família.
Suas filhas não lhe deram ouvidos para sair
da cidade.
A ordem dos anjos foi clara: “Fujam da cidade
e não olhem para trás!”
Ela olhou para trás. O que este gesto
significou? “Ao mesmo tempo em que seu corpo estava sobre a planície, o coração
apegava-se a Sodoma, e ela pereceu com Sodoma.
Rebelara-se contra Deus porque Seus juízos
envolviam na ruína as posses e os filhos. Posto que tão grandemente favorecida
entendeu que era tratada severamente, porque a riqueza que tinha levado anos
para acumular devia ser deixada para a destruição. Em vez de aceitar com
gratidão o livramento, presunçosamente olhou para trás, desejando a vida
daqueles que haviam rejeitado a advertência divina. Seu pecado mostrou ser ela
indigna da vida, por cuja preservação tão pouca gratidão sentira”. Patriarcas e
Profetas, capítulo 14.
Foi destruída, tornando-se uma estátua de sal
e um símbolo de perdição, citada pelo próprio Cristo como tal.
Levou sua família à ruína, tanto as filhas que
estavam na cidade como as que saíram com seu esposo.
A misericórdia de Deus a alcançou, dando à
Rute, a moabita, descendente direta de Ló, a oportunidade que ela não
aproveitou. Casou-se com Boaz, um grande homem em
Israel. Por ter saído de Moabe e abandonado aquela cultura idólatra, Rute entrou
na genealogia de Cristo, sendo bisavó de Davi e uma das precursoras do Messias.
RAABE
Nasceu em Jericó, grande centro de cultura e
produção.
cultura idólatra e depravada.
Possivelmente não era casada quando Israel
apareceu para a conquista.
Viveu como PROSTITUTA CULTUAL da deusa Astarote.
Cansou-se da DEPRAVAÇÃO de sua cidade natal,
ansiando por algo melhor.
Quando Israel chegou para conquistar Jericó,
ela sabia qual seria o seu fim: a morte pela espada.
Percebendo os sinais da providência, decidiu
renunciar sua vida pregressa, sua cultura idólatra e sua nacionalidade para ser
fiel ao Criador.
Acolheu e protegeu os espias, pedindo a eles
que lhe dessem uma chance de ser salva.
Toda sua família lhe deu ouvidos para que se
preparassem para a queda de Jericó e que se protegessem em sua casa.
A ordem dos espias foi clara: “Ate um cordão escarlate em sua
janela. Você e toda sua família não saiam até que a cidade seja destruída!”
Ela e todos os seus aguardaram dentro de sua
casa, até que foram salvos.
Raabe salvou-se tornando-se um exemplo eterno de fidelidade a Deus, sendo
citada por Paulo na galeria dos heróis da fé em Hebreus 11.31.
Levou toda sua família à salvação.
Ao vir morar em Israel, um dos príncipes casou-se
com ela. Assim entrou na genealogia de Cristo.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESSAS DUAS MULHERES?
A mulher de Ló estava tão perto de Deus, mas
tão distante Ele.
Raabe estava longe, reconheceu isto e voltou-se para o Salvador.
A mulher de Ló NUNCA se arrependeu porque
nunca quis ter intimidade com o Criador do céu e da Terra. Para ela as coisas
eram muito mais importantes.
Raabe arrependeu-se de seus inúmeros pecados, e acreditou tanto no perdão
divino, Sua salvação e Seu cuidado para com ela e sua família, no presente e no
futuro, ao ouvir e ver como deus salvara Israel do Egito e como os mantivera no
deserto por 40 anos!
Raabe decidiu amar a Deus, sobre todas as coisas!
APELO - Marcos 1:15
Só há
MUDANÇA de vida e verdadeiro ARREPENDIMENTO quando mudamos de ideia sobre como
somos, o que fazemos, e decidimos tomar outro rumo.
Porém
essa mudança nunca pode ser BASEADA nisto: no que somos ou no que fazemos. Tem
que ser baseada em alguém fora de nós. Essa pessoa tem que ser JESUS, nosso
Salvador.
Se o
arrependimento for baseado em NÓS, tudo o que fizermos, por bom que seja, será
LEGALISMO, ORGULHO SANTO ou FOGO DE PALHA.
Na
parábola do FILHO PRÓDIGO o arrependimento acontece quando o filho
inconsequente percebe quão AMOROSO era seu pai e quão INGRATO ele havia sido
com tanta demonstração de cuidado.
Se
você apenas sentir-se MAL a seu respeito não atingirá o motivo real de seu
comportamento, pois o pecado é rebelião e rebelião é sempre contra uma PESSOA!
A
mulher de Ló tinha tão pouca relação com Deus que Ele existia para muitas
coisas: dar bençãos, proteger e enriquecê-la. Ele era uma fonte de prazer, nada
mais. Por isto NUNCA arrependeu-se, destruindo-se.
Já
RAABE viveu longe, distante, em pecado. Mas percebeu o quanto precisava de
Deus. E sabia claramente que sua vida pecaminosa a separava dEle.
Para viver com Ele, abandonou tudo, todos os laços com aquela vida que a
excluía da presença infinita do Criador. Vivendo por Ele, rendendo-se ao Seu
poder, seu arrependimento foi pleno.
Olhe,
como Raabe, para o amor de Deus e como Ele tem
cuidado de você. É impossível não arrepender-se do que
se é nem do que se faz. É impossível não conseguir arrepender-se ao Seu lado. É
impossível não ser uma NOVA pessoa.
O FIM DE 31 ANOS DE SOFRIMENTO
Charlie
Otero voltava para casa da escola, sob o a céu claro de inverno, quase
exultante com seu futuro. Tirara nota máxima na prova de Biologia e começava
fazer amigos naquela nova cidade. Charlie sempre fora aluno nota 10, bom
atleta, extrovertido e popular. Mas, alguns meses antes, a família se mudara do
Panamá para Wichita, no Estado americano do Kansas, e desde então ele se sentia
meio deslocado. Mas agora tudo parecia melhorar.
Aos 15
anos, Charlie pretendia, após terminar o ensino médio, ir para a Universidade
Estadual de Wichita; depois, poderia seguir os passos do pai, primeiro-sargento
da Força Aérea, recentemente reformado. Ansiava por distinguir-se como oficial,
pilotando jatos e enchendo o peito de medalhas.
"Meu
pai esperava muito de mim", diz Charlie. "Queria mostrar a ele do que
eu era capaz."
Naquele
dia de janeiro de 1974, ele atravessou a rua do subúrbio até a саsinha branca da família e viu que a porta da
garagem estava aberta e que o carro da mãe não se encontrava lá. Ela costumava
estar em casa para recebê-lo depois da escola. Charlie deu a volta até os
fundos, e o cachorro da família correu até ele pela neve. Lucky, um mestiço de
pastor alemão com hábito de morder estranhos, nunca ficava sozinho do lado de
fora. О menino entrou na cozinha e viu um sanduíche de manteiga de
amendoim inacabado sobre a mesa, ao lado de uma merendeira vazia. Depois, viu a
carteira do pai jogada no fogão, o conteúdo espalhado ali em cima.
O
irmão Danny, de 14 anos, e a irmã Carmen, 13, tinham chegado da escola minutos
antes. De repente, Charlie ouviu Carmen gritar:
-
Venha depressa! Mamãe e papai estão fazendo uma brincadeira muito esquisita!
Pela
porta do quarto dos pais, Charlie viu o pai, Joseph, 38 anos, caído no tapete
ao lado da cama. Fora estrangulado com um cinto, e seu rosto estava grotesco e
inchado. A mãe de Charlie, Julie, 34 anos, estava na cama; havia um pedaço da
corda do varal amarrada em seu pescoço. Ambos tinham os pulsos e os tornozelos
atados com uma cordinha fina.
- O
que vocês fizeram? - perguntou Charlie, chorando.
O
telefone estava mudo, e Danny foi até o vizinho, que chamou a polícia. Quando o
carro da polícia chegou, três dos cinco filhos da família Otero choravam no
jardim da frente. Charlie contou aos policiais o que vira lá dentro,
acrescentando que mais dois irmãos, Josephine (Josie), 11 anos, e Joseph Jr.
(Joey), 9, ainda estavam na escola. Mas a busca na casa encontrou as crianças
que faltavam. Joey fora asfixiado com um saco plástico no quarto. O corpo meio
despido de Josie estava pendurado num cano do porão.
"Odiei
Deus por deixar que aquilo acontecesse com a minha família", diz Charlie,
que já fora coroinha. "Perdi a fé no instante em que vi minha mãe ali,
caída."
A
morte dos Oteros deixou perplexas as autoridades de
Wichita, mas Charlie suspeitou que a carreira militar do pai o tivesse levado a
fazer algum trabalho clandestino e agarrou-se à ideia de que os assassinatos estavam
ligados à vida dupla de Joseph. Porto-riquenho que imigrara para Nova York,
assim como a esposa, Joseph entrara para a Força Aérea dos Estados Unidos em
1952 e vestira a farda durante mais de duas décadas. A família mudou-se da base
na Inglaterra, onde Charlie nasceu, para Camden, Nova
Jersey, e depois, cada vez com mais filhos, passaram sete anos no Panamá.
Lá, na
Academia Interamericana das Forças Aéreas, Joseph ensinava militares da América
Latina a consertar caças Phantom e cargueiros C-130. Charlie diz que o pai
costumava desaparecer durante várias semanas em missões que se recusava a
comentar. Em Wichita, Joseph se reformou e arranjou emprego como mecânico de
aviões particulares num campo de pouso. Certo dia, recorda-se Charlie, quando
um técnico apareceu sem avisar, seu pai mandou-o verificar se havia algum
caminhão da companhia telefônica estacionado lá fora.
Outra
vez, Joseph enxotou Charlie da sala para dar um telefonema. Escutando atrás da
porta, o menino ouviu-o mencionar serviços para o Escritório de Investigações
Especiais da Força Aérea, agência de contraespionagem da Aeronáutica. Pouco
tempo depois, o carro de Joseph foi misteriosamente jogado para fora da
estrada. Quando voltou do hospital, com duas costelas quebradas, ele deu a
Charlie seu anel de sinete.
"Se
alguma coisa me acontecer", pediu, "quero que fique com isto."
"Eu
lhe disse que o mais provável era que vivesse mais do que eu", recorda
Charlie. "Ele me mandou guardá-lo." Dias depois, Joseph, a mulher e
os filhos mais novos estavam mortos.
Charlie
e os irmãos sobreviventes foram morar em Albuquerque, no Novo México, com um
colega do pai, da Força Aérea, que se ofereceu para criá-los junto de seus seis
filhos. Mas não demorou para que Charlie se afastasse dos irmãos e da nova
família. Começou a ficar obcecado com a teoria de que os pais e os irmãos
tinham sido mortos por uma equipe de assassinos do trabalho de espionagem do
pai, e que voltariam para terminar o serviço.
"Sempre
achei que alguém viria me pegar", diz ele.
Em
Wichita, os investigadores examinaram várias possibilidades de conspiração.
"Tentamos seguir as pistas na direção do serviço militar de Joseph",
diz Gary Caldwell, um dos primeiros detetives a trabalhar no caso.
"Chegamos a mandar dois investigadores ao Panamá." Nada conseguiram.
Temendo
por sua vida e pela dos irmãos, Charlie se afastou de todos, negligenciou a
escola e passou a ocupar a maior parte do tempo com corridas de moto. Depois de
terminar o ensino médio, conseguiu entrar na Universidade do Novo México, mas as
recordações e os pesadelos da cena do crime tornavam difícil sua concentração
nos estudos.
Charlie,
então, se mudou para Las Cruces,
onde uma concessionária Honda o contratou como mecânico. Depois de ferido num
acidente de trânsito, acabou brigando com o hospital por causa das contas não
pagas. Quando o juiz decidiu contra ele, diz Charlie, "virei fora da
lei".
Largou
o emprego e passou a trabalhar como autônomo, remontando motocicletas
Harley-Davidson, vendendo armas portáteis e criando pit bulls
e dobermanns para clientes que não faziam questão de lhe pedir documentos.
Imaginou que, sem um rastro documental, seria mais difícil que o esquadrão da
morte o encontrasse. Começou a beber demais e a usar drogas, e se perdeu em
meio a ideias cada vez mais conflituosas.
Em
1987, morava com a namorada, Lynette Shafer, num lugar distante do deserto do Novo México. Sua
casa era um barraco feito de contêineres vindos de uma base de mísseis próxima,
cercada de arame farpado e guardada por cães ferozes.
Quando
Lynette anunciou que estava grávida, Charlie mandou-a
de volta para casa, no Wisconsin, para ter o bebê, que ela chamou de Joseph,
como o pai e o irmão de Charlie. Semanas depois, o casal parou de se comunicar.
Ambos acreditavam que os possíveis assassinos poderiam atingir o bebê também, e
que poderiam interceptar cartas e telefonemas.
Com o
tempo, Charlie começou a namorar com uma outra mulher e tornou-se pai de duas
meninas.
"Eu
as adorava", diz ele. "Íamos ao parque com os cachorros. Eu as levava
para passear de motocicleta."
Mas
nem Charlie, então com 30 e poucos anos, nem a mãe das meninas, que ainda não
chegara aos 20, tinham condições de criá-las direito. Quando as duas
completaram 4 e 5 anos, o casal se separou. Charlie tentou manter contato, mas
ficou difícil depois que se casou com uma terceira mulher, que sofria de
transtorno bipolar e tomava metanfetamina.
Então
aconteceu algo que mudaria a vida de Charlie outra vez. Ele foi testemunha num
processo aberto pela esposa. Ao fazer a verificação de rotina do histórico de
Charlie, o advogado recebeu os arquivos do assassinato da família Otero.
Naquele dia, enquanto almoçavam num restaurante mexicano, ele perguntou a
Charlie:
- Já
ouviu falar do assassino BTK? –
Não - respondeu Charlie.
O
advogado lhe contou que um assassino serial que usava as iniciais BTK - por
causa do que fazia com as vítimas, bind, torture e
kill em inglês, ou seja, amarrar, torturar e matar - entrara em contato havia
muito com um jornal de Wichita e se declarara responsável pela morte da família
Otero, prometendo atacar de novo. E atacou. Nos 12 anos seguintes, cometeu pelo
menos mais quatro assassinatos na região. As vítimas, todas mulheres, estavam
amarradas com nós complicados e tinham sido lentamente estranguladas.
As
mensagens subsequentes de BTK aos investigadores assumiram a forma de poesias
macabras, charadas e obras de arte pavorosas. Ele sabia detalhes dos
assassinatos que a polícia não divulgara. Escreveu que tinha um
"monstro" por dentro. Mandou um total de 12 bilhetes, e então, em
1988, toda a correspondência parou. As pistas sumiram.
Charlie
ficou aturdido e zangado quando o advogado terminou de contar o que sabia. Os
investigadores de Wichita não lhe tinham contado nada quando tudo isso
acontecera, 24 anos antes.
"Nesse
tipo de investigação, há muita coisa que não revelamos", diz George Scantlin, detetive aposentado que trabalhou no caso.
"As primeiras mensagens foram mantidas em segredo e usadas como pista na
investigação."
Ainda
assim, para Charlie, algo não combinava: como uma pessoa sozinha conseguiria
subjugar o pai, ex-soldado, a mãe e os irmãos, todos praticantes de judô?
"Eu disse que era bobagem e que não acreditava", recorda Charlie.
Ele
ainda não sabia, mas a caçada a BTK acabaria ajudando a transformar-lhe a vida.
Naquele momento, entre tanto, seus problemas pareciam infindáveis. A mulher de
Charlie chamou a polícia depois de uma discussão e acusou-o de tentar
estrangulá-la com um cabide. Ele negou, mas, diante da possibilidade de ser
julgado por tentativa de homicídio, aceitou a proposta do promotor e
confessou-se culpado de agressão corporal. Em outubro de 2001, começou a
cumprir a pena de 44 meses de prisão na Penitenciária do Oeste do Novo México.
Na
prisão, Charlie trabalhou como mecânico e fez cursos de programação de
computador e astronomia. Passou centenas de horas refletindo sobre a sua
história atormentada e voltou até a frequentar a capela.
"Eu
estava indo bem na prisão", diz ele. "Foi como uma
revitalização."
Charlie
passou o trigésimo aniversário da morte da família atrás das grades. Dali a
algumas semanas, um dos companheiros de cela chamou-o: "Charlie, sua mãe
está na TV!" O noticiário dizia que BTK voltara a se comunicar e mandara
uma mensagem em código para o jornal The Wichita Eagle. As fotos das vítimas
que BTK dizia ter matado apareceram na tela, uma a uma, inclusive as dos pais e
irmãos de Charlie. A volta do assassino reascendeu-lhe a fúria; naquele dia,
mais tarde, surrou um saco de pancadas da sala de ginástica.
No dia
seguinte, Charlie escreveu aos produtores do programa de TV America's
Most Wanted (Os mais procurados dos Estados Unidos),
identificando-se como parente de quatro vítimas de Wichita. Pediram para
entrevistá-lo na prisão. Os repórteres de jornais também começaram a telefonar,
e uma mulher que o viu na televisão se ofereceu para fazer um site na Internet,
para que Charlie pudesse responder a perguntas sobre o caso.
Com os
holofotes de volta sobre sua família, os antigos pesadelos de Charlie - as
imagens do rosto contorcido e do corpo torturado de seus pais e irmãos -
voltaram. Mas as horas em que estava acordado lhe davam alguma esperança. Ao
romper o silêncio em que se envolvera durante tantos anos, Charlie sonhava
provocar o assassino a sair do esconderijo. Achou que talvez BTK deixasse algum
vestígio de DNA na próxima carta.
"Desafiei-o
a me procurar quando eu estivesse na equipe de trabalho da prisão, na
estrada", recorda Charlie. "Pensei: Se ele me atropelar, talvez
alguém veja a placa do carro."
Nos
meses seguintes, BTK mandou mais nove bilhetes e pacotes para os meios de
comunicação e a polícia. Dois estavam decorados com selos do correio com temas
do Novo México, que Charlie interpretou como direcionados a ele. Mas a
comunicação mais espantosa aconteceu em dezembro. Foi um telefonema para
Charlie de um menino de 16 anos chamado Joseph.
"Sou
o seu filho", disse a voz ao telefone. "Queria muito
conhecê-lo."
Charlie
saiu da prisão em 3 de janeiro de 2005 disposto a fazer as pazes com o mundo. A
primeira pessoa que visitou foi a irmã Carmen, agora orientadora de crianças em
situação de risco em Albuquerque. Pediu-lhe desculpas pelos anos de
afastamento, e os dois passaram a tarde conversando como não faziam desde a
infância. Depois, telefonou para Danny, que trabalhava como instalador de TV a
cabo em Phoenix. A conversa teve o mesmo tom de perdão e prometeram manter
contato mais frequente. Ele alugou um quarto numa pensão não muito distante da
casa de Carmen e arranjou emprego como diarista.
No mês
seguinte, estava capinando numa obra de paisagismo quando recebeu um telefonema
de Carmen. "Eles o pegaram", disse ela, e a adrenalina de Charlie
subiu tanto que ele arrancou alguns arbustos pela raiz.
Dennis
Rader, chefe de lobinhos, 59 anos e pai de dois
filhos, confessou ter cometido dez assassinatos como o matador BTK. Ele era
supervisor de leis de um subúrbio de Wichita e presidente de uma congregação da
Igreja Luterana em Cristo. Durante 31 anos, fora impossível achá-lo, até que
mandou à polícia uma mensagem num disquete que foi rastreado até o computador
da igreja. Para garantir que Rader era o homem certo,
os investigadores conseguiram uma amostra de seu DNA. Apresentava grande
semelhança com amostras obtidas nos locais dos vários crimes de BTK.
Charlie
e os irmãos compareceram ao julgamento de Rader e
ouviram-no descrever sem remorsos como atacara a mãe, Julie, e a pequena Josie,
planejando torturá-las até a morte depois de se livrar de Joey, e como cortara
o cabo telefônico e esperara junto à porta dos fundos a oportunidade de entrar.
Rader disse que ficara surpreso ao encontrar Joseph,
o pai, em casa naquela manhã, mas estava com uma pistola para manter a situação
sob controle.
Durante
o depoimento de Rader, Charlie acalmou-se, pensando
em todos os que tinham cuidado dele, nos seus familiares que tinha perdido e
nas centenas de estranhos que lhe tinham escrito depois de vê-lo na TV.
"Eu queria matá-lo", diz ele sobre Rader,
"mas não queria magoar aquelas pessoas."
Na
hora da sentença, Charlie, Danny e Carmen choraram quando os promotores
mostraram as fotos da cena do crime. Logo BTK seria condenado a dez prisões
perpétuas. Mas, para Charlie, a sensação de que a situação fora resolvida ainda
teria de esperar.
Durante
a pausa do almoço, ele recebeu um telefonema de Lynette,
a ex-namorada: o filho Joseph, 17 anos, fora atropelado por um carro quando
andava de bicicleta perto de casa. Estava em coma, e os médicos não sabiam se
sobreviveria.
As
regras da liberdade condicional proibiam que Charlie viajasse sem permissão.
Ele deu vários telefonemas, discutindo com as autoridades para que o deixassem
voar no dia seguinte para o Wisconsin. Mas, antes de abandonar uma tragédia e
seguir para o que talvez fosse o começo de outra, ele queria falar ao tribunal.
Na
manhã seguinte, os familiares das vítimas se pronunciaram. Quando chegou a vez
de Charlie, ele se levantou e disse, com voz forte e clara: "Dennis Rader não arruinou minha vida. Ele me fez questionar minha
fé, me separou dos meus entes queridos e mudou meu futuro para sempre; mas,
apesar do esforço de Dennis Rader para destruir minha
família, nós sobrevivemos."
Carmen
também falou, pranteando os que perdera. Depois, os três irmãos se abraçaram e
Charlie embarcou num avião para encontrar seu filho.
Charlie
passou uma semana junto à cabeceira do filho. Disse-lhe o quanto o amava e
prometeu levá-lo para caçar e pescar assim que melhorasse. E, embora Joseph não
desse sinais de ouvir o pai, não morreu. Acabou saindo do coma três meses
depois. A mãe cuidou dele em casa até que recuperasse a saúde. Sempre que
podia, Charlie ia do Novo México até lá visitá-lo e telefonava várias vezes por
semana.
Hoje
com 20 anos, Joseph tem alguns problemas de cognição e de memória por causa do
acidente, mas se recuperou o bastante para ter dois empregos em meio
expediente. Espera algum dia ir para a faculdade. E adora o pai. "Ele é
uma pessoa incrível e carinhosa", diz. "Conversamos sobre tudo. É
maravilhoso saber que ele finalmente está aqui."
Charlie
está decidido a endireitar outros relacionamentos importantes. Está tentando
refazer os laços com as duas filhas, hoje adolescentes, que foram entregues ao
irmão sob custódia, pouco antes de Charlie ir para a prisão. E encontrou uma
companheira protetora em Linda Evans, que compareceu ao julgamento como parte
de seu trabalho de ajudar as famílias das vítimas. "Eu o vi desabrochar
desde o julgamento", diz ela. "A raiva se foi."
O
casal mora num trailer com dois cachorrinhos, em Albuquerque. Em 2007, passaram
a viajar pelo país a fim de filmar o documentário Feast
of the Assumption:
The Otero Family murders (Festa da Assunção: o
assassinato da família Otero), dirigido por outro ex-morador de Wichita, Marc Levitz. Charlie agora faz palestras sobre sua história, na
esperança de ajudar outras pessoas a encontrarem consolo em períodos difíceis.
Ainda
acredita que há mais por trás do assassinato da família Otero do que Rader admitiu; na verdade, nunca abandonou inteiramente a
teoria da conspiração. Mas, com o assassino trancado para sempre numa cela de
segurança máxima, Charlie não sonha mais com a morte. Em vez disso, está
ocupadíssimo refazendo a vida.
"Se
o Céu existe, desejo que mamãe e papai olhem para cá e se orgulhem", diz.
"Quero que minha família saiba que vou conseguir."
Marcelo Augusto de Carvalho 12 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
44
O QUE É CULPA?
Marcelo
Augusto de Carvalho
MATEUS 26.69-75, MATEUS 27.1-5.
PEDRO
Era um humilde pescador da Galiléia.
Esperava o Messias, não como um Salvador de
seus pecados, mas como um líder político, para libertá-los do jugo romano, e
dominar o mundo todo.
Foi chamado por Cristo, junto com seu irmão
André, e passou a seguí-Lo integralmente.
Passou a fazer parte do grupo mais íntimo
dentro dos já íntimos discípulos de Cristo (Pedro, Tiago e João). Com estes
chegou a participar da ressurreição da filha de Jairo, da transfiguração no
monte Hermom e do momento mais angustiante do Senhor
ao suar gotas de sangue no jardim do Getsêmani.
Testemunhou os grandes discursos, as lições
das parábolas e os grandes milagres de Cristo.
Sonhava em ser o primeiro discípulo, aquele
que se assentaria do lado direito de Jesus, quando reinasse sobre Israel.
No momento da Ceia, ele, orgulhosamente, jura
que seus amigos poderiam trair a Cristo, mas ele jamais!
Cristo o adverte, avisando-o que Satanás
pediu para cirandá-lo, e o faria. Ele deveria estar atento.
Quando a turba chega no jardim do Getsêmani
para prender Jesus, Pedro cumpre sua parte da promessa e tenta proteger a
Cristo, sacando uma espada e cortando a orelha do servo do Sumo Sacerdote. Ao
ver que o Mestre não se protege dos inimigos, Pedro foge, dando o exemplo a
seus amigos.
Corajosamente vai ao falso julgamento do
Sinédrio na casa de Anás, e ali, pressionado pelas pessoas e pelas
circunstâncias, nega, pragueja e zomba de seu Mestre.
No momento exato em que expressa sua traição,
os olhos de Cristo dão de encontro com ele. Desesperado por sua tamanha
INGRATIDÃO, ele sai e vai parar exatamente onde o Mestre, há poucas horas, suou
gotas de sangue. Em RESPOSTA ao amor de Cristo, arrepende-se de seu orgulho, de
suas palavras orgulhosas, de sua atitude covarde diante das pessoas que o
acusaram e de quem verdadeiramente ele é.
JUDAS
Era um dos mais ilustres seguidores de
cristo, e por isto indicado, recomendado e valorizado para fazer parte do grupo
seleto dos 12.
De tão alto respeito e capacidade de
liderança e financeira que foi escolhido para cuidar da Tesouraria do grupo.
Testemunhou os grandes discursos, as lições
das parábolas e os grandes milagres de Cristo.
Sonhava em ser o primeiro discípulo, aquele
que se assentaria do lado direito de Jesus, quando reinasse sobre Israel.
No momento da Ceia, ele, presunçosamente
pergunta ao Mestre se ele seria o que O trairia. Como Jesus responde: Tu o
dizes, ele sai para cumprir seu plano de entregar Cristo aos sacerdotes e
escribas.
Seu plano era obrigar Jesus a revelar Sua
divindade, a evitar o sofrimento da cruz, proclamar-se rei de Israel e
finalmente homenagear com cargos reais os que fielmente ficaram a Seu lado.
Mas no julgamento ante o Sinédrio ele se
desespera. Percebe que Jesus não obedece às Suas ordens. Pede então os líderes
de Israel que voltem atrás, mas o ignoram. Vendo a loucura de seu ato, sai para
se enforcar.
Judas nunca se arrependeu do que fez. Ele se
desesperou por “deu ruim”. Por nunca ter amado a Cristo e entregado-se
a Ele, não há porque arrepender-se!
CULPA FALSA
CAIM – aturdido por ter matado seu irmão e
por ter sido questionado pelo Criador, aparentemente demonstra contrição. Mas
sua culpa é falsa. Ele tem apenas medo das CONSEQUÊNCIAS. Tanto é assim que não
há confissão de pecado, mas reclamação de sua pena. Em nenhum momento ele não
reflete nem demonstra entender quão hedionda foi sua ação! Deus, demonstrando
Seu incrível amor até por um assassino, coloca-lhe um sinal para que ninguém se
vingue dele por seu crime. Mesmo assim, ele separa-se de seus pais, de sua
família, vai para longe da presença de Deus, e funda uma civilização à sua
imagem, onde cada um é estimulado a odiar a Deus.
JEROBOÃO – era um servo, que tornou-se um bravo soldado e depois general de Salomão. Deus
o escolhe para que governe as 10 tribos do norte, depois da cisão que Roboão provoca por sua teimosia em não ouvir os pedidos do
povo. Mas assim que sobe ao poder, Jeroboão revela o
que tem em seu coração: apenas rebeldia contra Deus. Por medo que o povo o despreze ao ter que cumprir a ordem de deus de
ir participar das 3 festas sagradas em Jerusalém, ele constrói dois lugares de
adoração e de entrega de ofertas e dízimos, em Dã e
em Betel. Deus envia um profeta que o repreende severamente e anuncia o castigo
divino: sua mão ficou seca e estática. Jeroboão pede
ao profeta que ore para que seu castigo seja retirado, e depois do milagre
ainda o trata muito bem. Mas assim que o profeta vai embora ele volta aos seus
pecados e tenazmente os pratica até a sua morte. Para Jeroboão o PODER e o CONTROLE social era tudo; Deus não
significava nada para ele!
AITÓFEL
Era tão capacitado por Deus com sabedoria que
era considerado “a voz de Deus” em Israel. Mas ao saber como Davi humilha sua
neta, Bate-Seba, continua na corte, mas cheio de ódio
e vingança. Apóia Absalão
em sua rebelião pelo trono, e em expressão ao seu abominável caráter, aconselha
o novo rei a abusar das esposas de Davi no terraço do palácio real! Mas os
odiosos serão odiados, ou no mínimo desprezados. Quando Absalão
pede conselho se deve perseguir e matar seu pai, escuta a Husai,
que o incentiva a fazê-lo, e despreza a sabedoria de Aitófel.
Prevendo com clareza o fracasso dessa perseguição, a vitória de Davi, o fim do
filho mimado e a vergonha do seu futuro, Aitófel vai
para casa, suicidar-se. Sua história nos mostra IDOLATRAR-SE e ao mesmo tempo
MENOSPREZAR os outros a ponto de fazer deles seu trampolim, seu objeto de
conquista ou odiá-los como inimigos sempre nos levará à ruína. Aitófel não arrependeu-se nem do
que era, nem do que fez, e continuaria agindo daquela forma se pudesse!
CULPA VERDADEIRA
ZAQUEU
Como cobrador de impostos, usou sua posição
para extorquir dinheiro das pessoas e se enriquecer às custas delas. Ele as
USOU para benefício próprio. O resultado foi riqueza, mas uma enorme pobreza de
espírito. Infelicidade era a sua marca.
Quando cristo se ofereceu a ir à sua casa,
tudo mudou. Aquele tempo com o Salvador o mudou tanto, que agora USOU O
DINHEIRO para abençoar as pessoas!
MANASSËS
Seus crimes foram bárbaros: levou seus
súditos à idolatria, queimou seus filhos no fogo e fez de tudo para afastar-se
de Deus. No cárcere, sentindo a incrível misericórdia de Deus por ele,
arrependeu-se de seus pecados. Ao retornar ao trono de Israel, tentou desfazer
todo mal que praticara, tentando levar as pessoas ao RELACIONAMENTO fiel com o
deus a quem Ele se rendera.
IRMÃOS DE JOSÉ
Seus irmãos o odiaram e o venderam como
escravo! Mas ao reencontrá-los e relacionar-se com eles, percebeu que haviam se
relacionado com Deus e que haviam mudado de vida. Ele os perdoou totalmente e
ainda os salvou da fome que os ameaçava!
APELO - João 16:8
Jesus
acreditava em dois tipos de culpa. O que os psicólogos chamam de verdadeira
culpa, ele chamava de culpa baseada no amor. O que chamamos de falsa culpa,
segundo ele, era a culpa fundamentada no medo. A verdadeira culpa é o remorso
que sentimos quando magoamos aqueles que amamos; ela nos faz ter vontade de
corrigir as coisas no nosso relacionamento com os outros. A falsa culpa é o
medo da punição que está mais ligada à necessidade de nos protegermos depois
que fazemos algo errado.
A
falsa culpa raramente beneficia o nosso relacionamento com os outros. Na
verdade, ela em geral nos prejudica e nos torna pessoas de convivência mais
difícil. Sentimos a verdadeira culpa quando nossos relacionamentos são
importantes para nós e nos sentimos motivados a curar as feridas provocadas por
nosso comportamento. É esse o tipo de culpa que Jesus queria que sentíssemos.
PRINCÍPIO
ESPIRITUAL: A culpa motivada pelo amor cura a mágoa; a culpa baseada no medo só
faz escondê-la.
Innocenzo Lo Sicco caminhava por uma rua estreita de Florença quando
seus olhos pousaram na pequena placa de pedra. Estava instalada em um memorial
próximo à famosa Galleria degli dos maiores museus de
arte renascentista do mundo.
Sua curiosidade aguçou-se e o empresário de
Palermo chegou mais perto do local onde, havia três anos, uma bomba colocada
pela Máfia explodira e matara cinco pessoas, entre elas um bebê. "Em
27/5/1993", dizia a inscrição, "uma bomba assassina tirou a vida de
uma pequena poetisa (Nadia Nencioni),
de sua irmã Caterina, de seus pais Fabrizio e Angela Maria
e do estudante Dario Capolicchio. Eles continuam a
viver no coração de todos os florentinos."
Parado ali, naquele dia, Enzo, соmo os amigos o chamam, sentiu-se apavorado
com o que sabia que deveria fazer. E no entanto,
estranhamente, também sentiu algo que não experimentava havia anos: euforia.
Cinco anos antes, o futuro parecia promissor.
Então com pouco mais de 40 anos, Enzo era um executivo da construção civil que
sempre sonhara ser o próprio patrão - e o sonho estava se tornando realidade.
O homem magro, de cabelos negros e curtos,
conhecia o setor da construção civil como a palma da mão. Assim, com suas
economias, Enzo montou uma empresa.
No jantar de comemoração com a mulher,
Rosalia, e os filhos Giuseppe, 15 anos, e Valentina, 12, ele fez um brinde:
"A nova empresa."
Seu primeiro projeto foi um реqueno prédio de apartamentos perto da estação
ferroviária. O terreno era barato e as perspectivas, boas. Tudo de que
precisava era obter a licença - e pagar a parte dos mafiosi.
Afinal, ali era a Sicília. Mas Enzo não
estava preocupado. Com a ajuda de um intermediário, entrou em contato com um
homem conhecido por suas ligações com a Máfia e que oficialmente era advogado.
As condições eram simples: ele só tinha de usar determinados fornecedores. O
trabalho começou.
Toda manhã, ao observar o canteiro de obras,
Enzo sentia orgulho de seu pequeno reino, com os equipamentos, as pilhas de
areia, os operários empurrando carrinhos de mão e pregando tábuas de madeira.
Até que um dia apareceu na obra um homem chamado Sebastiano
Lombardo.
Você cometeu um erro grave, ele disse. Os Gravianos deviam ter sido consultados. "Que isso não
se repita", avisou Lombardo.
Giuseppe e Filippo Graviano
eram gângsteres conhecidos - tão perigosos que ninguém ousava pronunciar seus
nomes. Controlavam o bairro de Brancaccio, na zona
leste da cidade, onde Enzo morava; e Enzo evitava construir ali por causa
deles. No entanto, o recado era claro: os Gravianos
não eram donos apenas do território - eram donos dele.
Em meados de 1992, surgiu um local para
construção na Corso dei Mille, a larga avenida onde Enzo morava. Então, ele procurou Lombardo.
A permissão para construir, disseram-lhe,
custaria a metade de seus lucros. "Isso é ridículo!" As palavras
saíram-lhe da boca antes que Enzo pudesse controlá-las. "Diga aos Gravianos que a resposta é não."
Lombardo bateu na própria testa, num gesto
que significava que Enzo devia estar maluco. Dias depois, porém, ele voltou,
convidando Enzo para uma reunião.
Filippo Fifo Graviano, um homem franzino de 30 e poucos anos, tinha os
olhos mais frios que Enzo já vira. Estava envolvido em vários crimes, inclusive
na explosão de um carro-bomba, que causara a morte do famoso juiz anti-Máfia Paolo Borsellino. "Pensamos que lhe fazíamos um favor
pedindo 50%", disse ele no encontro. "Em geral pedimos 60%."
Nervoso, Enzo engoliu em seco quando Fifo prosseguiu dizendo que os Gravianos
confiavam nele e por isso haviam definido um valor equivalente a 174 mil
dólares, em dinheiro.
Havia outras condições. Tijolos, argamassa,
cimento, aço e até pregos teriam de ser comprados de firmas controladas pela
Máfia. O mesmo valeria para equipamentos de
terraplenagem e serviços hidráulicos e elétricos. Enzo concordou.
Enzo mergulhou no trabalho, mas agora sem
prazer. Não se tratava do preço ou da qualidade dos suprimentos que tinha de
comprar - estavam dentro da média. Mas as visitas diárias ao canteiro de obras
eram um problema. Lombardo ou outro capanga circulavam pelo local como se
fossem os donos. Se ordenassem a demissão de um empregado ou a contratação de
outro, Enzo tinha de obedecer. O que acontecera com o sonho de ser o próprio
patrão?
Havia ainda os problemas financeiros. Os
negócios estavam devagar, e no fim de 1992, Enzo não tinha o dinheiro prometido
aos Gravianos.
Ele adiou, até que um dia Fifo
lhe deu um ultimato: dois apartamentos no lugar do dinheiro. Os imóveis valiam
muito mais do que Enzo devia, mas ele concordou - como também aceitou dar aos Gravianos mais dois apartamentos em outro projeto.
O pai de Enzo costumava dizer que o respeito
próprio era o bem mais precioso que um homem pode ter, e ensinou o filho a
olhar as pessoas direto nos olhos. Agora Enzo achava difícil até mesmo se olhar
no espelho. Desculpe, pai, murmurava. No entanto, só se deu conta do quanto
afundara quando o padre de sua paróquia, Dom Giuseppe Puglisi,
foi assassinado.
Do púlpito na igreja de San Gaetano, em Brancaccio, Puglisi pregava
contra a Máfia todos os domingos. No catecismo, ensinava às crianças que ser
mafioso era pecado.
Num dia de setembro de 1993, um homem chegou
por trás do destemido padre e atirou em sua nuca. O crime aconteceu a menos de
cem metros de uma construção de Enzo.
Centenas de pessoas reuniram-se para
protestar, carregando cartazes e gritando slogans desafiadores. Enzo, que os
observava por trás de sua cerca de tela metálica, quis chorar. Também gostaria
de expressar sua indignação pela morte de Puglisi.
Mas não ousava. O que fiz da minha vida?, ele se
perguntava.
Quando, no ano seguinte, Fifo
Graviano foi preso, Enzo pensou que seus problemas
deviam estar terminando. Mas enganava-se.
Outro homem de Graviano,
Cesare Lupo, forçou Enzo a ceder mais três apartamentos. Lupo (lobo, em
italiano) voltou mais tarde, exigindo outro apartamento e ainda um
"presente" de 12 mil dólares. Enzo teve de fazer um empréstimo
bancário.
Mas quando demorou a entregar os
apartamentos, Lupo ficou exaltado. "Não temos tempo para criadores de
caso!", gritou. "Você vai acabar com uma bala na cabeça."
A cena aconteceu diante dos olhos do filho de
Enzo.
A situação financeira do construtor estava
ficando dramática. A soma do que ele pagara ou devia
aos mafiosos se aproximava de 1,3 milhão de dólares. Precisando com urgência de
dinheiro, dera os apartamentos ainda vender como por garantia de empréstimos e
estava em apuros com os bancos.
O que lhe pesava mais, entretanto, era o
efeito disso tudo em sua vida familiar. Vivia abatido e irritado, e, enquanto
lutava para manter seu segredo, sentia-se cada vez mais distante de Rosalia e
dos filhos.
À noite, Enzo fingia dormir. Não queria que
Rosalia soubesse que passava grande parte da noite rolando na cama. Ela, por
sua vez, sabia que algo perturbava o marido. E sabia também que, quando ele
estivesse pronto, contaria a ela.
Um dia, em 1995, Enzo abriu o jornal e uma
fotografia chamou-lhe a atenção. Lupo havia sido preso!
Não fez diferença. Outro comparsa de Graviano, Vittorio Tutino,
apareceu e exigiu um apartamento. Quando Enzo tentou adiar, o homem lhe disse
para cuidar bem do filho. Giuseppe, então com 21 anos, trabalhava com o pai.
Não muito tempo depois, ao chegar ao
trabalho, Enzo soube que Giuseppe tinha saído de carro com Tutino.
O desespero tomou conta dele. Mas o que poderia fazer? Se chamasse a polícia,
pioraria a situação.
Uma hora se passou, depois outra. Enzo olhava
o relógio compulsivamente, com um nó no estômago.
Por fim, o carro de Tutino
passou pelo portão e Giuseppe desceu são e salvo. Enzo, trêmulo de alívio,
abraçou o filho, que o olhou espantado. Giuseppe não percebera o perigo.
"Viu como teria sido simples?",
disse Tutino a Enzo.
Após anos de humilhação, Enzo não podia
suportar a visão de um mafioso. Odiava tudo neles - a arrogância, o modo
indireto de falar, a violência.
Encheu as páginas de um caderno com detalhes
de como os Gravianos e seus homens lhe haviam
extorquido uma fortuna. Escondeu o caderno em casa, num local onde Rosalia não
olharia normalmente, mas onde o acharia caso algo acontecesse a ele.
Não tinha certeza do que faria em seguida;
precisava de tempo para pensar. Foi para a Toscana em busca de paz de espírito.
Enzo estava só naquele dia de junho de 1996,
quando deparou com a placa de pedra em Florença. Depois de ler a inscrição,
olhou para as mãos. E o que viu foi sangue. Pois, se esses monstros podiam
espalhar tanto mal e continuar impunes, era graças a homens como ele. Ainda que
não fosse culpado de nenhum crime, percebeu o quanto as verdades que escondia o
condenavam. Não podia mais guardar silêncio.
De volta a Palermo, Enzo reuniu a família e
contou que havia anos dava dinheiro à Máfia, e como sua vida se transformara em
um inferno.
- Não aguento mais - desabafou. - Quero ir à
polícia, mas preciso saber a opinião de vocês.
- Faça o que achar melhor - chorando, Rosalia
conseguiu dizer.
- O que vai acontecer conosco se você falar
com a polícia? - perguntou Giuseppe.
Valentina encerrou a discussão:
- Faça o que for preciso, pai. Não se
preocupe conosco. Você sabe que está certo e é isso que importa.
Em
janeiro de 1997, Enzo Lo Sicco encontrou-se com chefes
de um esquadrão de investigações. À medida que contava sua história, o fardo de
medo, dor e culpa ia ficando mais leve. Ele falou durante horas.
Nomes, datas, números de contas bancárias -
Enzo deu à polícia uma mina de ouro em informações sobre as atividades dos
irmãos Graviano.
Com base nas evidências fornecidas por Enzo,
20 membros do grupo de Graviano foram julgados em
1999 e sentenciados a um total de 136 anos de prisão.
Enzo mudou-se com a família para outra
cidade, no programa de proteção à testemunha. Ele teve de recomeçar do zero,
sobrevivendo com uma ajuda financeira do governo que corresponde a apenas uma
fração do que costumava ganhar.
"Não tem sido fácil, mas a família está
unida", disse ele. "Agora posso me olhar no espelho."
Marcelo Augusto de Carvalho 13 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
45
O QUE É BOM COMPORTAMENTO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
MATEUS 5.48
Seguramente esse é um dos textos bíblicos
mais mal aplicados no cristianismo.
Muitos querem alcançar o nível de
impecabilidade nesta vida.
Esforçam-se e até esgotam suas forças por tal
façanha, só para chegarem à decepção do evidente fracasso espiritual da
irrealidade do que todos conhecemos como PERFECCIONISMO!
DEFINIÇÃO
O PERFECCIONISMO
é um traço de personalidade caracterizado pela busca incessante e
rígida por padrões extremamente elevados, muitas vezes inatingíveis,
acompanhada de uma autocrítica severa e um medo intenso de
cometer erros ou falhar.
Desde
a mais tenra infância a pessoa cria um Eu ideal, a que busca
incessantemente se equiparar.
O pior
de tudo é que no fundo a pessoa perfeccionista estabelece METAS IRREAIS e sente
que seu valor pessoal (autoestima) DEPENDE inteiramente dos resultados
alcançados.
TIPOS DE PERFECCIONISMO
1 AUTOCENTRADO:
estabelece padrões impossivelmente altos para si mesmo
2 PROJETADO:
estabelecer expectativas impossivelmente altas para os outros
3 SOCIALMENTE
PRESCRITO: presumir que os outros têm expectativas impossíveis de atender
POSSÍVEIS ORIGENS
EXPERIÊNCIAS
NA INFÂNCIA: frequentemente, o perfeccionismo está ligado a pais ou
cuidadores muito exigentes, onde os erros eram severamente punidos ou a
aprovação era condicionada ao desempenho impecável.
BAIXA
AUTOESTIMA E INSEGURANÇA: pessoas com dificuldades de autoestima buscam a
perfeição como uma forma de validar seu valor e evitar a crítica, pois sentem
que não são "boas o suficiente" por si mesmas.
MEDO
DO FRACASSO E DA AVALIAÇÃO NEGATIVA: o receio de falhar e de ser julgado
negativamente pelos outros alimenta a necessidade de um desempenho perfeito.
VÍNCULOS
AFETIVOS: pode estar relacionado a padrões de apego e representações
vinculativas formados nos primeiros anos de vida.
CONSEQUÊNCIAS
PROBLEMAS
DE SAÚDE MENTAL: altos níveis de estresse, ansiedade (inclusive social),
depressão e, em casos mais graves, distúrbios alimentares ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
AUTOCRÍTICA
EXCESSIVA: uma voz interna crítica e implacável que condena o menor
deslize, gerando sentimentos de inadequação e culpa.
PARALISAÇÃO
E PROCRASTINAÇÃO: devido ao medo de não conseguir realizar uma tarefa
perfeitamente, o indivíduo pode adiar o início ou a conclusão de atividades
(procrastinação), ou até mesmo evitá-las completamente.
DIFICULDADES
EM RELACIONAMENTOS: a rigidez e as expectativas irreais podem ser
direcionadas também aos outros, causando problemas interpessoais e dificuldades
de convivência.
INSATISFAÇÃO
CRÔNICA: a pessoa nunca se sente satisfeita com seus
resultados, pois os padrões são inatingíveis, levando a uma sensação constante
de sobrecarga e esgotamento.
MILTON
É um
ótimo ajustador mecânico. Tão bom que todos os anos sua empresa lhe dá
certificações de excelência e bônus em seus salários pelos rendimentos
alcançados.
Na
infância já era o “filho perfeito” e o aluno apreciado pelos professores por
seu rendimento escolar.
Tudo
em sua vida é feito com tanta excelência que muita gente o admira e muitos
outros o invejam por sua performance pessoal.
Mas o
que essa capa de eficiência esconde é um enorme senso de rejeição própria. Milton
nunca se sentiu plenamente amado por seus pais, estimado pelos irmãos, ou parte
integrante de sua classe na escola. Nunca viu em si motivos para os outros o
apreciarem. Então fez dos estudos e de seus dons o caminho para que ele tenha
certeza do porquê as pessoas o amarão.
O
grande problema é que ninguém consegue a perfeição o tempo todo! Quando em
algum momento suas notas não foram 10, ou alguma peça que ele produziu ou
ajustou não ficou perfeita ele sentiu-se absolutamente fracassado. Ninguém se
importou com isso, mas ele se corroeu em angústia porque para ele ninguém mais
vai amá-lo! Ele anulou o motivo que ele mesmo estabeleceu para ser amado!
Quando
isso acontece, ele surpreende quem vive mais perto com explosões de ira e
depois uma depressão profunda! Vive nesse desespero: performar para ser aceito,
manter o nível na mais absoluta perfeição, cair por um instante e sentir-se irremediavelmente
abandonado por todos e um irrecuperável fracassado.
O
incrível é que Milton não é uma pessoa perfeccionista por que gosta de ser
assim. Ele é perfeccionista porque para ele (e somente para ele) PRECISA ser
desse jeito, senão...nunca se sentirá amado por alguém.
SOLUÇÃO
A
única maneira de resolver a questão do nosso perfeccionismo é ENTENDER QUEM
DEUS É, como Ele nos trata, o que espera de nós, para enfim entendermos como
podemos nos amar.
1 DEUS É AMOR
Ele
não sente amor, por isto não muda Seus sentimentos por alguém, nem mesmo tem
amor. Ele É amor!
Tudo o
que Ele faz é movido por essa incrível capacidade que só Ele possui, sendo sua
fonte. 1 João 4.8.
2 ELE NÃO DEPENDE DE NINGUÉM PARA AMAR
Há
pessoas que só passam amar crianças depois que tem seus filhos.
Deus
sempre foi, é e será amor. Mesmo antes que não houvesse uma única criatura, Ele
já era totalmente amor. Aliás, o resultado de ser amor foi CRIAR as pessoas
para então demonstrar a elas o que Ele é e o quanto as ama! 1 João 4.9-10.
3 ELE NÃO DEPENDE DO COMPORTAMENTO DE NINGUÉM PARA AMAR UMA
PESSOA
Ele
ama todas as Suas criaturas, independente do quelas sejam ou façam. Podem até
amá-Lo ou não, aceitarem Seus princípios ou rejeitarem Sua soberania no
Universo, Ele inevitavelmente as amará. Romanos 5.8.
4 O BOM COMPORTAMENTO NÃO PODE SER USADO PARA CONVENCÊ-LO A ME
AMAR. ISSO É UMA OFENSA PARA ELE.
No
paganismo o fiel buscar convencer a divindade de que ele é merecedor das
bençãos que busca. Então torna-se bonzinho, promete mudar dali para frente ou
oferece bens e serviços conforme a prescrição de seu credo.
No
cristianismo isso é impensável. Deus é onisciente, portanto, sabe muito bem
quem somos e nada o convencerá do contrário. Sabe também do que realmente
precisamos. Mas sempre agirá conosco pelo que Ele É! Isaías 1.18.
1 EU PRECISO ACEITAR QUE DEUS É AMOR
Ele me
ama, isso é um fato. Mas é preciso aceitar tal amor para que seja efetivo em
minha vida. João 3.16.
2 EU PRECISO ACEITAR QUE MEU COMPORTAMENTO NUNCA COMPROMETERÁ O
QUE DEUS SENTE POR MIM
O FILHO
PRÓDIGO da parábola desprezou o pai, tomou sua fortuna e foi viver longe, para
poder pecar como bem queria. Mas nada disso mudou o que o pai sentia por ele.
Tanto que o aceitou de volta, mesmo indigno, sujo e falido. Lucas 15.11-32.
3 EU PRECISO ME RENDER AO FATO QUE NADA ME SEPARARÁ DO AMOR DE
DEUS POR MIM
Na
parábola da OVELHA PERDIDA o bom pastor fez de tudo, até arriscou sua preciosa
vida para buscar e salvar sua tola ovelha que se desgarrou do rebanho.
Lucas
15.1-7. Romanos 8.38-39.
4 MEU BOM COMPORTAMENTO TEM QUE SER O RESULTADO DE ME SENTIR
AMADO POR ELE!
Na
parábola da MOEDA PERDIDA não havia nada que a moeda poderia fazer para
salvar-se, a não ser sua dona encontrá-la. E foi o que a mulher o fez.
Seu
valor estava em ser posse da mulher. Seu valor foi restaurado por ter sido reencontrada.
Lucas 15.8-10.
APELO
Se o
que você faz de bom não é resultado de ser AMADO POR DEUS, isso NÃO é bom! É
cosmético social. É bijuteria comportamental.
A vida
espiritual e o bom comportamento só são reais quando é o RESULTADO de ser amado
por Deus, e responder conscientemente aos Seus constantes apelos de vivermos
com Ele, hoje e sempre.
Você
pode fazer MUITO MAIS e MELHOR quando simplesmente ama porque já é amado!
A SAMAPANA
deslizava sem ruído pelo rio tropical, pontilhado de lírios, no interior da
Tailândia. Junto de mim estava sentada uma mulherzinha quase nanica não devia
pesar nem 45 quilos nem ter mais de um metro e meio de altura-que era a mãe
adotiva de 689 crianças. Minha companheira era a Dr. PIERRA VEJJABUL, por todos
os títulos uma das mulheres mais notáveis do mundo.
Para
ser a primeira mulher da Tailândia a formar-se em Medicina, ela travou uma
batalha que teria feito fraquejar um espírito de menor envergadura. Sua vida
tem sido uma luta contínua: contra a prostituição legalizada, contra o
casamento polígamo, contra as doenças venéreas que assolam o seu bonito país.
Por toda
a parte na sua displicente Tailândia ela via a tragédia da
ilegitimidade-crianças sem amor. destinadas a retribuir mais tarde hostilidade
com hostilidade. Se ninguém mais queria esses infelizes órfãos, ela os
aceitaria. O primeiro que adotou está agora terminando o seu curso de Medicina
em Paris. Outros es tão em universidades da Austrália с da
Tailândia; centenas completaram o curso ginasial.
Nesse
dia, eu e a Dra. Pierra visitamos uma de suas
iniciativas prediletas: um centro de reabilitação de prostitutas. Depois
voltamos para Bancoc e sentamo-nos na varanda desconjuntada de sua casa
amarela, de estuque. As venezianas verdes estavam desbotadas, a pintura
descascando; o jardim era uma selva de ervas daninhas, sombreado por
mangueiras. Era o lar de 80 crianças, a mais moça com duas semanas de vida, a
mais velha, uma bonita menina de. 17 anos, que estará no próximo ano cursando a
universidade.
A Dra.
Pierra adivinhou o que eu estava pensando. Seu rosto
moreno e seus olhos escuros se abriram num sorriso.
- Não
está bonito, não é? - disse
ela.- Mas eu preciso de todo o dinheiro que arranjo
para alimentar, vestir e educar estas crianças. Há coisas mais importantes do
que pintura e flores.
Ela
nasceu em 1909, recebendo о nome de Pierra
Hoon, filha única da terceira esposa de um abastado negociante de teca. Foi
educada por freiras francesas. Quando tinha 15 anos, sua mãe adoeceu gravemente
e não parecia melhorar com as ervas e encantações de um médico da Tailândia.
Como último recurso, foi chamado um médico do Instituto Pasteur, que por acaso
se encontrava em Bancoc. Em poucos instantes ele fez um diagnóstico е
receitou um tratamento. A doente restabeleceu-se rapidamente.
Se a
Medicina Científica era capaz de produzir milagres dessa natureza, decidiu Pierra, ela se tornaria médica. Sabia, naturalmente, que a
Tailândia-que na época se chamava Sião-nunca tivera uma mulher médica. Mesmo as
moças mais felizes não recebiam instrução alguma depois dos 16 anos, quando
eram casadas com maridos escolhidos pelos pais.
Aos 16
anos, Pierra comunicou seus planos ao pai. Houve a
inevitável explosão. Já fora escolhido um marido para ela, e não se falava mais
nisso, declarou êle.
Um dia
Pierra soube que uma colega de escola, pertencente à
família real da Tailândia, ia fazer uma viagem de três meses pela Europa em
companhia dos pais. A menina disse a Pierra que tinha
horror à governanta que iria acompanhar a família para tomar conta de seu irmão
mais moço.
Pierra viu
aí a sua oportunidade. Poderia ela conseguir o emprego? As duas conspiradoras
juvenis se puseram a agir, e no fim conseguiram o consentimento dos pais.
Quando a família de sua companheira voltou para a Tailândia, Pierra ficou em Paris, conforme planejara.
Começou
então para a moça, sem dinheiro e sem amigos, uma luta que parecia
interminável. Seu francês era deficiente, suas aptidões quase nulas para
qualquer espécie de trabalho. Levou cinco anos para completar o curso
vestibular, depois ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris.
Aí lavou chão, lavou pratos, fez a limpeza de quartos de estudantes aceitava
qualquer serviço que lhe rendesse alguns preciosos francos. Receosa de que o
pai a descobrisse e forçasse a sua volta para o Sião, ela evitava qualquer
contato com os seus compatriotas. A vida era dura e solitária. Mas em 1936 ela
se tornou a Dr. Pierra Hoon, e afinal voltou para sua
terra.
Achava
que não seria difícil obter uma nomeação para a Faculdade de Medicina de Siriraj. Não foi o que aconteceu: a hostilidade em relação
às mulheres médicas continuava a mesma de sempre. Procurou então o Serviço de
Saúde Pública. As autoridades desse serviço resolveram livrar-se de uma vez por
todas daquela mulherzinha impertinente: ofereceram-lhe um emprego na única
clínica de doenças venéreas do país, com um ordenado equivalente a 18 dólares
por semana. A Dr. Pierra aceitou jubilosa.
Um
espetáculo sinistro a esperava: crianças cegas pela loucura dos pais, um
desfile aparentemente interminável de homens e mulheres inválidos ou
mentalmente perturbados pela sífilis. Outros médicos aceitavam tudo isso como
ordem natural das coisas em seu país; a recém-chegada, não.
A Dra.
Pierra chegou à conclusão de que as doenças venéreas
no Sião tinham de ser atacadas na fonte. Uma prostituta podia ser responsável
por centenas de casos de doenças venéreas, e havia 10000 prostitutas
licenciadas só em Bancoc. Se as moças não se dispunham a procurar о
ambulatório quando a doença estava na fase inicial, curável, passaria ela a
procurá-las.
Armada
apenas de uma pequena sacola preta, com remédios, a Dr." Pierra encaminhou-se para um dos bordéis mais conhecidos de
Bancoc. O proprietário pô-la na rua. Aconteceu mais ou menos a mesma coisa no
segundo, terceiro, quarto e quinto bordel que procurou. Qualquer pessoa
desistiria. Mas a Dr. Pierra entrou num sexto bordel
e começou a falar depressa. Uma casa sem doenças não faria mais negócio? O
proprietário concordou. Ela podia ficar.
Assim
começou a campanha. Para torná-la mais rápida, a Dr. Pierra
instalou uma clínica própria, com tratamento a preços acessíveis até aos mais
pobres. Não tardou a descobrir que seu salário era insuficiente para financiar
as suas atividades, e instalou um pequeno consultório particular de ginecologia
e obstetrícia.
Um
dia, em 1938, foi entregue no seu consultório um bilhete sem assinatura.
Poderia ela encontrar-se com quem escrevia, às quatro horas da tarde, numa
certa esquina? Havia um tom de súplica tão desesperada no bilhete, que a Dr. Pierra resolveu comparecer ao encontro. Chegou 20 minutos
atrasada e não encontrou ninguém na esquina. Mas, 10 minutos depois,
precipitou-se para ela uma moça, que desenrolou uma história conhecida: estava
grávida e o rapaz não queria casar-se com ela. Tinha esperança de que a Dr. Pierra fizesse um aborto. Como a doutora não aparecera às
quatro horas da tarde, a moça tomara veneno. Agora queria viver. A Dra. Pierra levou-a para o hospital a toda pressa, mas era tarde
demais: a moça morreu.
Algumas
semanas depois, outra moça pediu para fazer um aborto. A Dra. Pierra explicou que nenhum médico respeitável se prestaria
a fazer tal trabalho. Mas, se a moça era repelida pela família, por que não ia
morar com a Dra. Pierra e esperar o bebê na sua casa?
A Dra. Pierra o adotaria legalmente, e a criança
passaria então a ter um nome, o nome da Dra. Pierra
Hoon. A moça aceitou reconhecida.
Discretamente
correu a notícia de que havia quem estendesse uma mão amiga a moças que até
então sempre tinham enfrentado o ostracismo. As moças que esperavam filhos
recebiam a melhor instrução possível sobre cuidados e nutrição dos bebês...
ajudando outras. Dentro de pouco tempo, a velha casa maltratada transbordava de
pequenos Hoon. 67
Furioso,
o pai da Dra. Pierra mandou chamá-la. Não bastava que
ela tivesse maculado o nome da família fugindo de casa? Pretendia dar o nome
honrado da família a toda criança ilegítima do país? A Dra. Pierra
achou que o pai tinha razão. Solucionou o problema mudando о seu próprio
nome para Pierra Vejjabul.
Começaram
a chegar pequeninos Vejjabul na média de um por
quinzena. Era preciso arranjar um meio de fazer sair algumas das crianças para
dar lugar a outras. Usando toda a sua capacidade de persuasão, a Dra. Pierra conseguiu convencer pais e mães solteiros a
visitarem os filhos. Muitos o fizeram-e deixaram
falar o coração. Houve moças que readotaram os próprios filhos. Dezenas de pais
relutantes chegaram à conclusão de que a vida com a criança e a mãe não seria
afinal tão ruim. A Dr. Pierra já per leu a conta do
número de casamentos que se realizaram.
O
dinheiro é um problema sempre atual; a conta bancária da Dr." Pierra está sempre oscilando perigosamente nas proximidades
do zero. Os 18 milhões de cruzeiros anuais necessários para sustentar a sua
família consomem toda a renda de sua clínica particular, mais o salário do
serviço de saúde. Donativos de simpatizantes da causa ajudam a cobrir o déficit.
Há 25
anos (desde 1940) ela vem pressionando o governo não só para tratar as
prostitutas contra doenças venéreas, mas também para reabilitá-las. E não conviria
também acabar com a prostituição legalizada? Lentamente соmeçaram
a mudar costumes seculares, e em 1961 chegou a um termo a prostituição
legalizada.
A Dr. Pierra elaborou então um plano para evitar que as
prostitutas voltassem à sua antiga profissão. Como eram em geral moças do
campo, analfabetas, que não conheciam outra maneira de ganhar a vida na cidade,
era preciso ensinar-lhes um ofício e alfabetizá-las. Relutantes as autoridades
concederam verbas para tentar pôr em prática a ideia.
Visitei
o primeiro desses centros de reabilitação. As 270 moças que lá se encontram
dedicam metade do dia a trabalhos braçais, como o de aterrar terrenos
cultiváveis para elevar-lhes o nível e evitar enchentes. O resto do dia elas
passam em aulas, aprendendo a ler e escrever e aperfeiçoando-se em ofícios
variados. Quando о produto de seu trabalho é vendido, a moça tem direito
a 70% do lucro, para constituir um fundo destinado a ampará-la quando sair da
instituição. As estatísticas mais acuradas indicam que em cada grupo de 20 moças
só uma volta à prostituição.
As
portas das faculdades de Medicina, outrora hermeticamente fechadas às mulheres
na Tailândia, foram arrombadas pela Dr. Pierra. Há
hoje 600 médicas na Tailândia e mais 200 moças estudando Medicina. Um país que
já foi hostil às suas ideias sobre amparo às crianças ilegítimas hoje lhes dá
entusiástico apoio.
Há
pouco tempo (1965) foi concluída uma bonita nova creche para a Fundação Pierra de Amparo à Maternidade e à Infância, montando a 35
000 dólares as contribuições de amigos e do Governo da Tailândia para a sua
construção. Dentro de pouco tempo será derrubada a velha e precária casa
amarela de estuque.
O
mundo tem glorificado a Dr. Pierra por uma vida
dedicada às lutas desprezadas pelos outros. A França conferiu-lhe a Legião de
Honra; a Tailândia conferiu-lhe a Suprema Ordem do Elefante Branco; os Estados
Unidos, a Medalha de Espírito de Realização da Faculdade de Medicina Albert
Einstein. Apesar dessas honrarias, o grande dia da vida da Dr. Pierra ocorre todos os anos a 1." de janeiro, que na
Tailândia é a data tradicional em que os jovens visitam seus pais e avós.
Dezenas de seus filhos voltam carregados de presentes, numa tocante homenagem
àquela mulher pequenina que lhes deu sua oportunidade de viver uma vida
condigna.
Marcelo Augusto de Carvalho 14 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
46
O QUE É PECADO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
LUCAS 17.3
Quando Deus deu Sua Lei deixou bem claro que
o ALVO da vida não é produzir um BOM COMPORTAMENTO, mas construir um bom e
satisfatório RELACIONAMENTO, com Ele, com nossos pais e com todos aqueles que
virão a ser o nosso próximo.
Quando Jesus veio à Terra fez questão de
explicar que o BOM COMPORTAMENTO deve sempre ser o RESULTADO das boas relações
que edificamos com Deus, com nossos pais e com nosso próximo. Jamais o
objetivo.
Por isto, o PECADO nunca começa nas AÇÕES e
sim nas ATITUDES, nas intenções, desejos e motivações que desenvolvemos em
nossas relações, e que com o tempo serão exteriorizadas através de nossos atos.
CAIM
O primeiro ASSASSINO da história não começou
MATANDO seu irmão.
Desde a infância via Abel como dependente
dele, depois um seguidor para enfim imaginar que seu irmão mais novo deveria
obedecer-lhe em tudo.
Quando Abel decidiu seguir sua consciência e
por isto obedeceu ao que Deus lhe pediu, Caim ficou furioso!
Deus o visitou advertindo-o que se não
dominasse suas paixões infames ele fatalmente cometeria o crime já imaginado, o
que não demorou muito para acontecer.
Caim só quebrou o sexto mandamento da Lei de
Deus porque primeiro relacionou-se erradamente com seu irmão, construiu crenças
falsas para sim, para enfim ter um hediondo e inaceitável comportamento.
PORTANTO PECADO É SEMPRE UM PROBLEMA PESSOAL: COM DEUS, COM OS
PAIS, COM O PRÓXIMO E ATÉ CONSIGO!
Ele sempre começa em nossa natureza
pecaminosa, contamina todas as nossas relações, e finalmente dá à luz em nossos
atos, mas sempre expressos contra alguém!
E nunca é demais repetir: não há vida
espiritual naquele que insiste em viver distante das RELAÇÕES.
Todo aquele que se esconde por detrás da
desculpa de ser TÍMIDO, ou querer EVITAR PROBLEMAS justifica o injustificável.
Fomos feitos para nos relacionarmos, e quando não o fazemos NEGAMOS os planos Fomos
feitos para nos relacionarmos, e quando não o fazemos NEGAMOS o propósito de
nossa existência, nos empobrecemos e negamos aos outros os dons e talentos que
Deus nos confiou para enriquecer a vida de outros.
HÁ PESSOAS QUE VIVEM EM PECADO E NÃO SABEM (Será?)
Ressentidas
com os pais – como o FILHO PRÓDIGO.
O pai
era carinhoso, generoso até com os servos e tremendamente solícito às
necessidades das pessoas. Mas o filho mais moço era tão ingrato e invejoso do
pai que lhe pediu sua herança, mesmo este ainda estando vivo. Recebendo seu
dinheiro, foi para o mais distante que pôde de casa, e lá, contrariando toda
educação recebida, gastou seu dinheiro com o vício e prazeres nocivos. Tudo
porque RESSENTIA-SE com o pai e sua bondade!
Magoadas
com os irmãos – como OS IRMÃOS DE JOSÉ.
Estes
rapazes, apesar de se orgulharem por serem filhos de Abraão e herdeiros da
promessa messiânica, eram desobedientes ao pai, envergonhavam-no diante da
sociedade, eram cruéis e tão vingativos que podiam a qualquer momento serem
mortos pelos vizinhos, e com toda razão. Assim não causa surpresa a forma como
trataram seu irmão mais novo, planejando matá-lo, mas depois vendendo-o como
escravo tendo a certeza que ele nunca mais voltaria
para sua casa. Tudo porque INVEJAVAM o amor que Jacó tinha por José. Invejam
também seu caráter perfeito, simétrico, como conseguia dominar seus desejos e
ser tão obediente a Deus e ao pai.
Odeiam
amigos ou companheiros de trabalho por décadas – como Saul odiou Davi.
Saul
orgulhava-se por ser o primeiro rei do povo de Deus na Terra, e por isto
defendia tanto sua posição. Mas não teve nenhum escrúpulo a partir do momento
que imaginou que Davi queria tomar-lhe o trono. Perseguiu, acossou, acusou e difamou
seu mais fiel e valente soldado. Tudo porque era VAIDOSO e mesmo sendo inapto
para o cargo não queria rebaixar-se a perder o status em que vivia.
Murmuram
baixinho em seu íntimo contra Deus – como JONAS.
Professam
amor ao Criador. Até trabalham direta e exclusivamente em Sua causa. Mas
debaixo da capa de devoção e testemunho, desconfiam das intenções divinas.
Colocam sempre dúvidas “inocentes” nas decisões do Céu. Argumentam que poderia
haver outras maneiras melhores para a solução de tantos conflitos na Terra.
Guardam um rancor moderado pelo fato de Deus não os responder como querem,
nunca os consultar para tomar decisões importantes, ou sequer levar a sério
seus pensamentos sobre as coisas. Na realidade gostariam muito de poder dizer
que Deus fez algo bom depois de os ter consultado. Tudo porque são loucos por
MANDAREM em Deus e ADMINISTRAREM Seu poder!
PECADO É NÃO IR AO SEU PRÓXIMO E RESOLVER-SE COM ELE!
Por
isto a ordem de Jesus é clara: se você tem problemas com seu irmão, vá e
converse com ele. Resolva. Faça de tudo o que te é possível para restabelecer
os vínculos afetivos. Se isto acontecer, perdoe-o. peça perdão também. E assim
prossiga em sua vida!
Ele
foi tão firme nesse princípio que disse claramente que se o crente viesse
oferecer-lhe sacrifício, mas em seu coração tivesse algo contra alguém, deveria
deixar a ovelha, ir resolver-se com o irmão, e só depois cumprir seu dever
religioso! Ele não aceitaria o sacrifício no santuário de alguém rancoroso e
mal resolvido com seu próximo!
PENSE E SEJA HONESTO CONSIGO MESMO: COM QUEM VOCÊ TEM PROBLEMAS
DE RELACIONAMENTO?
OS
DISCÍPULOS achavam-se bons e dignos do Céu porque aceitaram e andavam com
Jesus. Mas Ele os reprovou dizendo:
OS ESCRIBAS
E FARISEUS achavam-se os filhos preferidos de Deus. Mas Jesus os advertiu
dizendo:
O
FARISEU DA PARÁBOLA julgava-se bom o bastante para desprezar o publicano, a
quem via como pecador e perdido.
APELO
Até
encontrar-se com Deus no vau do Jaboque Jacó foi um
perdedor, manipulado da mãe, enganador do irmão, decepção ao pai, e um marido
abusador das feições amorosas de suas esposas.
Mesmo
forçado pelas circunstâncias, Jacó decidiu resolveu suas questões com seu tio
Labão dizendo-lhe tudo o que sentia por ser tantas vezes enganado e extorquido
por ele. Depois com Esaú, pedindo-lhe perdão, e finalmente com seu pai Isaque,
perdoando-o por seu desprezo desde à infância.
Agindo
assim tornou-se Israel, o Príncipe, que lutou com Deus e prevaleceu! Essa
atitude o credenciou à primogenitura espiritual de sua família.
Será
que não é isto que falta para você tornar-se o PRÍNCIPE ou a PRINCESA de deus
na Terra?
EDWARD
e DEDI TAYLOR tinham seis filhos, três meninos e três meninas. Quando Dedi ficou grávida outra vez, Ned, de nove anos, mostrou-se
extremamente interessado e fez toda espécie de planos para depois da chegada de
"meu irmãozinho".
Em agosto
de 1964 Jacqui nasceu. "Outra menina!",
explodiu Ned. "Para que servem meninas?"
Quando
Edward Taylor contou a Dedi no hospital o
desapontamento de Ned, ela escreveu-lhe um bilhete: "Querido Ned, sei que
você está desapontado, mas não somos nós que decidimos se a criança vai ser
menina ou menino. Isso está nas mãos de Deus. Pense na nossa sorte de termos um
bebê normal e sadio. E sendo você o mais velho dos garotos, talvez seja a hora
de ter uma missão especial. Quer encarregar-se de Jacqui,
ser o protetor especial dela? Assim, quando ela for ao jardim da infância,
nenhum valentão vai querer bulir com ela, pois basta ela ameaçar contar a você.
Vamos conversar sobre isso quando eu estiver com você."
Quando
Jacqui chegou em casa, todos os irmãos e irmãs
estavam ansiosos para pegá-la no colo, dar-lhe de comer, falar com ela - todos
menos Ned, que ficou olhando de longe.
Ned
estava no quinto ano primário e começava a levar uma vida mais ativa: entregava
jornais numa zona da cidade, acampava com os escoteiros, cantava no coro,
estudava piano. Praticava esportes, fazia os deveres de casa, montava modelos
de aviões. Pouco tempo sobrava para meninas, sobretudo uma bebezinha que não
sabia nada.
Mas a
curiosidade de Ned começou a levá-lo ao quarto do bebê. "Por que ela
chora?", perguntava. Prontificou-se a acalentá-la.
Quando
Jacqui estava aprendendo a andar, era em direção a
Ned, seu irmão grande, que ela dirigia seus passos incertos. Era para ele que
ela arrastava seu carrinho quando queria sair de casa. Era no colo dele que ela
trepava para batucar no piano. Encantado, Ned achava graça e sentia-se cada vez
mais responsável por ela. Em 1967, quando Jacqui
tinha quase três anos, Ned adoeceu.
Para ele
o ano começara radioso. Seu mais ardente desejo era educar profissionalmente a
voz, mas a família não tinha recursos para isso. Em março ele ganhou em
concurso uma bolsa para o curso de verão da Соlumbus
Boychoir School. Ao fim do
curso foi eleito "o melhor menino do coro" e premiado com uma bolsa
de estudo de 1.500 dólares para o sétimo ano da escola. Ele ia entrar para o
famoso coro "Meninos Cantores da América", e participaria de
excursões pelo mundo.
Pouco
antes de sua partida para a escola a família organizou um churrasco no quintal.
Foram horas de felicidade e de tristeza, de orgulho mesclado com a consciência
da separação iminente.
Ned
estava cuidando do fogo quando Dedi notou que o
branco dos olhos dele tinha estrias amarelas. Toda a família ajuntou-se ao
redor dele, alguém providenciou um espelho para Ned também ver. Ele repuxou as
pálpebras e disse: "Ei! Estou virando chinês!" Os irmãos e irmãs
riram.
Um
exame de sangue revelou hepatite, e o médico mandou Ned para a cama, isolado do
resto da família. Mas ao mesmo tempo assegurou aos pais que graças à natural
boa saúde e vitalidade do garoto, ele estaria recuperado ainda em tempo de ir à
escola.
Um dos
Taylor ficou encantado com a situação Jacqui. Assim
ela e o irmão maior iam ficar juntos o tempo todo. É verdade que não podia
entrar no quarto dele, mas de longe eles podiam conversar e rir. A pele de Ned
foi assumindo uma tonalidade amarelada e ele tomou o nome de Foo Yong, e de vez em quando ele sacudia a porta e bradava
para Jacqui, que ria a valer: “Abri as portas do
templo!"
Quando
chegou o dia do terceiro aniversário de Jacqui ela
exigiu que a festa fosse feita no corredor em frente ao quarto dele.
Ned
começou a parecer "grávido", o que deu origem a nova hilaridade entre
os irmãos. Mas o médico não achou engraçada a "gravidez"; êle disse que era ascite, acumulação de líquido no abdome,
e que Ned precisava ser hospitalizado.
Jacqui ficou
desolada. As "portas do templo" se abriram e Foo
Yong foi embora. Apesar da presença de todos os outros irmãos e irmãs, do pai e
da mãe, a casa estava vazia.
No
centro Médico Columbia-Presbiterian, num arranha-céu
de Nova York, Ned não era mais um potentado oriental cercado de súditos
afetuosos; de um momento para outro ficou sendo um menino muito pequenino
engolfado numa azáfama impessoal entre instrumentos de frio brilho. Depois de
vários dias de exames os médicos só podiam dizer com certeza que o rapaz estava
gravemente doente de uma forma de hepatite, o fígado mal exercendo ainda sua
função
- Quanto
tempo vou ficar aqui, mãe? - perguntou Ned.
- Só
até ficar bom-respondeu а mãe.
- Quando
é que Jacqui vai para o jardim da infância? - perguntou
ele, depois de pensar um momento.
- Ainda
demora uns dois anos.
- Acho
uma boa ideia eu ir com ela no primeiro dia disse.
- Muito
boa ideia - concordou a mãe.
Ned
foi colocado na sala de tratamento intensivo, onde estava sempre ligado a
alguma coisa-tubos para alimentá-lo, para transfusão de sangue, para drenar
fluido. Os dias viraram semanas, as semanas meses, enquanto ele ia passando por
uma crise depois da outra. Mas através de tudo aquilo ele não perdia o bom
humor, mostrando vivo interesse clínico por tudo quanto acontecia, fazendo
intermináveis perguntas aos médicos e enfermeiras. Todos os dias, quando os
pais o visitavam, ele apresentava um relatório médico objetivo das 24 horas
precedentes, quase como se ele fosse o médico e não o paciente.
Uma
única vez desmoronou-se sua fachada alegre. Foi no começo do terceiro mês.
"Estou cansado de estar doente", disse ele. "Eu gostaria de me
apressar, de acabar com isso." Imediatamente arrependido, porém,
acrescentou: "Não se preocupe, mãe. As coisas sempre acabam bem..."
Mas a
essa altura os pais compreenderam que as coisas não iam acabar bem. Os médicos
simplesmente não sabiam o que estava destruindo o fígado do menino. Ned faleceu
às 3:30 da manhã do Dia de Ação de Graças, em 1967. Frustrados, os médicos
pediram permissão para realizar uma autópsia, o que foi concedido.
Só um
ano e meio após a morte de Ned foi que a família começou novamente a acreditar
na vida, e aí chegou uma carta ameaçando outro golpe destruidor. Era de um
homem do qual nunca tinham ouvido falar, mas que parecia conhecer muito bem a
família: o Dr. I. Herbert Scheinberg, da Escola de
Medicina Albert Einstein de Nova York. Escrevia ele que sabia do que Ned tinha
morrido e que havia a possibilidade de vir о mal-conhecido
como doença de Wilson - a ocorrer em outro filho dos Taylor. Assombrados, os
pais leram várias vezes a longa carta antes de compreendê-la plenamente.
O Dr. Scheinberg e uma equipe de pesquisadores dedicavam-se ao
estudo dessa rara doença hereditária. Tecido retirado por ocasião da autópsia
de Ned fora enviado ao Dr. Scheinberg, que agora
confirmava ter o menino morrido da doença de Wilson.
As
pesquisas revelaram que essa doença, consequente do envenenamento pelo cobre,
só ocorre em crianças que herdam um par de genes defeituosos. Tanto o pai como
a mãe devem ser portadores do gene raro e, embora não adquiram qualquer doença
por isso, os filhos podem contrair a doença de Wilson. As probabilidades de
dois adultos assim se casarem são de uma em 40.000, mas acontecera no caso dos
Taylor. Não está dito que pais nas condições citadas tenham necessariamente
filhos com o defeito, mas era mais do que provável ter um dos filhos
sobreviventes dos Taylor herdado um gene imperfeito de cada um dos pais. O Dr. Scheinberg recomendou com insistência um exame de sangue de
todos eles, o chamado "teste de ceruloplasmina",
que denuncia a presença de um importante indício da doença de Wilson.
Isso
foi feito imediatamente, e no dia seguinte o Dr. Scheinberg
informou que cinco das crianças estavam livres da doença, mas havia fortes
indícios de que uma delas a tinha: Jacqui. Pediu aos
Taylor, desesperados ante a possibilidade de perder mais um filho, que levassem
Jacqui para uma série completa de testes. Estes
confirmaram que Jacqui de fato era portadora da
doença de Wilson e que estava se acumulando cobre em seu fígado; mas os médicos
também puderam determinar que ainda não havia danos irreparáveis. Fora
recentemente criado um método de tratamento. Se Jacqui
tomasse quatro cápsulas por dia de um certo medicamento, e mantivesse um regime
especial, o excesso de cobre em seu organismo podia ser eliminado,
estabelecendo-se o equilíbrio. Seria possível ela ter uma vida normal.
Durante
o trajeto de volta para casa, Jacqui dormia enquanto
seus pais falavam em voz baixa sobre sua salvação da morte.
- Foi
Ned que a salvou, sabe? - disse Edward. - Se não fosse a autópsia a doença dela
não teria sido diagnosticada em tempo.
Dedi
permaneceu algum tempo em silêncio.
- Lembra-se
da carta que escrevi a Ned pedindo-lhe que cuidasse de sua irmãzinha? perguntou
depois.
- Lembro-me
- disse Edward.
E aqui
termina a história tal como Dedi Taylor a contou a
mim. Alguns meses mais tarde, porém, recebi uma carta na qual ela me falava de
uma visita que fizera com Jacqui ao túmulo de Ned.
"A
tristeza e uma sensação de perda sempre me acompanharão", escrevia ela.
"Mas naquele dia com Jacqui - os raios do Sol
brilhando sobre seus longos cabelos, pernas vigorosas curvadas enquanto ela se
concentrava em cavar uma cova para um pé de crisântemos - senti o doce e triste
contentamento que vem da aceitação, de ter chegado a um acordo com a vida. O
sacrifício fora completado. Ned estava mesmo fazendo bem o seu trabalho."
Marcelo Augusto de Carvalho 15 de julho de 2025
Artur Nogueira SP
47
O QUE É SALVAÇÃO?
Marcelo
Augusto de Carvalho
LUCAS 15.24
Vamos às 3 principais definições que a Bíblia
apresenta sobre a SALVAÇÃO!
1 NA BÍBLIA SALVAÇÃO É ESTAR PERDIDO E SER ENCONTRADO
ADÃO E EVA – DEUS
Eva achou que desconfiando de Deus e de Sua
sabedoria seria elevada a um nível muito superior. Ao comer do fruto logo
percebeu quanto caiu em sua santidade e perfeição. Veio a vergonha e o
desespero.
Mas Deus vou atrás do casal perdido, os
encontrou oferecendo-se como a única solução e prometendo morrer por eles, para
que um dia pudessem voltar ao Éden e à comunhão com Ele. Gênesis 3.
LÓ – ABRAÃO
Afastou-se achando que estaria mais seguro e
melhor em Sodoma. Isto o tornou mais vulnerável até ser capturado e levado para
ser escravo.
O tio, arriscando sua vida e a de todos os
seus servos, salvou-o de sua sorte e ainda lhe devolveu tudo o que amava, bens
e família. Mesmo assim Ló escolheu viver longe, distante.
O tio continuou buscando-o. Quando Sodoma foi
condenada pelo Céu, Abraão intercedeu por Ló, sendo buscado, tirado e protegido
da destruição pelos anjos.
Ele poderia ter voltado a viver com o tio,
tão benevolente. Mas escolheu agora isolar-se do mundo, morando em uma caverna.
Sua reclusão abriu as portas ao pior. Suas filhas o embebedaram, incestaram com
ele gerando filhos, que no futuro se tornaram tão maus que geraram nações
infiéis às quais deus precisou castigar severamente. Gênesis 13, 14, 19.
ISRAEL – MOISÉS
Desceram ao Egito para salvarem-se da fome.
Acabada a seca era para terem voltado à Canaã, mas ficaram pelo Egito. Veio a
escravatura. Era tão severa que eles se sentiam desprovidos de qualquer
capacidade para se salvarem.
O Senhor ouviu seus gemidos, enviou Moisés, e
por ele os libertou. Levou-os ao deserto, ao Sinai, para que por quase dois
anos tivesses uma profunda experiencia de intimidade com Ele, Seu reino e suas
leis. Êxodo 1-32.
2 NA BÍBLIA SALVAÇÃO É VIVER COM QUEM TE SALVA
ABRAÃO
Deus convidou este grande homem à Sua
intimidade. Disse claramente: “Ande na minha presença e você será perfeito”.
Gênesis 17.1.
JACÓ
Mesmo depois de ter enganado seu pai e seu
irmão e roubado o direito à primogenitura, Deus o buscou na estada a Padã-Arã, oferendo Seu perdão, prometendo que seria seu
Deus e protetor. Gênesis 29.
3 TAMBÉM É VIVER COM QUEM DEUS SALVA
RAABE
Reconhecendo as ações divinas na história e
entre os povos, essa mulher perdida em seus pecados decide ser salva por Deus,
e pede uma chance aos seus representantes na Terra. Renega sua cidadania,
abandona seus usos e costumes, assume os princípios do reino do Céu e decide
morar entre os israelitas.
Seu exemplo de vida é tão marcante que Salmon, um dos líderes em Israel, casa-se com ela,
dando-lhe um lugar prestigioso em Israel.
Por
isto é honrada pelo Céu, entrando na linhagem messiânica, sendo uma das
ancestrais de Jesus Cristo. Josué 2.
RUTE
Mesmo nascida em uma cultura idólatra, Rute,
agora viúva, decide deixar para trás tudo o que
aprendera e vivera para viver com sua fiel sogra entre os hebreus, seguir os
mandamentos de Deus dedicando sua vida a Ele. Não havia nenhuma garantia de
prosperidade ou sequer sustento diário. Mas Deus a exaltou, sendo remida por um
parente de seu falecido esposo. Também recebeu a honra de um casamento digno,
tornou-se a bisavó do maior rei de Israel, Davi e uma das ascendentes de Jesus!
Rute 1-4.
O QUE APRENDEMOS ENTÃO?
Nas três
parábolas de Lucas 15 Jesus ensinou que o pecado acontece quando QUEBRAMOS o
relacionamento com Ele, com nossos pais e com o próximo, e que a salvação
ocorre quando o RESTABELECEMOS. Na parábola do filho pródigo, Jesus mostrava
que a salvação envolve o reencontro com o nosso verdadeiro eu.
Tudo
porque os BONS RELACIONAMENTOS são o REMÉDIO de Deus para nossa vida. Alimentam
nossas necessidades emocionais, curam nossas dores, nos completam em nossas
carências, estimulam nossa inteligência, desenvolvem nossos dons e capacidades,
além de nos prepararem para viver na comunidade do Céu!
Jamais
seremos psicologicamente saudáveis se não nos buscarmos relações saudáveis. Precisamos
viver LIGADOS aos outros para sermos minimamente plenos. Assim curamos a nós e
aos outros dos terríveis efeitos que do pecado.
E em
toda relação que construirmos, um princípio deve nos nortear: uma alma perdida
é ENCONTRADA e não consertada!
LOUCURA = DISTÂNCIAMENTO
O filho pródigo nos ensina que espiritualmente,
loucura é estar LONGE do pai, das pessoas, de si mesmo!
Qualquer pessoa em qualquer tempo e lugar
pode passar por isto.
ABSALÃO
Era belo, inteligente e muito sagas.
Alimentou-se tanto de sua vaidade que, ainda bem jovem, construiu um TÚMULO
para si. Tinha tanta certeza que era “o pão do Céu
descido à Terra” que em vez de deixarem as pessoas reconhecerem seu valor
depois de sua morte, ele mesmo o fez em vida e do jeito que ele gostaria de ser
lembrado. Haja autoproclamação, hein?
Tornando-se cada vez mais ensimesmado VINGOU
a honra de sua irmã Tamar matando seu meu irmão Amnom
por tê-la violentado. Parece nobre, mas o fez de forma espetacular: convidou
todos os seus irmãos para um banquete e de forma pública e exibicionista
matou-o. O efeito de tal ato não foi a justiça, mas o desespero de toda a casa
real. Tanto que ele fugiu e foi morar com seu avô em outro país.
Tempos depois voltou a Israel, apenas para
roubar o coração do povo, elaborar planos e tomar o trono das mãos de seu pai.
Como se isto já não fosse insano, seguiu o
costume das nações vizinhas; para mostrar desprezo, supremacia e total
rompimento com o pai e toda a família, levantou uma tenda no terraço do palácio
e à vista de todos possuiu as concubinas do pai.
Por fim, morreu sozinho num bosque, pendurado
pelo pescoço, flechado por dardos certeiros e enterrado numa vala comum cheio
de pedras por cima, que em sua cultura só era reservado aos piores da
sociedade.
SAUL
Recebeu o privilégio de ser escolhido para
ser o primeiro rei de Israel. Amou tanto o CARGO que para protegê-lo foi
afastando-se de tudo e de todos. Essa atitude o ENLONQUECEU tornando-o
paranoico, insensível em suas ordens governamentais e desmedido na condução
militar.
Um dia, em meio à guerra, ordenou que o
solado que comesse algo durante todo o dia seria morto. Queria que ao vencer a
batalha todos o exaltassem como um grande estrategista e um privilegiado do
Céu. Que tolice: se tem um momento que o soldado mais precisa se alimentar é
quando mais usará a força física!
Jônatas, seu filho e príncipe, não ouviu a
ordem, e obviamente comeu um pouco de mel. Para manter sua palavra Saul ordenou
que fosse morto! O exército não o permitiu.
Depois perseguiu por mais de uma década seu
mais destacado e fiel soldado, Davi, aquele que não somente venceu Golias, mas
em toda guerra vencia seus inimigos a serviço e a benefício do reino.
Saul terminou seus dias da forma mais
lamentável: sozinho, alienado da realidade, nas mãos do inimigo de Deus,
tirando sua própria vida por não suportar mais viver para si mesmo.
JUDÁ
É um exemplo que terminou bem.
Começou mal, separando-se de seu pai e seus
irmãos, ir vivendo no meio dos infiéis cananeus. Lá casou-se. Criou muito mal
seus filhos, tanto que dois deles Deus os matou.
Suspeitando que sua nora, Tamar fosse a
causadora desses óbitos, negopu-lhe o direito de pela
lei casar-se com seu filho mais novo, dando-o a outra esposa.
Viúvo, viu uma prostituta à porta da cidade,
dormiu com ela e pagou-a. Meses depois soube que sua nora estava grávida sem ser
casada. Ofendido, ordenou que fosse apedrejada para limpar a desonra de sua
família. Facilmente ela provou que ele a havia engravidado naquele encontrou às
escondidas à porta da cidade.
Arrependeu-se de seu ato, tomando-a por
esposa, honrando-a criando seus filhos e dando-lhe as honras e a herança
merecida aos filhos. Voltou a morar com seu pai e irmãos, liderando-os na
descida ao Egito por causa da fome, defendendo Benjamim e assim mostrando a
José o quanto ele e seus irmãos haviam se convertido, pela graça de Deus.
Judá tornou-se o filho escolhido para receber
a primogenitura; dele vieram os principais reis de Israel, o maior de todos
Davi, e Jesus, o Salvador do mundo!
APELO
Você está distante? De quem?
Saiba que Deus é LOUCO por salvá-lo(a).
Deixe-o trazer-te de volta aos Seus braços.
Deixe-o RESTABELECER as relações rompidas ou
sequer construídas com seus pais, amigos, filhos ou conhecidos.
Abandone seu TEMPO DE LOUCURA!!!
Afinal de contas, Ele veio buscar o que se
havia perdido, VOCË! Volte para casa!
Num
certo dia frio de março, senti que havia algo esquisito quando caminhava rumo
ao meu trabalho no New York Post. O céu estava tão azul que fazia doer os
olhos. Os outdoors da Times Square me atacaram com vermelhos, amarelos e roxos
violentos. Era como se o mundo tivesse ficado mais vibrante, mais barulhento,
mais doloroso. Quando cheguei à redação, perguntei a uma amiga:
- Já
se sentiu como outra pessoa?
-
Claro. - Ela riu. - Raramente me sinto como eu mesma.
Ri
também, mas por dentro estava preocupada. Eu era uma moça saudável de 24 anos,
com um novo namorado e começando uma carreira. Ultimamente, porém, vinha
sentindo dormência e formigamento no lado esquerdo do corpo e a cabeça meio
"desligada".
Numa
sexta-feira, desmoronei. Estava redigindo um texto quando comecei a chorar
histericamente, sem motivo. Os colegas de trabalho se reuniram, tentando
entender o que acontecia. Momentos depois, enxuguei os olhos e saí dando
pulinhos, eufórica. Naquela noite, entrei em pânico. Estaria enlouquecendo?
Consultei
um neurologista, que me mandou fazer alguns exames, inclusive duas ressonâncias
magnéticas. Nada. "Talvez seja mononucleose", sugeriu ele. "Ou
um vírus."
Então
ele disse que faria outros testes e fui para casa ficar com meu namorado. Mais
tarde, ele me contou que comecei a ranger os dentes, a gemer e morder a língua,
até que desmaiei.
Foi a
primeira crise convulsiva. E a última coisa de que me lembraria durante um mês.
O restante só sei por causa do que contam minha família, meu namorado e os
amigos.
Embora
a tomografia não mostrasse nada, meu comportamento era cada vez mais esquisito.
"Estou morrendo por causa do melanoma", disse ao meu namorado. (Cinco
anos antes eu fizera um tratamento bem-sucedido para um melanoma.) Comecei a
falar em processar os médicos e a imaginar que eles vinham me pegar.
Mas,
mesmo após as convulsões e os delírios paranoicos, o neurologista não parecia
preocupado. "Provavelmente é abstinência de álcool", alegou. Estava
convencido de que eu era alcoólatra, mas eu raramente bebia.
Minha
família, então, resolveu me levar para a casa de minha mãe, onde continuei a
piorar.
Não
conseguia mais dormir. Eu me recusava a comer. Não controlava os pensamentos
incoerentes. Convenci-me de que era bipolar e que estava sofrendo um colapso
nervoso.
Então
tive uma segunda convulsão. Sangue e espuma escorreram da minha boca no tapete
oriental da sala.
Arrasada,
minha mãe me levou para passar a noite na casa do meu pai. Os delírios
pioraram. Comecei a bater na porta trancada, berrando: "Me tirem
daqui!" Imaginava que meu pai tinha matado sua mulher.
No dia
seguinte, minha mãe, meu padrasto e meu namorado me levaram de volta ao
neurologista para fazer um eletroencefalograma. No caminho, abri a porta do
carro e tentei saltar. Meu namorado me segurou e meu padrasto acionou a trava
das portas. Gritei até chegarmos ao médico.
Horrorizados
com minha paranoia crescente, e apesar da hesitação do neurologista, minha mãe
e meu padrasto decidiram ir ao Centro Médico Langone
da Universidade de Nova York. Lá, enquanto esperava um leito, tive a terceira
convulsão e fui levada para o setor de epilepsia. Os enfermeiros colaram
sensores de eletroencefalograma na minha cabeça e fui monitorada o tempo todo
por câmeras no teto.
Por
duas vezes arranquei os eletrodos da cabeça, puxei o cateter do soro
intravenoso, deixando o sangue jorrar da veia, e corri aos berros pelos
corredores. Os enfermeiros me seguraram e me deram um sedativo. Hoje é difícil
ouvir as coisas em que acreditei durante a loucura. Quando ligava a TV, eu me
imaginava no noticiário e pensava que furgões com parabólicas, de todas as
grandes redes, estavam acampados diante do meu quarto no hospital. Achava que
minha colega de quarto gravava minhas conversas e falava de mim com a família
em outro idioma.
Duas
semanas se passaram. Todo dia, novos médicos apareciam para me ver: clínicos
gerais, especialistas em doenças infecciosas ou em sistema imunológico,
psiquiatras e psicofarmacologistas. Pediram ressonâncias, ultrassonografias,
radiografias, tomografias por emissão de pósitrons e uma infinidade de exames
de sangue. Todos com resultado negativo. Ninguém conseguia uma resposta.
Meu
pai vinha pela manhã e me servia o café. Minha mãe vinha à tarde, е, à
noite, meu namorado ficava comigo até eu adormecer. Nunca faltaram um dia
sequer.
Meu
pai rezava. "Pedi a Deus que me levasse, ali, naquela hora, ou fizesse
comigo o que quisesse, desde que Susannah fosse
curada", escreveu no seu diário.
Os
delírios paranoicos começaram a se reduzir quando aumentaram a dose de ziprasidona e lorazepam, mas meu
estado geral piorava. Não conseguia mais ler. Minha língua se enrolava, falar
era complicado e passei a ter dificuldade para andar. Os amigos estavam
alarmados com meu estado passivo e incoerente.
Os
médicos começaram a falar de um especialista chamado Dr. Souhel
Najjar. "Ele conseguiria descobrir o que é
isso", disseram. Chegaram a apelidá-lo de Dr. House.
Minha mãe pediu para falar com esse médico e, depois que duas punções de
líquido raquidiano revelaram uma contagem elevada de leucócitos, o que indica
inchaço do cérebro, o caso foi oficialmente transferido para o Dr. Najjar, neurologista, neuropatologista e epileptologista do Centro Médico da Universidade de Nova
York. Minha família se animou com o Dr. Najjar. Ele
segurou minhas mãos e disse: "Vou descobrir o que você tem e dar um
jeito." Então me deu lápis e papel, e pediu: "Desenhe um
relógio."
Peguei
o lápis e fiz um círculo. Sentindo-me um pouco confusa, desenhei o fundo do
relógio.
Meus
pais ficaram boquiabertos.
Todos
os números estavam escritos no lado direito do relógio, sem nenhum no lado
esquerdo.
O Dr. Najjar agora tinha cinco pistas: convulsões, catatonia,
pressão alta, contagem elevada de leucócіtos no
líquido raquidiano e o relógio esquisito. Eram provas preliminares de que o
lado direito do meu cérebro (que controla o lado esquerdo do corpo) estava
inflamado. Ele achava que eu tinha algum tipo de encefalite autoimune: um
inchaço do cérebro causado por um ataque de anticorpos malcomportados.
Para
confirmar o diagnóstico, ele mandou amostras do meu sangue e do líquido
raquidiano para Josep Dalmau, neurologista da
Universidade da Pensilvânia, mas teríamos de esperar duas semanas pelo
resultado. Enquanto isso, o Dr. Najjar pediu uma
biópsia do cérebro.
No dia
seguinte, fui levada à UTI. Lembro-me de abrir os olhos enquanto os cirurgiões
cortavam meu cérebro e dizer algo como "estou acordada". E de o
anestesista me olhar e murmurar: "M***а!"
Minha
mãe acha que foi apenas mais uma alucinação. Para mim pareceu muito real, mas
não posso confiar na minha mente.
Depois
da cirurgia, o exame de sangue e de líquido raquidiano revelou anticorpos raros
chamados antirreceptores de N-metil-D-aspartato, ou antirreceptor de NMDA. O nome significa que os receptores
do lobo frontal (responsável pelo raciocínio cognitivo superior) e dos lobos
temporais (considerados o centro emocional do cérebro) são atacados pelo
sistema imunológico. Meu corpo atacava meu cérebro.
O Dr. Dalmau descobriu e batizou esses anticorpos em 2007. Até
então, quem sofria com a mesma loucura que eu recebia diagnósticos errados e
acabava internado em hospitais psiquiátricos, quando não morria. Os
especialistas não têm certeza da causa da encefalite associada ao antirreceptor de NMDA, embora acreditem que seja provocada
por uma combinação de tendência genética com algum gatilho ambiental. De acordo
com os estudos do Dr. Dalmau, a doença surge por
volta dos 20 anos, e cerca de 75% das vítimas são mulheres. Todas mostram
formas de comportamento psicótico; algumas apresentam catatonia. Cerca de 80%
têm convulsões.
O Dr. Najjar estimou que, na época da minha internação, quase 90%
dos casos não eram diagnosticados. Na verdade, fui a primeira no Centro Médico Langone da Universidade de Nova York a receber o
diagnóstico da doença. O Dr. Najjar não perdeu tempo
para me tratar. Primeiro veio a imunoglobulina intravenosa, que reduz os
"anticorpos ruins" que atacam o cérebro. Depois, uma dose elevada de
esteroides para reduzir a inflamação. Finalmente, ele utilizou uma máquina de
plasmaférese, que extrai os anticorpos prejudiciais por meio de um cateter
intravenoso no pescoço.
O
tratamento inicial durou cerca de uma semana e logo recebi alta. Seis meses
depois, ainda tomava esteroides, mas pude voltar ao trabalho. Dali a um ano, os
médicos disseram que eu estava 100% recuperada. Agora, ao folhear o diário do
meu pai, parece que leio sobre uma estranha.
"Eu
só sabia que ela estava viva e seu espírito, intacto", escreveu ele no
fim, palavras que me provocam lágrimas. "Tivemos de lidar com mais
internações, consultas médicas e muitos medicamentos, mas minha garotinha
estava a CAMINHO DE CASA!"
Marcelo Augusto de Carvalho 16 de julho de 2025
Artur Nogueira SP